quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

No âmago


O ser humano é um predador voraz! Não necessariamente estou falando em relação a saciar sua fome literal, mas saciar sua fome de dinheiro, sua fome em se aproveitar do próximo, sua fome de só olhar para seu umbigo. Estive participando no domingo e segunda de dois eventos diferentes, mas com o mesmo propósito: A atenção para nossos bens (arqueológicos, museológicos e ambientais) e sua permanência no planeta.
Participei de um evento de ocupação cultural dos museus, levando a arte e intervenção para as crianças e comunidades, uma aproximação com o desenho de forma lúdica criando peças coloridas de peixes de papel presas em um sarrafo verdadeiro, montado no museu. Antes dessa experiência, tivemos um tour em volta de Duna Grande (Sítio arqueológico de sambaqui em Itaipu) e parando na lagoa de Itaipu. Com o sítio, aprendemos, as formas de vandalismo praticadas a algo relacionado ao nosso passado. Que nos diz respeito. Duna Grande, que em um passado não distante tinha a altura de um prédio de três andares, nos males menores era usada para prática de surf na areia até a praia, teve a grande parte de sua areia levada para aterramento por construtoras. Tudo foi parado porque um cachorro avisou seu dono, que havia um achado arqueológico de quase oito mil anos ali. Para proteger e salvar o achado arqueológico, foram plantados cactos para uma proteção sutil. Mas os moradores retiravam os cactos para proveito próprio. Hoje é cercada por arame, que tem pontos de entradas também. Lá, foram achados os mais importantes achados pré-históricos de uma família intacta em bom estado, que foram destruídos no incêndio do Museu Nacional. Os outros sambaquis achados em Camboinhas, foram totalmente destruídos pelas construtoras na terraplanagem, para construção de corredores de construções para os mais ricos.
Para a lagoa de Itaipu, o assoreamento está crescendo vertiginosamente. Existia uma área de lagoa que era enorme e que está sumindo. Tudo influenciado pela ação humana. Lixo que compromete a reciclagem de número de aves como o colheireiro, o caranguejo e a flora nas margens que foram totalmente modificadas. O interesse em construir nessas áreas é muito grande faz muitos anos e a queda de braço da especulação contra a natureza não tem tréguas. O novo plano diretor da cidade, admite construções na lagoa, e pode construir 220 prédios de 6 pavimentos, que tem um planejamento pronto desde 2002. A luta é incorporar a área ao setor de preservação permanente do parque da Tiririca, mas a força do dinheiro é sempre muito grande. E é sempre a base de passar por cima de qualquer um como um trator. Além dos óbvios problemas ambientais, aprovaram o Plano Diretor sem anuência da comissão de habitação. Por isso foi na calada da noite.
Nós expulsamos todas as tribos indígenas da cidade, sem direito a um pedaço de terra. Tradições como de Araribóia, que era canoísta, se perderam. Uma tribo tentou reivindicar um pedaço, mas foi transferida para Maricá. E lá, por interesses econômicos, estão lutando contra um grupo hoteleiro.
Por conta disso, procurei um trecho no livro Filosofia do gosto, de Brillat-Savarin, que fala que os índios antropófagos daqui notavam a diferença no sabor dos índios catequisados e nos não-catequisados. Ou seja, os índios convertidos adquiriam um gosto que os outros não tinham. Então, pode-se atribuir um gosto da alma cristã. Além do fato de um registro, na literatura, que existe uma prova da existência da alma através da percepção do sabor, deve-se saber não só o gosto da alma, mas a alma do gosto. Era bom? Melhor que o pagão? Eles poderiam desejar um padre, como alguns desejam a carne mais nobre do zebu.
Ainda bem que o desejo seria tentar buscar o santo graal, que seria um santo no espeto, do que provar o nosso cidadão contemporâneo. Com certeza, era motivo para indigestão!

Lançamento revista Gotinha D'água





Segunda dia 03/12, foi o lançamento da revista em quadrinhos Gota D'água, na Escola Municipal Dario em Itaipu. O Professor Carlos Eugênio, criador do movimento, deu uma palestra sobre proteção dos mananciais da Lagoa, com minha presença como ilustrador da cartilha de proteção ambiental e uma representante da Concremat que editou o trabalho.

Ocupação dos Museus


Domingo foi dia de ocupação artística nos Museus, em defesa de sua autonomia cultural. Proporcionei uma experiência para as crianças, em intervenção plástica. Criamos um espaço com o arrasto de peixes dos pescadores e criamos um mural interessante de peixes feitos de papel e pintados por todos aqueles que quiseram participar. O mural está fixo e foi muito bacana ver o interesse por todos em participar

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Demônios nas quatro linhas


Uma máxima da propaganda, o que valeu até a conquista da presidência no Brasil: Personalize! Para um Neoliberal, tudo pode ser vendido. Absolutamente tudo. Seja um objeto ou uma idéia, desde que haja uma cara e uma história. Tudo pode ser lido se tiver uma forma definível. Se falar do MAL, ninguém entende, porque a princípio é abstrato. Mas basta um corpo e dois chifres e casco, e pimba! Aí está seu inimigo! Não precisa se aprofundar no mal, a começar pelo mais difícil, o auto-exame. Freud nunca perdoou a iconoclastia: a não destruição de Deus, mas sim a do demônio, que é uma deidade mais útil. Corremos sempre atrás do demônio, qualquer um, para poder apontar a culpa, de nossas ações e omissões e a custódia de nossos crimes.
A maior final de Libertadores, como apregoavam os grandes diários argentinos, mostrou exatamente a que veio. Em um país também dividido como o nosso, entre direita e esquerda (assim como a contaminação em toda América Latina), tendo seu presidente escolhido um dos lados publicamente, colocou uma lente no que está aparecendo demais nas relações humanas. Ódio, violência e desmedidas. Os ânimos exaltados desde a primeira partida, onde já havia acontecido um adiamento da partida, por conta da meteorologia, mas contou anteriormente com um adiamento, era o prenuncio de algo por acontecer. O jogo quando aconteceu, com um placar razoável, muita garra dentro de campo, violência nas faltas, marca dos jogos sul-americanos. Mas a violência vista na entrada do último jogo, aliada a incompetência do governo e das entidades organizadoras, mostram o retrato social de como estamos nesse continente.   Um vexame. O governo aponta seu próprio demônio para o qual transferir sua culpa, ou pelo menos desconversar.
O confronte era uma boa oportunidade de mostrar o quanto duas equipes importantes são dentro das quatro linhas. Se nem foram respeitadas as torcidas em todo momento até agora, o que diria o espectador internacional, que fica esperando algo acontecer durante quatro horas seguidas de desencontros de informações? Para eles, no mínimo, voltam os adjetivos que possuíamos antes da virada econômica brasileira, de “terceiro mundo”. Essa forma pejorativa, que acompanhou muitas gerações e apenas em um período, tivemos orgulho de sermos grandes, de ter possibilidades de montar uma Olimpíada e Copa do Mundo. Nesse momento, mostramos o quanto interessa que esse estigma volte. As entidades que organizam, não conseguem se impor aos times. Podemos lembrar, que também não podemos apontar o dedo. A final da Sul-Americana do ano passado, houve estádio invadido, bar saqueado, brigas, roubos. Não é exclusividade dos nossos vizinhos. O Mal está aonde? Na ineficiência em identificar quem foram ou de ter uma política de prevenção?
Certamente, em momentos sociais onde está dividido o país, tendo a legitimação de atos de violência, as violências voltam a circular esses ambientes, como vão voltar as manchetes a partir do ano que vem com mais frequência. O que incita os sem-terra é a falta de terra. O enfrentamento, quando não existe vontade política de resolver a situação e sim reprimir, será grande. Em todas as áreas da sociedade, essa violência vai acontecer e estaremos voltando, regredindo à estaca zero. A dívida da sociedade brasileira com a maioria miserável está chegando à sua hora de execução. A violência acaba favorecendo no final das contas a direita, que já entendendo a situação, já entrou com projeto de Lei, proibindo as manifestações. Onde chega, nesse clima de caldeirão e impaciência vivida por este cidadão, o limite humano ao ver a situação precária de sua família? Ou a fome de seus miúdos? E a pregação não é a favor dos saques, mas um ouvido sofrido está predisposto sempre a ouvir o Mal. Basta apenas um gatilho.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Curso de Design gráfico em Photoshop



Para fazer uma peça de arte gráfica é preciso muito mais do que simplesmente saber mexer nas ferramentas. Dominar o Photoshop não é garantia de produzir uma peça de qualidade e que atraia a atenção do público, conseguindo assim atingir o objetivo desejado.

Que tal aprender um pouco dos principais conceitos do design gráfico com quem entende da coisa – e muito? O artista plástico, cartunista e designer gráfico André Barroso dará em Conexões Coworking, aqui em Niterói, a oficina Design Gráfico em Photoshop. Aos participantes, ele apresentará as ferramentas do Photoshop CC para a criação de layouts de peças gráficas e sites, além de ensinar os passos do processo de design.

A oficina tem carga horária de seis horas divididas em três segundas-feiras, com início no dia 26 de novembro. Traga seu notebook e trabalhe com a gente em uma bela oportunidade de capacitação profissional. Quem não tiver o Photoshop instalado em seu computador pode usar a versão gratuita ou adquirir licença do programa, diretamente no site da Adobe, a R$ 32 ao mês.

A oficina custa R$ 320 e pode ser parcelada (com taxa do cartão de crédito). Mas atenção, se você trouxer amigos, o valor da inscrição pode cair para até R$ 275. Veja como:

- Inscrição individual = R$ 320
- Inscrição dupla = R$ 305 por pessoa (total R$ 610)
- Inscrição tripla = R$ 290 por pessoa (total R$ 870)
- Inscrição quadrupla: = R$ 275 por pessoa (total R$ 1.100)

Ou seja, se trouxer seus amigos para se inscreverem junto com você, todo mundo ganha desconto. Vai perder essa chance?

As aulas acontecerão nas segundas-feiras dias 26 de novembro, 3 e 10 de dezembro, sempre das 18h30 às 20h30, em Conexões Coworking, na Rua Luiz Leopoldo Fernandes Pinheiro, 521, sala 805, no Centro de Niterói.

Mais informações pelo e-mail contato@conexoescoworking.com.br ou pelo telefone 99680-1554


Revistinha da Gotinha


Em breve o lançamento oficial desta história em Quadrinhos da Gotinha, idealizado por Carlos Eugênio e viabilizado pela Concremat e Prefeitura de Niterói

Guerra para delírio de Trump


Vocês lembram do caso da genitália do Clinton? Só para fazer um resumo rápido, pois muitos estão imaginando que estou falando da estagiária Monica Lewinsky, mas não. Uma mulher acusou o então presidente Bill Clinton (marido da Hilary Clinton), quando ainda era governador do Arkansas, de assédio sexual. Em um quarto de hotel, Clinton teria deixado cair as calças e sugerido sexo oral a uma moça. Para reforçar sua alegação, ela declarou que poderia descrever a genitália do presidente. Seria tipo: “Eu reconheceria aquela cabeça em qualquer lugar”. Isso até lembra um daqueles filmes de adolescentes dos anos 80: Porky’s. Pois bem, o governo transferiu as ações judiciais para depois do fim do mandato, alegando desmoralização para a administração. Realmente, em algum momento do processo, o presidente do Estados Unidos teria que baixar suas calças outra vez para tirar de vez, a dúvida do retrato falado. Imaginem que certas particularidades ou anomalias, que somente a senhora Clinton conhecia, teria repercussão internacional. E isso, evidentemente, comprometeria seriamente a imagem do líder de um império – ou não. Conforme o ponto de vista. Veja bem, nesse caso, você percebe que a conveniência é um fator mais forte do que a moral.
Este é o caso de nossa última eleição. Não importa o quanto é grave tudo que aconteceu até agora, não importa ter caixa 2, não importa qualquer revelação que ameace gravemente as instituições (que já estão desacreditadas pelos dois lados da polarização) e aos interesses nacionais. Nada mesmo. Pode até falar que rouba mesmo, que nada acontecerá. Já foi o tempo em que “conveniente” e “inconveniente” substituíram qualquer classificação moral neste novo governo. Estamos vivendo uma ditadura da honestidade presumida. Um aval à força e que é silenciado à medida que digam algo desfavorável a ele. A mídia que antes apoiava o candidato, pouco antes da vitória, teve que fazer voz contrária, pois estavam fora dos planos de poder. Vão existir poucos canais de reverberação do futuro governo, que impede aqueles que não concordam de participar de qualquer ato ou coletiva.
O que me deixa muito preocupado em relação aos planos, que estavam sendo traçados, antes mesmo do candidato ganhar as eleições, em relação a invasão da Venezuela e como isso vai acontecer em meio a mídia, população e ativismo. É claro, que por anos, como recebemos as informações que os americanos querem que pensemos, todos tem uma versão do que acontece com a Venezuela. De tempos em tempos, a indústria de armas americana, precisa de uma guerra para produzir armamentos. Agora, ela teve um vasto campo de venda com a liberação armamentista proposta para acontecer logo na virada do ano. Um vasto mercado no Brasil. Aliado a isso, como todo presidente precisa de uma guerra, Trump deve escolher a bola da vez por nossa América Latina. Os planos de substituição por completa dos governantes de esquerda, por governantes de direita, fecha o flanco na Venezuela. Deste lado, o flanco fecha pelo Brasil, Argentina e Chile. Talvez não haja tempo de achar novos parceiros, pois existe a necessidade de pegar o maior reservatório de petróleo neste lado sul.
Para quem ainda não viu as doações americanas de tanques (Velhos) para o Brasil, não consegue entender do que se trata, basta ver também as movimentações do outro lado. A Rússia já avisou que irá fabricar suas armas na Venezuela. O xadrez está sendo montado. Além da guerra iminente, que mais do que nunca, esteve tão perto de acontecer, para o bem apenas dos americanos, deverá derramar muito sangue venezuelano e Brasileiro também, que deverá estar na linha de frente e dizimar muitos pobres e negros. Tudo por que agora, a parceria formada, não tinha como não acontecer.  Estava claro sua vitória. Não por merecimento, mas por que os planos estavam traçados, por mais aborrecido que seja é a verdade.


quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Luto pela democracia


No domingo pensei em largar tudo e ir embora do país, afinal, o novo governo já falou que os detratores e críticos de seu governo apenas tem duas saídas: Aeroporto ou vala. Pessoalmente, prefiro o aeroporto. Até porque, além de poder continuar a resistência em outro lugar e vivo, alimentando os amigos que estão no front, também é uma missão importante. Esse é o meu plano A. Mas, queria largar realmente para trás tudo. De físico a digital. Estava muito deprimido que o país prefere essa realidade e me sinto fragilizado, sem pertencer a algum lugar. Quero poder falar quando estiverem errados, quero poder dar opiniões sem que espionem, quero andar nas ruas sem sofrer algum tiro. É pedir muito?
Passei a segunda-feira, de camisa preta, em um protesto muito individual, andando nas ruas olhando para cada cara, cada feição. Não olhava caras de felicidades. Via olhos assustados, sem esperança, olhares no infinito, alguns conversavam falando de sua omissão, outros do que aconteceu no dia anterior. O único exaltando uma camisa do vencedor das urnas, tinha uma cara de poucos amigos. Nesse momento, quando voltei para escrever essas palavras, me dei conta, que ainda estava aqui e que se o plano A não acontecer, por alguma razão do destino, o que me resta é exatamente o que sempre tenho feito. E será que não é isso que as pessoas querem também? O fato de poderem ir e vir, se sentirem seguras nas ruas? De fazer o que der nas telhas? Mesmo que as primeiras falas do presidente eleito tenham sido que a primeira ação de governo é liberar o porte de arma, nenhuma reação foi mostrada.
Bertolt Brecht falou: Nossos inimigos dizem: A luta terminou. Mas nós dizemos: ela começou. Nossos inimigos dizem: A verdade está liquidada. Mas nós dizemos: Nós a sabemos ainda. Nossos inimigos dizem: Mesmo que ainda se conheça a verdade. Ela não pode mais ser divulgada. Mas nós a divulgamos. É a véspera da batalha. É a preparação de nossos quadros. É o estudo do plano de luta. É o dia antes da queda. De nossos inimigos.
E relendo Guimarães Rosa, em Grande Sertão Veredas, eu li: "Todo caminho da gente é resvaloso. Mas também, cair não prejudica demais. A gente levanta, a gente sobe, a gente volta!... O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: Esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, Sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. Ser capaz de ficar alegre e mais alegre no meio da alegria, E ainda mais alegre no meio da tristeza"...
A campanha atual de ninguém larga a mão de ninguém, dá um alento em não se deprimir sozinho na sua cama. Imaginar que temos um passado pela frente, como diria o Millor. Você acaba vislumbrando as pessoas se digladiando nas ruas com armas e antes de junho, quando estourar a guerra contra a Venezuela, o sangue de jovens negros derramado para satisfazer os Estados Unidos, vai recair sobre todos aqueles que apoiaram o fascismo, e não apenas por quem está na frente de batalha ou aqueles que apenas ordenaram atirar.
É dever de cada um lutar pelas suas liberdades da forma que for. Não ficar triste porque não escolheu o aeroporto. Qualquer escolha que possa somar pela liberdade, é importante. Penso que a posição de Ciro, foi um tiro no pé. Não era apoio partidário, mas apoio contra o mal que está por vir. Ele, em cima do muro, tirou milhões de votos com a mesma atitude. Elegeram Bolsonaro 57.797.456 eleitores. Rejeitaram Bolsonaro 89.522.258 (soma de votos em Haddad, brancos, nulos e abstenções). Seríamos muitos e somos muitos. Nesse momento não seja egoísta. Egoísta como o marido que liga para a mulher, explicando que seu desaparecimento, tinha sido porque tinha dado um desfalque na firma e fugido para Orlando, com Dona Ivonete do RH e que nesse momento iria entrar na montanha mágica. Quando a mulher começa a chorar aos prantos ele fala: Deixa de ser boba! A montanha mágica não tem perigo!
Agora que estamos convidados a entrar no ano de 1964 novamente, vou começar a ouvir Roda Viva do Chico Buarque em uma vitrola velha. E bem alto!

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Última chance


Estamos nos encaminhando para a última chance real entre a força do dinheiro, dos grupos da elite e interesses americanos, contra mais de duzentos milhões de pessoas e suas liberdades. Desde o fim da ditadura, que o candidato do PSL diz que não aconteceu, tivemos uma evolução de controle de centro-direita até a de centro-esquerda. Tivemos uma evolução muito boa, até perante a comunidade mundial e depois do golpe de 2015, estamos entrando em um caminho como nunca imaginei que iria vislumbrar na vida.
Você tem a última chance de ter recuperado os direitos civis com a vitória de um candidato democrático. E posso dizer com toda certeza, e minha voz é a mesma de milhões, qualquer candidato que fosse contra o candidato #Elenão, eu daria meu voto. Em candidatos que fossem da direita, haveria democracia e luta pelos direitos. Como alguns dos projetos votados pelo governo Temer, que foram revistos pelas campanhas do povo na rua. O povo na rua é o grande medo dos governantes. Contra tiranias de um personagem que dita impropérios, batem cabeça, sempre recorrem a força no final, a conversa é diferente. Temos uma porcentagem grande da população que apoia. E esse é o pior cenário que poderia existir. Eu sou contra, você também pode ser!
Se começar pelo discurso homofóbico, misógino, racista e a favor da tortura, eu de cara não me identifico com absolutamente nada. O Bolsonaro ainda disse que se for eleito vai varrer do país pessoas que pensam diferente dele, esquerda e as minorias (Lembram do Ame-o ou deixe-o?). Deixou clara as opções: exílio ou extermínio. Um recado aos parentes e amigos eleitores desse fascista/ neonazista. Você, meu amigo, eleitor dele, você será cúmplice dos crimes políticos que virão. Se você é contra as minorias e apoia o crescimento por todo país de grupos neonazistas que já estão espancando livremente as pessoas, se declare que é contra os gays, ou mulheres, ou negros. Eu sou contra, você também pode ser!
O mesmo aconteceu com Hitler na Alemanha. Hittler foi eleito em 1932 mesmo com discurso de ódio aos gays, judeus, feministas e comunistas. Os alemães cansados de uma crise econômica e moral do país, buscavam um novo rosto. Nessa brecha, o elegeram dizendo que ele seria o salvador da pátria. Ele tinha um discurso fácil e uma postura raivosa, mas os alemães acreditavam que o seu discurso de ódio não passava de bobagens. Um jornal alemão estampou exatamente isso, que seu discurso era da boca para fora, que o congresso iria barrar tudo isso. Ele soube como usar a publicidade ao seu favor: Na véspera das eleições, foi baleado na perna e com seu vitimismo comoveu os alemães. Foi eleito. 6 milhões de judeus foram exterminados. 50 milhões de pessoas morreram na segunda guerra mundial. Eu sou contra, você também pode ser!
Isso sem falar do programa do governo, muito pueril e sem explicar absolutamente nada. Por isso não tem debate. Tudo muito grave, pois pessoas aliadas falam e são desautorizadas por ele, não existe clareza em sua fala. A economia vai ficar na mão de uma figura que deu uma fraude de bilhões, fora a corrupção, grande mote da sua fala, foi efetuada em compras por empresários ligados ao candidato, em caixa 2, que é proibido. Daria impugnação da candidatura imediatamente. Mas o TSE apenas deu um puxão de orelhas falando: “ Aiaiaia, menina arteiro! Não faça mais isso, hein? “ Como assim? Muitas pessoas na Europa veem que a ascensão do fascismo no Brasil é laboratório para os EUA e toda ascensão de ultradireita no mundo aprimorar golpes contra democracias. Brasileiros são os novos neofascistas e considerados como uma sociedade ignorante, com desprezo pelo conhecimento, uma vergonha internacional. Pode ter certeza que haverá boicote a produtos brasileiros e que não se dê emprego a brasileiros na Europa. Uma mistura de época de Sarney (Com falta de produtos no mercado nacional) e Collor (extinção da cultura, confisco da poupança e grande problema econômico) vai se configurar. Boicote também ao turismo no Brasil. Eu sou contra, você também pode ser!
Pode ser uma das últimas colunas, pois não sabemos como se dará esse processo. Jornais de sindicatos e jornais com editoriais contrários estão sendo recolhidos nos dias de hoje. Se antes as discussões eram futebol, cerveja, Game of Thrones, prisão do Lula, a pirâmide do Louvre e outros assuntos que podiam acabar em briga, agora vemos se você vai ficar vivo ou morto...pois não se trata de questão partidária e sim apoiar alguém despreparado, que semeia o ódio, preconceito e intolerância. Até o dia da eleição, vai ser um terror sem precedentes.
Deixo a lembrança da Data Limite de Chico Xavier como ponderação final....

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Fascismo Brasileiro


O que é o intolerável? O importante pensador francês Jacques Rancière, define sobre imagem pensativa: “é uma imagem que encerra pensamento não pensado, pensamento não atribuível a intenção de quem a cria e que produz efeito sobre quem a vê sem que este ligue a um objeto determinado” (Espectador emancipado, p.103).  Afirma também, que o deslocamento do intolerável na imagem para a imagem intolerável sempre esteve no centro das tensões da arte política. Se anteriormente via-se um choque entre imagens referentes às aparências e imagens que revelavam a realidade por de trás delas; atualmente, considera-se que não exista uma imagem referente à realidade que se oponha a aparências.
Pensemos no caso das pequenas fotografias tiradas de Auschwitz, mostrando um grupo de mulheres indo para a morte na câmara de gás, da exposição Mémoires des camps. As duas formas de conceber o intolerável aparecem nas críticas à exposição. A de Élisabeth Pagnoux ressaltava a realidade que as fotografias revelavam, dentro da idéia do intolerável na imagem. Já a crítica de Gérard Wajcman afirmava que eram aquelas imagens, por si, intoleráveis já que afastavam o espectador da realidade. Eu acho intolerável tudo que representa e toda a imagem incluindo bordas e molduras! É importante falar sobre o assunto sempre! Mas é intolerável!
O ódio que vivemos, que se eclodiu com a barbárie promovida por fakenews, e pelo modo de agir que deu a vitória a Trump, que está sendo utilizada por Bolsonaro, está saindo do armário, querendo sua parcela na sociedade. Já foram contabilizadas agressões, pichações de suásticas, ameaças a pessoas, grupos de ativistas, organizações e até serviços públicos que se dizem contrários ao fascismo, que estão fora de controle. Antes, a justiça puniria quem incitasse o mínimo de ódio. Agora foi institucionalizado com um candidato a presidente. E nada se faz. Essa ineficiência age como apoio brutal ao que está acontecendo, que até menospreza a marca deixada com canivete em uma vítima. É intolerável!
A cegueira pelo candidato revela mais sobre os eleitores do que o próprio candidato, do qual sabemos suas posições sobre minorias, adversários, deficientes e mulheres. Cada eleitor, se identifica com algum ponto dele. Muitos já não se envergonham de falar que é racista, outros escondem ainda essas atitudes, mas no fundo, desejam o mesmo. Não adianta os pensadores nacionais e mundiais, não adianta o ativismo na música de artistas como Roger Waters e Madonna, nem como a ultradireita internacional assustada com seu personagem na américa latina.
Na época de Hitler, o Brasil criou o integralismo, dentro das idéias de Hitler e Mussolini. O partido chegou a ter um milhão adeptos, bem no meio do nazismo pelo mundo. Quando o mundo combatia esse grande mal, o Brasil demonstrava admiração, pelo criador do partido, Plinio Salgado, filho de um coronel do exército, e com a chegada nada democrática de Vargas ao poder seus ideais foram ouvidos. O discurso sempre o mesmo que ouvimos até hoje, exaltando o nacionalismo, atacando o comunismo, defesa de um partido único nacional e sempre pregando antissemitismo e contra as minorias. Qual seu lema? “ O integralista é o soldado de Deus e da pátria, o homem-novo do Brasil que vai construir uma grande nação”. Você pode imaginar que com a derrota do Nazismo, o partido e seu ideais foram enterrados de vez por aqui, mas em 2004, foi formada a frente integralista brasileira, uma organização sem ligação a qualquer partido oficial, mas eu lema: Deus, pátria e família, está presente nos discursos que deixam a classe média pouco esclarecida, sempre exaltada em tempos e tempos.
Temos um histórico nada bonito, de problemas relacionados aos direitos humanos, e como disse Waters em entrevista, é meu dever como artista lutar por um mundo melhor, de igualdade e direitos humanos. Quero chegar ao fim desta eleição aliviado, como se fosse arejar uma casa e uma boa e vigorosa surra nos tapetes. Vamos meditar sobre a pretensão humana e os limites da arrogância e tentar nos banhar de vez, tendo a sensação no final de corpo limpo de vozes da intolerância!

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Balanço de domingo


Depois de resultados tão chocantes, há algo de enternecedor, como no chute de um pneu velho. A calmaria depois da tormenta. Aquele momento que sua cabeça começa a refletir com a razão. E é nesse momento, que é possível fazer esse balanço. Temos três cenários.
Para presidente, a vantagem larga de Bolsonaro frente a Haddad impressiona na primeira vista. Mas impressionou mais ainda, o PSDB e MDB que acharam que com o golpe, iriam tirar lucros políticos e foram os mais rejeitados. No final o PSDB tentou descolar de Temer, mas já era tarde. Pela primeira vez na história, o partido fica de fora da disputa, amargando um quarto lugar, depois de gastar rios de dinheiro, sendo que Cabo Daciolo gastou uma ninharia e foi mais votado que Marina e outros medalhões. A questão, não é verba. É entender oo processo. A velha política atuando apenas em TV, achando que nada estava acontecendo, esqueceu da força da internet. Nesse quesito, o #elenão foi mais audacioso tendo apoio do guru Steve Bannon, ex-editor do site de notícias da extrema direita americana Breitbart, um dos mentores intelectuais da campanha de Donald Trump, estrategista da campanha do Brexit, consultor dos partidos neo-fascistas de toda Europa, que foi chamado para ser consultor das campanhas do candidato do PSL à Presidência. A contratação de Steve Bannon foi aplaudida por nacionalistas e neo-fascistas americanos.
É a chamada “Ampliação do Caos”. Fake news e dar informação duvidosa ou polêmica. Não aceito qualquer outro resultado que o da vitória, disse antes das urnas abrirem. Isso tudo é projeto de Caos. Do começo ao fim. Não duvidem que isso vai aumentar e com muito medo de se transformar em guerra civil. Como o exemplo de ódio recente aos nordestinos e extremado no caso do bahiano Mestre Moa, que foi esfaqueado por que não votaria no Bolsonaro.
Para candidato ao segundo turno no Rio, vemos a disputa de um cacique conhecido, falado por Tiburi como Dudu das milícias, que foi comemorado a ida ao segundo turno com tiros na madrugada e o desconhecido do público Wilson Witzel. Ele foi o juiz envolvido na confusão do museu indígena no Maracanã. A surpresa, não foi tão surpresa. Ao apoiar o projeto do #Elenão, conseguiu no último momento que todos os pentecostais apoiassem sem pestanejar esse candidato. Se perguntem, de onde vem esse dinheiro de campanha? Lembram de Romário falando no debate? Sabe quem é MÁRIO PEIXOTO? Empresário ligado a PICCIANI e PAULO MELO que faturou quase quatro bilhões em contratos com governo Estadual. Mas o mais grave é estar envolvido na destruição e humilhação a placa em homenagem a Marielle. No fim das contas, temos um cenário muito ruim para a população, pior para a grande mídia que esta´ perdendo para o projeto de poder dos evangélicos e cada vez mais temos um cenário obscuro na nossa cidade.
Mas algo de bom aconteceu na câmara. Elegemos mais deputados de esquerda, nome importantes como Freixo e Talíria, estarão presentes. A bancada do partido Bolsonaro não tem ninguém, sim vários que podem apoiar seus projetos, mas diminuiu muito a presença do PSDB e MDB, justamente aqueles que achavam que o golpe seria uma virada, e deram um tiro no pé. O que não será fácil nem para Haddad, nem para Bolsonaro. Haverá muita disputa. Não haverá a famosa luz no fim do túnel. Continuaremos atolados ou caminhando muito devagar ou retrocedendo mais e mais. As caras novas, na sua maioria, não querem dizer também maior ou melhor qualidade. O desgaste da tradição antiga na política, afetou diretamente no voto neste ano e a falta de aproximação dos políticos, deu abertura aqueles que conversam diretamente com o eleitor, como Youtubers e ativistas de direita e esquerda. O número de representantes femininas aumentou, e foi de encontro com esse aumento populacional, além dos avanços em suas questões. No geral, ainda por ver como votarão.
O sentimento geral é de vontade de chutar um pneu velho. Quantas vezes, você numa discussão com alguém que vota a favor da tortura, teve vontade de também chutar metaforicamente um pneu, na impossibilidade de fazer neste cidadão? E nesse ponto, você já venceu! Venceu a pessoa e venceu você com sua agressividade. Pense que mesmo tendo um pneu à mão – ou no pé, no caso – para chutar, parece quase uma condição para a vida saudável no Brasil de hoje. Mas não se deixe levar. Deixo com você, após um breve respiro, uma frase de Maiakóvski:
Não estamos alegres, é certo. Mas também por que razão haveríamos de ficar tristes?
O mar da história é agitado. As ameaças e as guerras, havemos de atravessá-las, rompê-las ao meio, cortando-as, como uma quilha corta as ondas

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Desenho na prancha de surf





Recentemente, fiz o desenho de uma jubarte, na prancha do ambientalista e amigo, Paulo Oberlander. Esse era um sonho dele que foi possível quando os amigos e população se cotizou para abraçar essa idéia. Parabéns a todos!

Na reta final


Na reta final, vemos a maior manifestação suprapartidária já visto pelo país, pelo #Elenão. Foi um momento inédito na história desse país, quando antes, nas manifestações de 2015, não havia partidos envolvidos. Outra coisa interessante, foi que a organização foi feita por mulheres. Já venho falando desde a década de 80 que as mulheres vão dominar o mundo, de uma maneira linda. E mesmo com a manifestação no dia seguinte do #Elesim, que arrebatou muitos poucos manifestantes, com direito a chuva, mostrou que o golpe impetrado principalmente pelo MDB e PSDB, não surtiu efeito. O que poderia ser uma vitória para os partidos de centro-direita, acabou sendo um tiro no pé, e no final, tentam descolar da imagem do presidente Temer. Esse cenário todo está sendo conduzido com muito ódio da extrema direita e os embates na internet são cada vez mais acaloradas.
Um amigo, que sempre foi apolítico, segundo o próprio, entra em contato comigo para tentar entender a situação. Ele saiu por conta própria do Brasil, para seguir seu sonho na Austrália, mas sabendo que eu poderia ajudar ele a entender o cenário atual. Me ligou agitadíssimo: “Mano, o caçador de corruptos não é mais querido? Coloca na CNN!”
Liguei no canal que ele pediu e qual minha surpresa de ver a manifestação do #Elenão tomou proporções internacionais. Estava bonito de se ver. Do alto então, aquele mar de gente cobrindo todas as ruas. Meu camarada quis saber tudo. “Mas falaram que essa imagem é do carnaval de 2017! ” Expliquei que na internet, um dos instrumentos utilizados pela direita, era a propagação de falsas notícias e incitação ao ódio de propósito.
“Mas porquê? ”, insistiu ele.
Respirei profundamente e comecei falando que o assunto remonta da época da eleição do Trump e as práticas de fakenews para incitar a raiva por um determinado partido, para gerar um contraponto a admiração da maioria pelo Lula. Uma forma que encontraram de tentar vencer as eleições. Isso acabou gerando discórdia entre casais, briga de amigos e desunião civil, gerando até conflitos de briga em rua. Mas, meu camarada me interrompeu. Não conseguiu provavelmente entender parte da explicação e nem estava ligando para o fato dele ser misógino, sexista, contra todas as minorias, estava intrigado com as pessoas. Por que elas estavam se enfrentando? Eram pagas para isso?
- Não! – Respondi. – A princípio, não.
- O que eles ganham com isso?
- Diretamente nada mesmo. Aliás, perdem muito...
Um silêncio constrangedor ecoa do outro lado da linha. Podia significar que ele estava pensando ou tentando pelo menos. Esperando pacientemente o fim daquele processo, eis que daqui a pouco, ele veio:
- MMA! Hoje em dia, todos querem ganhar dinheiro com MMA! Estão treinando vale tudo com a regra das ruas!
- Não. Camarada. Todos estão lutando por princípios, ideais, sonhos...
- O quê?
-Ideal!
O ideal desse camarada é ter um Ferrari vermelho na garagem de sua casa. Não tem como explicar por que existe tanto em jogo, maior que uma Ferrari na garagem. Não podia esperar que entendesse. Se eu falar que a maioria que vota no #Elenão, desconhece todo programa de governo dele, que na verdade não existe, iria fundir a cabeça do coitado. Aguardemos com emoção o final do primeiro turno das urnas.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Museus na Luta 02


Fiz essa logomarca, para a luta dos museus, em particular o MAI, contra o projeto do Governo Federal para privatizar os museu. Diga não!

Museus na luta!


Numa anedota, o aristocrata inglês mostra sua propriedade para seu colega visitante, começando pela estrebaria.
- Aqui você pode ver meus cavalos Puro Sangue. Logo adiante, meus pomares premiados. Lá, ao longe, meus campos de caça. Aqui é a minha mansão. Este é o meu vestíbulo, em estilo Tudor. Esta é minha escadaria de Jacarandá esculpido do século 17 que leva aos meus aposentos. E aqui estão eles. Aquela é a minha cama em estilo vitoriano. Aquela na cama com a camisola de seda de Madagascar sobre a cabeça é minha esposa. E aquele transando com ela sou eu.
Podem notar que nesta anedota, seu amigo visitante também era, possivelmente também, um aristocrata inglês, que deve ter respondido, na última frase:
- Obviamente!
Pois muito mais importante do que a evidencia de que o anfitrião não podia estar ao lado do visitante, transando com Stephanie (esposa do anfitrião) ao mesmo tempo, que um não podia ser o outro. Mesmo porque se fosse, teria ao menos tirado suas botas, era manter a etiqueta. A etiqueta deve ser mantida acima de tudo, inclusive das leis da física.
Os reles literais, veem que os museus estão sendo entregues ao capital, ao mercado, justificando a pressa, pela precarização existente nas instituições pelo Brasil. Esquecem, que eles mesmos sucatearam durante anos as mesmas instituições, preparando um golpe final, aguardando uma brecha. Não havia nunca verba possível, mas quando houve a tragédia do incêndio no Museu Nacional, logo surgiram verbas para reconstrução. O escândalo da proposta de privatização dos museus, fere a etiqueta internacional e mostra que a população abraça a causa dos museus e não dos governantes Neoliberais. Já os realistas retrógrados não entendem que não importa o que Stephanie esteja fazendo, e com quem. Isto é apenas verdade. Importa é o que foi dito durante anos e anos a fio. Que o museu público é ruim, não serve, está caindo aos pedaços. O certo é privatizar, como dizem. Sendo que tudo que foi privatizado no Brasil, apenas serviu para a exploração de cada consórcio e não para os objetivos com a qual foram lançados. Tem país, que até está estatizando tudo novamente. E museu não é mercadoria e nunca deve ser tratado como mercadoria – Uma séria ameaça aos lances do capital ilusionista.
A máxima sempre foi do que os que tem dinheiro definem a etiqueta. Desta vez não. A poucos dias da eleição, estão desmontando tudo quanto possível e tentando vender a preço de banana qualquer coisa. No tocante dos museus, haverá resistência. Como o bom exemplo das ações do Museu de Arqueologia de Itaipu, associado a vários órgãos de amparo ao público, comunidade, artistas, cientistas, professores e intelectuais, que sensibilizados, abraçaram a causa. Abraçaram a resistência do Museu e estão comprometidos com mais ações no futuro.
A ocupação teve como desdobramento:
Buscar formas de acionar a justiça contra a MP850; Enviar aos deputados as cartas dos servidores, notas de repúdio contra o retrocesso que representa; Criar um núcleo de apoio ao MAI pra organizar as ações de protesto; Elaboração de um texto único de todas as iniciativas sociais da região oceânica em apoio aos museus federais e contra a MP, incluindo nesse texto as iniciativas, ações e realizações que o MAI promove junto à comunidade do seu entorno, o Programa de Educação Socioambiental, o Inventário Participativo de Histórias de vida, as parcerias diversas, entre outras; Solicitar aos vereadores de Niterói a elaboração de uma nota de repúdio à MP; Tornar público por meio de placares qual o posicionamento de deputados e vereadores quanto ao conteúdo da MP850.
Para aqueles que estão vendendo tudo e querem definir a etiqueta, assim como na anedota, não existe pecado maior que o levantar de voz.

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Prêmio Arte em Movimento



Prêmio Arte em Movimento recebido do Teatro Café Pequeno, em Ipanema, pelo trabalho musical conquistado pelo último EP Digital RELUZ, tocando nas rádios em São PAulo. Obrigado aos organizadores pelo reconhecimento

Perigo à vista


Ninguém nunca explicou por que o Chile, com o qual os Neoliberais sonham sorrindo, não privatizou sua estatal do cobre. O Chile é um caso isolado? Ok, mas ignorar as diferenças quando se quer usá-lo como exemplo e invoca-los quando o exemplo não serve, não vale. Principalmente, não Vale do Rio Doce. O caso do governo federal agora que querer privatizar os Museus públicos, perto das eleições, mostra, a correria para tentar privatizar, vender e tentar aprovar todas as pautas negativas a população e de interesse de poucos. É ver que países como Alemanha dá universidade gratuita para todos. A água que o Rio de Janeiro quer privatizar, a França e Alemanha reestatizaram.  A esse caminhar, o presidente poderá botar no seu currículo, que foi mais longe do que o Pinochet.
O perigo à vista são de não só continuarmos a destruir o país, mas ter uma continuidade do desmonte, com agravante de um novo AI-5 voltar a todo vapor. Lembrando que em 64, os movimentos que antecederam ao golpe, tinham após a renúncia de Jânio (alegando “forças ocultas”), um Goulart que teve a iniciativa de reformas sociais urgentes, como a agrária. Goulart assina dois decretos: o primeiro nacionalizava todas as refinarias de petróleo particulares e desapropriava propriedades rurais numa faixa de 10 km à margem de rodovias ou ferrovias federais. Com isso irritou o capital nacional e internacional. Logo após, milhares de pessoas participam da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, organizada por várias entidades conservadoras, entre elas a SRB (Sociedade Rural Brasileira) e a UCF (União Cívica Feminina). Todas bancadas pelos setores privados. Alguma semelhança com que vimos e vemos nos dias atuais?
Mas um fenômeno é mais grave, ao meu ver. O crescimento do fascismo no Brasil e no mundo. Reli o livro de Christian Delacampagne, que fala sobre os pensamentos de Sartre, Heidegger e Wittgestein, sobre o ponto de vista deles na época da segunda guerra. E é possível, sem sombra de dúvidas, afirmar que é um discurso de ódio de imperativos nazistas sim, e não associar a intolerância, de idéias diferentes a esse sistema. O que me deixa de queixo caído, são a admiração que não é mais velada pelos ideais. Como o livro Mein Kampf, que fala sobre Hitler, ser uma edição esgotada e altamente procurada na Feira do livro em Lisboa. Estão de volta, os ideais defendendo a tortura, a ditadura, o racismo, o sexismo, a homofobia, o criacionismo e o fundamentalismo religioso. Não é possível, que os interesses de uma elite egoísta, que clama por direitos de sangue, se sobreponham aos direitos individuais, a Liberdade e a Democracia. Um regime que não apenas odeia, como despreza uma classe social, ou sexo oposto ou sua diversidade, uma raça e com intolerância religiosa, mas é capaz de qualquer coisa, principalmente pela força, impor suas metas.
Um traço comum se viu, na organização popular na internet das mulheres contra “Ele”. A estratégia, poderia ser, se aproximar das mulheres, abrir pauta de discussão ou até arregimentar aquelas que são pró candidato, mas a resposta veio da forma como sabem fazer: Atacando, usando fake News, hackeando e ameaçando a vida das organizadoras. Como nada é feito, como uma censura a candidatura, ou pelo STE ou por órgãos que fiscalizam as condutas eleitorais, tudo é permitido. Como por tempos, foram proferidos absurdos nas frases do candidato e nada foi feito, existe a anuência de todos com o que foi falado. Se uma parte da população, aprova o discurso de ódio, o mesmo não se pode falar das leis eleitorais que deveriam reprovar qualquer tipo de ofensa discriminatória, vinda principalmente de agentes públicos.
Pergunte quais são suas verdadeiras propostas e se seu passado como parlamentar conseguiu algum progresso social ou de alguma serventia a população em 25 anos de atuação. De qualquer maneira, está totalmente ausente as discussões reais acerca das propostas dos candidatos. Ou porque acham que é irrelevante ou porque acham que é relevante e incômodo demais. É mais importante atacar e odiar nesse momento. Que os Deuses não nos tragam uma terceira guerra mundial.

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Fotos


Hoje, recebi as fotos tiradas pela profissional, Macarena Lobos, com o qual trabalhei no jornal O Dia. Dar aquele ar de profissionalismo em fotos para orelhas de livro.

Foi dado a largada


Esquerda ou direita? Coca ou Pepsi? Guaraná Brahma ou Antártica? A cada eleição que se aproxima, os eleitores vão tomando partido daqueles que se aproximam do discurso que deixa próximo de seu pensamento.  Aquele que quer vender tudo e transformar o país em um balcão de negócios, tem fartura oferecida pelos partidos, aqueles que querem justiça social, um país sólido já possuem pouquíssimas opções e ainda tem aquele que quer meter bala em tudo, com uma opção, mas correndo por fora. O jogo político, apesar de se apresentar faz um tempo, esquentou mesmo na semana passada, quando o dia começou com a briga de comadres entre o presidente do país e o Alckimin, e terminou com a facada no Bolsonaro. Não adianta lembrar que já houve debates na TV, que agora realmente começa a disputa. Já sabemos quem são aqueles que realmente vão disputar agora.
Por falar nas disputas pela Televisão, os debates não esquentaram. Deram visibilidade a um corpo estranho, que toda eleição temos, que foi o caso, este ano, do Cabo Daciolo. Não sabemos se continuará aparecendo, pois já amedrontado com tudo e todos, se isolou no monte, distante de qualquer debate público. Podemos lembrar de eleições passadas, onde outras figuras apareciam da mesma forma, como o exemplo do Doutor Enéias. Os debates, ao contrário da opinião de Bolsonaro, de que não acrescentam em nada, você tem oportunidade de ouvir argumentos dos dois lados, de forma ponderável e suas razões respeitáveis. Este ano, ainda não decolou, pois falta algo. Um fator definidor. Um Tchan! E não creio que Carla Perez poderá neste momento ajudar em algo.
Pode-se dizer, que tínhamos, na primeira eleição presidencial, pós golpe militar, um debate que realmente esquentava as conversas na rua. Você sempre tinha uma torcida pró-Maluf, mas que não intimidava de maneira nenhuma Brizola, que enfrentava o “filhote da ditadura”, como dizia dele e do público presente. Ou Afif Domingos com seus gingles, além de Lula ainda numa fase pós-militante das massas do ABC paulista. Alí, existia o papel preponderante do candidato, por vezes maiores do que o peso das propostas dos partidos. E nesse ponto de vista da maioria dos brasileiros que o bicho pega. Um candidato pequeno, que bem aparentado, com um discurso que pegou contra os marajás, apoiado pela grande mídia, vence a eleição contra o Lula.  Naquela época, a polarização já marcava presença, sem a força das redes sociais, pois nem celulares existiam.
Todo movimento que existiu (e ainda existe) de golpe no país, trazido das experiências da Turquia, pela primavera árabe não conseguirá ter seu capítulo final trazido para cá, onde hoje, todos os juízes que efetivaram o golpe, estão presos. Não daremos sorte de chegar a esse ponto aqui. Não pelo menos até terminarem as eleições. Retiraram da disputa legal, um ex-presidente que estaria eleito no primeiro turno e vão tirá-lo, mesmo com apelos da ONU e todos os outros filósofos, personalidades e líderes mundiais, apenas quando acabar o processo eleitoral.
Ficamos reféns de um candidato da extrema direita que irá com um candidato de centro esquerda. Será ou Haddad ou Ciro, que vem crescendo no gosto da direita/centro também, pela austeridade. Haddad, com o apoio de Lula, pode surpreender no final, se não matarem ele, como Eduardo Campos, que mesmo com os resultados da Polícia Federal, ainda tem muitas dúvidas que não foram respondidas com clareza. Outro dia, seu avião, que estava com problemas de gasolina tentou pousar à noite em um aeroporto, e apagaram as luzes de pouso da pista. Nada foi dito na imprensa. Perdemos a disputa pelos debates e agora tudo está abertamente acontecendo entre o povo nas ruas. Tudo está muito estranho e potencialmente perigoso. Risco real de distúrbios civis, inclusive com explosões de ira de partidários de Bolsonaro e enfrentamentos com esquerdistas nas ruas. Tenso demais.


quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Luto


Chorei. Mas chorei muito no domingo, com a impotência quanto a queima da memória, no incêndio do Museu Histórico Nacional, na Quinta. Esforcei-me para ser firme e conciso, mas confesso que tive muitas dificuldades. Fui tomado por emoções muito fortes, entre tristeza, indignação e raiva. Agora, tomado pelo luto, posso tecer esses pensamentos.
Não podemos falar que foi acidente. Acidente são essas instituições ainda existirem. Acidente é ainda existir museu no Brasil. Acidente é ainda existir universidade. O descaso com a nossa memória e a importância dos bens materiais e imateriais perdidas não tem tamanho. E podemos dimensionar isso, nas frases de nossos governantes no rescaldo do incêndio. O prefeito falando em reconstrução do palácio, como se o que tinha dentro não tivesse a menor importância. Olham para o Museu e veem apenas o prédio onde morou a Família Real. A preocupação era apenas com o projeto físico. Parte dos candidatos à presidência defendem a extinção do Ministério da Cultura, e até fala de ministro atual falando que história não serve para nada. Lembrando que o atual governo congelou os gastos e extinguiu o Ministério da Cultura, e sob pressão reativou novamente, mas tirou um orçamento que era de 500 mil para 50 mil em manutenção. Quando um governo corta verba, é esse dinheiro que falta também para a segurança, prevenção de incêndios em seus prédios.
Tragédia é quando cai um raio, isso foi um crime.
Tudo que é público está sendo destruído. Até a nossa história.  Esse desmonte provocado por uma política Neoliberal nervosa, pretende transformar tudo que é público em privado. A receita é simples: Diminui as verbas, sucateia ao máximo e vende, através da imprensa, a idéia que tudo que é público é ruim. A noção de parte da população comprando esse marketing é vergonhosa, pois cria através de ódio, uma parte da população fazendo piadas com o ocorrido. Além dessa precariedade, promovida por baixos investimentos que foram minguando ao longo de vários governos, este deu o golpe final. E como se não bastasse, não havia água, os bombeiros não chegaram a tempo e tinha poucos equipamentos. Lembrando que o museu do Louvre, que passou por guerras mundiais, tem uma brigada de incêndio dentro do próprio museu, onde apenas os mais qualificados podem exercer a função, é público.
Questão de prioridade.
Exatamente uma semana depois do incêndio que acometeu as terras do Xingu, essa tragédia vem reforçar não só o desmonte intencional da cultura, mas do nosso passado, total abandono de um Governo pautado pelo total desprezo a cultura e ciência.
O medo da cultura nos governantes é imenso. O saber pode interferir no projeto de poder neoliberal. Devemos ter nosso direito à cultura como prioridade. A noção de direitos culturais é a que vincula à Cultura. O termo cultura tem origem no latim colere, que significa cultivar, tratar, cuidar de. Seu uso remete à agricultura e à instrução dos indivíduos. Deu origem aos termos: alemão (Kultur) e francês (civilization). Trata-se de uma palavra polissêmica.
Guy Debord, acredita que a arte se con­fundiu com mercadoria e, portanto, perdeu qualquer pertinência ou identidade autô­noma. A história da arte, sendo um discurso institucional, (universitário ou museológico) funciona também como um discurso social, auxilia a formar percepções da realidade. Segundo Ana Paula Paes de Paula, no Brasil, “devido à tradição patrimonialista, os empregos e benefícios que se auferem do Estado costumam estar ligados aos interesses pessoais e não aos interesses públicos” (Paula. 2005.p.106) encontramos, ainda hoje, essas práticas patrimonialistas na área pública. Por que não havia água no local? Foi fechado pelo prefeito para não juntar mendigos. Na sua visão, o que era mais importante do que proteger o patrimônio. Afinal, o que esperar de alguém que despreza a idéia de existência de dinossauros?
Não basta destruir o Brasil, tem que acabar com a memória também! Ver o Museu Nacional queimando é simbólico para um país que odeia ciência e sua própria história.


quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Desenhos para a parede da Dead Dog



André Barroso produziu desenhos para três paredes da cervejaria Dead Dog, com temática da estética punk. Todas as ilustrações em grandes formatos feitas diretamente com tinta. Podem conferir na Rua Professor Heitor Carrilho / Niterói. 

O homem descende do vírus


Esqueçam a Teoria da evolução de Darwin, ou a grande Teoria da evolução ou até a Panspermia de Hermann von Helmholtz. O homem veio do vírus. Mas aquele vírus devastador. Aquele que infecta e acaba com o outro ser vivo. Para aqueles, que como eu, acreditam na redenção da humanidade através do amor ao próximo, sempre haverá uma ponta de esperança. Mesmo que do tamanho de um buraco de agulha. O espírito de dominar o outro através da força está junto conosco desde a pré-história, se passaram milhares de anos e apesar de estarmos vivenciando uma era de prosperidade tecnológica, nossas atitudes ainda estão muito aquém desse avanço.
Outro dia vi o filme Mãe; filme de Darren Aronofsky com Jennifer Lawrence (está maravilhosa), Javier Bardem (Esse nem se fala), Ed Harris e Michelle Pfeiffer, que faz um paralelo com a história da criação. Quando a humanidade chega, mostra toda sua empáfia, desprezo com as coisas, com vícios e no momento que aumenta o grupo de pessoas, a violência e degradação são presentes numa explosão de ódio infinito. Me impressionou por dois dias essa imagem de violência que foi demonstrada o nosso retrato. Eu vou além do medo de ter filhos em um mundo de conflitos. Para onde estamos nos conduzindo?
Faz 21 anos de um crime que mostra bem como é a cara do Brasil. A cara do eu posso você não pode. Três jovens atearam fogo em um índio dormindo na rua, em Brasília. Apenas por diversão. Um crime que se fosse feito por alguém das classes mais baixas, seria resolvido rápido. Mas como tinha filho de embargadora, demorou muito tempo, teve recursos e penas alternativas. O massacre, na verdade, começou a 500 anos, disse certa vez Orlando Villas Boas. A barbaridade com o índio, é a mesma de Diadema, Cidade de Deus, Candelária, e de tantas favelas ocupadas pelos militares de hoje.
Não adianta separar as barbaridades. O discurso de que um é social e outro patológico. Um culpa a miséria e a história e outro a perversidade humana contida no homem. Um tem drama no estilo Tolstói e outro Dostoiévski. Essa separação absolve e aumenta nosso silêncio sobre a situação. E acaba tendo gente que diante disso, é pega no discurso defendendo a violência policial e as distorções. Daí você compreende por que o candidato do PSL está em alta. Um colega participou de alguns grupos de zap a favor do candidato e o que se vê é muito apologia à morte.
Você pode notar, que nos dias de hoje, os crimes também são seletivos. O que aconteceu com os Venezuelanos recentemente, mostra um nível de desprezo pelo ser humano, que achava que não encontraria tão visível. E o modelo desse desprezo que justifica ações desse tipo é a sociedade em que vivem todos nós. Vivenciamos os exemplos diários de desprezo pelo mais desvalido. Temos uma história de desprezo, cultura do desprezo atávico e institucional.  Basta lembrar do desmonte do Monte Castelo. Fomos os primeiros a ter escravidão e os últimos a abolir. Todos foram jogados na rua e os senhores isentos de qualquer culpa. Essa gente, sem condições mínimas de vida, foram ocupando os espaços da cidade. Deixaram ocupar o morro, para que no futuro, pudessem dar a desculpa de degradação (assim como fazem historicamente com a universidade pública, que mesmo com esse ataque fulminante em suas verbas, continua sendo as melhores da américa latina) para expulsar essa população e destruir uma parte histórica de nossa memória.
O que acontece com a universidade pública é o mesmo que acontece com nosso sistema de saúde e penitenciário, que são formas organizadas de desprezo público.
Esse desprezo diário, contínuo e reincidente, faz tempo nos insensibilizou.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Infografia presidenciáveis


Infografia para os primeiros índices de indicação de votos pela fonte XP Investimentos, publicado no portal Eu, Rio!

Arte para cervejaria DasTia



Fiz o banner para apresentação da cerveja artesanal DasTia, no evento da Acerva de 6 anos. O banner ficou bem visível, com a imagem em forma de cartum

Vergonha!


Não faz muito tempo, com o êxodo humano em grandes proporções, uma crise humanitária devastadora, criada por guerras, que mostraram cenas em fotos e compartilhadas por todos, de barcos abarrotados de migrantes. Muitos emocionados nas redes sociais, ficavam revoltados mostrando a aflição de muitos povos, fugindo de suas realidades e sendo barradas por alguns países, em alguns humilhando essa corrida pela vida, outros mostrando o farrapo em que se tornou os lugares atingidos. O Brasil, sempre se orgulhava de estar à frente de problemas humanitários, com ajudas reconhecidas ao Haiti pela ONU. Mas, nesse momento tudo foi para o ralo, com as cenas lamentáveis em Roraima. 
Quando a realidade está longe, é fácil ter esse tipo de emoção, mas quando chega na sua porta é que verificamos realmente se é um discurso vazio. A conta da língua sempre chega algum dia a quem profere. Basta ler A língua também é um fogo, diria Tiago. Nos últimos tempos, vemos a ação disseminada de ódio se alastrar pelo país, como nunca foi vista. E ganhando forças em vários níveis de atitudes na sociedade, xenofobia, preconceito, desrespeito, ataque cego as artes, são alguns dos alvos de grupos financiados que disseminam a raiva desmedida e vazia. Alguém compartilha uma indignação desproporcional, muitos comentam e a cada postagem você percebe um aumento na fúria das palavras. Nenhum se dá ao trabalho de checar a informação ou debater o que foi falado. Apenas quer mostrar o quanto está com raiva.
Lembrando que alguns grupos que fizeram o mesmo em redes sociais, por interesses partidários, que independente da sua opinião se gosta ou não, levaram à prisão, por suspeitas, de ter benefícios em um tríplex, que aliás, depois de uma investigação de meses, a Polícia Federal relatou que o apartamento não era do candidato. Boa parte da rejeição criada, para abaixar seus números nas urnas, foi montada nesse grande conluio, que como disse Romero Jucá, com Supremo e tudo, ter uma frente incessante de ódio para o candidato. Criou-se uma escola, que despertou o ovo da serpente. Da mesma forma, como foi usada em outros países e o nazismo está tendo visibilidade novamente. Estes grupos que se auto intitularam apartidários, em favor do povo, estão todos se candidatando. Para todos os governantes latino-americanos, também criaram essa mística de derrubada através da informação. Sabia, que existem mais brasileiros morando na Venezuela, que os Venezuelanos no Brasil? Diz o relatório internacional de Migração de 2017, que o país é dos melhores acolhedores de migrantes. Apenas existe o ódio, sem entender realmente o que acontece, acobertado apenas por informações que você recebe, da mesma imprensa que apoia esse ódio desenfreado.
“A linguagem opressora do discurso de ódio não é mera representação de uma ideia odiosa; ela é em si mesma uma conduta violenta, que visa submeter o outro, desconstruindo sua própria condição de sujeito, arrancando-o do seu contexto e colocando-o em outro onde paira a ameaça de uma violência real a ser cometida – uma verdadeira ameaça, por certo”. - Judith Butler
Nessa onda da nova ORDA MUNDIAl, tenho vergonha do que aconteceu com os migrantes da Venezuela em Roraima. Inadmissível. Cenas de barbárie e falta de humanismo de uma turba alimentada por esse ódio criado, ainda se aproveitando de discursos montados sem menor embasamento real. São cenas que jamais achei que iriam acontecer no nosso país. Tacaram fogo no galpão onde tinham pais, mães e crianças! O governo atua apenas como reativo. Sempre. A situação já se anunciava, não só no país, mas também nos vizinhos. E se preparar é o dever. Humanidade é isso. Acolhimento e atendimento caso a caso. Mas o discurso está solto para todos repetirem. O ódio, se alimentou e não tem mais vergonha de mostrar a face.
Recentemente, um Procurador disse que seria importante queimar os livros de Paulo Freire em praça pública. Alguma lembrança do nazismo? Em 1933, houve uma grande queima de livros em praça pública, de escritores inconvenientes ao regime. Stefan Zweig, Thomas Mann, Sigmund Freud, Erich Kästner, Erich Maria Remarque e Ricarda Huch foram na época.
Existe sensatez?

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

A democracia é uma delícia


Alguns possuem desejos muito simples. Eu por exemplo, gostaria de poder ver a Paixão de Joana d’Arc, de Carl Dreyer, com a lendária interpretação de Falconetti, munido de um shake de chocolate tipo big coke. Ainda me contento, nesse momento, em ver o filme Os desajustados, de John Huston, mas incluindo o que seria o primeiro nu no cinema, com Marlyn Monroe, recém descoberto a cena filmada pelo escritor Charles Casillo. São desejos simples. Muitos desejam algo mais complexo, como um país com justiça social, sem corrupção e desenvolvimento social. A outros, porém, que querem a verdade sobre a URSAL.
O cabo Daciolo, que fez fama em se tornar o meme do momento, com acusações direta ao candidato Ciro Gomes, tem a certeza de sua acusação. Ciro foi o criador da URSAL. Um meme que rende até hoje. De uma criação irônica da socióloga Maria Lucia Victor Barbosa, criticando um encontro do Foro de São Paulo em Havana, passou a ser utilizada por outros disseminadores e influenciadores e se tornou algo utilizado por conservadores a partir de um artigo do ultradireitista Olavo de carvalho.
Segundo a representação do Cabo Daciolo, seria a união das Américas latinas em um único país, sendo o primeiro passo para a internacionalização do comunismo, da qual Ciro Gomes não sabia nem do que se tratava. Quero contribuir com o pensamento, dizendo que poderíamos unir todos os continentes, nesse intento, até podendo usar tecnologias chinesas para mover as placas tectônicas e formar. Aí sim, um único continente comunista. Daria o nome de PANGEIA.
Dependendo do Brasil, não teríamos a ajuda da China, afinal, o embaixador americano está no Brasil para traçar planos para impedir o avanço de domínio comercial que o país oriental exerce faz tempo, com negócios da China de baixo custo. Para muitos, URSAL seria um novo tipo de Sal do Himalaia, para outros um novo herói da Marvel. A verdade é que faz tempo o palanque político não atraia a atenção da população. Desde os históricos debates a presidente de 1989, não tínhamos visto algo tão chamativo e com cenários tão diversos. Mas isso é positivo? A verdade é que não. O que poderia ser alguma coisa para promover o entendimento ou se discutir com seriedade, está sendo posto de lado para acirrar ainda mais a disputa entre classes no Brasil. Isso se torna preocupante, no momento em que estamos a poucos meses da eleição.
O discurso do nosso cenário político está totalmente falido. Mostra claramente de temos que separar os casos de ideologia dos de psiquiatria. Tivemos o debate alternativo, no youtube, negado pela grande imprensa, de Haddad e Manoela D’ávila, que trouxe o debate de idéias dos temas feitos na Band com muita seriedade. Enquanto grande parte da população estava concentrada, apegada ao debate das grandes corporações, o debate alternativo, trouxe muita reflexão. Uma mágoa, estarmos aprisionados a uma ditadura camuflada de democracia para vermos um debate vazio, onde o ponto alto foi o cabo Daciolo falando da URSAL. Por mais que Ciro tenha se aproximado do centro, ainda é visto pela direita com desconfiança e teve poucas oportunidades de soltar sua verborragia ilimitada para aqueles que querem vencer sem propostas, mas sim com verba.
Tenho lembranças daquele primeiro debate presidencial de 89, com muita fala e gesticulação. Como não lembrar de Brizola falando para Maluf:
- Seu filho da ditadura!
Aliás, os vídeos desse período, estão voltando à tona nesse período cibernético. Boa lembrança dos tempos de debate raiz.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

De olho no céu


Numa semana repleta de atividades astronômicas, que ao fim, laureou algumas excelentes matérias desta publicação digital; levou a olharmos para o céu por alguns momentos. Na lista de preferencias nacionais dos eventos naturais, está a Lua. Além de seu poder físico nas marés, no ciclo feminino e na inspiração dos poetas, ela já teve ano passado no seu clímax de poderio. Foi visto pelo mundo todo o efeito de um eclipse de Super-Lua de Sangue. Um evento único, que contou com até uma live sob a canção de Total eclipse of the heart, sucesso de Bonnie Tyler. Um evento de menor magnitude ocorreu na semana passada, mas que ativou a curiosidade de muitos, que foi a eclipse da lua de sangue. Muitos foram impulsionados a acompanhar pela praia, outros tentando uma casquinha de conquistar aquela menina que está emocionada com a atividade lunar, mas ainda não com a atividade do fedelho.
Normalmente o francês, sempre tem sangue-frio para observar esses fenômenos. Por aqui, estamos ligadas as crenças indígenas, nas populações menos abastadas, aquelas regiões inalcançáveis, que fazem ligações diretas com a brabeza dos Deuses com seus rebentos na Terra. Somos de sangue-quente, como sempre dizem popularmente, e levamos tudo para o lado emocional. Afinal, mente quem diz que a lua é velha. E para aqueles que não viram o eclipse, no final a Bela fica com Edward... é isso!
Houve também, para os mais desavisados, uma chuva de meteoros, que menos espetaculoso, riscou o céu e manteve nossas atenções para o céu. Foram momentos, para aqueles que gostam de mostrar tudo que fazem, de entrada no banheiro a uma selfie com a lua de sangue.
- Rápido! Tragam sua pior câmera! – Diria qualquer um no momento de fotografar esses momentos lindos. Se a expectativa era grande, a realidade não ajudava muito. Tivemos uma enxurrada de fotos de apenas uma pequena luz intensa no céu. E Marte que estava tão perto e tão vermelha, nunca foi tão rejeitada pelas lentes das câmeras.
Por falar em marte, os cientistas, depois de anos e anos estudando o planeta vermelho, resolveram divulgar que foi achado água em grandes proporções, de forma líquida. Algo em torno de 10 bilhões de litros. O primeiro pensamento, sem ser a do cientista, é que só falta a gente plantar cevada, levar uns bois, umas cadeiras de plástico, que dá para viver tranquilamente longe desse período de disputa eleitoral. A descoberta é incrível, mas o que realmente dá para pensar a partir disso? Sem água, nenhuma forma de vida como a conhecemos poderia existir. Essa premissa acaba de ser quebrada, enquanto relevância para colonizarmos finalmente Marte. Já estamos a anos pensando nessa colonização, sem a presença de água. Agora, está cada vez mais viável a idéia. Terraficar Marte, com tanta água abundante, pode ser concluída em poucas gerações.
Talvez a conclusão mais interessante, seja que haja, no mínimo micro-organismos vivos marcianos nesse lago. E com isso, já podemos afirmar que existe vida extraterrestre. E com isso, já dá para pescar. Outros afirmam, que começa a preparação da humanidade, para realmente ser divulgada a existência de vida inteligente fora do nosso planeta, embora as próprias fotos divulgadas, oficiais da NASA, dentre os milhares tirados por robôs da superfície, mostram categoricamente, construções abandonadas, objetos não naturais, ossos e objetos voadores circulando os vales, sem que a própria agencia dê alguma conclusão satisfatória. Na verdade, são mais evasivos. Pensando na Data Limite, do qual Chico Xavier pronunciou sobre 2019, estamos à beira de um anúncio em breve de maior importância, desde a descoberta do fogo, roda e internet.
Enquanto isso, por mim, levando pó de café, tendo wifi, me coloco na primeira fila de civis voluntários.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Prêmio


Em setembro, recebo o prêmio de cultura, pelo meu trabalho cultural, no Teatro Café pequeno

Toalha de mesa


Saiu esta semana, a toalha de mesa que ilustrei para o Museu de Arqueologia de Itaipu, para restaurantes da Região Oceânica de Niterói, onde enquanto espera a comida, pode ver os pontos turísticos da região e ainda de quebra, seu filho pintar e se divertir

Capa de caderno


Chegou os cadernos do qual fiz a capa. O resultado geral ficou muito bom para o planner da Biblio Idéias para uma turma de gestores. 

Infografia Violência


Posteridade


A posteridade nunca foi um lugar seguro, por mais que todos queiram alcança-la. Já foi o tempo em que o pior de se esperar de um merecedor de homenagem pública, fosse o desrespeito de um passarinho ao seu monumento em uma praça. Hoje com a velocidade da internet e os áudios e vídeos, podemos ver o que aquela figura pública está pensando sobre um determinado assunto. O que espanta, é que mesmo sabendo disso tudo, uma pessoa seja capaz de demonstrar toda sua incapacidade e não se importar nem um pouco com o que os outros vão pensar. Isso na melhor das hipóteses. Eu, no meu caso, iria pensar e repensar antes de qualquer declaração. Quantos vão ler ou ouvir um testemunho que pode ser decisivo na vida delas? Penso que é sério isso. Aqueles que decidem não vacinar seus filhos, por decisão própria, sem menor conceito científico e ainda influenciam outros pais a fazer o mesmo é uma barbaridade. Pode levar seus primogênitos a morte e contaminar uma sociedade inteira. Sem justificativa!
Um tempo atrás, meu editor pediu que eu fizesse uma charge falando sobre a péssima influência do Neymar pai não só sobre seu filho, mas em toda delegação. Todos tínhamos uma vaga idéia do que estava acontecendo, por histórico dessa forma de agir no passado, mas não conseguia matutar nada que o público mundial pudesse compreender em uma imagem. Optei, por uma mensagem icônica de Neymar e seus tombos que o levaram a ter a grande imagem arranhada e tornando-se a maior chacota não só no período da Copa, mas estende-se até os dias de hoje. Acabei, sem opções, poupando Neymar pai. Mas ele não ajuda. Mas uma vez vemos ele envolvido em mandos e desmandos, festas, intromissão e desrespeito. Isso por baixo.
Antigamente, esperávamos encontrar estórias com um grande escândalo sexual, afinal não é raro, na biografia moderna, que um nome público que não tenha seu nome envolvido em alguma cena de incesto, travestismo, bestialismo, ou alguma outra prova que era uma figura com desejos reprimidos, guardando seus segredos em pastas de seu computador pessoal. Hoje, ninguém sente perigo de ser hackeado e ter seus nudes roubados por um outro mal-intencionado.
Talvez isso não importe mais. O que dizer por exemplo, de um candidato, que está em segundo na disputa à presidência da república que não se importa em falar mal das minorias, de proferir barbaridades e incitar o ódio entre todos? Nada acontece. Então, vemos que você não tem mais limite. A escola Trump está fazendo seus discípulos pelo mundo e como não bastasse, assina em baixo suas declarações. Sem medo de ser pego pelas câmeras. Aliás, em um possível segundo turno entre Bolsonaro e o Pai do Neymar, em quem você votaria?
Temos um problema muito grande pela frente. Um problema de formação que é difícil de tratar a curto prazo. Serão várias e várias gerações para consertar o dano feito em muito pouco tempo. E essas pessoas, apenas esperam seu momento para despejar seus problemas pessoais na sociedade, afinal, dá muito ibope aquela pessoa que fala loucuras, do que a que semeia a paz. 
Neymar pai é um desses problemas que vão influenciar o nosso futebol e no exterior. Por aqui, foi o único que se hospedou com a seleção e imagina os impropérios que devia falar diariamente na cabeça dos dirigentes. Promoveu festas e quando perguntado por uma repórter, sobre a questão, respondeu como de se esperar de uma figura, que pensa ser o dono de tudo e que pode comprar tudo. Você pode compreender, as atitudes do filho dentro e fora do campo, observando seu pai. Já está na hora de mudar tudo nesse momento, se realmente queremos voltar a ser respeitados no futebol, sem medo de exagerar, querendo o melhor.
Hoje em dia não há nada pior para uma figura pública do que a vida pública.