quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Nicolaus



Estamos mais uma vez reunidos em razão no Natal. Datas são como sinais de trânsito, que regulam com organização quando devemos parar e andar. Alguns obedecem sem boa vontade e especificamente no Natal, o que mais precisamos é de boa vontade. O que seria do Natal sem o espírito natalino? Na verdade, deveríamos exerce-lo e esbanja-lo em qualquer data. Religiosos ou que se dizem religiosos deveriam se rebelar contra as datas. Poderiam ser como aquelas pessoas, que se auto denominam VIDA LOKA, e fazem Carnaval ano inteiro, Quaresmas permanentes, mas o espírito que aparece do nada nesta época do ano, deveria ser todo santo dia (que aliás tem santo para comemorar todos os dias), tanto com respeito ao motorista do ônibus, quanto aquele irmão necessitado na rua ou aquele sofredor que não sabe o que fazer, mas pede apenas para ser ouvido.
A data que é comemorada por grande parte da população mundial, que seria o nascimento de Jesus, sofreu alteração ao longo dos séculos, mas o mais importante é a essência de amor ao próximo como pregava o mestre. Essa lição vai se intensificando ao longo dos dias que se aproximam da data, fazendo com que mesmo o avarento Scrooge seja amoroso com o seu semelhante. Por que não somos pessoas melhores o ano inteiro? O que não torna essa tarefa fácil? A cada século, temos histórias de Natal que complementam o espectro que embelezam esse espírito. Assim como o Scrooge citado acima, que foi criada em 1843 por Charles Dickens. 
Senão vejamos o outro símbolo do Natal, Nicolaus, o Papai Noel. O chamado FORTE DOS FORTES, nasceu no século III em Patara, Ásia menor. Conhecido como São Nicolau de Bari, é santo padroeiro de países como a Rússia e Grécia. Conhecido pela caridade com as crianças, tornou-se tempos depois como uma figura ligada ao nascimento do Menino Jesus, mesmo tendo nascido 300 anos depois de sua morte. Além disso, foi encarcerado pelo império Dioclesiano, por negar-se a ter fé em Jesus. Muitas lendas no decorrer dos séculos foram atribuídas ao Taumaturgo, mas dentro sempre de um aspecto de ajuda aos menores de idade. São João Damasceno foi um dos biógrafos de São Nicolau e com poesia escreveu: “Nem a areia que se encontra à beira-mar, diz ele, nem a multidão de vagas, nem as pérolas do orvalho e os flocos de neve, nem o coro dos astros, nem as gotas da chuva e as correntes dos rios, nem o murmúrio dos das fontes jamais se igualarão, ó Pai, ao número de teus milagres. Todo o universo tem em ti um pronto socorro nas aflições, um encorajamento nas tristezas, uma consolação nas calamidades, um defensor nas tentações, um remédio salutaríssimo nas enfermidades”.
Diante de um pai que não tinha como salvar suas filhas de um destino cruel, por falta de condições financeiras, ficou tocado e doou uma grande quantia de dinheiro embrulhada em um saco, no calar da noite, sem se identificar. Assim começou a lenda. Por séculos, a imagem desse benfeitor era por vezes desenhada como um elfo ou uma figura mítica. A imagem que conhecemos nos dias atuais foi trabalhando ao longo dos anos pelo ilustrador e cartunista Thomas Nast na edição de 1 de janeiro de 1863 na revista Harper's Weeklys. Nast demorou para acertar a figura do bom velhinho, que apareceu pela primeira vez em um cartum criticando a política americana. E muitas de suas características foram adicionadas ao longo das décadas seguintes, como a entrada pelas chaminés (uma característica cultural americana nessa época de muita neve, tendo que constantemente limpá-las) ou sua viagem pelos céus em um trenó de renas (mostradas pela primeira vez em um livro de Clemente Moore, professor de literatura grega, que lançou o poema: Uma visita de São Nicolau, em 1822).
Certamente, Robson Crusoé, que ficou perdido em uma ilha, não era religioso, mas certamente observava as datas religiosamente, sabia que mesmo não podendo apontar com precisão a data correta do natal, o mais importante era lembrar desse sentimento de paz e amor, nem que fosse uma vez por ano.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Se o rock não leva ao satanismo e ao aborto, ele está errado!


Frank Miller, na CCXP em São Paulo, falou sobre novo Cavaleiro das Trevas e disparou: “Quem se ofende com política nos quadrinhos são aqueles que deveriam se sentir ofendidos”. Se não se ofendem com o avanço das primeiras etapas do fascismo, como, de acordo com o Museu do Holocausto, nacionalismo exacerbado, desdém pelos direitos humanos, supremacia militar, machismo desenfreado, mídia parcial, mistura de governo e religião, ataque aos direitos trabalhistas, obsessão sobre crimes e desprezo pelas artes e intelectuais. Este último item, foi manchete, mais uma vez, na última semana. As pessoas que sempre defendem os gestos da corte, nunca se manifestam nesse momento.
Sabemos que esse ódio as artes, que faz parte da estratégia, dentro dos itens acima citados, para afogar as ideias e debates e para dispersar a atenção dos temas importantes na política. São muitos tiros para todo lado. Dois foram salvos devido a muita pressão popular. Uma foi a retirada do MEI, que provocou uma grande massa de manifestações, inclusive de Bolsonaristas, obrigando o governo a recuar dessa agressão ao trabalho. Já taxou os desempregados, só faltava acabar com a mínima possibilidade de trabalho particular. A outra foi a justiça impedir a nomeação de Sérgio Camargo na fundação Palmares. A fundação Palmares, Criada em 1988, que tem como foco preservar a cultura afro-brasileira. Iria nomear alguém que disse que escravidão foi benéfica. Você tem ministro do meio ambiente contra as florestas; da educação contra as universidades; da justiça é contra a Constituição; das relações exteriores é contra o Mercosul; fica difícil dessa forma. Na sentença, o juiz escreveu: “tem o condão de ofender justamente o público que deve ser protegido pela entidade”.
O presidente da Ancine retirou os cartazes de filmes brasileiros na entidade e do site. O órgão criado para incentivar o cinema brasileiro tem raiva do cinema brasileiro. Os anuários da Ancine somam 1165 longas-metragens entre 2010, além dos curtas. Têm ideia da quantidade de emprego que se tem em 1165 longas?
Talvez a maior falastrice foi do presidente da Funarte, Dante Mantovani, que disse que Os Beatles foram invenção socialista para fazer garotas abortarem. Parece até notícia de site de humor, mas o presidente tinha falado que só iria ter indicações técnicas. O mesmo presidente da Funarte não fica por aí. Fala que John Lennon tinha pacto com o demônio. Preocupante o nível da cultura no país e como diriam os próprios Beatles: Help! Sobrou até para o Rei do rock Elvis Presley, falando que ele era um “experimento soviético para destruir a juventude, a moral e as famílias”.
Os Beatles, que surgiram em Liverpool, Inglaterra, eram uma banda de garotos que tocavam bastante e faziam a alegria do Cavern Club. Foram o grupo musical que mais venderam na história da música, ou seja, muito importantes tanto para a música como para a indústria da música e o capitalismo. Venderam mais discos nos Estados Unidos do que qualquer outro país. Os Beatles foram incluídos na revista Time das 100 pessoas mais importantes do século XX e perceberam isso ainda em atividade e viram a capacidade de alcance que sua palavra poderia alcançar e justamente por causa disso, resolvem pregar a paz e inclusão social. Nessa época, temos várias tensões sociais acontecendo, como a liderança de Martin Luther King na marcha pelos direitos civis nos Estados Unidos e a Guerra do Vietnam. Não podiam ficar calados diante de tudo isso e como o Rock é uma ferramenta de resistência e antifascista culminou na música All You Need Is Love e logo depois no maior álbum da história:  Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. Lennon seria depois, uma liderança importante pelas causas sociais e paz no mundo, o que incomodou é claro, a extrema direita.
Entre Jimi Hendrix e Dante Mantovani, fico com o 100% satanista e abortista.



Charge sobre os Beatles comunistas


quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Sobrou até para o DiCaprio


Desconfie sempre de quem defende em transformar a Amazônia em pasto e depois culpar as queimadas de quem protege a floresta. Essa guerra de braço entre Bolsonaro, Bolsomínions contra defensores da natureza, defensores do planeta, defensores da soberania e população planetária promove o disse me disse, enquanto ruralistas tacam fogo nesse meio tempo. A estratégia é essa. Enquanto choca o mundo com as declarações de que o presidente não promove as queimadas e sim ambientalistas, demora-se tempo em ficar chocado para se ter alguma reação. Mas acaba que não há. A força bruta acaba vencendo e precisa desse tempo para continuar a devastação e achar que não existe tempo de reação quando já estiver destruída.
E como isso é possível? Como uma mentira pode ser mais importante que um fato científico? Ignorância e religião pentecostal estão por trás disso. A regra de domínio de uma população amedrontada é muito grande. Isso leva a uma lavagem metal sem precedentes. Alguns países estão tentando banir essas igrejas um pouco tarde demais. Outras, já antevendo o futuro, como Putin, já não permitem a criação delas. Como a eleição federal e municipal no Rio foram decididas pelas mentiras publicadas no whatsapp, por que não continuar? Afinal, uma parcela da sociedade escolhe acreditar numa promessa não comprovada, numa ilusão de que uma realidade. Daí peças como "Kit Gay", a ameaça comunista e Terra plana são sustentadas. A mentira passa a ser instrumento de poder.
Tudo vale. Mentir, ameaçar liberdades, alterar a lei, tudo vale para os Bolsomínions. Os fatos científicos não importam. Prender brigadistas que tem uma abnegação em proteger com as próprias mãos a floresta, acusando de terem ateado fogo na floresta. Mas o debate sobre desinformação, não é sobre tecnologia. E sim sobre sociedade e democracia. Policiais envolvidos junto com ruralistas resolvem atear fogo de grandes proporções, culpam em zap brigadistas, a justiça prende os defensores e enquanto se fala no caso, nesse meio tempo, lotearam e fecharam as áreas queimadas e ainda já construíram uma base improvisada para defendem a área invadida. O próprio governador do Pará, Helder Barbalho, já afirmou a existência de grupos interessados em vender esses terrenos. O juiz que autorizou as prisões, Alexandre Rizzi, já atuou como advogado de uma madeireira da família.
Agora, sobrou até para o ator americano, Leonardo DiCaprio. Bolsonaro, atrás de culpados fictícios para embaçar as verdadeiras investigações e verdadeiros culpados, ataca falsamente o que for mais polêmico no momento. Até o ator Mark Ruffalo, teve que ir às redes sociais para defender Leonardo DiCaprio das acusações de Jair Bolsonaro. E como tudo pode, declarações criminosas sem menor veracidade, ficam por isso mesmo. Ficam nada, pois para Bolsomínions o fato criado é verdade. E mesmo as discussões acontecendo, nada muda no pensamento desses apoiadores. Para os americanos acostumados a um Trump, Bolsonaro é apenas mais um louco no poder. Para quem está aqui, tem que conviver com a truculência, destruição e uma rede de mentiras sem fim.
Se você ter boa memória, pode lembrar, desde o começo da Amazônia em chamas, que 1º Bolsonaro fala que é mentira da NASA, depois acusa a Bolívia, depois os indígenas, depois as ONGs, depois os ativistas, depois os brigadistas e agora Leonardo DiCaprio. É capaz até de culpar também DiCaprio pelo óleo derramado nas praias, porque foi um dos culpados por derrubar o Titanic. É só ver o filme...
A vozes na cabeça do presidente não podem governar o Brasil. Cada palavra indefinida para tentar dizer tudo, não diz nada. Perfeita apenas para seus seguidores e não para o Brasil.



quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Charge das vitórias históricas do Flamengo


Vamos Flamengo!

Irretocável. Tentei achar um adjetivo para definir o time do Flamengo, pós Copa América, e achei esse. O dicionário: Adj. Que não necessita de retoque; que demonstra perfeição; perfeito. Não tem outro que melhor defina. Durante o período de competição da Copa América, chegaram os reforços, incluindo o técnico Jorge Jesus para um time já forte. Houve um bom tempo para as novas diretrizes, coisa que durante uma demissão e a entrada do efetivo de vários técnicos no Brasil, não acontece. E para a surpresa de todos, teve um time ofensivo e impiedoso. Se puxarmos a nossa memória, os times brasileiros sempre foram ofensivos, mas na década de 90, todos embarcaram em uma nova forma de futebol: O defensivo. A características do futebol arte, típicas do Brasil, foram deixadas de lado. Foram décadas amargando um futebol insosso na TV, porque pagar para ver pessoalmente isso, não dava.
Sempre fui um rato do Maracanã. Quando garoto, ia sempre ver o Flamengo no estádio. O time sabia de cor, porque não tinha mudanças: Raul; Leandro, Marinho, Mozer, Júnior; Andrade, Adílio, Zico, Tita; Nunes e Lico. Técnico: Paulo César Carpeggiani. Que seleção! Em todas as posições, em todas as jogadas, era emoção do início ao fim. Perfeito e mortal. Zico, ídolo até hoje. Logo depois dessa era, tivemos um jogador ou outro que se pronunciava mais que o próprio time, porém um time inteiro, já não tínhamos mais. Minha última camisa que comprei foi do Romário, apesar de gostar do Imperador Adriano, Petkovic e suas cobranças de falta estilo Zico, Julio Cesar como uma referência no gol e Fillol e sem menosprezar o Brocador num time mais modesto.
Se pegarmos o time atual, o irretocável, veremos a semelhança com minha seleção de 82. Um time inteiro de alta qualidade, difícil de eleger qual camisa optar por comprar. Poderia ser de qualquer um: Diego Alves, Rodrigo Caio, Pablo Marí, Willian Arão, Éverton Ribeiro, Gerson, Gabi Gol, Diego, Vitinho, Rafinha, De Arrascaeta, Filipe Luis, Bruno Henrique e etc. Não adianta dessa vez torcer contra, pois só pelos números, mostrou um time único na história. Os 78,9% de aproveitamento, superam o campeão Cruzeiro de 2003, média de quase três gols por jogo, não perdeu até agora na vitória antecipada do Campeonato Brasileiro, melhor marca do clube com as maiores vitórias fora de casa e em casa, quebrou tabus como vencer o Athlético-PR na Arena da Baixada que não fazia em Brasileiros desde 1974, o técnico com mais rodadas na liderança do Brasileiro, além do Artilheiro e vice artilheiro do campeonato. Com certeza, não coloquei vários outros recordes, porque ainda i Flamengo está acumulando recordes neste Campeonato Brasileiro que ainda não acabou.
Talvez o maior dos recordes, seja um time ganhar a Libertadores no sábado e ganhar o Brasileiro no Domingo, sem entrar em campo. Foram dois dias de comemoração sem parar. Um amigo escreveu com muita propriedade: “ Como o tempo passa rápido, parece que foi ontem que ganhamos a Libertadores”. Acorda sendo campeão da América e dorme sendo Campeão brasileiro. O mais bonito é a presença do camisa 12, ou seja, o torcedor que bateu os recordes de presença nos estádios em todas as partidas e fora delas, afinal, a goleada do Flamengo sobre o San José, por 6 a 1, no Maracanã, em jogo da Libertadores, atingiu mais de 1 milhão de usuários assistindo ao jogo na internet. Recorde no streaming. E como joga bonito, atacando sem parar e com facilidade.
De fato, a fé foi renovada para o torcedor. Aqueles que como eu, tinham um time do Flamengo preferido de coração, agora tem dois. Flamengo de 82 e 2019. Muito se falou contra o time durante essa caminhada, mas como diria Zagalo: Vocês vão ter que me engolir!
E nesse momento, mudar a política, mudar de vizinhança ou mudar de profissão é fácil, mas mudar de assunto é impossível!

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Tinha uma Babel no meio do Caminho. No meio do Caminho, tinha uma Babel








Participei neste sábado, da exposição coletiva, em comemoração aos dois anos da babel 08. Foi uma coletiva que reuniu artistas plásticos debatendo em forma de trabalho o espaço e nossa relação com ele. A mostra reúne duas atrações: a arte e o trabalho magnífico de Niemeyer. Não à toa que esses trabalhos foram brindados com esse novo espaço no Caminho Niemeyer, que aliás, estava sendo inaugurado como espaço para as artes.
Inaugurado em 2013, o prédio nunca foi aberto ao público. E talvez seja, um dos trabalhos mais completos do arquiteto no mundo. O Caminho Niemeyer convida ao caminhar na orla da baía de Guanabara passando por vários equipamentos urbanos projetados por ele. O Memorial Roberto Silveira, o Museu da Ciência e Criatividade, o Teatro Popular Oscar Niemeyer, o Centro de Atendimento ao Turista de Niterói, o Centro Petrobras de Cinema, o Museu de Arte Contemporânea e a Cúpula do Caminho Niemeyer.
Quando começaram a aparecer os projetos do arquiteto, assisti a várias palestras e sempre demonstrava carinho pela cidade, que se refletia na famosa “vista privilegiada do Rio de Janeiro” e por sua amizade pelo prefeito Jorge Roberto Silveira. Ele conseguiu fazer sua obra prima, colocando todos os seus desejos construtivos em concretude. O MAC é um projeto antigo, que foi recusado no Chile, que iria ter uma revitalização de um parque cultural em Valparaíso. O projeto era mais retangular e aqui, conseguiu aprimorar, dando uma forma mais redonda. Já a cúpula é um clássico nas construções de grandes proporções do artista.
A coletiva, idealizada pelo curador Gilberto de Abreu, que inaugura a Cúpula do Caminho Niemeyer, tem artistas nascidos ou residentes na cidade de Niterói. Uma mostra muito representativa da arte de Niterói atual. A coletiva tem representantes de linguagens como pintura, gravura, desenho, instalação, performance, fotografia, vídeo, colagem, música, dança. Entre os nomes: Ale Maia e Padua (pintura digital), André Barroso (desenho sobre fotografia), André Marques (instalação e fotografia), Barbara Malaquias (fotografia + bordados), Gian Shimada, Gustavo Damião (videoarte), Julia Arbex (instalação), Lucas Benevides (fotografia e vídeo), Marcelle Morgan (vídeo), Marcos Bernardes (impressos), Rafael Vicente (pintura) e outros.
Imaginem o convite que a cúpula faz, com suas curvas levando ao alto por uma imensa forma circular branca, deixando que os trabalhos sejam os únicos atores, conduzidos pela beleza do local. Destaco entre os trabalhos, além do que vos fala, o trabalho de Caio Pacela com “indivíduo” e “Paisagem”. Caio explora a estranheza do ser humano, as várias formas de habitá-lo e tratá-lo. Certa vez, ao ser perguntado sobre como ele se definiria. A incrível obra de Ale MaiaePadua em um painel gigante sobre uma sangrenta batalha ocorrida em 1567, e que resultou na formação das cidades do Rio de Janeiro e de Niterói. Assim como as instalações em papelão que estão dispostos em toda mostra, que dão todo charme de integração e dá o sentido de agregar o público.
Outro detalhe interessante que foi disponibilizado ao público, foi a aposta em promover interações não apenas entre os artistas, como também junto ao público, que foram ter todas as obras acompanhados por qr-codes, e neles conhecer mais sobre os artistas. A tecnologia ampliando essa interação e informação mais ampliada. Utilize o leitor de sua preferência e conecte-se com seus favoritos. E como diz o curador da mostra Gilberto Abreu: “Em tempos de repressão e censura, dialogar será sempre um caminho a seguir. “ Afinal, houve resgate de obras censuradas pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, Men’s Health, presente na mostra.
A mostra vai até 30 de novembro. Entrada franca.


quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Mudança de ares


Não tem consolo para Bolsonaro. Ele é um prisioneiro dos ideais Neoliberais. Sua fórmula da extrema-direita acentua mais desigualdades e expõe um país mais violento. Se parece muito com aquela receita da bebida chamada Vinho de Cobra. Esse vinho é encontrado na Ásia, é feito da infusão de cobras inteiras em vinho de arroz. Acreditam que tem propriedades medicinais que cura quase tudo, desde perda de cabelo a virilidade sexual. Porém, vende-se algo importante, que deve ingerir tapando o nariz. No final, ela te faz mais mal do que bem. Uma boa imagem do que aconteceu até agora neste governo. Fakenews prometendo acabar com os problemas e o que vemos é uma prática voltada a atuar produzindo problemas o tempo inteiro.
A américa latina foi varrida, assim como alguns países pelo oriente e Europa, fazendo avançar o fascismo, mostrando um novo conservadorismo, que na prática era o velho conservadorismo com uma cara mais esperta. Os americanos patrocinaram toda a mudança em seu quintal, para os suspiros do velho capitalismo. A fórmula que deu certo nas primaveras árabes, foram implantadas por aqui, financiando grupos de direita do país. Toda a usurpação precisou de uma sustentação jurídica para parecer legal, mas as máscaras ao longo do caminho foram caindo, afinal, golpe não se sustenta por muito tempo, ainda mais com a agenda neoliberal internacional.
A nova versão do capitalismo de laissez faire, pressupõe uma política de direito que tende a agravar a crise da legitimidade do Estado e então transformando serviços público em degradação na visão do público em geral, ataca-se de vez, com a venda dessas unidades, dando lucro apenas aqueles que compraram. Desde 2008, se tem uma fórmula para dar esse golpe pelo mundo, como diz Perry Anderson, no livro “Balanço do neoliberalismo”, destacando um “manual de uso” político da crise, de modo a contornar as resistências políticas e morais. Segundo o documento: “As grandes crises não são confortáveis para os responsáveis políticos, mas elas podem favorecer as mudanças. Estudos da ocde indicam que um gap de produção (a diferença entre produção efetiva e potencial) de 4% aumenta em quase um terço a probabilidade de uma grande reforma estrutural. Foi uma crise marcada por recessão, por uma espiral descendente de salários e por déficits consideráveis que precipitou as mudanças nos Países Baixos nos anos 1980 e no Canadá e na Finlândia no início dos anos 1990, quando as finanças públicas estavam em um impasse. A morosidade da economia também impôs reformas ao Japão. O caso da Europa é instrutivo. Os países que tocaram reformas profundas e difíceis, como a Dinamarca, a Irlanda, os Países Baixos e o Reino Unido, mostram a importância das crises para suscitar apoio às reformas e fazê-las avançar. “
Trocamos o antigo capitalista que bebe gim com o dedinho levantado para aquele que não levanta o dedinho. As agendas mundiais preveem a reforma da previdência, para que os bancos e empresas possam ter outra fonte de lucro e o povo sem perspectiva a curto prazo de poder sobreviver com dignidade no fim da vida, reforma trabalhista para garantir apenas que o patrão tenha seus direitos enquanto trabalhadores definham sem perspectivas e sem garantias, vender tudo para os americanos a preço muito baixo. Essas são as bandeiras a primeira vista. A crise de popularidade se apresenta como ocasião para radicalizar o neoliberalismo, sempre em nome de respostas emergenciais à crise econômica. Por isso, a despeito de 95% considerarem que o governo está no rumo errado, as reformas seguem adiante.
O resultado dessa agenda é a Argentina com Alberto Fernández eleito presidente. No Uruguai, Daniel Martínez e Lacalle Pou vão para o segundo turno. Na Colômbia a Primeira mulher e LGBT eleita prefeita de Bogotá e na Bolívia, Evo Morales Reeleito. Os levantes continuam em outros países e a despeito da força do Chile, não tardará a chegar no Brasil também.
Enquanto isso, levanto um brinde de cerveja as mudanças de ares.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Louvor da Revolução Chilena


Não se trata do livro do chileno Pablo Neruda, que aliás se chama, Incitação ao Nixonicídio e Louvor da Revolução Chilena, mas sim a atualização de mais um país na América do Sul que está se colocando contra o governo Neoliberal. O fracasso dos governos neoliberais e o capitalismo está escrito em todas as lutas que estamos vendo ultimamente. A marca está visível para o mundo todo ver o quanto estamos cansados desse sofrimento de exploração de uma política acachapante no povo.
Essa política de taxar apenas os pobres, atingindo a previdência, leis trabalhistas, favorecimento apenas aos ricos, perdão de dívidas milionárias, desmatamento e extermínio não se sustenta por muito tempo. O uso de fakenews para provocar e aguçar a ira do povo para inflamar golpes pela América latina tem prazo de validade, pois em pouco tempo se vê o quanto foram enganados, e assim como o governo brasileiro não faz nada para conter as manchas de óleo, só resta ao povo essa missão. E somente o povo está se revoltando contra todas as medidas. A população chilena, seguindo o exemplo do Equador, foi às ruas protestar contra o ajuste neoliberal no transporte público e na energia. Sebastian Piñera cancelou os aumentos, mas o povo segue na rua, porque ainda tem a previdência que tanto o ministro Guedes exalta, é um fracasso tão grande que está levando ao suicídio os mais idosos.
Como no Equador, onde o Povo saiu as ruas e queimou prédios da Caracol, no Chile, Povo queima o El Mercurio. O povo não aguenta mais o aumento da desigualdade social causada pelo governo neoliberal. O Brasil, com sua história de submissão vergonhosa diante das injustiças somado a um conservadorismo por falta de conhecimento social e estudos, corre risco de pela primeira vez de se inspirar nos protestos que tomam conta do mundo e virar o jogo. Podemos virar um Chile atual. O medo de muitos em virar uma Venezuela, está se tornando aos poucos em um Chile. E hoje por lá, o toque de recolher passou de 22h para as 20h. Proibido o direito à reunião. Mercados e lojas estão sendo saqueados. Escolas e Universidades cancelaram as aulas e não tem lojas abertas para compra de comida.
O que era o exemplo sul-americano de estabilidade, explodiu. O Chile foi um dos berços do neoliberalismo e, desde a ditadura de Pinochet, todo o plano econômico da Escola de Chicago foi implementado desde fins da década de 1970. A maioria dos serviços públicos foi privatizada. No Chile, uma mensalidade em uma universidade pública pode custar mais do que em uma universidade privada. E como as famílias não têm dinheiro para pagar as mensalidades, criou-se um enorme problema de endividamento dos estudantes que podem passar 15 anos pagando os empréstimos que tomou.
Uma das heranças da ditadura chilena é o sistema de aposentadorias. É uma mina de ouro. Toda privatizada. Esse é o modelo de capitalização individual que Bolsonaro e Guedes querem implementar com a Reforma da Previdência. Tudo para gerar mais lucros para empresários e bancos. Lá, assim como aqui, A situação dos povos indígenas, os mapuches, é triste. Os índios vêm resistindo às ofensivas dos empresários e do Estado para tomar suas terras, que se concentram principalmente na região sul (a mais fértil) do país. Há séculos há uma verdadeira guerra contra os mapuches.
O Chile desperta, assim como vários países como Argentina, Equador, Peru, Honduras e vemos nas ruas o preço que se paga por uma política unilateral. Uma frase pixada nas ruas de Lima, é o maior temor dos políticos neoliberais: “Si no hay pan para el pobre, no habra paz para el rico”. Daqui a pouco chega o furacão na Bolívia.
Não posso afirmar nada, mas tenho certeza que uma brisa do levante latino chega ao Brasil. E mesmo não sendo um texto sobre o último livro de Neruda, Nixonicídio e louvor da Revolução Chilena, deixo sua poesia para inspirar as pessoas.
“No escribo para que otros libros me aprisionenni para encarnizados aprendices de lirio,sino para sencillos habitantes que pidenagua y luna, elementos del orden inmutable,escuelas, pan y vino, guitarras y herramientas.Escribo para el pueblo aunque no puedaleer mi poesía con sus ojos rurales.” (Neruda 1981: 364)

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

O coringa


Não, não estou falando de uma pessoa específica que é caracterizada como carta na manga. Até porque, a extrema-direita no mundo está se enfraquecendo com seus líderes sendo engolidas pelo povo na rua. Não precisamos de alguém específico. O coletivo tem muito mais força. Estou falando do filme polêmico do Coringa de Todd Phillips. Polêmico por que incomoda não pela violência, que se torna a desculpa preferida, mas sim dos problemas da nossa sociedade atual,
Senão vejamos. O arqui-inimigo do Batman, talvez o contraponto mais famoso de todos os tempos e uma figura emblemática, começou com a verdadeira idéia de aterrorizar o homem-morcego nos quadrinhos na década de 30, já que o herói lutava contra gângsteres comuns na cidade de Gothan. Conheci o criador do personagem, Jerry Robinson, que era do sindicato de cartunistas. Pessoa simpática que lutava pela regulamentação e certificação da profissão. Ele criou o vilão em 1940, com Bill Finger e Bob Kane que melhorou a personalidade e o visual do vilão. O Coringa foi baseada no personagem do filme O homem que ri, herança do cinema expressionista alemão de 1928. Nele, Gwynplaine é sequestrado quando criança e, por ordem do rei, ele fica com o rosto em um eterno sorriso macabro e quando cresce, vira atração de circo como palhaço. A atuação de Conrad Veidt, em pleno cinema mudo é magistral com sua imagem insólita marcada que influenciou totalmente no personagem atual. Veja no youtube.
As gerações mais antigas, tem a imagem do personagem personificado por Cesar Romero, já um ator consagrado que inclusive nem retirou seu famoso bigode para interpretar, em forma de sátira, com roupas berrantes e caracterizado pelo riso único. Todos têm esse personagem como referência visual e de atitudes infantis, mas engraçadas. Coube a Jack Nicholson dar um upgrade mais “sério” ao personagem, já que Tim Burton tinha uma estética mais sombria. Sempre achei que Nicholson tinha um sorriso que lembrava o vilão, fora ser o melhor ator daquele período disparado. Mas foi graças a interpretação de Heath Ledger, que o personagem ganhou as graças do público em geral. Ledger, com uma atuação que levou ao Oscar póstumo, mostrou a verdadeira dualidade do personagem e uma total loucura a altura de enfrentar o herói. A ideia da cicatriz para marcar o sorriso é genial. E pensar que antes, Ledger fez Brokeback Mountain de Ang Lee, de dois caubóis homossexuais e que levou a ira milhares de fãs de batman no mundo todo. Houve manifestações, mas no final, Christopher Nolan, tinha muita, mas muita razão.
No Coringa, de Todd Phillips, vemos uma atuação magistral de Joaquin Phoenix, em um filme que conseguiu elevar o nível de seriedade, de sanidade e de mesmo tendo uma adaptação livre, deu um filme maravilhoso e bastante contundente de um personagem de heróis. Phillips propôs uma releitura do Coringa através do filme "O Rei da Comédia", que o Scorsese fez em 1983. As referências são grandes, inclusive da participação de Robert De Niro, que foi protagonista. Tá tudo lá: a fixação com o programa de tevê, as tentativas de uma carreira do stand-up, a personalidade doentia e relacionamento imaginário com uma mulher negra. O filme traz a idéia, que o Coringa, que sofria de problemas psiquiátricos, ainda tinha o riso inapropriado que tem origem nas suas doenças neurodegenerativas em que existe a afetação do bulbo.
Mas o mais importante é a crítica social forte e que de uma certa forma dialoga com o fenômeno de Bolsonaro e a extrema direita mundial. A agressividade de uma sociedade capitalista, que não se importa com o próximo, expõe a população a uma verdadeira fábrica de loucos, acaba com ajudas sociais (como aconteceu, no filme, da prefeitura acabar com o centro social e demitir funcionários), mostrar os ricos (como o caso de Thomas Wayne, retratado como um sujeito frio) em contraponto com os menos favorecidos e o clima de tensão social pronto para explodir. No fim, o público aceita a vingança do coringa como algo justo dentro da perspectiva cruel que vive.
Essa realidade dramática tem tudo a ver com o espírito de cidadela de nossa elite. Quando começam a estourar as cobranças e manifestações por descasos sociais, reforçam a guarda e exaltam a tática: Bate, mata, prende. Que é muito diferente de política de segurança pública. Por isso o pânico atual. A única ameaça que uma cidadela teme é uma revolta da guarda.

Entrevista André Barroso


Diretamente do Rio de Janeiro para o Fala Rockeiro. André Barroso conta tudo.
É no LADO 2, domingo 08 da noite na Internova Rádio Web. 

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

O momento é de São Francisco de Assis


Sempre em momentos de ódio, intolerância ao próximo, radicalização e desrespeito as minorias, parte da população recorre sempre a um contraponto para se agarrar numa esperança de dias melhores. E quem melhor do que São Francisco de Assis? Uma pessoa que renuncia absolutamente a toda riqueza e segurança do mundo para se dedicar ao próximo e a natureza. Não é à toa, que sua missão na Terra foi muito contundente e a chamada para seu despertar fora muito firme em sua, levando ao seu contemporâneo, São Boaventura, a escrever: “Mas, com o auxílio divino, jamais se deixou levar pelo ardor das paixões que dominavam os jovens de sua companhia”.
Servir ao amor e ao Servo. Por que essa frase aparentemente parece fácil de interpretar, mas é difícil de executar? Se as células conseguem se adaptar as variações de oxigênio, por que não conseguimos nos adaptar ao amor supremo? Se verificarmos a tabela de escala da consciência, criada por Hawkins, verificamos que a maioria da população mundial está numa faixa de vibração em Hertz, entre 120 e 20. É muito baixo. Cada pessoa deveria estar no mínimo em uma vibração de 200 hertz. Mas vamos encontrar um percentual grande de vibrações inferiores. Por que isso é importante? No mínimo, de ordem global, uma vibração mundial estando sempre ligada ao medo, tristeza, apatia e ódio. Sendo dessa forma, temos um planeta vibrando raiva pronto para explodir.
Hawkins falou sobre o assunto: “Embora apenas 15% de toda a população do mundo esteja acima do nível crítico 200 de consciência, a força coletiva desses 15% tem o peso para contrabalancear a negatividade dos 85% restantes da população mundial. Devido ao fato da escala de força avançar logaritmicamente, um simples Avatar em um nível de consciência de 1.000 pode, na verdade, contrabalancear totalmente a negatividade coletiva de toda a humanidade. Um indivíduo que vive e vibra na energia do otimismo e da disposição de não julgar os outros (nível 300) irá contrabalancear a negatividade de 90 mil pessoas que estão calibradas nos níveis mais baixos de força. Um indivíduo que vive e vibra na energia do puro amor por toda a vida (nível 500) irá contrabalancear a negatividade de 750 mil pessoas que estão calibradas nos níveis mais baixos de força. Um indivíduo que vive e vibra na energia da iluminação, graça e paz infinita (nível 600) irá contrabalancear a negatividade de 10 milhões de pessoas que estão calibradas nos níveis mais baixos de força (aproximadamente 22 desses sábios estão vivos hoje).Um indivíduo que vive e vibra na energia da graça, do espí­rito puro além do corpo, num mundo de não-dualidade e unidade completa (nível 700), irá contrabalancear a negatividade de 70 milhões de pessoas que estão calibradas em níveis mais baixos de forca (aproximadamente 10 desses sábios estão vivos hoje).”
As poucas vibrações positivas, devem ser estimuladas e propagadas para que possamos ter esse contraponto que mencionava anteriormente acerca de Francisco. Somente o amor constrói. Somente o amor é a solução. A toda notícia sobre liberação de armas, devemos pensar em liberação de flores. Não é à toa que as primeiras frases da oração de São Francisco seja: “Onde houver ódio, que eu leve o amor. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Onde houver discórdia, que eu leve a união. ” Ela justamente começa como deveríamos terminar esses tempos sombrios que estamos vivendo. Com amor. Mas levo a esperança que dentro de uma frase antiga, mas sempre atual de que depois da tempestade, sempre vem a bonança. Isso dá, um grande alívio de que retornaremos, em algum momento a uma vibração melhor.
Quais são os sinais dessa pequena luz no fim do túnel? Um papa com seu nome de Francisco que atualmente está militando sobre socorro a natureza pelo Sínodo da Amazônia. Lembrando que a união em favor da paz e do planeta, deve ser sempre nossa maior bandeira. Termino com a lembrança dada pelo Caboclo Aritana, quando lembrou do encontro de Francisco de Assis e o sheik Malike a 800 anos atrás, onde a paz entre católicos e muçulmanos foi selada com uma árvore plantada por eles. Plantaram uma vida e uma esperança de crescimento desse sentimento de paz.


Exposição A caminho da Babel


Dia 02/11, será inaugurado a exposição A caminho da Babel, coletiva de artistas plásticos captaneada pela Babel 08, que acontecerá, pela primeira vez, na cúpula do Caminho Niemeyer

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Dias de rock, bebê!


Absolutamente, o brasileiro não é perfeito. Nunca está satisfeito com nada e quando tem algo de nível mundial, também aparecem aqueles que vão contra. Concordo plenamente com o fantástico jornalista Jamari França, sobre sempre defender o Rock in Rio. Ele é um evento importantíssimo em vários pontos. Evidentemente, devemos rever questões como preço de ingresso, acesso melhor e um line-up mais ousado, trazendo o que está realmente acontecendo de incrível na música mundial e não ficar repetindo atrações eternamente. Não atende ao momento da música. Tanto de velhas atrações quanto aos mais novos movimentos. Eu, por exemplo, queria me despedir de bandas que estão fazendo shows de despedida, como Black Sabbath, Deep Purple, Kiss e etc. Ao mesmo tempo, gostaria de ver Prophets of Rage, Rival Sons, Fontaines D.C., Pistol Fire, Highly Suspect, White Reaper e Graveyard.
Também concordo com as ponderações da jornalista e amiga do coração, Chistina Fuscaldo, quando vai além e fala que o povo consumidor do festival, poderia também ajudar a manter a cultura da cidade viva, frequentando casas de shows no Rio de Janeiro, pagando e incentivando artistas que hoje estão sem ter onde e para quem tocar. O rio é essa contradição, onde se contaminou com a febre de apenas tocar sertanejo, funk ou pagode. Além de faltar mais de Gal, Gil, Caetano e etc na programação. Afinal, o festival não é feito só para rock. A Roberta Medina, realizadora do festival, pode repensar futuramente essas questões, pois afinal quando experimentaram o Palco Sunset, com o formato atual, foi paixão à primeira vista de todos e em muitos momentos, acaba superando as atrações principais.
Entender a escalação do Rock in Rio nunca é fácil. Repete demais atrações porque lota, é venda certa e lucro imediato, logo nuca vão arriscar.  Poderiam olhar mais para festivais como Glastonbury ou o Download Festival, que estão muito atentas ao que acontecem no universo musical mundial.
Nesse período, tivemos bons momentos como Bebe Rexha, cantora das adolescentes que traz uma mensagem muito boa sobre aceitação pessoal, que esbanjou simpatia e deixou o maquiador mineiro Gustavo Fiuza roubar a cena fazendo seu melhor no palco. Fã sempre é isso. Outra que roubou a cena foi Xenia França no show de Seal. Segura, a música na ponta da língua e dando show de interpretação. O que dizer de Júnior Goovador no show de Tenacious D? Groovador já era conhecido pelo seu jeitinho no palco e sempre muito animado. Já falei algumas vezes que já toquei com muitos músicos virtuosos, mas às vezes, aquele músico que se diverte no palco, te transmite mais energia para estar da mesma forma que ele. Ainda posso mencionar Plutão Já Foi Planeta e Mahmundi, a ousada Ana Cañas no show dos Titãns e apesar da voz destruída pelo tempo, mas não menos importante, Whistesnake e sua alegria em retornar ao festival depois de 34 anos.
Mas apesar da recomendação do festival em não ter menções sobre política, nada pode parar o público que sempre mencionou o presidente com palavras de ordem, de forma negativa. Não se confunda, assim como fez Tico Santa Cruz. Tivemos o Pavilhão 9 metendo colocando na lata a repressão nas favelas. Tivemos a Dama do Passinho, Lelê, que homenageou Marielle e o que dizer da Dama suprema da música, Elza Soares que soltou, entre outras: “Precisamos aprender a votar”. “Precisamos ir para as ruas”. Chupa essa!
O Drake não autorizou a transmissão ao vivo de seu show. Uma decisão inédita e que não se perdeu nada. Se fosse uma histórica apresentação ou alguma surpresa, poderia até entender, mas foi apenas Drake sendo Drake. E para isso, o canla oficial de transmissão do festival, resolveu passar o show da Rihanna no lugar. Uma bela resposta, da relação conturbada dos dois e mostrar que aqui não se cria.
No mais, o festival pode olhar mais para atrações que possam explodir e ter seu nome associado ao lançamento desses músicos, como por exemplo: Dois Varguinhas, Zanna, Mamuth, Zero Nove Zero, Nauzia, Pinaud, GilberT, Luísa Lacerda, Aline Peixoto, Bow Bow Cogumelo, Trappo Fino, Daíra e André Barroso e banda. E tenho dito!



Geek Kong Fest


Depois de um tempo divulgando minha participação, autografando o livro do Boto e falando sobre o meu trabalho no Caio Martins, o evento cancela o evento.

NOTA DE CANCELAMENTO.

ATENÇÃO.... PARA PEGAR O REEMBOLSO CASO TENHA COMPRADO NA BILHETERIA É NO DIA 07/10

Sim, também fomos pegos de surpresa, porém não há o que fazer quando o local é interditado para Obra emergêncial com problemas no telhado do ginásio devido aos ventos e fortes chuvas.

A responsabilidade diante de VIDAS é muito maior e infelizmente não há outro local que comporte a estrutura desse evento em nenhum outro lugar.

Charge


quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Dedo podre


Muitas vezes vamos levando a vida com o famoso “Deboísmo”. A vida vai rolando na sua frente e se existem atos machistas, misógino, racista ou de intolerância religiosa, você passa sem te atingir. No nosso mundo atual, isso não é mais possível. O famoso Deixa-pra-láísmo brasileiro, que transcende corporações, não tem mais vez. É uma espécie de autoindulgência congênita. Nossa formação urbana, foi sempre muito tranquila, com o dominante impondo com a força seus ideais e a população atendendo, mesmo triste. Muito diferente das veias abertas da América latina, com um passado de lutas e derramamento de sangue. O silêncio não é omissão para muitos. Amigos estrangeiros que estão retornando ao país, que no passado elogiavam a calorosa recepção dos brasileiros, já demonstram surpresa ao ver mais caras fechadas nas ruas.
Mandatários que se usam do lema: “Porrada, bomba e tiro” a esmo, com demonstrações claras de ausência de empatia com as populações mais vulneráveis, fez crescer e tirar a máscara daqueles que gostam desse estado de violência. Nazistas e fascistas estão subindo a voz sem medo. Não precisa ir ao extremo. Exemplos estão aparecendo a cada dia com a liberação das armas, a relação das milícias com o poder e uma dinâmica do uso da força, mesmo estando errado ou muito errado. Até pequenos dados como um profissional liberal que cobra menos para não dar recibo, que não se considera um sonegador.
Estamos concedendo muito deixa pra lá. O governador que gosta de ostentar de ser um exterminador do futuro, se exibindo com armas e dando declarações como: “atirar é igual andar de bicicleta”, não se pronuncia, que seria o mínimo em casos de fatalidade e comoção nacional, e não se importa, como no caso do assassinato da menina Ágatha. Não seria surpresa para ninguém as suas atitudes de assassinato em massa, pois foi falado suas intenções nas eleições.  Agora, estamos colhendo violência. Essa indignação popular retida para dentro de cada um não pode se acumular, com risco de explodir. E isso pode acontecer a qualquer momento. Não existe mais espaço para um comodismo conveniente. É cumplicidade.
O que dizer da histórica rapinagem do país pela sua elite? E foi pelo lema “tudo pelo dinheiro”, que chegamos ao ponto de estarmos no centro das atenções por causa da derrubada desenfreada da Amazônia. O que na época, o governo estava “Deboista” em relação a isso, achando que teria apoio popular, criou um colapso de proporções gigantescas. Matança de índios, derrubada ilegal de árvores, garimpo sem lei, envenenamento dos rios e queimada descontrolada é que mais vemos. E acham que está tudo certo. Em termos de diplomacia mundial, para defender o indefensável, arranjou briga com meio mundo. Agora quer discursar para a ONU, defendendo suas ações, falando que não é contra a natureza. O país já foi proibido de discursar na plenária do clima. O ministro do meio ambiente já teve sua fala interrompida por manifestantes.
Vamos acompanhar as decisões internacionais em relação ao Brasil, promovida pelo atual governo. O mundo se mostra cansado da tomada de decisões a base da violência. A resposta das urnas em relação a Benjamin Netanyahu é um sinal muito bom. A voz de centro-esquerda está ativa no país. Trump, outro problema mundial, que incentivou a eleição do atual governo Bolsonaro, talvez não se reeleja. A menos que consiga eleger um novo vilão para combater nesse meio tempo e insuflar novamente o nacionalismo americano. A Marvel já elegeu. O próximo bandido é brasileiro. Depois dos americanos colocarem, no cinema, vilões estrangeiros como alemães, russos, japonese e árabes em geral, teremos possivelmente outro eleito. Um venezuelano ou brasileiro. Que fase...
Quando teremos a nação dizendo não aos seus rapinadores? O longo hábito de descrença, nos impõe indisposição para conclusões. O certo é que não há mais espaço entre ser bobo e ser cínico.


Diante do Amanhã


O novo single de André Barroso e banda já tá disponível nas plataformas digitais! Se joga! DIANTE DO AMANHÃ! 🎶

http://www.tratore.com.br/cd.asp?id=7899989983113
Deezer: http://www.deezer.com/album/112146922
Spotify: http://open.spotify.com/album/51CaWcyTyESVa6UxlmAgFB

‘André Barroso & Banda’ lança Diante do Amanhã
Com produção de Gilber T novo single é lançado

O cantor, compositor e artista plástico André Barroso e sua banda chegam dia 27 de setembro às plataformas digitais e ao Youtube com o single e o videoclipe da música Diante do Amanhã.
Produzida por Gilber T, mixada e gravada no estúdio Tomba por Bruno Marcus, Diante do Amanhã é pop, envolvente, dançante e marcante. A música fala sobre os desafios que enfrentamos diariamente para resolver o depois. Sejam resoluções pessoais, mudanças internas, problemas no trabalho, desconfortos com parentes, amigos ou relacionamentos. Esse enfrentamento deve ser vivido com coragem, mudança interior e perdão.
O vídeo é fotografado e dirigido por Deirdre Camacho, traz a atriz Cássia Pinheiro como participação especial. Mostra o artista interpretando a canção. Gravado em junho de 2019, utiliza a obra plástica do próprio André, Arqueologia dos Afetos por Niterói, como pano de fundo. O grafitti está na entrada do túnel Charitas Cafubá, em Niterói (RJ).

O ARTISTA
Instrumentista desde pequeno André participou de corais (como o do Centro Educacional de Niterói, dirigido pelo maestro Ermano Soares de Sá), integrou as bandas Thebanda, Só Froid Explica e Blazak!, teve aulas de guitarra e violão com diversos músicos – entre eles Alex Magno (ex-Stress), Alex Martinho, Marcos Godoy e Mike Stern – e também se tornou designer gráfico, chargista, quadrinista, diagramador, jornalista e artista plástico. Sua vocação multimídia o levou a desenvolver também a trajetória como músico, compositor e vocalista.
Depois de lançar o primeiro CD de sua carreira, em 2009 manteve a rotina de shows em circuito alternativo do Rio. Invasão Octopus foi o segundo álbum, de 2012, já com as participações do rapper De Leve, da cantora gaúcha Luciana Pestano e da carioca Tatiana Dauster, entre outros.  Além destes trabalhos, André Barroso também lançou os singles Reluz (regravação do sucesso de Marcos Sabino) e as autorais A Curva, Somente Eu e Tente Entender. Em breve, o artista estará lançando, pela Universal Music, seu catálogo, chamado André Barroso 10 anos.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Tancretização


Nunca na história vimos tantos representantes do governo, além do mandatário maior, irem ao hospital em um período tão pequeno. O próprio presidente já esteve mais de uma vez. Com a decisão de tudo ter informação fechada, ou seja, nada é claro e transparente, sempre paira dúvidas sobre o que está acontecendo. E esse subterfúgio, tem dois gumes. Uma é provocar o sentimento alheio de pena e comoção coletiva, mas por outro lado, a verdade pode demorar, mas sempre chega. E a todo momento estamos envolvidos com esses problemas de saúde do presidente, sem realmente saber o que está acontecendo.
Lembro bem quando na eleição indireta do país, tivemos Tancredo X Maluf. Tancredo conseguiu arregimentar esquerda, centro e parte da direita em sua indicação para presidência da república. Ele não era bem visto por algumas posições que poderiam atrapalhar os rumos da corrupção daquela época. Entrou no hospital para uma cirurgia e de um erro de diagnóstico de apendicite supurada e uma operação de emergência desnecessária, saiu da vida para entrar na história. Não tomou posse e quem assumiu a presidência foi seu vice, que era a pessoa mais aceita pela direita militar.
Naquela época, houve um espetáculo na imprensa recheado por uma sucessão de atos médicos que provocaram danos ao paciente. Muito se falou na época em assassinato premeditado e que poucos sabiam do planejamento. O final da história é que com o desgaste do regime militar, era necessário um governo civil, mas que não fosse tão a esquerda. E conseguiram. Foi obra do destino? Ainda há lacunas: ninguém foi responsabilizado, nada foi transparente e paira o silêncio em torno do caso. No caso atual, tudo sempre paira na suposta facada e os supostos tratamentos, sempre com oncologistas. E para barrar todos os problemas que o governo vem causando ao Brasil, uma saída é imprescindível para todas as classes sociais: A queda de Bolsonaro. Mas isso seria possível como? Impeachment. Mas com o pouco tempo de governo, teria que ter eleições novamente e nesse momento Haddad ganharia sem dúvidas, e isso a direita não quer. Poderia ter uma renúncia, mas ele não se dispõe, principalmente com os filhos sendo alvo de diversos inquéritos. Domar o presidente? Já demonstrou que não tem menor habilidade política para isso. Qual outra saída? Ou deixar o país apodrecer e aguardar o tempo necessário ou Tancretizar ele.
Tenho ouvido essa expressão. A espetacularização em relação a saúde sempre comove as pessoas. E a manipulação também pode direcionar essa comoção. Hitler na eleição, também levou um tiro em campanha, que potencializou sua ascensão ao poder. A suposta facada interminável, é sempre mostrada sendo tratada com oncologistas e seus tratamentos regulares. Com isso, não sabemos inclusive a gravidade de seu estado clínico. Tudo envolto a brumas ou véus, para deixar esse mistério e discussões em torno de sua saúde. Não é correto ficarmos especulando sem informações ou desejando sua piora. O desejo deve ser de impugnação com saúde plena. Nenhum desejo de morte deve ser alimentado em tempo algum.
As derrubadas de governo que se utilizam de meios torpes, mentiras e força, sempre vêm acompanhada de uma preocupação em relação ao público em geral. Este sim tem o poder para derrubar governos se fosse insuflado. Nada pode detê-lo. Mas nosso DNA de país golpista está inscrito até na testa. Foram 8 contando com a derrubada de Dilma. Todas famosas como desde a Noite da agonia, de Pedro I, passando pela Revolução de 1930 de Vargas, até o Golpe de 1964. Algumas outras derrubadas não são computadas ´por historiadores como o movimento de 11 de novembro, onde o Marchal Lott golpeou Carlos Luz e Café Filho.
A despeito da teoria do biologista russo Lisenko, de 1948, dizendo que características adquiridas eram transferidas por geração, temos nesse quadro, nosso DNA golpista que usa do subterfúgio que for mais conveniente para a sustentação no poder. Aguardemos os próximos capítulos.

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Ah, a Bienal

Nunca vi uma Bienal tão cheia e aposto que você também não. Esta foi a minha segunda Bienal que vou como autor. Na primeira, lancei um livro infantil, por uma editora de pequeno porte, em um dia de semana. Desta vez, participei de uma coletiva de artistas, por uma grande editora, em um sábado. Poucos brasileiros podem descrever essa sensação. Primeiro, chegar ao estande em um tsunami de pessoas foi uma missão incrível, sem me utilizar de artifícios com snorkel ou pé de pato. Logo depois de um tempo, ver vários transeuntes passando e tirando fotos, sem ao menos saberem direito quem eram os fotografados.
Fora as grandes estrelas, muitos lançamentos foram importantes, assim como sua pluralidade de temáticas. Participei do livro em homenagem ao grande homenageado deste ano; Ziraldo. Com muita honra, fiz parte do livro Ao mestre com carinho –Ziraldo 85 no traço de 85 talentosos cartunistas (entre eles, este que vos fala, Aroeira, Chico Caruso, Dálcio, Ertahl, Glen Batoca, Ique, Maurício de Souza, Mig e Quinho), editado pelo dedicado e generoso Edra, pela editora Melhoramentos. Uma edição luxuosa e muito bem diagramada. Tenho que elogiar a coordenação no dia, com muita eficiência de Carolina Cruz. Foi bom estar com amigos de profissão novamente, já que as exposições de humor que reuniam muitos artistas estão rareando.
Foi a Bienal mais importante dos últimos tempos. No entanto, devemos falar sobre dois pontos importantes, que saltaram aos olhos. Esse recorde de público é lindo de se ver, mesmo impedindo uma boa visitação, porém contrasta com uma realidade do nosso país continental. Como um país com carências educacionais e tendo um livro lido por ano/pessoa ter esse sucesso? Não há um aspecto da sua vida particular ou da vida institucional do país que não esteja, de uma forma ou de outra, ligado a uma leitura. Porém, muitas pessoas acreditam que a Terra é plana.  Algo que bastaria ler as mais importantes informações, pelos mais importantes especialistas. Tenho uma teoria. O preço oferecido e o acesso aos autores foram as minhas escolhas. Do lado de fora do pavilhão, dava para ouvir os gritos de jovens pelo seu escritor youtuber preferido. Parecia o fenômeno Beatles. Essa espetacularização é importante para a aproximação do leitor e futuros leitores. E como tinha youtuber. Não é negativo. Levando ao caminho da leitura, está fazendo um papel extraordinário.
Para todos os efeitos, os shows levam a leitura. Se houver necessidade de leitura em PDF, alguns estandes ofereciam o melhor para esse leitor, apesar de sempre preferir o papel nas mãos. Não critiquem, mas o cheiro de livro novo é a primeira imersão desse leitor. A nota mais que negativa, é mais uma vez, a tentativa dos governos em impor suas vontades e marcar a edição, com a marca do pilot da censura, transformando em batalha judicial, algo que teimam em impor. Censura a obra artística é inadmissível. A justificativa a justiça, foram por duas obras. Uma, “As gêmeas marotas”, do holandês Dick Bruna, para o público adulto nem estava na Bienal. A foto anexada no pedido da prefeitura, tem inclusive, o preço em Euros. Uma tentativa se utilizando de inverdade para justificar o fim. A outra, uma obra da Marvel, que teve o marketing inverso, foi instantaneamente esgotada. E para aqueles que não acham importante a influência dos tais youtubers, Felipe Neto teve papel importante comprando as edições e distribuindo gratuitamente. Não é novidade esta edição, foi publicada em 2010 e já tivemos o casamento do mutante Estrela Polar e seu namorado.
Não é tarde para lembrarmos, a queima de livros feitas por Hitler e o partido Nazista em 1933. Isso para lembrar de fatos mais recentes da história. Os livros escritos por intelectuais contrários ao regime, foram queimados em praça pública como parte do programa de propaganda de Goebbels, chamando de arte degenerada, para apenas convencer a população da necessidade de acabar com a cultura e movimentos artísticos contrários a suas idéias.
Uma normalização do absurdo, da falta de educação, do extremismo, do atraso. Isso tudo dá para se conter. Basta um livro. A pena continua mais e que a espada.

Ecos da Bienal do Livro





Ocupa #3 da Galeria Urbana



Apresentação dos trabalhos de arte visual de André Barroso em imagens projetadas nas paredes do entorno da Galeria Urbana

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Isso que está aí, talkei?


E pensar que o homem de Neandertal tinha uma caixa craniana maior que a nossa, e possivelmente, um cérebro mais desenvolvido. Perdeu para nós, menos evoluídos, mais fracos, mas tínhamos um diferencial: A linguagem. E podemos nos vangloriar dessa vantagem evolutiva tanto para bem quanto para o mal. Vangloriar para o mal, eu digo, quando aqueles ideais de homofobia, misoginia, preconceito, belicismo e tudo que estamos vendo nos dias atuais, estão em voga, ganhando de todos os ideais de igualdade e fraternidade. 
Cada dia é um stress de inabilidades e maldades contra a população sem resolver nada e já estão falando em eleição de 2022. A um mês atrás, os governos do Brasil e dos Estados Unidos assinaram um memorando, para entregar bilionárias obras de infraestrutura do país a construtoras americanas. O acordo foi possível porque a Lavajato destruiu as empreiteiras brasileiras, que chegaram a ser as mais avançadas e competitivas do mundo, e agora o Brasil abre as portas para empresas como a Halliburton (que foi administrada pelo vice-presidente americano, Dick Cheney, entre 1995 e 2000) e suas subsidiárias, que são consideradas as mais corruptas do planeta. Lembram-se da guerra do Iraque? Existia a especulação de haver armas de destruição em massa e por isso a idéia de intervenção no país. Não havia nada, mas mesmo assim, invadiram. Acabaram com o país. Roubaram o petróleo e tem todo domínio, mataram e humilharam. Com o país destruído, quem foi reconstruir? Justamente. Só que aqui, não precisou invadir...
O Neandertal era mais preparado para dominar o planeta, pois além do crânio maior, tinha enormes músculos, ossos mais fortes e grandes ombros. Mas não falava. Será que se evoluíssemos dele, teríamos outro futuro? Como explicar um líder americano falar uma frase para o nosso presidente, como: "a cavalaria brasileira foi muito incompetente. Competente, sim, foi a cavalaria norte-americana, que dizimou seus índios no passado e, hoje em dia, não tem esse problema em seu país”. Como isso pode ser exaltado pelos dois líderes? Isso era exaltado por Hitler. E como temos um mundo exaltando ideias parecidas? Por que se assemelham com as idéias de quem apoia. Não é retórica, é projeto político de verdade.
Especula-se que o cérebro atrapalhou a evolução do Neandertal. Mas será que estamos usando o nosso direito? Sempre condenamos o fascismo. Sou tolerante com muita coisa, menos com fascismo. Principalmente porque o fascismo, diferente de outras correntes da extrema-direita é o racismo e a discriminação e vontade de eliminar quem faz parte de uma minoria. Mas cada vez mais, vemos essas ideias defendidas a luz do dia, sem medo de ter um dedo apontado para ele. Ao ponto de agora até invadir o palco para bater ou atrapalhar artistas. Um processo inclui mentiras espalhadas para viabilizar conflito.
O filho do Neandertal tinha uma gestação maior que a nossa, mas nascia como outros mamíferos, pronto e andando para sobreviver. Será que isso mudaria nossa forma de agir nos dias atuais?  Sem a linguagem teríamos dado mais certo? Não poderíamos mentir, mas também não teríamos como gritar pelos nossos direitos. Mas como não gritamos diante das bases da nossa economia competitiva sendo demolidas? O mercado interno sendo destruído, a base industrial indo à falência, a ciência é negada, a universidade sendo sucateada, a cultura sofrendo censura e deteriorando, entre outros setores. Uma derrota preparada pela Lavajato para esse desmonte. O maior sucesso dos EUA está aqui, sem precisar de guerra. Está completamente submetido economicamente, politicamente aos interesses dos EUA.
O homem de Neandertal era tão mais evoluído que não precisava da linguagem, mas foi um fracasso social. A linguagem é responsável para nos organizar, pensar, transmitir informações e mentir. Literalmente o Neandertal não disse a que vinha. Enquanto isso, ficaram os nazistas, mimados e tagarelas.



Dezessete cartunistas homenageiam Ziraldo na Bienal do Livro Rio


Dezessete cartunistas homenageiam Ziraldo na Bienal do Livro Rio, sábado, dia 7, às 15h30, no estande da Melhoramentos
Grupo faz parte dos 85 caricaturistas que estão reunidos na obra “Ao Mestre com Carinho – Ziraldo 85 no traço de 85 talentosos cartunistas

Se Ziraldo não vai à Bienal, a Bienal vai à Ziraldo. Nesta pegada, desde o começo da XIX Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, que vai até o dia 08 de setembro, a editora Melhoramentos tem levado aos visitantes do evento um pouco da riqueza de Ziraldo e seus personagens. Ziraldo não foi à Bienal, mas autografou vários de seus livros para seus queridos fãs. Ele também gravou vídeo especial, ao lado de Mauricio de Sousa e outros amigos, que pode ser visto em “looping” no estande da editora. Agora, a novidade vem através de seu amigo e conterrâneo Edra. Edra leva à Bienal dezessete dos 85 cartunistas que homenagearam o mestre na obra “Ao Mestre com carinho – Ziraldo no traço de 85 talentosos cartunistas”.   
Publicado pela Editora Melhoramentos, Ao Mestre com Carinho reúne, nas suas 192 páginas, um registro ilustrado por caricaturas de 85 talentosos cartunistas, escolhidos a dedo, que recriam fatos da vida e obra do multifacetado Ziraldo.
A segunda parte deste trabalho notável foi trazer uma biografia com dados, datas, fotos, desenhos e particularidades da vida e da obra de Ziraldo, que adorou o trabalho e abriu seus arquivos para complementar a obra.
O resultado foi um livro-homenagem que teve ainda a participação dos irmãos de Ziraldo, Zélio e Geraldinho, com a arte da capa e prefácio do livro, texto de apresentação do cartunista/jornalista JAL, Presidente da Associação dos Cartunistas do Brasil e na contracapa, uma mensagem do Jô Soares ao amigo de longa data.

Edra reúne no sábado, 7, às 15h30 os seguintes parceiros:  Afonso Carlos; Alan Souto Maior; Alecrim; Amarildo; André Barroso; Aroeira; Edra; Erthal; Fábio Coutinho; Ferreth; Glen Batoca; Hippertt; Ique; Liberati; Mauro Miranda; Mig; Mônica Fuchshuber.

Cada traço dos cartunistas convidados desta obra manifesta admiração e carinho pelo mestre Ziraldo, apresentando desenhos dos mais variados estilos e técnicas, entre eles a participação especial de Mauricio de Sousa. Veja abaixo lista completa:

Cartunistas participantes:
Abel Costa, Afonso Carlos, Alan Souto Maior, Alecrim, Alisson Afonso, Alpino, Amarildo, Amorim, André Barroso, André Camargo, Ariel, Aroeira, Baptistão, Bira Dantas, Biratan, Brito, Camaleão, Camilo Riani, Cerino, Chico Caruso, Cláudia Kfouri, Cláudio Aleixo, Cláudio Duarte, Cláudio Teixeira, Dálcio Machado, Edra, Enderson Santos, Erthal, Evandro Rocha, Fábio Coutinho, Fernandes, Ferreth, Fraga, Genin, Gervásio, Glen Batoca, Guedes, Hippertt, Humberto Pessoa, Ique, Ivo Favero, Izânio, J.Bosco, J.Fontinele, Jack, Jal, Jindelt, João Bento, Jorge Braga, Jorge Inácio, Leite, Lézio Jr., Liberati, Lucas Leibholz, Manga, Mário Alberto, Maurício de Sousa, Mauro Miranda, Mello, Mig, Miller Almeida, Moisés, Mônica Fuchshuber, Mônico Reis, Nei Lima, Paulo Branco, Paulo Caruso, Quinho, Rice, Rossi, Rui Miranda, Santiagu, Sérgio Gomes, Seri, Sid, Simch, Stegun, Suélen Becker, Thiago Lucas, Toscano, Turcios, Ulisses, Veronezi, Willian Medeiros e Xavier.

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Escalada da violência. Os fins e os meios


O velho adágio de que o fim justifica os meios, ameaça a sobrevivência de qualquer princípio moral no planeta, mas volta e meia é usada para absorver tudo, desde Stálin à mão do Maradona. A escalada da violência em oito meses de governo é típica de governos que focam na fragilidade da população, encontrando no discurso o gatilho para o incentivo de mais armas, mais execuções abalizadas e sem um verdadeiro plano de segurança pública.  Quando a ciência mostra que ouve um aumento de 80% no desmatamento em poucos meses de governo, não é porque quer desmoralizar a política ambiental (política ambiental do governo?), mas quer demonstrar que existe um problema sério e que precisa ser resolvido. Mas como isso pode ser importante para o presidente que tem sua fala, desde a eleição, dizendo da sua total falta de interesse no tema.
Total falta de interesse na preservação da Amazônia desde o início. Suas falas sempre foram “no meu governo não vai ter mais um centímetro para os índios”, “Não temos como administrar a Amazônia”, “Viva o agronegócio”, e sim são incentivos que tornam o avanço do desmatamento uma casa da mãe Joana. A truculência daqueles que viam a preservação como um impedimento para levar madeira, explorar o ouro ou até delimitar espaços, ficou aparente no momento da vitória do candidato. E como incentivar essa violência? Acabando com o Ibama aos poucos, sucatear as fiscalizações, demissões em massa, acabar com as pesquisas científicas na região, liberar as armas para fazendeiros. Uma bandeja pronta para aqueles que tinham receio e agora, matam índios, tacam fogo em Ibamas e se não bastasse esse aval, querem mais e mais. Matam a Amazônia com a mesma truculência dos discursos. O Governo foi alertado pelo Ministério Público três dias antes de “dia do fogo”. Nada fez achando que não perceberiam. A intenção era mostrar a Bolsonaro que apoiam suas ideias de “afrouxar” a fiscalização do Ibama e quem sabe conseguir o perdão das multas pelas infrações.
O Governo do Rio corrobora com as ações do Governo federal. Estão alinhados na mesma intenção. Aproveitando os medos da população na última eleição, se posicionaram sempre em relação a combater o “mal” com mais armas nas ruas. Nada de política pública. Apenas reação. O discurso sempre foi “comigo vai ser mirar na cabecinha e apertar o gatilho”. Esse discurso pegou a maior parte da população que dentro do senso comum acha isso a solução para seus problemas.
O que foi o último espetáculo policial na ponte Rio-Niterói? Depois de um tempo de incursões em favelas, atirando a esmo, matando inocentes, levando medo para as populações mais pobres, teve o alerta amarelo quando a imprensa se revoltou com a situação e teve até denúncia na ONU. Ele precisava de algo que pudesse reforçar novamente que sua idéia de combate a violência era o correto. E teve. Um sequestrador com arma de brinquedo é morto na ponte na última terça. Reféns libetados. Um sniper mata o sequestrador fora do ônibus. O governador Witzel comemora a morte por bala de sniper como se fosse Copa do Mundo. A sociedade aplaude, após 4h de caos. A sociedade doente comemora a morte por tiro de sniper. Me pareceu um grande golpe de marketing para reabilitar a imagem e a popularidade de um governador abaladas por assassinatos de inocentes nas ações de sua polícia nas favelas.
Ninguém se importou com a história que teve várias questões frágeis e ninguém vai se importar. Em conversa com o amigo Ricardo França, ele verificou muitas dúvidas. Um sequestrador, sem exigências, sem se importar com celulares e que estava ansioso por algo que haveria por acontecer. O congestionamento chama a atenção do Rio e do Brasil. Ele permite que as pessoas permaneçam com celulares, dinheiro e seus pertences. Começa a sair do ônibus DELIBERADAMENTE sabendo dos atiradores de elite posicionados. Solta reféns sem nada em troca.
Outra vítima dos novos tempos é a semântica. Quando chamam a volta das relações fascistas, do período de Hitler de “modernidade”, você sabe que está numa crise de significado.



quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Amazônia em chamas


Che ahayhu peteĩ Brasil mboka’ỹre. Frase em Guarani que fala que os povos indígenas amam o Brasil e não querem armas. Estamos no meio da maior devastação das florestas, meio ambiente e dizimação de índios da história, desde o período de Cabral e sua Nau no país. Quem apoia um governo, que diante de milhares de garimpeiros escavando criminosamente as terras de índios, matando quem se opõe e levando as maiores doenças, tem também as mãos marcadas de sangue. E o que diz o governo diante disso, é apenas que vai regulamentar o garimpo para que parte do lucro fique no Brasil. Uma declaração que mostra o problema sério que estamos vivenciando.
Tempos atrás, fiz o teste, por causa da minha pós-graduação em Estudos do Patrimônio Histórico em arte e cultura, pela UNB, perguntando quais os nomes famosos de indígenas que conheciam. A maioria lembrava de nomes de índios, por causa de entidades de caboclo na Umbanda. Nenhum nome de uma figura encarnada. Para não dizer que a pesquisa teve zero respostas, os mais velhos, aqueles com mais de 60 anos, responderam Juruna. O índio deputado, era uma caricatura para os jornalistas, pois levava um antigo gravador cassete para gravar as promessas e mentiras de políticos oligarcas.
Se você faz uma pesquisa sobre jogador de futebol, qualquer criança pode citar Neymar, Diego ou até Pogba, além de uma infinidade de outros atletas. Eu de cara poderia citar Zico, mas tem gente que até citaria Ipojucan, antigo jogador do Vasco que até jogou na seleção nos anos 50. Mas um indígena é mais difícil. Um grande chefe que teve seu nome falado nos anos 80, por causa do seu encontro com Sting, foi Raoni. Hoje, ele volta aos holofotes, aaos 89 anos, tentando usar sua fama no mundo para pedir socorro pelo mundo.
Choram os indios, choram os brasileiros e choram pessoas pelo mundo todo! Amazonia sendo destruida por um governo que nem economicamente pensa direito economia, pois a diplomacia bolsonariana já arrumou encrencas nos seguintes países, por ordem alfabética: Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Chile, Cuba, França, Irã, Israel, Paraguai, Noruega e Venezuela. Enfraqueceram Ibama, enfraqueceram todos os orgãos e Ongs que protegiam e cuidavam da mata dos animais e dos indios, agora a facada final, queimam tudo! Não bastasse os imensos buracos, levando chumbo para as águas e acabando com flora e fauna, além dos próprios índios. O pais sendo levado ao retrocesso de 500 anos!
Se recosam obviamente aos relatórios científicos, pois estes mesmos trazem a verdade e a verdade é o que menos importa em um governo eleito através de fake News. Os índios têm frases milenares muito boas para falar com paz e sabedoria para tudo. Se você fala com os animais eles falarão com você e vocês conhecerão um ao outro. Se não falar com eles você não os conhecerá, e o que você não conhece você temerá. E aquilo que tememos, destruímos. Isso nos traz uma tristeza, vendo que nossa realidade The Handmaid's Tale (O Conto da Aia) é imensa. O processo de captação nas igrejas pentecostais para apoiar a todo custo o governo, nos leva a uma realidade de distopia e muito temor, porque leva frases sem sentido para a boca de pessoas que reproduzem frases sem pensar nos que estão falando como: “A exploração da Amazônia é a vontade de Deus, e preservação é coisa de esquerdista". Isso é possível?
Isso não seria triste se não houvessem outras frases tão ruins repetidas com exaustão como: "Agrotóxico não faz mal, tem q liberar mais" "Se o filho do Presidente virar embaixador foi Porque ELE MERECEU" "Desmatar a Amazônia é normal" "Tem q cortar a verba toda da educação mesmo" "Chega de especialistas".
O pior que vamos ver a curto prazo essa devastação vai chegar em forma de tormentos naturais em breve, pois vai alterar todo planeta. Faço um apelo pela vida da floresta e consequentemente a vida urbana. Meu voto é barrar toda essa barbárie, pela vida sem que haja uma expedição bolsonarista punitiva no jornal.





quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Alô, Alô, Marciano.

Se hipoteticamente tivéssemos uma visita de um Robô Curiosity vindo de Marte, mandada por cientista de lá para conhecer o Brasil, não chegariam a nenhuma conclusão confiável. Não conseguiria entender como um presidente brasileiro resolve que a resposta das questões ambientais do país, estão baseadas em fazer cocô dia sim, dia não.
Dependendo de o robô descer e tentar descobrir como em pleno século 21, o Brasil elege um presidente que solta este tipo de impropério todos os dias? Como muitos ficam felizes com a implosão avassaladora ocorrendo, sem nenhuma indignação pública relevante? Se pudessem voltar no tempo, para entender em qual momento isso pode ter influenciado esse total momento de inércia, poderiam achar a quinhentos anos atrás, que logo depois do descobrimento do Brasil, os primeiros ocupantes da nossa terrinha, foram marinheiros analfabetos, rudes ajudantes e poucos capitães mais instruídos. Logo depois, uma leva da escória de Portugal, bandidos condenados e toda pior espécie que não era bem-vinda mais nas terras patrícias. Se tornou em uma terra muito rude, preparada para devastar e conquistar à base da força. Tentaram forçar os índios a trabalhar como escravos, tentaram catequizar, mas encontraram nos escravos vindos da África, seu intento. O momento chave de melhorar nossa população, foi através de D. João, quando decide trazer a missão francesa ao Brasil e criar a primeira universidade do país. Mas, até então, tínhamos uma grande população sem menor preocupação intelectual. Poderia ser um indicativo?
Os dados poderiam ser incompletos. Se aparecesse em um centro espírita, poderiam mandar fotos de livros que afirmam que o Brasil é o coração do mundo e será a pátria do evangelho. O que é verdade. Senão vejamos, em 1857 é publicado a primeira edição do Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, e três anos depois o livro chega ao Brasil. Em uma época que as cartas e notícias demoravam mais de dois meses para chegarem, em seu movimento circular de comunicação milenar, é muito rápida essa chagada do livro aqui. A doutrina surgiu na França, mas encontrou em terras tupiniquins, o melhor local para prática e expansão dos conceitos. E na sequência, a rápida consolidação se torna impressionante. Tivemos um país, que os médicos atendiam aqueles que tinham condições sociais para tal, com essa espécie de segregação social daqueles que viviam em gerações de exploradores ignóbeis. A população mais pobre e aqueles escravos que deixaram sua condição vil e ficaram à margem da sociedade, sem apoio de governos, encontraram ajuda nas tendas de matrizes africanas, fundada por Zélio Fernandino de Moraes.
Isso daria uma idéia melhor de um padrão social que ocorre por séculos. Tivemos um momento de resgate das minorias, mas desde a derrubada do governo, não só acabamos com todos os programas sociais, voltando aos estágios de outrora, mas estamos vivenciando o agravamento das condições sociais de forma vertiginosa. O robô marciano, dependendo de onde pousar, para tirar fotos e pegar amostras, poderia encontrar disparidades gritantes, como entre uma favela e um condomínio na Barra. Parece que essas disparidades, não dariam para ajudar numa eventual conclusão sobre nosso país. Poder-se dizer, que o país seria um punhado de pontos de vista. Hoje, entre esclarecidos e bolsonaristas. Pode-se dizer que somos várias versões de nós mesmos em teoria, mas vemos que no momento estamos unidos apenas por uma língua comum e pelo açaí com granola.
 Qualquer robô tentando nos decifrar seria um erro. Frases como fazer cocô dia sim, dia não, para salvar o meio ambiente, seriam carregadas de fake News que desviariam mais e mais a interpretação mais racional de qualquer pessoa sã.
Esse robô caindo exatamente na mesa do presidente da república, estaria em maus lençóis, pois de lá sairia com pane geral, mesmo sem ter o que recolher de informações, ao passo que se caísse na mesa de qualquer trabalhador nos dias de hoje, estaria arriscado a ser vendido em algum ônibus, barcas ou em praça pública. Ou comida, o que fosse melhor.