quinta-feira, 25 de abril de 2019

Queimam nossa fé


Essa foi uma semana quente. Fiz arquitetura e artes plásticas, com pós-graduação em Patrimônio histórico artístico e cultural. Nada me entristece mais, do que ver Notre-Dame arder em fogo, destruída em algumas horas, o que o tempo não foi capaz de detonar. Assim como no caso do Museu histórico nacional, do qual chorei, Notre-Dame me deu uma sensação de angústia profunda de um tempo de muita conturbação e ódio desenfreado. A catedral (cathedra=trono do Bispo) gótica foi construída de 1163 a 1250, majestosa com seu formato de cruz e os arcobotantes, eram inovações de uma Europa com receio de mudanças estéticas. Sentimos e fruímos o arrojo de sua criação. E pensar que Notre-Dame viu a Revolução francesa, a Comuna de Paris, foi inspiração para o trabalho incrível de Victor Hugo e permaneceu séculos e séculos em pé, mas não foi capaz de sobreviver ao incêndio da semana passada, foi muito triste.
Rapidamente as redes sociais ficaram cheios de teorias conspiratórias e como sempre, a direita tratando de espalhar que foi obra dos muçulmanos. Mas um ponto que chocou mais foi o fato que poucas horas depois do incêndio, Macron, o presidente francês, pediu que houvesse doações para a reconstrução e em algumas horas, acumulou alguns bilhões, até mesmo de Lily Safra, a bilionária senhora que doou R$ 88 milhões. Ela herdou três diferentes fortunas, sempre uma maior do que a outra. Mas no Brasil não há imposto de transmissão sobre grandes fortunas. Enquanto isso, nosso Museu Histórico, ao longo de meses, teve a quantia de R$ 200 mil acumulados para sua reforma. Nosso presidente na época, desdenhou falando que: “O que quer que eu faça? ”, mas tuitou profundo pesar com o incidente em Paris.  Mesmo assim, os coletes amarelos na França, também estão indignados com a rápida coleta de verba bilionária para um bem cultural e quando se trata de ajudar os trabalhadores ou até mesmo um africano famélico, não há um movimento sequer.
No mesmo momento em que a catedral de paris ardia, do outro lado do mundo, A Esplanada das Mesquitas, terceiro lugar mais sagrado do Islã, na Cidade Velha, em Jerusalém Oriental, parte palestina da cidade, queimava, mas sem nenhum alarde internacional. O local é o lugar mais sagrado do judaísmo, que o venera o nome do Monte do Templo. Os judeus não podem rezar nele. Dois dias depois, um homem foi preso depois de entrar na Catedral de São Patrício, em Nova York, com quatro galões de gasolina, isqueiros e fluido de isqueiro. Na sexta, um incêndio gigantesco no centro histórico de Lima causou vários deslizamentos de terra e explosões, culminado na destruição da Igreja Redentor da capital peruana. Ontem, oito ataques a bomba contra quatro hotéis, três igrejas, onde cristãos celebravam o domingo de Páscoa, deixou 207 mortos no Sri Lanka.
O que está acontecendo? São fatos isolados? Coincidência acontecerem em um momento de turbulência internacional? De ódio sem freio? Meses atrás, O sheik Abdul Aziz bin Abdullah, a maior autoridade religiosa, afirmou que era necessário destruir todas as igrejas da região católica, por isso está gerando uma grande turbulência conspiratória pelo mundo. Mas como foram atraídos, em um curto espaço de tempo, muitos incêndios em centros religiosos católicos pelo mundo, foi a olhos vistos.
Nesse momento, me passa duas histórias pela cabeça. Uma é do ladrão de elefante pego pelo guarda do circo. Ele pergunta ao ladrão que havia tanta coisa para roubar e foi logo levando um elefante. Podia até levar cães amestrados, o macaco e até a foca com desculpas esfarrapadas, mas que podiam convencê-lo do roubo, mas o elefante? O ladrão então, com a paquiderme preso numa corda fala ao segurança: - “Que elefante? ” Ou seja, o fato está à frente de você, mas as cortinas de fumaça para dispersar os verdadeiros intuitos estão sendo escondidos, para deixar todos à mercê de um clima de medo e instabilidade global.
Outra é lembrando que Lima Barreto já dizia em 1911 na Gazeta da tarde em "O Convento": As catedrais góticas irão abaixo quando o catolicismo não tiver mais adeptos. A conferir.

André Barroso e banda nas rádios pelo mundo

Tiem, kuriem nebija iespēja klausīties 23.04.2019 Conexão FM Brasil programmu - Pavasaris Skan - varat to noklausīties šeit!!!
Quem perdeu o programa Conexão FM Brasil do dia 23.04.2019 - Pavasaris Skan - Confira aqui!!!
Mūzika - Izpildītājs / Música - Intérprete
01. Cachimbo - Arnaldo Antunes
02. Beguine Dodói - Elis Regina - O Mito
03. Imenso - André Barroso e Banda / Tatiana Dauster
04. Só se não for brasileiro nessa hora - Urucum
05. Lema - ney matogrosso
06. Ciranda para Janaína - Fabiana Cozza / Kiko Danucci
07. Vai e vem - Antonia Adnet
08. Mad Max, a canção - Marianna Leporace - Cantora / Alexandre Lemos
09. Maré baixa - Pitanga em pé de Amora
10. Letra de música - David Duarte / Felipe Cordeiro
11. Você e eu - Emilio Santiago
12. A violeira - Monica Salmaso
13. Pescaria - Fred Martins
14. Não tem tradução - Cristina Buarque / Henrique Cazes
15. Falsa folha de rosto - Boogarins
16. Ralador - Mariana Baltar
17. Eu quero sol - Fernanda Abreu

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Oswaldo Teixeira - o pintor


Uma pequena homenagem que produzi, para um dos grande artistas que esse país conheceu. Foi tema de minha monografia na pós-graduação

Primeiro Encontro Astronauta 20 Anos acontece em abril, no Paschoal Carlos Magno


Primeiro Encontro Astronauta 20 Anos acontece em abril, no Paschoal Carlos Magno
Selo fonográfico que lança novos talentos se reúne com artistas independentes e mostra seu novo modelo de negócio, em parceria com a Universal Music

Lá se vão vinte anos do surgimento do selo fonográfico Astronauta Discos, em 1999, ainda na Era do Compact Disc. O produtor, jornalista e escritor Leonardo Rivera já tinha trabalhado no departamento Artístico da PolyGram – onde foi assistente de produção em álbuns de Rita Lee, Cássia Eller contratou a banda Farofa Carioca (que revelou  Seu Jorge e Gabriel Moura, entre outros). Mas resolveu lançar a banda Autoramas, contemporânea dos Los Hermanos, e para isso montou seu selo lá na mesma empresa que tinha trabalhado, agora comprada pelo grupo Universal.
Comemorando duas décadas e quase trinta lançamentos, a Astronauta Discos resolveu fazer uma série de encontros com artistas, produtores, investidores, empresários, programadores de casas de shows e donos de estúdio para uma conversa informal sobre o novo modelo de negócio, que marca justamente a volta do selo Astronauta para a Universal Music International.
Conhecido por ter dado à luz discos de estréia dos Autoramas, o primeiro CD da banda Galaxy (de Beto Lee, filho de Rita Lee & Roberto e, hoje, guitarrista dos Titãs) e outros nomes interessantes, o selo Astronauta acaba de lançar a banda Zé de Albuquerque (SP) e vai ativar projetos como “Astronauta Singles” – com nomes convidados fazendo gravações exclusivas – e o “Vale A pena Gravar De Novo”. Além disso, Leonardo Rivera e seus colaboradores estão buscando novas bandas e interpretes para lançar digitalmente nessa nova parceria com a Universal Music.
“Ainda acho que é preciso bom gosto, conhecimento de repertório e música, para se achar artistas – mesmo no Youtube ou na selva de lançamentos digitais independentes. Mas também é preciso conhecer o caráter deste artista, ir a shows, ver como ele se coloca profissionalmente e o nível de sua ambição. Acredito que só quem olha por artistas genuínos (e não apenas produto de entretenimento) pode trazer para a indústria os próximos Caetanos e Gils. Não vai ser instantâneo. Concordo que o papel das gravadoras é o mesmo e que mudou só o canal de distribuição e conhecimento desse som, mas ainda temos como matéria prima a boa canção e o bom artista”, diz Rivera. “Com as referencias que tenho não sou muito de descobrir produtos puramente de entretenimento, mas sei reconhecê-los e lidar com eles. Na Polygram trabalhei desde a Roberta Miranda e Sandy e Jr. até a Rita Lee e a Cássia Eller, com quem tive mais proximidade. No mercado não há distinção, de Anitta a Caetano Veloso, por exemplo, todos estão no showbiz”, comenta o profissional.
No bate papo Leonardo vai falar um pouco da historia do selo, das transições da era do CD para a era do MP3 e, agora, o Streaming. Também vai dizer quais são os trabalhos musicais que são mais “a cara do selo” e que podem ser selecionados para ter um contrato. Na ocasião estará recebendo materiais físicos, ou links pelo email astronauta.discos@gmail.com. A entrada é franca, teremos som com DJ convidado e welcome drinks. Nesta edição será feita uma homenagem ao cantor, guitarrista e compositor André Barroso, que está completando dez anos de selo. Sujeito à lotação de 50 pessoas.

100 dias de ruído


100 dias e tudo que vimos desse período foram as trapalhadas do presidente e seus ministros. Com 80 dias, Phileas Fogg e Passepartout deram a volta ao mundo em um balão. Nada foi feito. Para não dar zero total, apresentou uma reforma da previdência, que é uma missão de todo programa da direita mundial, um projeto contra a violência, cheio de erros e inconsistente e a liberação do porte de armas, que é condenada por toda a sociedade. Os índices de uma pesquisa de avaliação são os mais baixos da história. Alguma surpresa? Para quem já conhecia o presidente, não. A maior baixa está entre os apoiadores do presidente desde a eleição. E a tendência é aumentar o índice, já que o próprio presidente dá sinais de desgaste pessoal, afirmando que não nasceu para ser presidente e que em tom de brincadeira ofereceu o cargo ao seu amigo Moro.
Chegou a falar recentemente que cumpriu quase 100% de suas metas. Na verdade, não conseguiu cumprir nem 1/3 de sua lista de desejos, como diria a deputada federal Tabata Amaral, a ativista pela educação brasileira. Entre elas, está o Estímulo à Agricultura Familiar, Plano Nacional de Segurança Hídrica e Privatizações no Setor de Transportes.
Hoje (segunda-feira), já anunciou que pretende fazer o 13º Benefício do Bolsa Família, em função justamente de seus baixos índices de popularidade, principalmente no Nordeste, onde já falou que não daria um centavo para a região.  Muitas das famosas metas, estão nas mãos de ineptos. Ministros que colecionam mais vexames oratórios do que propriamente alguma ação. O que esbarra com uma das metas que seria: Intensificação do processo de inserção econômica internacional. Em três meses perdemos contratos milionários com a Europa, países árabes e China. Com as declarações de que o nazismo foi de esquerda e não de direita e sua proximidade com Israel, estão levando a uma debandada de investimentos a burros d’água.
Como não falar em educação? A pasta mais comentada por trapalhadas, demissões e ausência de projetos. O ministro deve deixar o governo por "problemas de gestão". Não teve capacidade para fazer nada...e imaginem se houvesse... perdemos 100 dias onde não se poderia perder um só. Do que poderia se orgulhar? A meta seria mais simples: Lançamento de um programa nacional de definição de soluções didáticas e pedagógicas para alfabetização, com a proposição de método para redução do analfabetismo a partir de evidências científicas. Ficou ocupado em tentar colocar alunos cantando o hino, tirar verbas, tirar avaliações e colocar na lista de livros obrigatórios um revisionismo histórico sem precedentes e sem a necessidade de bibliografia.
O Capitão pede desculpas, reconhece que não é um presidente, mas um militar e começa a distribuir cargos em troca de apoio. A nova política não durou nem 100 dias. Moro aceita as desculpas. Enquanto isso, temos aumento nos combustíveis, aumento no quilo do Feijão Broto Legal, além de Flávio Bolsonaro não ir depôs ao MPRJ e cadê o Queiroz? Podemos falar uma lista imensa de apenas agonia para a população, mas ao invés prefere dar prioridade recolocar o brasão da República na capa do passaporte, abrir uma “loja de representação” em Jerusalém, acabar com o horário de verão por 2 anos e eliminar a tomada de 3 pinos. E as contradições somente aumentam:  aumenta o preço dos remédios e Moro baixa o imposto dos cigarros. Eles vão matar o povo! Já bradou o Dr. Dráuzio Varella.
Chegamos aos 100 dias esfarrapados, com o corpo destroçado de tanto lutar e gritar por direitos, como sendo um dos países mais tristes, de acordo com uma pesquisa internacional, além do desalento pelos próximos 100 dias.
É verdade esse bilhete!

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Temos que falar sobre isso


Não existe mais a velha política, os empregos estão bombando, a inflação não está controlada, acabou a ideologia e estamos mais felizes hoje. Mentira! Primeiro de Abril. Até o mais liberal dos liberais está preocupado, e desses, alguns acham que se deve a inexperiência em governar. Hãn?
Já disse em outra oportunidade que estamos nessa situação, porque o projeto evangélico de poder somado a recorrente noção da burguesia de que somente eles têm a solução para todos os males dando medo a população é a solução. A solução hoje está dirigindo Uber, trabalhando nas barbearias e nas ruas como ambulantes. Com toda empresa somente contratando sem carteira de trabalho, com salário bem baixo e menos postos de emprego, aquele profissional com mestrado ou até pós-doutorado, está sem opções no país. Já encontrei um brilhante matemático no táxi. Se a corrida for grande, aproveitam o acesso desimpedido dos nossos ouvidos para exporem suas teses. E se Deus quiser, um dia, essas pessoas voltarão a seus postos e poderão colocar suas teorias em prática e tudo estará resolvido.
Não vejo luz no fim do túnel, infelizmente. A cada semana, são cortinas de fumaça, impropérios do presidente e seus ministros que se acham o rei da cocada e mandos e desmandos consecutivos. Para mim, comemorar o Golpe de 64 é o fim da picada. Sou contra as ideias fascistas e a tortura. Nada justifica. Ignorar a existência do fato e ignorar que houve um golpe para instalação de uma ditadura para salvar de uma possível ditadura comunista é um contrassenso. Mas como falo sempre, quem apoia quem tortura também no fundo é um torturador. E como essas pessoas apareceram de repente na sociedade. Agora, é importante que se discuta e mostre como foi esse período sim. Por mais horroroso, temos que falar sobre isso, para que essas pessoas que querem a volta desse modelo não se sustentem. Recomendo um livro que li anos atrás e muito importante: BRASIL NUNCA MAIS. Ele mostra o que acontecia nos porões da ditadura pelos documentos produzidos pelas próprias autoridades responsáveis pelas torturas. Foram mais de 700 processos completos e outros incompletos.
Se nossos motoristas, barbeiros e ambulantes assumirem seus postos ou até governarem o país, ficaremos preocupados com a falta desses profissionais nas grandes cidades? Quem faria esse papel? Quem iria trabalhar nos domingos cortando os cabelos alheios? Não se preocupe. Com a queda dos políticos e pseudo tecnocratas, teríamos os campos de trabalho absorvidos. Eu pessoalmente não confiaria meu cabelo a um político do centrão. Imagina a confusão na sua cabeça para acertar para qual lado o cabelo ficaria mais bem penteado. Para a esquerda ou para a direita? Ou sendo um motorista de Uber que além da tarifa normal, teria uma tabela de preço caixa dois, pois afinal, não é crime.
- Mas meu amigo? Cinco mil reais por uma corrida?
- Caixa dois está liberado!
Com o número alto de militares hoje no poder, poderíamos ter a versão das forças armadas no volante também, e aí que poderia ser mais complicado:
- Corra para o aeroporto!
- Sou EU que mando aqui!
Já os economistas no volante, seria perigo constante. Se enganariam na proporção da velocidade para mais ou para menos, não saberiam como ligar o ar condicionado direito e ainda poderiam dar sua magnésia para o estômago, no lugar de uma simples balinha.
A visão do inferno se instala, mas confio mais nesses profissionais que com seu diploma na mão, que querem fazer do Brasil uma pátria sem nenhuma vergonha alheia e novamente de orgulho internacional.