quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Pa pa pan-americano


O pan-Americano começou! É aquele momento especial em que quem quer ver esporte além do que futebol e vôlei, tem um prato cheio. É a maratona de esportes. Eu adoro. É o momento também, em que passa na cabeça de muita gente do quanto somos sedentários no nosso dia-a-dia. Você olha para a menina da ginástica olímpica e se acha capaz de realizar aquele salto sobre mesa. Só que não. Quando você se acha esperançoso com o desafio, vem uma esportista e faz o salto de óculos. Eu nem consigo correr com os meus!
Estamos no início das competições e certamente, assim como todos os eventos esportivos, vão nos brindar com momentos emocionantes, de superação, de garra e os inusitados, como no caso no frio para as competições de vôlei de praia, onde diante do frio de 13º, as chilenas jogaram contra as argentinas de biquíni. Parece que está frio só de um lado da quadra. Ângela e Carol Horta, confirmam a força do vôlei de praia feminino, invictas com quatro vitórias em quatro jogos. Desde o grande Pan de Winnipeg em 1999, quando estreou a modalidade, o Brasil ganhou três medalhas: ouro (Adriana Behar/Shelda), prata (Lula Barbosa/Adriano Garrido) e bronze (Roberto Lopes/Franco Neto).
Em tempos de selfie, os instantes esportivos são momentos gloriosos para aquele videozinho no Instagram, aquela foto para o Story do Facebook, sempre rendem empatia com o público e agrega cada vez mais os novos públicos para cada esporte dito amador. E isso é positivo, pois precisamos de cada vez mais de incentivos ao esporte, e não ceifar as bolsas de incentivo como este governo tenta fazer. As bolsas são necessárias sim. E para quem não concorda, deve se ater pelo menos em um projeto de longo prazo de aplicações no jovem esportista, popularização nas escolas e universidades de atletas e incentivos fiscais para patrocinadores de modalidades. Pensando assim, teremos sempre um país forte no esporte e não um atleta ou outro que supera essas questões, por ser um em um milhão.
Até as frustrações, como no caso da seleção brasileira feminina de rúgbi 7, que perdeu uma partida para uma equipe sul-americana. A derrota para a Colômbia (29x24) custou o bronze ao Brasil, mas levantou os olhos para esse esporte que está crescendo entre as meninas. Você que mora em balneários pelo Brasil, pode acompanhar partidas ocorrendo semanalmente. As Yaras fizeram história e ao mesmo tempo pavimentam a popularização do esporte no país, assim como o vôlei desde a década de 80 e hoje é hegemônico. A esperança sempre é que mais e mais esportes possam trilhar o mesmo caminho e cair nas graças do povo.
O paraibano Netinho Marques colocou o Brasil no lugar mais alto do pódio no taekwondo.  Foi uma luta de segundos. Milésimos de segundos. Uma final que foi da certeza, para a desilusão e depois o êxtase. O mais interessante foi a cobertura na TV mostrava sempre os melhores momentos dele sendo uma queda feia de glúteos e sua relação com sua namorada, também lutadora de taekwondo, medalha de prata, Talisca. E isso também populariza. Dois jovens que mostram sua torcida um pelo outro, mereciam destaque na imprensa. Acompanhamos a luta de cada um deles e a agonia do companheiro na arquibancada, como se fossemos nós mesmos no estádio. Depois as DRs faladas na entrevista, deixam mais humano esses guerreiros. Sempre penso nisso. O olhar do esportista e sua perplexidade com que conquistou, um olho piscando entre técnico e atleta, um cachorro sem dono no canto da tela.
Nesse momento-instante deste texto, que vai ficar antigo em algumas horas, encerro o dia, com os parabéns ao feito histórico da equipe de ginástica artística masculina, que ficou com a medalha de ouro. Arthur Zanetti, Arthur Nory, Caio Souza, Francisco Barretto e Luis Guilherme Porto superaram a equipe dos EUA.
Que este momento se torne grandioso neste dia e possamos enfim olhar o esporte como investimento a novos atletas e a soberania do nosso país, assim como a arte, cultura, assistência social e etc. Numa dessas, estaremos competindo mundialmente entre os cinco melhores resultados no quadro de medalhas e olhando para trás e vendo que tudo começou com Adhemar Ferreira da Silva.

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