quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Charge das vitórias históricas do Flamengo


Vamos Flamengo!

Irretocável. Tentei achar um adjetivo para definir o time do Flamengo, pós Copa América, e achei esse. O dicionário: Adj. Que não necessita de retoque; que demonstra perfeição; perfeito. Não tem outro que melhor defina. Durante o período de competição da Copa América, chegaram os reforços, incluindo o técnico Jorge Jesus para um time já forte. Houve um bom tempo para as novas diretrizes, coisa que durante uma demissão e a entrada do efetivo de vários técnicos no Brasil, não acontece. E para a surpresa de todos, teve um time ofensivo e impiedoso. Se puxarmos a nossa memória, os times brasileiros sempre foram ofensivos, mas na década de 90, todos embarcaram em uma nova forma de futebol: O defensivo. A características do futebol arte, típicas do Brasil, foram deixadas de lado. Foram décadas amargando um futebol insosso na TV, porque pagar para ver pessoalmente isso, não dava.
Sempre fui um rato do Maracanã. Quando garoto, ia sempre ver o Flamengo no estádio. O time sabia de cor, porque não tinha mudanças: Raul; Leandro, Marinho, Mozer, Júnior; Andrade, Adílio, Zico, Tita; Nunes e Lico. Técnico: Paulo César Carpeggiani. Que seleção! Em todas as posições, em todas as jogadas, era emoção do início ao fim. Perfeito e mortal. Zico, ídolo até hoje. Logo depois dessa era, tivemos um jogador ou outro que se pronunciava mais que o próprio time, porém um time inteiro, já não tínhamos mais. Minha última camisa que comprei foi do Romário, apesar de gostar do Imperador Adriano, Petkovic e suas cobranças de falta estilo Zico, Julio Cesar como uma referência no gol e Fillol e sem menosprezar o Brocador num time mais modesto.
Se pegarmos o time atual, o irretocável, veremos a semelhança com minha seleção de 82. Um time inteiro de alta qualidade, difícil de eleger qual camisa optar por comprar. Poderia ser de qualquer um: Diego Alves, Rodrigo Caio, Pablo Marí, Willian Arão, Éverton Ribeiro, Gerson, Gabi Gol, Diego, Vitinho, Rafinha, De Arrascaeta, Filipe Luis, Bruno Henrique e etc. Não adianta dessa vez torcer contra, pois só pelos números, mostrou um time único na história. Os 78,9% de aproveitamento, superam o campeão Cruzeiro de 2003, média de quase três gols por jogo, não perdeu até agora na vitória antecipada do Campeonato Brasileiro, melhor marca do clube com as maiores vitórias fora de casa e em casa, quebrou tabus como vencer o Athlético-PR na Arena da Baixada que não fazia em Brasileiros desde 1974, o técnico com mais rodadas na liderança do Brasileiro, além do Artilheiro e vice artilheiro do campeonato. Com certeza, não coloquei vários outros recordes, porque ainda i Flamengo está acumulando recordes neste Campeonato Brasileiro que ainda não acabou.
Talvez o maior dos recordes, seja um time ganhar a Libertadores no sábado e ganhar o Brasileiro no Domingo, sem entrar em campo. Foram dois dias de comemoração sem parar. Um amigo escreveu com muita propriedade: “ Como o tempo passa rápido, parece que foi ontem que ganhamos a Libertadores”. Acorda sendo campeão da América e dorme sendo Campeão brasileiro. O mais bonito é a presença do camisa 12, ou seja, o torcedor que bateu os recordes de presença nos estádios em todas as partidas e fora delas, afinal, a goleada do Flamengo sobre o San José, por 6 a 1, no Maracanã, em jogo da Libertadores, atingiu mais de 1 milhão de usuários assistindo ao jogo na internet. Recorde no streaming. E como joga bonito, atacando sem parar e com facilidade.
De fato, a fé foi renovada para o torcedor. Aqueles que como eu, tinham um time do Flamengo preferido de coração, agora tem dois. Flamengo de 82 e 2019. Muito se falou contra o time durante essa caminhada, mas como diria Zagalo: Vocês vão ter que me engolir!
E nesse momento, mudar a política, mudar de vizinhança ou mudar de profissão é fácil, mas mudar de assunto é impossível!

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Tinha uma Babel no meio do Caminho. No meio do Caminho, tinha uma Babel








Participei neste sábado, da exposição coletiva, em comemoração aos dois anos da babel 08. Foi uma coletiva que reuniu artistas plásticos debatendo em forma de trabalho o espaço e nossa relação com ele. A mostra reúne duas atrações: a arte e o trabalho magnífico de Niemeyer. Não à toa que esses trabalhos foram brindados com esse novo espaço no Caminho Niemeyer, que aliás, estava sendo inaugurado como espaço para as artes.
Inaugurado em 2013, o prédio nunca foi aberto ao público. E talvez seja, um dos trabalhos mais completos do arquiteto no mundo. O Caminho Niemeyer convida ao caminhar na orla da baía de Guanabara passando por vários equipamentos urbanos projetados por ele. O Memorial Roberto Silveira, o Museu da Ciência e Criatividade, o Teatro Popular Oscar Niemeyer, o Centro de Atendimento ao Turista de Niterói, o Centro Petrobras de Cinema, o Museu de Arte Contemporânea e a Cúpula do Caminho Niemeyer.
Quando começaram a aparecer os projetos do arquiteto, assisti a várias palestras e sempre demonstrava carinho pela cidade, que se refletia na famosa “vista privilegiada do Rio de Janeiro” e por sua amizade pelo prefeito Jorge Roberto Silveira. Ele conseguiu fazer sua obra prima, colocando todos os seus desejos construtivos em concretude. O MAC é um projeto antigo, que foi recusado no Chile, que iria ter uma revitalização de um parque cultural em Valparaíso. O projeto era mais retangular e aqui, conseguiu aprimorar, dando uma forma mais redonda. Já a cúpula é um clássico nas construções de grandes proporções do artista.
A coletiva, idealizada pelo curador Gilberto de Abreu, que inaugura a Cúpula do Caminho Niemeyer, tem artistas nascidos ou residentes na cidade de Niterói. Uma mostra muito representativa da arte de Niterói atual. A coletiva tem representantes de linguagens como pintura, gravura, desenho, instalação, performance, fotografia, vídeo, colagem, música, dança. Entre os nomes: Ale Maia e Padua (pintura digital), André Barroso (desenho sobre fotografia), André Marques (instalação e fotografia), Barbara Malaquias (fotografia + bordados), Gian Shimada, Gustavo Damião (videoarte), Julia Arbex (instalação), Lucas Benevides (fotografia e vídeo), Marcelle Morgan (vídeo), Marcos Bernardes (impressos), Rafael Vicente (pintura) e outros.
Imaginem o convite que a cúpula faz, com suas curvas levando ao alto por uma imensa forma circular branca, deixando que os trabalhos sejam os únicos atores, conduzidos pela beleza do local. Destaco entre os trabalhos, além do que vos fala, o trabalho de Caio Pacela com “indivíduo” e “Paisagem”. Caio explora a estranheza do ser humano, as várias formas de habitá-lo e tratá-lo. Certa vez, ao ser perguntado sobre como ele se definiria. A incrível obra de Ale MaiaePadua em um painel gigante sobre uma sangrenta batalha ocorrida em 1567, e que resultou na formação das cidades do Rio de Janeiro e de Niterói. Assim como as instalações em papelão que estão dispostos em toda mostra, que dão todo charme de integração e dá o sentido de agregar o público.
Outro detalhe interessante que foi disponibilizado ao público, foi a aposta em promover interações não apenas entre os artistas, como também junto ao público, que foram ter todas as obras acompanhados por qr-codes, e neles conhecer mais sobre os artistas. A tecnologia ampliando essa interação e informação mais ampliada. Utilize o leitor de sua preferência e conecte-se com seus favoritos. E como diz o curador da mostra Gilberto Abreu: “Em tempos de repressão e censura, dialogar será sempre um caminho a seguir. “ Afinal, houve resgate de obras censuradas pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, Men’s Health, presente na mostra.
A mostra vai até 30 de novembro. Entrada franca.