quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Desenhos para a parede da Dead Dog



André Barroso produziu desenhos para três paredes da cervejaria Dead Dog, com temática da estética punk. Todas as ilustrações em grandes formatos feitas diretamente com tinta. Podem conferir na Rua Professor Heitor Carrilho / Niterói. 

O homem descende do vírus


Esqueçam a Teoria da evolução de Darwin, ou a grande Teoria da evolução ou até a Panspermia de Hermann von Helmholtz. O homem veio do vírus. Mas aquele vírus devastador. Aquele que infecta e acaba com o outro ser vivo. Para aqueles, que como eu, acreditam na redenção da humanidade através do amor ao próximo, sempre haverá uma ponta de esperança. Mesmo que do tamanho de um buraco de agulha. O espírito de dominar o outro através da força está junto conosco desde a pré-história, se passaram milhares de anos e apesar de estarmos vivenciando uma era de prosperidade tecnológica, nossas atitudes ainda estão muito aquém desse avanço.
Outro dia vi o filme Mãe; filme de Darren Aronofsky com Jennifer Lawrence (está maravilhosa), Javier Bardem (Esse nem se fala), Ed Harris e Michelle Pfeiffer, que faz um paralelo com a história da criação. Quando a humanidade chega, mostra toda sua empáfia, desprezo com as coisas, com vícios e no momento que aumenta o grupo de pessoas, a violência e degradação são presentes numa explosão de ódio infinito. Me impressionou por dois dias essa imagem de violência que foi demonstrada o nosso retrato. Eu vou além do medo de ter filhos em um mundo de conflitos. Para onde estamos nos conduzindo?
Faz 21 anos de um crime que mostra bem como é a cara do Brasil. A cara do eu posso você não pode. Três jovens atearam fogo em um índio dormindo na rua, em Brasília. Apenas por diversão. Um crime que se fosse feito por alguém das classes mais baixas, seria resolvido rápido. Mas como tinha filho de embargadora, demorou muito tempo, teve recursos e penas alternativas. O massacre, na verdade, começou a 500 anos, disse certa vez Orlando Villas Boas. A barbaridade com o índio, é a mesma de Diadema, Cidade de Deus, Candelária, e de tantas favelas ocupadas pelos militares de hoje.
Não adianta separar as barbaridades. O discurso de que um é social e outro patológico. Um culpa a miséria e a história e outro a perversidade humana contida no homem. Um tem drama no estilo Tolstói e outro Dostoiévski. Essa separação absolve e aumenta nosso silêncio sobre a situação. E acaba tendo gente que diante disso, é pega no discurso defendendo a violência policial e as distorções. Daí você compreende por que o candidato do PSL está em alta. Um colega participou de alguns grupos de zap a favor do candidato e o que se vê é muito apologia à morte.
Você pode notar, que nos dias de hoje, os crimes também são seletivos. O que aconteceu com os Venezuelanos recentemente, mostra um nível de desprezo pelo ser humano, que achava que não encontraria tão visível. E o modelo desse desprezo que justifica ações desse tipo é a sociedade em que vivem todos nós. Vivenciamos os exemplos diários de desprezo pelo mais desvalido. Temos uma história de desprezo, cultura do desprezo atávico e institucional.  Basta lembrar do desmonte do Monte Castelo. Fomos os primeiros a ter escravidão e os últimos a abolir. Todos foram jogados na rua e os senhores isentos de qualquer culpa. Essa gente, sem condições mínimas de vida, foram ocupando os espaços da cidade. Deixaram ocupar o morro, para que no futuro, pudessem dar a desculpa de degradação (assim como fazem historicamente com a universidade pública, que mesmo com esse ataque fulminante em suas verbas, continua sendo as melhores da américa latina) para expulsar essa população e destruir uma parte histórica de nossa memória.
O que acontece com a universidade pública é o mesmo que acontece com nosso sistema de saúde e penitenciário, que são formas organizadas de desprezo público.
Esse desprezo diário, contínuo e reincidente, faz tempo nos insensibilizou.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Infografia presidenciáveis


Infografia para os primeiros índices de indicação de votos pela fonte XP Investimentos, publicado no portal Eu, Rio!

Arte para cervejaria DasTia



Fiz o banner para apresentação da cerveja artesanal DasTia, no evento da Acerva de 6 anos. O banner ficou bem visível, com a imagem em forma de cartum

Vergonha!


Não faz muito tempo, com o êxodo humano em grandes proporções, uma crise humanitária devastadora, criada por guerras, que mostraram cenas em fotos e compartilhadas por todos, de barcos abarrotados de migrantes. Muitos emocionados nas redes sociais, ficavam revoltados mostrando a aflição de muitos povos, fugindo de suas realidades e sendo barradas por alguns países, em alguns humilhando essa corrida pela vida, outros mostrando o farrapo em que se tornou os lugares atingidos. O Brasil, sempre se orgulhava de estar à frente de problemas humanitários, com ajudas reconhecidas ao Haiti pela ONU. Mas, nesse momento tudo foi para o ralo, com as cenas lamentáveis em Roraima. 
Quando a realidade está longe, é fácil ter esse tipo de emoção, mas quando chega na sua porta é que verificamos realmente se é um discurso vazio. A conta da língua sempre chega algum dia a quem profere. Basta ler A língua também é um fogo, diria Tiago. Nos últimos tempos, vemos a ação disseminada de ódio se alastrar pelo país, como nunca foi vista. E ganhando forças em vários níveis de atitudes na sociedade, xenofobia, preconceito, desrespeito, ataque cego as artes, são alguns dos alvos de grupos financiados que disseminam a raiva desmedida e vazia. Alguém compartilha uma indignação desproporcional, muitos comentam e a cada postagem você percebe um aumento na fúria das palavras. Nenhum se dá ao trabalho de checar a informação ou debater o que foi falado. Apenas quer mostrar o quanto está com raiva.
Lembrando que alguns grupos que fizeram o mesmo em redes sociais, por interesses partidários, que independente da sua opinião se gosta ou não, levaram à prisão, por suspeitas, de ter benefícios em um tríplex, que aliás, depois de uma investigação de meses, a Polícia Federal relatou que o apartamento não era do candidato. Boa parte da rejeição criada, para abaixar seus números nas urnas, foi montada nesse grande conluio, que como disse Romero Jucá, com Supremo e tudo, ter uma frente incessante de ódio para o candidato. Criou-se uma escola, que despertou o ovo da serpente. Da mesma forma, como foi usada em outros países e o nazismo está tendo visibilidade novamente. Estes grupos que se auto intitularam apartidários, em favor do povo, estão todos se candidatando. Para todos os governantes latino-americanos, também criaram essa mística de derrubada através da informação. Sabia, que existem mais brasileiros morando na Venezuela, que os Venezuelanos no Brasil? Diz o relatório internacional de Migração de 2017, que o país é dos melhores acolhedores de migrantes. Apenas existe o ódio, sem entender realmente o que acontece, acobertado apenas por informações que você recebe, da mesma imprensa que apoia esse ódio desenfreado.
“A linguagem opressora do discurso de ódio não é mera representação de uma ideia odiosa; ela é em si mesma uma conduta violenta, que visa submeter o outro, desconstruindo sua própria condição de sujeito, arrancando-o do seu contexto e colocando-o em outro onde paira a ameaça de uma violência real a ser cometida – uma verdadeira ameaça, por certo”. - Judith Butler
Nessa onda da nova ORDA MUNDIAl, tenho vergonha do que aconteceu com os migrantes da Venezuela em Roraima. Inadmissível. Cenas de barbárie e falta de humanismo de uma turba alimentada por esse ódio criado, ainda se aproveitando de discursos montados sem menor embasamento real. São cenas que jamais achei que iriam acontecer no nosso país. Tacaram fogo no galpão onde tinham pais, mães e crianças! O governo atua apenas como reativo. Sempre. A situação já se anunciava, não só no país, mas também nos vizinhos. E se preparar é o dever. Humanidade é isso. Acolhimento e atendimento caso a caso. Mas o discurso está solto para todos repetirem. O ódio, se alimentou e não tem mais vergonha de mostrar a face.
Recentemente, um Procurador disse que seria importante queimar os livros de Paulo Freire em praça pública. Alguma lembrança do nazismo? Em 1933, houve uma grande queima de livros em praça pública, de escritores inconvenientes ao regime. Stefan Zweig, Thomas Mann, Sigmund Freud, Erich Kästner, Erich Maria Remarque e Ricarda Huch foram na época.
Existe sensatez?

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

A democracia é uma delícia


Alguns possuem desejos muito simples. Eu por exemplo, gostaria de poder ver a Paixão de Joana d’Arc, de Carl Dreyer, com a lendária interpretação de Falconetti, munido de um shake de chocolate tipo big coke. Ainda me contento, nesse momento, em ver o filme Os desajustados, de John Huston, mas incluindo o que seria o primeiro nu no cinema, com Marlyn Monroe, recém descoberto a cena filmada pelo escritor Charles Casillo. São desejos simples. Muitos desejam algo mais complexo, como um país com justiça social, sem corrupção e desenvolvimento social. A outros, porém, que querem a verdade sobre a URSAL.
O cabo Daciolo, que fez fama em se tornar o meme do momento, com acusações direta ao candidato Ciro Gomes, tem a certeza de sua acusação. Ciro foi o criador da URSAL. Um meme que rende até hoje. De uma criação irônica da socióloga Maria Lucia Victor Barbosa, criticando um encontro do Foro de São Paulo em Havana, passou a ser utilizada por outros disseminadores e influenciadores e se tornou algo utilizado por conservadores a partir de um artigo do ultradireitista Olavo de carvalho.
Segundo a representação do Cabo Daciolo, seria a união das Américas latinas em um único país, sendo o primeiro passo para a internacionalização do comunismo, da qual Ciro Gomes não sabia nem do que se tratava. Quero contribuir com o pensamento, dizendo que poderíamos unir todos os continentes, nesse intento, até podendo usar tecnologias chinesas para mover as placas tectônicas e formar. Aí sim, um único continente comunista. Daria o nome de PANGEIA.
Dependendo do Brasil, não teríamos a ajuda da China, afinal, o embaixador americano está no Brasil para traçar planos para impedir o avanço de domínio comercial que o país oriental exerce faz tempo, com negócios da China de baixo custo. Para muitos, URSAL seria um novo tipo de Sal do Himalaia, para outros um novo herói da Marvel. A verdade é que faz tempo o palanque político não atraia a atenção da população. Desde os históricos debates a presidente de 1989, não tínhamos visto algo tão chamativo e com cenários tão diversos. Mas isso é positivo? A verdade é que não. O que poderia ser alguma coisa para promover o entendimento ou se discutir com seriedade, está sendo posto de lado para acirrar ainda mais a disputa entre classes no Brasil. Isso se torna preocupante, no momento em que estamos a poucos meses da eleição.
O discurso do nosso cenário político está totalmente falido. Mostra claramente de temos que separar os casos de ideologia dos de psiquiatria. Tivemos o debate alternativo, no youtube, negado pela grande imprensa, de Haddad e Manoela D’ávila, que trouxe o debate de idéias dos temas feitos na Band com muita seriedade. Enquanto grande parte da população estava concentrada, apegada ao debate das grandes corporações, o debate alternativo, trouxe muita reflexão. Uma mágoa, estarmos aprisionados a uma ditadura camuflada de democracia para vermos um debate vazio, onde o ponto alto foi o cabo Daciolo falando da URSAL. Por mais que Ciro tenha se aproximado do centro, ainda é visto pela direita com desconfiança e teve poucas oportunidades de soltar sua verborragia ilimitada para aqueles que querem vencer sem propostas, mas sim com verba.
Tenho lembranças daquele primeiro debate presidencial de 89, com muita fala e gesticulação. Como não lembrar de Brizola falando para Maluf:
- Seu filho da ditadura!
Aliás, os vídeos desse período, estão voltando à tona nesse período cibernético. Boa lembrança dos tempos de debate raiz.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

De olho no céu


Numa semana repleta de atividades astronômicas, que ao fim, laureou algumas excelentes matérias desta publicação digital; levou a olharmos para o céu por alguns momentos. Na lista de preferencias nacionais dos eventos naturais, está a Lua. Além de seu poder físico nas marés, no ciclo feminino e na inspiração dos poetas, ela já teve ano passado no seu clímax de poderio. Foi visto pelo mundo todo o efeito de um eclipse de Super-Lua de Sangue. Um evento único, que contou com até uma live sob a canção de Total eclipse of the heart, sucesso de Bonnie Tyler. Um evento de menor magnitude ocorreu na semana passada, mas que ativou a curiosidade de muitos, que foi a eclipse da lua de sangue. Muitos foram impulsionados a acompanhar pela praia, outros tentando uma casquinha de conquistar aquela menina que está emocionada com a atividade lunar, mas ainda não com a atividade do fedelho.
Normalmente o francês, sempre tem sangue-frio para observar esses fenômenos. Por aqui, estamos ligadas as crenças indígenas, nas populações menos abastadas, aquelas regiões inalcançáveis, que fazem ligações diretas com a brabeza dos Deuses com seus rebentos na Terra. Somos de sangue-quente, como sempre dizem popularmente, e levamos tudo para o lado emocional. Afinal, mente quem diz que a lua é velha. E para aqueles que não viram o eclipse, no final a Bela fica com Edward... é isso!
Houve também, para os mais desavisados, uma chuva de meteoros, que menos espetaculoso, riscou o céu e manteve nossas atenções para o céu. Foram momentos, para aqueles que gostam de mostrar tudo que fazem, de entrada no banheiro a uma selfie com a lua de sangue.
- Rápido! Tragam sua pior câmera! – Diria qualquer um no momento de fotografar esses momentos lindos. Se a expectativa era grande, a realidade não ajudava muito. Tivemos uma enxurrada de fotos de apenas uma pequena luz intensa no céu. E Marte que estava tão perto e tão vermelha, nunca foi tão rejeitada pelas lentes das câmeras.
Por falar em marte, os cientistas, depois de anos e anos estudando o planeta vermelho, resolveram divulgar que foi achado água em grandes proporções, de forma líquida. Algo em torno de 10 bilhões de litros. O primeiro pensamento, sem ser a do cientista, é que só falta a gente plantar cevada, levar uns bois, umas cadeiras de plástico, que dá para viver tranquilamente longe desse período de disputa eleitoral. A descoberta é incrível, mas o que realmente dá para pensar a partir disso? Sem água, nenhuma forma de vida como a conhecemos poderia existir. Essa premissa acaba de ser quebrada, enquanto relevância para colonizarmos finalmente Marte. Já estamos a anos pensando nessa colonização, sem a presença de água. Agora, está cada vez mais viável a idéia. Terraficar Marte, com tanta água abundante, pode ser concluída em poucas gerações.
Talvez a conclusão mais interessante, seja que haja, no mínimo micro-organismos vivos marcianos nesse lago. E com isso, já podemos afirmar que existe vida extraterrestre. E com isso, já dá para pescar. Outros afirmam, que começa a preparação da humanidade, para realmente ser divulgada a existência de vida inteligente fora do nosso planeta, embora as próprias fotos divulgadas, oficiais da NASA, dentre os milhares tirados por robôs da superfície, mostram categoricamente, construções abandonadas, objetos não naturais, ossos e objetos voadores circulando os vales, sem que a própria agencia dê alguma conclusão satisfatória. Na verdade, são mais evasivos. Pensando na Data Limite, do qual Chico Xavier pronunciou sobre 2019, estamos à beira de um anúncio em breve de maior importância, desde a descoberta do fogo, roda e internet.
Enquanto isso, por mim, levando pó de café, tendo wifi, me coloco na primeira fila de civis voluntários.