quinta-feira, 25 de março de 2021

Finalmente, desmoronou!

O mundo não dá voltas, ele capota. Nesse momento em que vemos a suspeição de Moro brindamos com o tilintar das taças ou aquele copo de requeijão com uma cerveja, porém a caminhada foi longa e dura. O desenho do golpe através de inúmeras ilegalidades para parar aonde parou, não foi fácil. A caminhada foi longa e tortuosa. Agora temos a oportunidade de corrigir historicamente esse erro, mas não será fácil também. Senão vejamos:

Lula Incomoda a elite. Encontrou em Moro uma figura para idolatrar como o único que tinha prendido o ex-presidente. Mesmo com sua voz esganiçada, era retratado com super-homem. Logo após a primeira vitória de Dilma, setores da direita começaram a traçar um golpe tirar o PT do poder que poderia significar pelo menos meio século de governo. Mas, de todos os lados, setores tentaram desestabilizar o governo Dilma, com crises fabricadas pelo mercado, incrementaram o movimento de massa de conservadores, e principalmente as ações do juiz Sergio Moro acabando com as principais empresas de construção civil, provocando a demissão de centenas de milhares de trabalhadores.

Embora tarde, a justiça foi feita. Esse juiz cujo pai foi presidente do PSDB no Paraná, a mulher dele é advogada da Shell,  Rosa Weber é TIA da Mulher de Aécio Neves que é amigo de Moro e este sempre foi muito serviente aos Estados Unidos, incriminou os executivos das grandes empreiteiras da Odebrecht, OAS, Camargo Correia, entre outras. Sempre arrumou uma maneira de condenar os seus executivos, onde saiam através de delações premiadas para tentar chegar a Dilma e Lula. Sempre tinha dificuldades, pois não havia manchas nessa biografia. Era preciso descer degrau, mentir, manipular e chegar a qualquer custo a algo.

Moro será lembrado eternamente como aquele que viabilizou o golpe no Brasil e ajudou a eleger a extrema-direita no Brasil. Estará ao lado de  Fouché, serviçal de Napoleão e Edgar Hoover, homem forte do FBI que ficou  38 anos a frente da instituição e chantageou presidentes. Não à toa que Moro teve todo ensinamento americano para ser o personagem principal deste golpe. A vaidade levou o ex-juiz as alturas e da mesma forma, derrubou sem dó nem piedade. Lembre-se que Sérgio Moro fez o primeiro curso  da Cia e do Ministério Público norte-americano, aprendendo a adaptar as leis antiterrorismo à lavagem de dinheiro, para pegar os políticos brasileiros e selecionar os que lhe convém punir, desmoralizar, matar politicamente.

A estratégia americana de promover guerras em países fracos em democracia e estruturas de segurança, derrubar governos para depois ter empresas americanas reconstruindo este mesmo país com dinheiro do país, sempre foi uma tônica, mas aqui não precisa disso. Ele derrubou um governo, através de estratégias de fakenews , se deu o avanço das empresas norte americanas no Brasil, que doavam para campanhas de políticos, mas o juiz preferiu desconhecer isso. Elas que sempre perdiam concorrências no Brasil e pelo mundo para as empresas brasileiras, agora com a ajuda do Moro estavam livres para atuarem no Brasil e no exterior.

O ex-juiz não deve sofrer implicações, pois serviu bem ao golpe. Apenas sairá com a imagem arranhada. Fico imaginando a cena:

- Faça as malas Rosângela!

- O quê foi?

- Não discuta! Vamos sair enquanto é tempo! A situação está ficando complicada!

- Mas e seus amigos no governo?

- Nessas horas é cada um por si. Ou você quer me ver dando explicações no Congresso, diante de refletores? Não consigo! Gaguejo, faço hmmm...

A melhor frase que me recordo é do ex-presidente Lula para Moro, quando estava dando esclarecimentos a ele:  "Deixe eu lhe avisar uma coisa, Doutor: esses mesmos que me atacam hoje (...) farão ataques muito mais fortes ao senhor".  Tiro e queda.

 

Lançamento do CODINOME: BOTO 02









Em 2017, foi lançado, na livraria Travessa, o livro Codinome Boto, de André Barroso, pela editora DataCoop. Numa edição de luxo, com prefácio do grande crítico de cinema, Rodrigo Fonseca; o livro traz uma história inédita da figura mítica do Boto combatendo o crime no Estado do Rio de Janeiro. Além de uma figura do inconsciente coletivo nacional, o personagem se impõe como uma verdadeira estética de super-herói nacional. Diferente da imagem pop americana, dos super-heróis que marcam estética americana, outros países fazem o mesmo para encontrar suas imagens míticas, como Asterix para a França, Holger Danske na Dinamarca ou até DragonBall para o Japão. O livro ainda conta, com trabalhos reunidos do artista em diversos jornais diários e blogs do qual trabalhou.

O número 2 traz o boto sob a ótica do artista mineiro Melado, com texto de André Barroso. Melado  sempre foi uma jóia rara na ilustração, comparada aos traços de Moebius. Trabalhou com Nilson numa série de tirinhas chamada Quixotó e Sanchulé e mais tarde criou o personagem Grafite pelo Diário da Tarde. Foi ilustrador do jornal até sua extinção. Possui inúmeros trabalhos publicados, entre eles, Memórias Póstumas de Brás Cubas, em quadrinhos. CODINOME BOTO foi editado pela Proverbo, tem o prefácio da deputada federal Talíria Petrone.

Num mercado editorial pequeno e competitivo como o nosso, acabamos perdendo espaço para escritores de fora e histórias importadas. É para mudar esta realidade que este livro sequencial existe! A luta é pela publicação de uma história genuinamente brasileira, com personagens inspirados em nossa cultura. Publicar um livro para um profissional de imagens é muito importante, mas o processo de entrega de material a uma editora (pequena, média e grande) é um pesadelo. Precisamos encarar o fato de que muitas obras enviadas para as grandes editoras são ignoradas, nem mandam resposta positivas ou negativas. A saída sempre foi autopublicar ou publicar em uma editora com compromisso com o autor, como foi o caso da primeira publicação pela DataCoop.

O lançamento será virtual, pelo instagram @andrebarrosoebanda, e por dois debates e outros canais no mesmo dia 06 de Abril.

 

quinta-feira, 18 de março de 2021

Ministério da Saúde na CTI

Na narrativa do mito de Narciso, segundo a mitologia grega, Narciso era filho do deus Cefiso e da ninfa Liríope. Ele era belo e quando nasceu o oráculo, chamado Tirésias, disse que ele não deveria admirar sua beleza, pois isso amaldiçoaria sua vida. Narciso acabou se tornando arrogante e orgulhoso. E, ao invés de se apaixonar por outras pessoas, ele ficou apaixonado por sua própria imagem, ao vê-la refletida num lago. Narciso se apaixonou de forma tão intensa que ficou definhando até morrer no leito do rio. Freud desenvolveu uma teoria baseada neste mito, que determina o amor exacerbado de um indivíduo por si próprio é um transtorno de personalidade, e está associado a sua essência egoísta de valorização de si. Ou seja, a pessoa narcisista preocupa-se excessivamente consigo e com sua imagem, que geralmente necessita ser admirado e não admite que sua presença passe despercebida em determinado grupo.

Nosso presidente tem uma carência neste quesito, mas isso determina comportamentos que justifiquem à 4º troca de ministro da Saúde? Se fosse, não tiraria Pazuello, que sempre foi leal aos seus desejos, mas também executou o que precisava em termos de medicação que fosse levada como tratamento precoce. Aliás, a saída do ex-ministro, poderá desencadear uma série de questionamentos na justiça pela condução inepta da pasta, pois não vai ter mais a proteção do cargo. A troca se justificaria apenas para mudança de direção completa dos rumos de condução contra a pandemia. O que temos de eficaz, segunda a ciência? Uso de máscaras, uso do Álcool gel, distanciamento social e vacina. O novo ministro, apesar de tempos atrás ter dito que apoiava as medidas de contenção, já mandou avisar que o presidente é quem manda, então, nada de mudanças.

A cotada que poderia mudar os rumos do país, não aceitou se sujeitar ao papel subserviente, sem ações concretas e verdadeiras logísticas contra a pandemia, apenas, segundo alguns jornais, por ter chamado o presidente de psicopata. Um psicopata é uma pessoa com um transtorno em que existe um padrão de desprezo e violação dos direitos dos outros. Alguém, como o presidente, que nunca se comoveu com quase 300 mil mortes por covid, pode ser chamado de narcisista e psicopata? Apesar da psicopatia sei um dos distúrbios mentais mais difíceis de diagnosticar e detectar, o psicopata pode parecer uma pessoa normal e até encantador aos olhos de um admirador, mas falta ao psicopata a empatia, fazendo com que haja como manipulador e criminoso. Afinal, um psicopata não respeita regras e até as burla de forma intencional. Quantas vezes vimos isso acontecer ao nosso presidente?

Agora, o youtuber Felipe Neto foi enquadrado, pela lei de segurança nacional por ter chamado Bolsonaro de genocida. Genocida é aquele que ou quem perpetra ou ordena um genocídio. Genocídio é usado para designar as ações realizadas por determinados grupos ou pessoas com o objetivo de exterminar outros grupos por conta de sua opção religiosa, ideológica, ou por questões ligadas à etnia, raça e nacionalidade. Ora bolas, é notório que existe discriminação racial, existe homofobia, misoginia, além de uma clara falta de empatia com os povos indígenas e grupos religiosos que não pertençam ao grupo que ele pertence. Cabe falar isso? Está correto? Isso atinge a vaidade do presidente, que faz com que a psicopatia o leve a burlar as leis e utilizar o cargo para perseguir pessoas a seu bel prazer, por que além de tudo mencionado, negligencia a população por não usar a ciência e imunizar a população, que agora morre pela doença, de fome ou de stress.

Nossa âncora do real nos protege contra fakenews, mas e amigo ao lado que está em um bote salva-vidas ou apenas tentando não se afogar nadando? É para todos estes, mesmo quem tem ancora, que devemos nos preocupar dos mandos e desmandos do governo. Mas como evitar um tsunami que vai levar o país ao caos?

 

quinta-feira, 11 de março de 2021

Combater crimes cometendo crimes

"Onde mais descer, na escala da degradação?", disse Gilmar Mendes, sobre a Lava Jato. Já relatei o meu voto pela expulsão de Sérgio Moro da advocacia e julgar a sua parcialidade em todo processo, que evidentemente está claro. A sacudida dada pelo judiciário, com mudanças claras do jogo político e uma ansiedade quase adolescente para saber quem irá ao paredão. O maior escândalo judiciário da história do Brasil foi ajudado pela mídia que levou o presidente Bolsonaro ao Planalto. A previsão é que Moro vai pagar 200 mil reais e vai se livrar da cadeia. Prenderam o Lula, no começo, pelo Triplex sem provas, apenas por convicção. Tiraram da corrida eleitoral à força, com a imprensa internacional e representante da ONU vendo esse teatro.

"Nem animais para o matadouro se leva da forma como se levou um ex-presidente", disse Lewandowski sobre condução coercitiva de Lula. Além de todo processo viciado, da perseguição de Moro, com direito a escutas nos escritórios dos advogados de Lula, a cereja do bolo foi a prisão do ex-presidente, com direito as maiores redes de televisão mostrando o evento como a um circo. Se há circo na história, deveria haver mulher barbada, atiradores de facas e até com muito nojo pessoal, anões besuntados na luta no gel. Sempre temos a sensação, que nosso país o inconsequente e o essencial se confundem. Não dá tempo nem para discutir coisas sérias como a inflação e a contratação do Rafinha no Flamengo.

O ministro Lewandowski diz que Lula não teve um julgamento justo, mas um “verdadeiro simulacro de ação penal, cuja nulidade é evidente”. Provas colhidas ilegalmente, forjadas e um juiz e condenador que foi alçado a Ministro da Justiça de seu rival, mostram cada vez mais ao país, o buraco em que estávamos metidos e se a frase de Gilmar mendes sobre Bretas e a Lava Jato, dizendo que “supostas irregularidades” sejam de “corar frade de pedra”, o buraco certamente é maior do que todos imaginam. Sempre seguimos o dia seguinte, com o pensamento pessoal de: “O que não devemos estar perdendo?”

Muitos acham que o Ministro Fachin fez finalmente justiça. Ainda que demorado cinco anos. Agora remoemos tudo que aconteceu no passado, mostrando o quão absurdo foi todo processo, mas que na época, ninguém viu. Mas Fachin quer proteger Moro e a Lava Jato. Mesmo que por isso, tenha que soltar o maior líder desta nação e correr o risco de enfrentamento com Bolsonaro na próxima eleição. Moro estava sendo financiado por grupos americanos e essa estreita relação vista com um jornal americano mostrando que Eduardo Bolsonaro estava na cúpula das decisões da invasão ao Capitólio americano. A wickiLeaks  já mostrou documentos sobre a ida de Moro para um curso de como derrubar governos, de forma jurídica, por um grupo da CIA.

No olho do furacão, houve gente pedindo que o Lula fugisse ou aceitasse não disputar as eleições, que a Dilma renunciasse. Imaginem se entregando? Eles estavam certos o tempo inteiro e se mantiveram firmes com as decisões, mesmo com injúrias da imprensa, população radicalizando, e enfrentando a prisão injusta. Todos que apoiaram Moro para a queda de Lula, dando o pontapé do golpe, agora estão numa faca de dois- gumes. Salvam Moro e soltam Lula. Colocam em risco a vitória para a próxima presidência no colo do Lula, mesmo correndo por fora, já falando que a bolsa já mostra subida e o dólar disparou.

Posso não estar acompanhando o Big Brother, mas esse paredão quero acompanhar.

 

quinta-feira, 4 de março de 2021

Nau sem rumo

Para todos aqueles que achavam que a onda do COVID tinha terminado faz tempo, tivemos 1726 mortos em 24 horas. Número maior que a maior inda dos Estados Unidos com 1.425 mortes, contabilizando um aumento de 11% no Brasil enquanto caíram 6% no mundo. Estamos assistindo ao verdadeiro caos na saúde, previsão de volta do lockdown e hospitais alugando containers para acomodar os mortos pela doença. Na outra ponta, onde deveríamos ter um presidente comandando a nossa Nau para mares menos turbulentos, o vemos levar o navio para dentro da tormenta.  Somente quem viu um mar raivoso, entende a metáfora.

Um timoneiro que se preze continua a navegar mesmo com a vela despedaçada. A luta para vacinar a população deveria ser prioridade para um presidente e não atrasar e procrastinar a campanha de vacinação, que nem existe. Essa luta está sendo travada pelos governadores e prefeitos das cidades. Imaginamos ter um líder que lute pelo povo desde o berço até o casamento, desde o primeiro vagido até a primeira volição. Algo que mostre verdadeira empatia por quem está governando. O Governo Federal não consegue nem ao menos fazer uma comunicação mínima sobre a vacinação. É os consórcios da impressa que está fazendo e  é a impressa que está contabilizando e dando os números reais e comunicar número de mortos.

A grandeza não é onde permanecemos, mas em qual direção estamos nos movendo. E a despeito do que nada faz o Governo Federal, não vai mais comprar vacinas, quer ainda empurrar Cloroquina e agora um spray milagroso de Israel, estamos muito na contramão de uma solução digna. E não se brinca impunimente com um povo, que, a mercê de Deus, tem ainda bastante brio para preferir ouvir a ciência e ao bom senso. Mas e aqueles que ouvem a voz de um presidente negacionista e se lançam nas festas clandestinas, Carnaval proibidão e se lançam as ruas sem máscara? Irá para a conta de quem?

Você precisa cuidar bem do seu barco, senão como vai navegar por aí? Como está a situação atual no país? Não terá vacinação em massa no Brasil, a variante p1 é mais grave e letal pra faixa entre 18-51 anos, não existe a ideia de imunização de gado, pois Se alguém já pegou Covid, isso significa absolutamente NADA e o colapso na saúde apenas está só começando e o que vem pela frente é o caos, enquanto o Governo lança dessa maneira sobre a população um labéu de covardia e de indiferença. O Governo se posta como o maior enfermo na pandemia, sem querer a cura verdadeira.

Estamos navegando sem levantar âncora. Sem solução. Enquanto o presidente está preocupado com a repercussão da compra da MANSÃO do seu filho por R$6 milhões, no mesmo momento em que faz vetos na Lei da Vacina, 14.121 (MP 1003). O Ministério da Saúde fica desobrigado a comprar, distribuir ou vacinar, até mesmo as vacinas autorizadas pela ANVISA. Éramos um país exemplo e nos tornamos páreas no mundo, com a Argentina fechando fronteiras com o país e muitos outros isolando o brasileiro, afinal, não só não estamos nos imunizando como estamos soltando uma nova cepa mais violenta para o planeta. Até quando?

Dentro dessa Nau desgovernada que estamos vivendo, sem bote salva-vidas, sinalizador ou sem poder fazer ao menos um código Morse para pedir socorro, vou ficar com a famosa frase de Fernando Pessoa, que resume a atual situação do Brasil: “Navegar é preciso; viver não é preciso.”.