quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Escalada da violência. Os fins e os meios


O velho adágio de que o fim justifica os meios, ameaça a sobrevivência de qualquer princípio moral no planeta, mas volta e meia é usada para absorver tudo, desde Stálin à mão do Maradona. A escalada da violência em oito meses de governo é típica de governos que focam na fragilidade da população, encontrando no discurso o gatilho para o incentivo de mais armas, mais execuções abalizadas e sem um verdadeiro plano de segurança pública.  Quando a ciência mostra que ouve um aumento de 80% no desmatamento em poucos meses de governo, não é porque quer desmoralizar a política ambiental (política ambiental do governo?), mas quer demonstrar que existe um problema sério e que precisa ser resolvido. Mas como isso pode ser importante para o presidente que tem sua fala, desde a eleição, dizendo da sua total falta de interesse no tema.
Total falta de interesse na preservação da Amazônia desde o início. Suas falas sempre foram “no meu governo não vai ter mais um centímetro para os índios”, “Não temos como administrar a Amazônia”, “Viva o agronegócio”, e sim são incentivos que tornam o avanço do desmatamento uma casa da mãe Joana. A truculência daqueles que viam a preservação como um impedimento para levar madeira, explorar o ouro ou até delimitar espaços, ficou aparente no momento da vitória do candidato. E como incentivar essa violência? Acabando com o Ibama aos poucos, sucatear as fiscalizações, demissões em massa, acabar com as pesquisas científicas na região, liberar as armas para fazendeiros. Uma bandeja pronta para aqueles que tinham receio e agora, matam índios, tacam fogo em Ibamas e se não bastasse esse aval, querem mais e mais. Matam a Amazônia com a mesma truculência dos discursos. O Governo foi alertado pelo Ministério Público três dias antes de “dia do fogo”. Nada fez achando que não perceberiam. A intenção era mostrar a Bolsonaro que apoiam suas ideias de “afrouxar” a fiscalização do Ibama e quem sabe conseguir o perdão das multas pelas infrações.
O Governo do Rio corrobora com as ações do Governo federal. Estão alinhados na mesma intenção. Aproveitando os medos da população na última eleição, se posicionaram sempre em relação a combater o “mal” com mais armas nas ruas. Nada de política pública. Apenas reação. O discurso sempre foi “comigo vai ser mirar na cabecinha e apertar o gatilho”. Esse discurso pegou a maior parte da população que dentro do senso comum acha isso a solução para seus problemas.
O que foi o último espetáculo policial na ponte Rio-Niterói? Depois de um tempo de incursões em favelas, atirando a esmo, matando inocentes, levando medo para as populações mais pobres, teve o alerta amarelo quando a imprensa se revoltou com a situação e teve até denúncia na ONU. Ele precisava de algo que pudesse reforçar novamente que sua idéia de combate a violência era o correto. E teve. Um sequestrador com arma de brinquedo é morto na ponte na última terça. Reféns libetados. Um sniper mata o sequestrador fora do ônibus. O governador Witzel comemora a morte por bala de sniper como se fosse Copa do Mundo. A sociedade aplaude, após 4h de caos. A sociedade doente comemora a morte por tiro de sniper. Me pareceu um grande golpe de marketing para reabilitar a imagem e a popularidade de um governador abaladas por assassinatos de inocentes nas ações de sua polícia nas favelas.
Ninguém se importou com a história que teve várias questões frágeis e ninguém vai se importar. Em conversa com o amigo Ricardo França, ele verificou muitas dúvidas. Um sequestrador, sem exigências, sem se importar com celulares e que estava ansioso por algo que haveria por acontecer. O congestionamento chama a atenção do Rio e do Brasil. Ele permite que as pessoas permaneçam com celulares, dinheiro e seus pertences. Começa a sair do ônibus DELIBERADAMENTE sabendo dos atiradores de elite posicionados. Solta reféns sem nada em troca.
Outra vítima dos novos tempos é a semântica. Quando chamam a volta das relações fascistas, do período de Hitler de “modernidade”, você sabe que está numa crise de significado.



quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Amazônia em chamas


Che ahayhu peteĩ Brasil mboka’ỹre. Frase em Guarani que fala que os povos indígenas amam o Brasil e não querem armas. Estamos no meio da maior devastação das florestas, meio ambiente e dizimação de índios da história, desde o período de Cabral e sua Nau no país. Quem apoia um governo, que diante de milhares de garimpeiros escavando criminosamente as terras de índios, matando quem se opõe e levando as maiores doenças, tem também as mãos marcadas de sangue. E o que diz o governo diante disso, é apenas que vai regulamentar o garimpo para que parte do lucro fique no Brasil. Uma declaração que mostra o problema sério que estamos vivenciando.
Tempos atrás, fiz o teste, por causa da minha pós-graduação em Estudos do Patrimônio Histórico em arte e cultura, pela UNB, perguntando quais os nomes famosos de indígenas que conheciam. A maioria lembrava de nomes de índios, por causa de entidades de caboclo na Umbanda. Nenhum nome de uma figura encarnada. Para não dizer que a pesquisa teve zero respostas, os mais velhos, aqueles com mais de 60 anos, responderam Juruna. O índio deputado, era uma caricatura para os jornalistas, pois levava um antigo gravador cassete para gravar as promessas e mentiras de políticos oligarcas.
Se você faz uma pesquisa sobre jogador de futebol, qualquer criança pode citar Neymar, Diego ou até Pogba, além de uma infinidade de outros atletas. Eu de cara poderia citar Zico, mas tem gente que até citaria Ipojucan, antigo jogador do Vasco que até jogou na seleção nos anos 50. Mas um indígena é mais difícil. Um grande chefe que teve seu nome falado nos anos 80, por causa do seu encontro com Sting, foi Raoni. Hoje, ele volta aos holofotes, aaos 89 anos, tentando usar sua fama no mundo para pedir socorro pelo mundo.
Choram os indios, choram os brasileiros e choram pessoas pelo mundo todo! Amazonia sendo destruida por um governo que nem economicamente pensa direito economia, pois a diplomacia bolsonariana já arrumou encrencas nos seguintes países, por ordem alfabética: Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Chile, Cuba, França, Irã, Israel, Paraguai, Noruega e Venezuela. Enfraqueceram Ibama, enfraqueceram todos os orgãos e Ongs que protegiam e cuidavam da mata dos animais e dos indios, agora a facada final, queimam tudo! Não bastasse os imensos buracos, levando chumbo para as águas e acabando com flora e fauna, além dos próprios índios. O pais sendo levado ao retrocesso de 500 anos!
Se recosam obviamente aos relatórios científicos, pois estes mesmos trazem a verdade e a verdade é o que menos importa em um governo eleito através de fake News. Os índios têm frases milenares muito boas para falar com paz e sabedoria para tudo. Se você fala com os animais eles falarão com você e vocês conhecerão um ao outro. Se não falar com eles você não os conhecerá, e o que você não conhece você temerá. E aquilo que tememos, destruímos. Isso nos traz uma tristeza, vendo que nossa realidade The Handmaid's Tale (O Conto da Aia) é imensa. O processo de captação nas igrejas pentecostais para apoiar a todo custo o governo, nos leva a uma realidade de distopia e muito temor, porque leva frases sem sentido para a boca de pessoas que reproduzem frases sem pensar nos que estão falando como: “A exploração da Amazônia é a vontade de Deus, e preservação é coisa de esquerdista". Isso é possível?
Isso não seria triste se não houvessem outras frases tão ruins repetidas com exaustão como: "Agrotóxico não faz mal, tem q liberar mais" "Se o filho do Presidente virar embaixador foi Porque ELE MERECEU" "Desmatar a Amazônia é normal" "Tem q cortar a verba toda da educação mesmo" "Chega de especialistas".
O pior que vamos ver a curto prazo essa devastação vai chegar em forma de tormentos naturais em breve, pois vai alterar todo planeta. Faço um apelo pela vida da floresta e consequentemente a vida urbana. Meu voto é barrar toda essa barbárie, pela vida sem que haja uma expedição bolsonarista punitiva no jornal.





quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Alô, Alô, Marciano.

Se hipoteticamente tivéssemos uma visita de um Robô Curiosity vindo de Marte, mandada por cientista de lá para conhecer o Brasil, não chegariam a nenhuma conclusão confiável. Não conseguiria entender como um presidente brasileiro resolve que a resposta das questões ambientais do país, estão baseadas em fazer cocô dia sim, dia não.
Dependendo de o robô descer e tentar descobrir como em pleno século 21, o Brasil elege um presidente que solta este tipo de impropério todos os dias? Como muitos ficam felizes com a implosão avassaladora ocorrendo, sem nenhuma indignação pública relevante? Se pudessem voltar no tempo, para entender em qual momento isso pode ter influenciado esse total momento de inércia, poderiam achar a quinhentos anos atrás, que logo depois do descobrimento do Brasil, os primeiros ocupantes da nossa terrinha, foram marinheiros analfabetos, rudes ajudantes e poucos capitães mais instruídos. Logo depois, uma leva da escória de Portugal, bandidos condenados e toda pior espécie que não era bem-vinda mais nas terras patrícias. Se tornou em uma terra muito rude, preparada para devastar e conquistar à base da força. Tentaram forçar os índios a trabalhar como escravos, tentaram catequizar, mas encontraram nos escravos vindos da África, seu intento. O momento chave de melhorar nossa população, foi através de D. João, quando decide trazer a missão francesa ao Brasil e criar a primeira universidade do país. Mas, até então, tínhamos uma grande população sem menor preocupação intelectual. Poderia ser um indicativo?
Os dados poderiam ser incompletos. Se aparecesse em um centro espírita, poderiam mandar fotos de livros que afirmam que o Brasil é o coração do mundo e será a pátria do evangelho. O que é verdade. Senão vejamos, em 1857 é publicado a primeira edição do Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, e três anos depois o livro chega ao Brasil. Em uma época que as cartas e notícias demoravam mais de dois meses para chegarem, em seu movimento circular de comunicação milenar, é muito rápida essa chagada do livro aqui. A doutrina surgiu na França, mas encontrou em terras tupiniquins, o melhor local para prática e expansão dos conceitos. E na sequência, a rápida consolidação se torna impressionante. Tivemos um país, que os médicos atendiam aqueles que tinham condições sociais para tal, com essa espécie de segregação social daqueles que viviam em gerações de exploradores ignóbeis. A população mais pobre e aqueles escravos que deixaram sua condição vil e ficaram à margem da sociedade, sem apoio de governos, encontraram ajuda nas tendas de matrizes africanas, fundada por Zélio Fernandino de Moraes.
Isso daria uma idéia melhor de um padrão social que ocorre por séculos. Tivemos um momento de resgate das minorias, mas desde a derrubada do governo, não só acabamos com todos os programas sociais, voltando aos estágios de outrora, mas estamos vivenciando o agravamento das condições sociais de forma vertiginosa. O robô marciano, dependendo de onde pousar, para tirar fotos e pegar amostras, poderia encontrar disparidades gritantes, como entre uma favela e um condomínio na Barra. Parece que essas disparidades, não dariam para ajudar numa eventual conclusão sobre nosso país. Poder-se dizer, que o país seria um punhado de pontos de vista. Hoje, entre esclarecidos e bolsonaristas. Pode-se dizer que somos várias versões de nós mesmos em teoria, mas vemos que no momento estamos unidos apenas por uma língua comum e pelo açaí com granola.
 Qualquer robô tentando nos decifrar seria um erro. Frases como fazer cocô dia sim, dia não, para salvar o meio ambiente, seriam carregadas de fake News que desviariam mais e mais a interpretação mais racional de qualquer pessoa sã.
Esse robô caindo exatamente na mesa do presidente da república, estaria em maus lençóis, pois de lá sairia com pane geral, mesmo sem ter o que recolher de informações, ao passo que se caísse na mesa de qualquer trabalhador nos dias de hoje, estaria arriscado a ser vendido em algum ônibus, barcas ou em praça pública. Ou comida, o que fosse melhor.

Painel para a Babel 08





André Barroso realiza um pequeno painel para a Babel 08, do qual será base para um futuro curso, workshop e afins

Bia Bedran com o livro infantil O GATO QUE CONHECEU A HISTÓRIA


Bia Bedran, referencia no mundo infantil, grande ícone brasileiro, exibiu o livro O GATO QUE CONHECEU A HISTÓRIA, de André Barroso. Grande orgulho. Disse ela: "Muito bom seu trabalho, parabéns!!! Agradeço seu carinho e admiração, e espero um dia poder contribuir com o " difícil silencioso caminho" dos livros, que é tão diferente do caminho do artista de palco como eu: o livro segue em silêncio, esperando vozes que o façam pular das estantes, e nós, os atores somos eternamente essas vozes, que fogem eternamente dos silencios!"


quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Acho que já deu!


Mesmo com o massacre nos Estados Unidos, devido ao ódio, não diminui a inflamação dos poucos admiradores do Bolsonaro pela aquisição de armas ou pelos atos de terror incentivados por uma política de massacre aos índios. Ontem, na friaca no Rio de Janeiro, fui ao mercado comprar pão. Na fila gigantesca, tivemos nosso tímpano furado com uma dessa pessoas, gritando e berrando esse apoio e claro, destilando ódio as universidades públicas. Estava bêbado e mostrava uma certa frustação pessoal (provavelmente por que deve estar fazendo uma universidade particular, por não conseguir passar em uma pública). Uma vergonha alheia. Devia estar cuspindo vociferando todo ódio, sem a menor vergonha em pontificar tanto. Provavelmente nem conhece Marshall McLuhan e sua célebre frase: “o meio é a mensagem”.
Tivemos uma overdose de citações de baixo calão para um mandatário do país. Foram metralhadoras de impropérios atrás de outros. Cruzou todos os limites da decência em apenas uma semana. E aproveita para gerar mais ódio nas redes sociais, inflamando mais e mais a seu favor contra todos, entre eles: o STF, Congresso, políticos opositores, imprensa, minorias, influenciadores digitais, o cara que toma conta do banheiro público...uma verdadeira missão que para ele seria de fazer e falar o que quiser, mas que cada vez mais, está cavando a própria cova.
Todo dia é um suplício. O impacto direto é fruto de causa e efeito. Como uma pessoa, que como no governo militar era taxada de desiquilibrada, segundo o livro do general Geisel, teria algum pudor ao falar, já que se acha Deus supremo? Já não fazia o mesmo como deputado federal? Até agora, suas falas são a mesma destilação de ódio do cidadão da fila do mercado. A citação ao pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, desaparecido político, foi uma citação agressiva, covarde e desproporcional. Não conseguirá fazer mudanças imediatas como faz com seus desafetos diretos como nos casos do presidente do Inpe, Ricardo Galvão, que mostra os relatórios reais do desmatamento na era Bolsonaro, que aliás podem ser conferidos em qualquer país ou do oceanógrafo que foi transferido para o sertão nordestino, por contrariar empresários que querem acabar com Noronha.
 Assim com Hitler em várias ações parecidas desde a campanha, cortou o cabelo e cancelou reunião com o ministro de Negócios Estrangeiros da França, Jean-Yves Le Drian. Não fica somente no estilo de corte e pela semelhança física entre os dois momentos, mas fico imaginando que enquanto uma mulher pede uma opção de depilação, ele pede ao seu barbeiro: "Me vê um Hitler aí, talquei?" Mas não satisfeito continua falando coisas como: “Eu tenho orgulho de dizer que defendo a Ditadura Militar” ou “Se vai morrer alguns inocentes tudo bem”. Depois não assume o que diz, inventa história para justificar e é desmentido pelo próprio governo. Também é uma forma de tirar o foco das verdadeiras discussões.
A estratégia é suicida. Consegue cavar a própria cova, perdendo seus aliados mais próximos e cada vez deixa o país mais nervoso e dividido. É muita impropriedade ao mesmo tempo. Me lembra um livro de Willard Montley em Knock on any door, em que tem a frase: “Viva rápido, morra jovem e seja um cadáver bonito”. Chegaram até fazer um filme, onde a cena mais marcante é quando John Derek (O ator principal do filme), está na cadeira elétrica, penteia seu cabelo antes de morrer. Ser uma pessoa autodestrutiva, não é um privilégio dos anos 50, onde você encontra figuras como James Dean ou Charlie Parker. Você encontra a mesma autodestruição pela literatura entre os Gregos e talvez até anterior. A vida real não traz cadáveres bonitos. Charlie parker tinha 35 anos quando morreu, mas seu legista dava mais de 60 anos. Um colunista de um grande diário nacional disse que o presidente está com os dias contados na presidência, assim como existem sites mostrando essa contagem regressiva. Não sei se teremos essa notícia em breve, mas é certo que sua autodestruição não levará a um cadáver bonito, nem sem gastar do país 137 mil em dentista como seu amigo Marco Feliciano. Este sim será um cadáver bonito por fora.

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Pa pa pan-americano


O pan-Americano começou! É aquele momento especial em que quem quer ver esporte além do que futebol e vôlei, tem um prato cheio. É a maratona de esportes. Eu adoro. É o momento também, em que passa na cabeça de muita gente do quanto somos sedentários no nosso dia-a-dia. Você olha para a menina da ginástica olímpica e se acha capaz de realizar aquele salto sobre mesa. Só que não. Quando você se acha esperançoso com o desafio, vem uma esportista e faz o salto de óculos. Eu nem consigo correr com os meus!
Estamos no início das competições e certamente, assim como todos os eventos esportivos, vão nos brindar com momentos emocionantes, de superação, de garra e os inusitados, como no caso no frio para as competições de vôlei de praia, onde diante do frio de 13º, as chilenas jogaram contra as argentinas de biquíni. Parece que está frio só de um lado da quadra. Ângela e Carol Horta, confirmam a força do vôlei de praia feminino, invictas com quatro vitórias em quatro jogos. Desde o grande Pan de Winnipeg em 1999, quando estreou a modalidade, o Brasil ganhou três medalhas: ouro (Adriana Behar/Shelda), prata (Lula Barbosa/Adriano Garrido) e bronze (Roberto Lopes/Franco Neto).
Em tempos de selfie, os instantes esportivos são momentos gloriosos para aquele videozinho no Instagram, aquela foto para o Story do Facebook, sempre rendem empatia com o público e agrega cada vez mais os novos públicos para cada esporte dito amador. E isso é positivo, pois precisamos de cada vez mais de incentivos ao esporte, e não ceifar as bolsas de incentivo como este governo tenta fazer. As bolsas são necessárias sim. E para quem não concorda, deve se ater pelo menos em um projeto de longo prazo de aplicações no jovem esportista, popularização nas escolas e universidades de atletas e incentivos fiscais para patrocinadores de modalidades. Pensando assim, teremos sempre um país forte no esporte e não um atleta ou outro que supera essas questões, por ser um em um milhão.
Até as frustrações, como no caso da seleção brasileira feminina de rúgbi 7, que perdeu uma partida para uma equipe sul-americana. A derrota para a Colômbia (29x24) custou o bronze ao Brasil, mas levantou os olhos para esse esporte que está crescendo entre as meninas. Você que mora em balneários pelo Brasil, pode acompanhar partidas ocorrendo semanalmente. As Yaras fizeram história e ao mesmo tempo pavimentam a popularização do esporte no país, assim como o vôlei desde a década de 80 e hoje é hegemônico. A esperança sempre é que mais e mais esportes possam trilhar o mesmo caminho e cair nas graças do povo.
O paraibano Netinho Marques colocou o Brasil no lugar mais alto do pódio no taekwondo.  Foi uma luta de segundos. Milésimos de segundos. Uma final que foi da certeza, para a desilusão e depois o êxtase. O mais interessante foi a cobertura na TV mostrava sempre os melhores momentos dele sendo uma queda feia de glúteos e sua relação com sua namorada, também lutadora de taekwondo, medalha de prata, Talisca. E isso também populariza. Dois jovens que mostram sua torcida um pelo outro, mereciam destaque na imprensa. Acompanhamos a luta de cada um deles e a agonia do companheiro na arquibancada, como se fossemos nós mesmos no estádio. Depois as DRs faladas na entrevista, deixam mais humano esses guerreiros. Sempre penso nisso. O olhar do esportista e sua perplexidade com que conquistou, um olho piscando entre técnico e atleta, um cachorro sem dono no canto da tela.
Nesse momento-instante deste texto, que vai ficar antigo em algumas horas, encerro o dia, com os parabéns ao feito histórico da equipe de ginástica artística masculina, que ficou com a medalha de ouro. Arthur Zanetti, Arthur Nory, Caio Souza, Francisco Barretto e Luis Guilherme Porto superaram a equipe dos EUA.
Que este momento se torne grandioso neste dia e possamos enfim olhar o esporte como investimento a novos atletas e a soberania do nosso país, assim como a arte, cultura, assistência social e etc. Numa dessas, estaremos competindo mundialmente entre os cinco melhores resultados no quadro de medalhas e olhando para trás e vendo que tudo começou com Adhemar Ferreira da Silva.