quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Reclamações contra o fim do mundo

Mandei minha indignação, meu pequeno texto de pé quebrado, com pontuações bem devidas, até onde não havia. Não obtive um mirrado verso torto das minhas reclamações acerca das inúmeras datas marcadas para o fim do mundo que não foram cumpridas. Muitos agora são cheios de prudência, são inundados de memes e ainda sofrem de severas advertências. Existe alguma tara pela destruição total na sociedade? Ou o não cumprimento do evento, mais de sete vezes, é que compromete a sanidade das pessoas? Essa última, estamos vivenciando diariamente em vários setores de nossas vidas, seja na política ou em discursos de empresas.
Se pensarmos bem, tudo tem começo, meio e fim. As mais antigas religiões, em diferentes pontos do planeta e em diversas épocas da história, escreveram essa história da humanidade com o início e o fim. As histórias se convergem a pontos muito comuns sempre. Para a ciência também. Ela fala no fim do mundo, quando o sol se tornar uma gigante vermelha, daqui a 5 bilhões de anos. 5 bilhões de anos. Podemos aproveitar bastante até lá, mas de qualquer forma, os cientistas já estão impulsionando o desbravamento espacial, onde em breve vamos colonizar Marte e logo depois o universo será o limite.
Temos notícias da previsão do fim do mundo em tempos imemoriais. Podemos destacar em 389 a.C, que fizeram a associação a queda do império Romano. Temos o famoso calendário Maia, que a história da humanidade acabava em 21 de dezembro de 2012. Rendeu apenas um filme catástrofe de Hollywood. A interpretação errônea de alguns estudiosos, levou a histeria nesse período, mas outra linha de trabalho, tinha revelado que a tradução não foi correta e dizia que na verdade estaríamos entrando em uma nova era de mudanças físicas e espirituais e que a roda da história recomeçaria seu curso natural, causando o retorno de eventos já experimentados no passado.
As religiões chamam de diferentes nomes o mesmo evento, com abordagem diferenciadas, mas no fundo, todos iremos sucumbir em um momento. Zaratrusta, na antiga Pérsia, criou uma doutrina chamada Zoroatrismo, também conhecida como masdeísmo. Seus fundamentos influenciaram o judaísmo, o cristianismo e até o islamismo. Nele vemos o evento Frashokereti.  O sol ficaria manchado, plantações morreriam, tudo seria seguido por uma imensa nuvem escura que cobriria o mundo e criaturas maléficas cairiam do céu. No final, um cometa chamado Gochihr vai colidir com o planeta criando um rio de lava que todo mundo terá de percorrer. Só os crentes na religião não vão sentir nada, mas os pecadores vão derreter em agonia eterna. No fim, quem sobreviver passará a ser imortal e todo o planeta falará a mesma língua e viverá em harmonia para sempre. Do outro lado, temos o Kali Yuga, no hinduísmo, é o período final de um ciclo de quatro etapas que o mundo atravessa, e estamos vivendo nessa fase agora. Segundo as escrituras, como o Mahabharata e o Bhagavata Purana, o Kali Yuga consiste em uma era de crescente degradação humana, cultural, moral, social, ambiental e espiritual. Governantes matarão mulheres e crianças e bárbaros espalharão pragas, fome, doenças, mentiras, falsas religiões e grandes secas. No final, todo mundo morre. Logo depois, o ciclo pode começar denovo, chamado de Satya Yuga, quando a Terra será habitada apenas pelos justos e as pessoas viverão por 10 mil anos. Até na cultura indígena Hopi, encontramos esse tema. Na mitologia Hopi, a Kachina é um espírito que vai mostrar a vinda do início do novo mundo, aparecendo como uma estrela azul. É descrita como o nono e último sinal antes do "Dia da Purificação". Uma catástrofe em que tudo será destruído, mas no final, haverá purificação do planeta Terra.
Muitos veem que não existirá um fim completo, mas uma renovação em que os maus deixarão de existir e apenas aqueles crentes e purificados, ficarão para transformar o planeta de todas as mazelas da alma humana. A torcida por um cometa se justifica nisso, mas será que quem está nessa torcida está em condições de estar ao lado dos bons? Será que oram e vigiam?  Até o fim do mundo iludiu a todos com o não comparecimento pela nona vez. Por isso, agora tudo é encarado com grande diversão. Se acontecer, ótimo, mas sabe que não vai acontecer agora. O fim do mês hoje assusta mais do que o suposto fim do mundo real. Mas como o povo precisa dessas paranoias para se sentir acolhido pelo próximo na mesma dor, aguardemos.
Ansioso para o próximo fim do mundo, esse foi suave. Coloco abaixo, a letra muito pertinente da música do Moska e meu amigo Billy Brandão:
Meu amor o que você faria?
Se só te restasse um dia
Se O mundo fosse acabar
Me diz o que você faria?

Ia manter sua agenda
de almoço hora apatia
Ou ia esperar os seus amigos
Na sua sala vazia

Meu amor o que você faria?
Se só te restasse um dia
Se O mundo fosse acabar
Me diz o que você faria?

Corria pra um shopping center
Ou para uma academia
Pra se esquecer que não da tempo

Pro tempo que já se perdia

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Andre Barroso & Banda - Somente eu





Nova música disponível nas principais plataformas digitais



Artista: Andre Barroso & Banda - Música: Somente eu

Disponível:
Spotify -
https://www.bit.ly/SomenteEuSpotify
Google Play -
http://bit.ly/SomenteEuGooglePlay
Deezer -
http://bit.ly/SomenteEuDeezer
Itunes -
http://bit.ly/SomenteEuItunes

Letra e Música: André Barroso
Produção: Gilber T e Bruno Marcus
Gravado, Mixado e Masterizado por Bruno Marcus no estúdio Tomba Records
Distribuição: Café Forte Musica Digital / Fonoastronauta / Sony
Lançamento: 2017

Produção web: RM Mídias

Contatos
contatoandrebarroso@gmail.com
https://www.facebook.com/andrebarroso...
https://www.instagram.com/andrebarros...
https://www.youtube.com/channel/UCzkn...

Somente eu

Adoro suas risadas
me quebro no seu choro
Somente eu sei...

Quando você me abraça
Para receber o meu carinho
Acho que não consigo disfarçar
O que somente eu sei...

Um sentimento que faz bem
Quando se torna inspirador de alguém
Mesmo sendo um desejo...
Que somente eu sei...

Tão distante é o seu olhar
Tantas outras distrações
tão sendo assim mesma
com inverdades não
consigo disfarçar
o Que somente eu sei...
um sentimento que faz bem
Quando se torna inspirador de alguém
Mesmo sendo um desejo...
Que somente eu sei...

consigo disfarçar
o Que somente eu sei...
um sentimento que faz bem
Quando se torna inspirador de alguém
Mesmo sendo um desejo...
Que somente eu sei...
Que somente eu sei...
Que somente eu sei...
Que somente eu sei...
Que somente eu sei...
Que somente eu sei...

Fergalicious

Absolutamente, o brasileiro não é perfeito. Antes, tínhamos vergonha alheia, pelos produtos com falta de qualidade e no momento em que temos empresas que competem no mercado mundial com qualidade ou melhor, o sistema se volta contra eles. Temos os ignorantes que conseguiram voz ativa na internet e saíram das sombras, quebrando de vez o ovo da serpente, enquanto as vozes críticas se calaram. Mas um fenômeno recente está tomando conta, sem distinção de alvo: O linchamento virtual. A maioria das vezes, quem faz posts de ódio ao próximo, está não só sendo negligente, mas de uma certa forma, estão reproduzindo carências da infância, raiva acumulada, falta de amor no passado e acabam tendo voz ativa nas redes sociais, pelas curtidas e atenções dadas ao que foi falado. Esse amor e comentários dados aquele comentário maldoso ou odioso, acabam preenchendo aquela falta que fez em um passado desse sujeito que se sente confiante em continuar a macular tendo pouca razão ou nenhuma, não importa. Importa para ele ser ouvido. Um dos esportes preferidos destas pessoas, e muito difícil de superar no mundo, é a criatividade nacional em apelidar esse ou aquele.
Se o cara é magro, dizem que é, Macarrão, Vara Pau, Louva Deus, Limpador de Mangueira..se é baixo, vira Carcereiro de Gaiola, Piloto de Carrinho da Hot Whells, Agricultor de Farmrville, Goleiro de totó, Líder comunitário de Playmobil e etc. Conheço até uma pessoa que era magra, alta e vivia com um casaco amarelo. Qual o apelido que foi dado a ele? Banana. Ele adotou esse apelido com tanta força que as pessoas mais próximas não conhecem ele pelo nome da carteira de identidade e sim pelo apelido. Banana é boa gente e tem uma filha linda. Quando tudo começa e ficar estranho? Quando você vê inserido nas palavras muito raiva e pré-disposição a um ato de violência.  Recentemente, o último ato de raiva foi contra a Fergie. A apresentação foi recheada nas redes sociais com atos de extremas maldade contra a cantora no palco Mundo, do Rock in Rio. Foi um verdadeiro linchamento. Em todas as apresentações, estamos vendo uma enxurrada de críticas, algumas elogiosas e outras nem tanto, mas parece que existe um verdadeiro desejo para atacar sem papas na língua. Houve até uma classificação que querem usar deste dia em diante. 'Fazer a Fergie': quando você não se prepara para o seminário, o DataShow dá problema, o vídeo que você baixou não abre, mas você segue em frente com a apresentação.

A Fergie vem do Black Eyed Peas, um grupo popular de muito sucesso nas grandes mídias. Evidente, que já vem com uma carga de expectativa em relação ao show. Quando a técnica falha, como no caso do bluetooth pessoal da cantora com os microfones. Isso aliado aos Playbacks, foram reparados mais do que os acertos. Quem é músico, sabe muito bem do convívio constante em shows com problemas de retorno, sons mal equalizados e outros problemas que fazem parte desse dia a dia. No caso de shows mais frequentes e pequenos, você sabe que vai passar por isso e tem que rebolar, para que o público não perceba, nem fique triste com a apresentação. Imagina em um show com milhões de pessoas assistindo? E ao meu ver, ela se saiu muito bem. Saindo de recente separação na vida real, se saiu simplesmente como uma verdadeira diva no palco. O carinho de quem estava presente e a sua silhueta linda, me recordando do impacto que provoca uma Marilyn Monroe, foram sempre presentes, mesmo sem poder cantar na maioria das músicas. No geral, Fergie é uma das grandes cantoras do pop mundial e não precisa mais provar isso. Tenho uma grande admiração pessoal por ela, e pela disposição em gravar com pessoas tão distintas como Sérgio Mendes [que é admirado, diga-se de passagens, pelos maiores músicos mundiais, fazendo com que o encontro seja marcado nas redes sociais, como o encontro com David Coverdale (Whitesnake)] e Slash. E somente as grandes personalidades, e já falando fora do mundo musical, são tão generosas, ao ponto de convidar o Dream Team do Passinho e Pablo Vittar. Aliás, a multidão se enlouqueceu com a presença das duas. Um verdadeiro gol de placa. Uma pena a revolta gratuita.
Precisamos rediscutir o que está acontecendo, de uma forma que as pessoas consigam entender que fazem muito mal a pessoa ofendida, mas ainda mais para quem é o ofensor. Toda energia de fúria contra seu irmão, se volta contra você. A vida é cíclica. Precisamos estudar mais profundamente esse comportamento e tentar aprender por que existe uma massa tão grande de pessoas infelizes no mundo. Sexismo gratuito? Inveja? Nunca vamos saber todas as mágoas envolvidas, mas como diria meu amigo e excepcional Rodrigo Fonseca: Em Niterói, as portas estão abertas para Fergalicious
Nota: Troquei Bonsucesso por Niterói, por motivos interesseiros mesmo.



quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Gravitações sobre a censura na arte

Já pensaram em um período onde obras de arte são destruídas, apenas por que não estão dentro do padrão de um grupo de pessoas ou que não concordam com que está exposto? Não estamos falando dos Hunos ou Talibãs. Estamos falando de Brasil. Hoje. Vamos primeiro recordar, que não se trata da temática, pois em outros tempos, tivemos a mesma situação.
No período do nazismo, Serena Lederer, um mecenas de arte, colecionou catorze das pinturas de Gustav Klimt. O artista era um grande simbolista austríaco, que tem, entre suas obras, uma famosa pintura retratando um beijo. Lederer enviou sua coleção ao Museu Immendorf Schloss para se manter seguro neste período. Porém, o partido nazista resolveu incendiar o museu. Não só a coleção, mas outros trabalhos de um período de 1898 e 1917, assim como afrescos no teto do museu foram destruídos. Isto tendo Hitler como pintor amador e amante das belas artes, além de estimado cerca de registrado o roubo de estimado 750 mil obras de arte pelos alemães no período da guerra.
Quando Adolf Hitler tornou-se chanceler da Alemanha, uma das suas primeiras ações foi a "purificação da cultura alemã", isto é, queima de livros e rotulagem de arte degenerada. Arte degenerada para eles, seriam qualquer manifestação artística moderna. Qualquer artista, passado ou presente, que não foi visto como tendo sangue ariano foi considerado degenerado. O rótulo foi colocado em muitos pintores alemães modernos, como Ernst Kirchner, que foi considerado como degenerado e teve todas as suas obras vendidas ou destruídas. Kirchner viria a cometer suicídio em 1938. Adivinha quais artistas foram considerados degenerados e expostos como bárbaros para a arte? A lista vai de Alexander Archipenko, Marc Chagall, James Ensor, Henri Matisse, Pablo Picasso até Vincent van Gogh.
Uma das obras, considerada degenerada de Van Gogh, era o Retrato do Doutor Gachet. Essa obra foi roubada do museu Städel, em Frankfurt, e iria ser leiloada por uma bagatela, mas quando Hermann Göring, líder nazista, percebeu o valor da obra, decidiu vender e fazer um lucro pessoal.
Pense bem, não tem justificativa para um ato vândalo contra uma obra de arte. Aliás, vândalo, vem dos povos chamados vândalos que fugiram dos hunos para o norte da África. Controlavam o oeste do mar Mediterrâneo com suas frotas piratas e em 455, saquearam e destruíram obras de arte em Roma. Seu fim foi em 533, com a invasão dos bizantinos. Eram povos primitivos, com sons de um idioma gutural (sons produzidos pela garganta). O que havia de comum entre os dois? A ignorância perante toda discussão que um trabalho de arte quer passar. Ignorância, falta de informação, falta de discernimento...precisa justificar através da força, por que para os fundamentalistas é preciso censurar, impedir e destruir o direito de ver.
Pense por que você está concordando com isso ou não. Se você concorda, você está se posicionando a favor da destruição de monumentos como o Talibã faz detonando arte milenar, patrimônio da humanidade da mesma forma. Nesse momento, você está fazendo o mesmo que os nazistas fizeram com Picasso, nesse momento com Volpi, Portinari, Flávio de Carvalho, Ligia Clark, Alair Gomes e Adriana Varejão, artistas consagrados que estão numa temática de discussão sobre proposta que trate de diversidade, gênero, questões de comportamento, temáticas LGBT. O título que dá a exposição, chamada Teoria Queer ( que é  uma palavra inglesa, usada por anglófonos há quase 400 anos), que afirma que a orientação sexual  e a identidade de  gênero são o resultado de uma construção social.  Temas atuais até tratados em novelas. A intolerância e o ódio, tornam a exposição importante, pois mostra o quanto ainda estamos precisando de educação no nosso país. Educação que passa não só pelo comportamento, mas pelo gosto do aprender, do saber, do questionar, do discutir. Estamos sob a égide de um discurso moralista baseado na intolerância, no preconceito e na inveja. Tempos tristes.
Pense certo. O discurso moralista não ficou nem no debate, foi promovido para um ataque de ódio desenfreado, atacando obras com vandalismo sem consequência, como as igrejas fundamentalistas que atacam imagens de outros cultos e jogam pedras em seres humanos. O discurso moralista é provocado pelos mesmos que tem teto de vidro. Aqueles que clamam por não ter corrupção e são flagrados corrompendo. A índia é o país onde o Kama Sutra está instalado em todo país a milênios. O Templo Khajuraho é o lugar para a maioria das representações do tipo de orgia. Está lá escrito em Sânscrito até hoje intacto, sem destruição, para todo mundo ver, de criança a adulto. Michelangelo pintou a transa de Zeus com a rainha de Esparta Leda transfigurado em cisne. A temática é a mesma, mas estamos tranquilos perante a obra, que na época era transgressora e colocava os mitos em questão. Quem não gostou no período poderia tacar fogo na capela Sistina? Hoje uma referência e tema de estudos. Graças a ele, a ciência do estudo do comportamento está preservada. Temos referencias e elementos para debates. A falta de debates faz com que muitas religiões censurem o que você deve pensar ou não. E se você for ver, você encontra na Bíblia, incesto, degolamentos, adultérios, apedrejamentos, crucificações e até um extermínio em massa da humanidade. A menos que você queira viver em uma nova idade média, com fogueiras torrando aqueles que apenas se opõe ao discurso oficial ou dos moralistas de plantão. Prefiro pensar que esse episódio pode trazer um novo debate e possamos corrigir atitudes. Restringir o que eu ou você possamos ver, se chama censura. E só há uma atitude aceitável: ser contra o fim da exposição. Assim começa os estados de exceção.
Pornografia, mas pornografia mesmo, foi o lucro da instituição bancária no 1º semestre: R$ 4,615 bilhões, aumento de 33,2%, Maior da história.
Então pensem bem.