quinta-feira, 30 de julho de 2020

A confissão de Musk


Em sua conta no Twitter, o bilionário Elon Musk, Tony Stark da vida real, respondeu aos seguidores confessando que ajudou no golpe na Bolívia para roubar lítio do país (Diga-se de passagem, para fazer baterias para os carros elétricos dele). Não é novidade. A novidade agora é se gabarem publicamente se seus atos, como já afirmou também um ex-chefe da CIA, Duane McClarridge. Aos poucos, as pessoas vão percebendo os golpes dados pela América Latina e suas verdadeiras intensões. Como as elites do país não conseguem ter apoio popular e a necessidade de ganhar dinheiro acima de tudo, tanto deles, como dos americanos, precisam levar à força de qualquer forma. Seja fraudando as eleições, seja dando golpes. A situação na Bolívia não foi diferente do Brasil. Os votos de MILHÕES de pessoas foram jogados no lixo, para um bilionário roubar lítio. O pior é que ainda tripudiou.
O que os arqueólogos, no futuro, irão pensar da nossa civilização, quando fizerem escavações em Salinas e encontrarem todos aqueles carros? A Bolívia tem 80% da reserva de lítio do mundo. Baterias elétricas precisam de lítio. Como resolver esse problema? Elon Musk responde: Golpeie a Bolívia, privatize as reservas e jogue o preço do lítio no chão. Para isso, é financiado pelo governo americano e empresários interessados para difamar o governo (um dos melhores índices da América latina), insuflar a elite, dizer que foi fraude a eleição, onde depois foi revelado que não foi fraude e tomar o país à força, mas tentando manter um ar constitucional e tentando uma cara legal para dar credibilidade junto à população, afinal, derrotar 67% de aprovação de Evo Morales, somente com força bruta.
Os golpes dos dias atuais não são mais truculentos como no passado, como o de Pinochet ou o Golpe de 64 ou a chamada Revolução dos Cravos que acabou com autoritarismo em Portugal. Hoje, essa direita truculenta se organizou e já experimentou seus modelos nos países arrasados pela guerra no oriente médio, criando verdadeiros laboratórios para aplicar na América Latina. Lembre-se de receitas simples de “Como manter uma colônia ou eliminar um concorrente”. Corte a possibilidade de financiamento, apoiando a criação de leis que impeçam o seu endividamento, mesmo que ele tenha uma das menores dívidas públicas entre as 10 maiores economias do mundo; depois apoie, por meio de uma mídia comprada e cooptada com entrevistas de analistas do mercado, mostrar um discurso privatista e antiestatal para o povo. Aproveite o discurso austericida do governo para destruir o seu maior banco de fomento à exportação e ao desenvolvimento, estrangulando a sua capacidade de ação internacional, logo depois faça com que as forças que lhe são simpáticas paralisem, judicialmente todos os projetos, ações e programas que puderem ser interrompidos provocando a eliminação de milhões de empregos diretos e indiretos.
Isso não lembra o começo do golpe de 2016 no Brasil? Sim amiguinhos, o nosso golpe não foi pelo lítio, mas pelo pré-sal, por entrada de empresas internacionais no país para pegar as grandes licitações. Hoje a escolha de uma elite chucra no poder, pode ruir os domínios dos americanos no país. Da mesma forma como estão vendo internamente o declínio da extrema direita, o mesmo se dá no nosso país. Nunca tivemos um presidente denunciado mais de quatro vezes no Tribunal de Haia por genocídio contra a humanidade. Essa mesma direita chucra pode dar o golpe, mas não consegue sobreviver muito tempo. No Brasil de seis constituições federais, de nove moedas, tivemos o Congresso nacional fechado por seis vezes e sete golpes de Estado: 1889, 1930 – 34, 1937 – 45, 1945, 1955, 1964 – 85 e o mais recente, 2016.
Outro lugar visado pelos americanos é a Venezuela que apesar de toda a luta contra o governo para abocanhar o petróleo e ter um caminho mais curto de translado do ouro negro, a população se uniu contra a entrega de suas riquezas, fazendo com que todas as tentativas de golpe tivessem sido frustradas por lá, mesmo com apoio do Brasil para essa invasão.
A única boa lição disso é que realmente, o maior investimento que o Brasil pode pensar, quando recuperar o governo, é a educação. Um país consciente é imbatível.

                                                                      




quinta-feira, 23 de julho de 2020

Cidadão, não. Desembargador. Melhor que você


Marx já tinha falado: “A condição essencial da existência e da supremacia da classe burguesa é a acumulação da riqueza nas mãos dos particulares, a formação e o crescimento do capital; a condição de existência do capital é o trabalho assalariado. ” Essa é a cara da elite brasileira que não surgiu com o capitalismo. Surgiu na formação do Brasil. Uma grande parte da população quer enriquecer e acima de tudo, colocar o outro aos seus pés. Esse desejo, segundo Freud (1929/1930-1976), os homens não são criaturas gentis e amáveis, e sim dotados de uma poderosa cota de agressividade. Disso resultam as mais diversas maneiras de exploração entre os seres humanos, das quais destacamos a da capacidade de trabalho e, também, a pura humilhação. Esses fatos fazem o autor considerar o dito de Plauto “homo homini lupus” (FREUD, 1929/1930-1976, p. 133).
O desembargador é o retrato de uma classe de intocáveis. Herança daquela noção do colonialista, do dono de grandes terras, que além de dinheiro, tinha filhos na área médica, na justiça, cuidando da fazenda, religioso, mandava na cidade, tinha escravos e se achava Deus que tudo pode. Essa noção se perpetua até hoje. Quando o governo anterior resolveu humanizar e dar direitos as empregadas domésticas, foi a gota d’água para a classe dominante. Você pode dar um país no eixo, mas não pode mexer nos direitos sociais. O direito adquirido de humilhar o próximo com sua riqueza, parece um direito da burguesia. Esse ninguém toca.
Está na Lei.  “Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa. ” A Lei é para todos. Não existe lei para a população, mas não para Semideuses como deve se achar. Ele pode discordar, querer debater, mas não querer ficar acima desta lei. Desembargador não é gênero. Não existe banheiro masculino, feminino e desembargador. Ainda mais em um período de pandemia que estamos em casa, devemos fazer o que a OMS pediu para que a doença não mate mais inocentes. Além de querer ser um deus do olimpo, ele não se importa nem em possivelmente morrer ou contagiar e matar o próximo. Essa é a cara daqueles que pensam como o governo.
Como se não bastasse a atitude, tentou como justificativa de sua conduta nefasta, dar uma carneirada, humilhou o servidor público e ainda rasgou uma multa. Não sendo a primeira vez que sua atitude de soberba é demonstrada publicamente. Qual será a resposta da justiça para essa conduta? A resposta definirá o poço fundo em que vivemos ou não. E infelizmente não é um caso isolado, vamos nos deparar muito com essa conduta por todo lugar. Até por gente sem nenhuma qualificação, mas se diz amigo de alguém que pode dar um jeito. Na hora do ataque, a pessoa improvisa de acordo com sua moral.
Depois, como acreditar em alguma justiça feita por alguém desse porte? Como acreditar que agiu em uma sentença com equilíbrio? Como não desconfiar que não esteja aliado aos seus amigos poderosos? Qualquer julgamento com o deferimento deste cidadão de bem, será contestada. Existem profissões que devem se abster de opiniões e até mostrarem sua capacidade de justiça social com condutas no dia-a-dia.  Por aqui, se exalta políticos ingleses, sem regalias, que usam o transporte público ou sistema de saúde pública. Mas lá! Aqui, não! O político ou aqueles que querer se tornar de uma forma ou de outra nababescos, querem limusines dirigidas por algum servidor, querem sistema de saúde apenas para eles, entre outras situações que o possam ligar aos antigos coronéis do campo.
O juiz se justifica falando que está fora do contexto o vídeo, que já passou inteiro desde a abordagem. Queremos ver o final dessa história, que vai mostrar o grau de justiça que vai acontecer em um mundo que não mais tolera injustiças.

André Barroso na agência FotoArena


André Barroso agora faz parte da Agência FotoArena de São Paulo, na distribuição de quadrinhos. Muito feliz em fazer parte dessa equipe que tem a distribuição também de Angeli e dos argentinos Quino e Liniers

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Hoje é dia de rock, bebê!


Sempre estou ligado nessa data. Dia 13 de julho. É celebrado o Dia Mundial do Rock. Nessa mesma data, em 1985, foi realizado um dos melhores concertos beneficentes: O Live Aid, que ocorreu simultaneamente nos estádios Wembley, em Londres, e John F. Kennedy, na Filadélfia. Para quem não viu Woodstock ou Knebworth Festival de 1975 (onde Pink Floyd tocou na íntegra The Dark Side of The Moon, com Roger Waters), teve a chance de ver um superconcerto, mesmo que na televisão. O rock estava em alta, dominado e impulsionado pela MTV e seus clipes que aproximavam cada vez mais o público mais novo.
Imagine quem admirava grandes bandas dos anos 70 e tiveram a oportunidade de ver a reunião do Led Zeppelin (Mesmo com Phil Collins na bateria)? Ou do Black Sabbath? O Deep Purple também iria se reunir para o evento, mas Blackmore se recusou. Crosby, Stills, Nash & Young, o grandioso show do Queen retratado no filme Bohemian Rhapsod, U2 no auge da carreira, The Who, Sade, Sting, Bryan Ferry com David Gilmour na guitarra, Dire Straits, Judas Priest, The Beach Boys, David Bowie e Mick Jagger, Santana e Pat Metheny, Madonna no começo da carreira, Inxs e Men at Work, foram por baixo algumas atrações.
Tivemos o prazer, no mesmo ano de ter o primeiro Rock in Rio. Este histórico e recheado de atrações, me deu oportunidade de ver em um mesmo dia Whitesnake, Iron Maiden e Queen, em seus melhores CDs. Ainda tivemos AC/DC, Scorpions, Ozzy Osbourn, Yes e The B-52s. Esse ano do Rock in Rio foi uma jóia rara. Mas com o advento da MTV entrando firme na música nos EUA e posteriormente no Brasil, os meios de comunicação prestaram bastante atenção ao rock, tendo revistas especializadas em notícias, revistas biográficas colecionáveis, colunas em jornais e até rádios especializadas, entre elas a marcante Fluminense FM, responsável por lançar grande parte das bandas dos anos 80.
Hoje lembrando aquilo, penso que tivemos um grande momento da música. Muitas gravadoras investiram em bandas de rock, mesmo recém-formadas. Era uma febre. Mas se formos analisar racionalmente desde o desdobramento do rock a partir do Blues no sul dos EUA, especificamente no Delta do Mississipi, o rock sempre esteve em ascensão. A força do Blues estava concentrada na comunidade negra americana e os resquícios da escravidão. Desde o termo cunhado por uma professora negra, até a religião era exclusivamente fechado. Mesmo algumas tentativas do country se aproximando da cultura do blues não popularizou. Bastou um branco bonitão dom capacidade vocal e irreverente perceber o potencial desta música, que com sua inteligência levou o ritmo para os brancos e conseguir alavancar mundialmente a música que é nossa paixão até hoje. Tudo mérito dos negros americanos.
Elvis foi um fenômeno e se tornou rei. Logo depois, tivemos os Beatles, que se tornaram, segundo Lennon, mais famosos que Deus. Os anos 70 foram uma explosão de criatividade e bandas maravilhosas. Como não deixar de falar de RollingStones que são a superbanda até hoje com mais de 50 anos de estrada. Temos que falar de Jim Morrison, Janis Joplin e a majestade retomada do Rei por Jimi Hendrix. Tivemos uma década de muito fervor e criatividade por todo lado em todo planeta. Muito da sua capacidade, de força, se dá pela simplicidade de acordes na construção de uma música. O movimento punk, se aproveitou para falar seus poemas e sua indignação através da música, mesmo que com integrantes que ainda não sabiam tocar. A história do Heavy Metal vai se tornando cada vez mais potente através das décadas e nunca dependeram de meios de comunicação tradicionais, se tornando um dos poucos sobreviventes que não sentiram o baque comercialmente. Dos avôs Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple, passando por Iron Maiden, Kiss, o Hair Metal, o soft metal, indo ao Trash metal, esse segmento tem ardorosos admiradores até hoje. Mas, como os empresários retomaram as rédeas das mãos dos músicos, investiram em outros segmentos. No Brasil o Axé foi o primeiro investimento deles. Mas o rock teve força com o movimento Grunge e mesmo no período de acústicos. A força do capital, retirou o rock dos holofotes, mas não do imaginário de cada músico que surge no mundo. Todos começam montando sua banda em garagens, flertando com um dia subirem ao palco. O rock é emocionante até hoje. Nunca vai morrer de uma forma ou de outra. Já podíamos pensar em uma retomada do rock aos holofotes novamente, para o bem dos ouvidos humanos.
Nota de pé de página: Convido a todos para dar um salve no meu trabalho e ajudar o coleguinha a escrever uma nova página na música também: https://www.youtube.com/watch?v=K-IggCs6FBg





Obra em processo


A obra de escultura em processo, em andamento

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Paradoxos do Brasil palpitante


“No fim, o bandido sempre é pego! ” Nem sempre. O Brasil que eu conhecia nas ruas, era amável, tolerante e avesso aos turbilhões externos. Ledo engano, de uma criança que cresceu em uma bolha e acreditou no discurso de que o Brasil não era preconceituoso. Muitos viveram acreditando na premissa, de que o Brasil era o local para se viver. Sem problemas com terremotos ou vulcões. Via de camarote países arrasados por furacões, e no final se gabava convidando quem morava no exterior a conhecer nosso país. Essa cultura foi criada justamente no regime militar, para tentar esconder nossas mazelas e criar um país ilusório tanto para quem estava no país, como no exterior. A verdade é muito pior. Podemos não ter problemas climáticos, mas temos todo tipo de gente tentando se aproveitar do outro. Fora os americanos, que sempre exerceram força para raspar o que tivéssemos por aqui.
Em 1964 como no golpe de 2016, os americanos estavam por trás, ajudando grupos a tomarem o poder. E continuaram. O IBAD financiou campanhas eleitorais de ACM, Sarney e outros da UDN. Vários filmes americanos falam de como é fácil acabar com democracias na América Latina. Um exemplo: em 28 de junho de 2009, os militares hondurenhos sequestraram o presidente Zelaya. O pronunciamento da Casa Branca não condenou o golpe e em vez disso pediu: "todos os atores políticos e sociais de Honduras" a respeitar a democracia. No golpe parlamentar do Paraguai, em 2012, que derrubou o presidente em apenas 24 horas, Washington também contribuiu para a legitimar, colocando o supremo e tudo, no balanço final.
Aqui, O Golpe de 64 foi encabeçado por militares que marcharam no Tenentismo, combateram Getúlio, lutaram na II Guerra, e tiveram apoio do Exército e Marinha americana, Igreja, classe média alta. Tudo financiado para que acabassem com a aproximação do Brasil com a China, Cuba. Tudo documentado e é notório. Tivemos nossa abertura econômica, inevitável, acontecendo por toda América do Sul. Tivemos períodos de paz. Depois que Aécio Neves perdeu a eleição, começa o interesse americano em retomar o Brasil para ele. Afinal, em 2013, Joe Biden vem ao Brasil interessado em participar da exploração do pré-sal. E Dilma, na época, falou que planejava destinar os Royalties para educação e saúde. E o que aconteceu? Mês seguinte, começaram os protestos de rua, convocados pelo Facebook. Tempos depois, descobriram os financiamentos americanos, mas foram injetados milhares de dólares para alimentar fakenews, e aumentar o clima de tensão até culminar no golpe.
Recentemente, foi pega a atuação da agente do FBI na Lava Jato. Não como venderam os cidadãos de bem na época, mas para simular juridicamente uma situação para agravar cada vez mais e justificar o golpe para a população. Moro e Dallagnol foram as ferramentas da CIA e FBI nessa construção. O Brasil estava mexendo com o poder econômico dos americanos. Queriam o Pré-Sal, queriam acabar com os BRICS e nacabaram com as multinacionais da construção, que eram americanas as empresas de rescaldo de guerra e de grandes livitações internacionais. Agora que a identidade da agente do FBI Leslie Rodrigues Backschies foi revelada e sua atuação dentro da Lava Jato, fica cada vez mais claro para o senso comum, que o único objetivo era tirar a esquerda do poder a qualquer custo. E todo espetáculo que envolveu a mídia comprometida com o golpe. Nenhum poder democrático faria um espetáculo parecido, quanto esses tempos pré-eleição. Lembro que todas as cerimônias de poder, das pompas do Vaticano até concurso de camisa molhada, são paródias da liturgia real. A função é ser o teatro das linhas de legitimidade. E agora que os americanos ganharam tudo que precisavam, sem atirar nenhuma bomba, deixam o espólio dos problemas para o governo resolver.
Para a gente restou um nó na garganta, que não adianta muita coisa se a população não acordar desse pesadelo e gritar por seus direitos. 

André Barroso e Dia C


André Barroso participa a três anos do Dia C de Cooperar, promovendo cooperação e empatia a todos com oficina de desenho para as crianças. O Dia C, é um dia onde todos cooperam ajudando o próximo, entre médicos, artistas, advogados, e demais categorias que se juntam a esse dia de ajuda ao próximo. Este ano o formato foi online. Podem acompanhar a aula como foi pelo youtube: 


quinta-feira, 2 de julho de 2020

Educação na ponta da navalha


A gente se lamenta de como chegamos nessa situação de que se encontra a educação neste país. Dá para entender, que nunca se importaram como esse ministério, apenas para a verba que ela recebe. Por isso o interesse pela pasta. Apenas isso. O sucateamento é proposital. Se temos seres pensantes, não votariam no governo que entrou, mas como temos problemas crônicos nesse quesito, acabamos contraindo mais esse vírus. Tentam criminalizar as universidades, sucateando mais e mais. Apesar disso, são as melhores da América latina. A educação pública, já foi considerada uma educação de ponta e hoje estamos à mercê das escolas particulares. Já tivemos uma curva de retomada, mas novamente temos o declínio com gestão liberal.
Começamos mal. A educação começou em 1549, focada exclusivamente na catequização. Só aí, percebemos o quanto temos uma dívida desde a formação do nosso país. Logo depois, na era colonial, temos uma metodologia, que servia apenas aos mais abastados. As regras familiares, vinda dos portugueses, era que o primogênito seria herdeiro das propriedades da família; o segundo filho estudaria na Europa e o terceiro seria padre. Lembrando que a educação era direcionada aos homens. As mulheres não tinham acesso aos colégios. Somente com a chegada da família real em 1808 é que temos os primeiros ensaios de uma educação pública. Continuava sem investimentos reais e os mais ricos continuavam seus estudos na Europa. Somente em 1827, as meninas podiam frequentar as aulas, graças ao artigo nº1 da lei de educação: Em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos, haverão as escolas de primeiras letras que forem necessárias. A tentativa de mudar essa realidade, só foi acontecer a partir da década de 1920, onde se preocupou em democratizar a educação de qualidade para todos. Os modelos foram melhorando, verbas aumentando, até chegarmos ao regime militar. Aí, temos uma descendência até os dias de hoje. Queremos voltar a tradição jesuítica novamente, para um melhor controle da população.
Nesse sentido, chegamos ao golpe contra Dilma. Mendonça Filho, foi o ministro na época. Herdeiro de agroindústrias. A posição ideológica de calar o pensamento começou a ser instaurado começando justamente em atingir a liberdade de expressão, mas de maneira sutil. Acabando pelas beiradas. Incitando aos poucos que o melhor é o ensino privado. Mas ao menos havia o diálogo, debates e funcionamento da instituição, no que diz respeito aos calendários e orçamentos da pasta.
Com a extrema-direita entrando poder, na gestão Bolsonaro, temos a evolução da deterioração da pasta em ritmo galopante. Em um ano e pouco, vimos três Ministros assumirem a pasta da educação. O que vimos como apresentação de currículo foi um festival de mestrados e doutorados imaginários e plágios.
Ricardo Vélez Rodriguez, o primeiro ministro, errou 22 vezes em seu currículo e esqueceu de acrescentar coautores de seus textos, como no livro “Formação e Perspectivas da Social-democracia”. No ministério, os poucos meses em que ficou, não fez nada em relação a educação, mas nomeou figuras nazistas, incoerentes para o cargo, tentando aparelhar ideologicamente, além de suas falas incomodarem toda sociedade acadêmica.
Abraham Weintraub, seu substituto, mostrou que o que era ruim, pode piorar. Além de inconsistências em seu currículo, falhas em instituições, praticava o autoplágio em artigos publicados, prática abominada na comunidade cientifica. Com mais tempo no cargo, também se preocupou apenas em agir para financiar ataques ideológicos em qualquer meio, deixando o que interessava, a educação, de lado. Agora, é foragido do Brasil, sendo um dos piores ministros da história desse país.
Carlos Alberto Decotelli, entra como terceiro ministro. Entrou com um anuncio que apaziguou no primeiro momento, falando em ouvir e conversar e ser apenas técnico. Podia ser um alívio, mas já surgiram os primeiros problemas mesmo antes de assumir.  Estava no meio do imbróglio o FNDE com problemas graves na licitação e compra de laptops. Quanto ao seu currículo: Indícios de plágio no mestrado, a Universidade Argentina nega que ele tenha concluído doutorado e a Universidade alemã onde diz ter feito pós-doutorado afirma que ele não recebeu título algum. Ou seja, provavelmente, entramos em outra canoa furada.
Não dá mais para lamentar essa pouca vergonha, essa ronha, esse carnaval de argumentações. Queremos de imediato que os prazos não se percam, que o ENEM seja justo para todos e que a educação seja prioridade para nosso futuro, com salários justos aos professores e ensino gratuito de qualidade. Nada menos importa!