quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Logomarca para AMAITA



Fiz a logomarca para a AMAITA, Associação de Moradores e Amigos de Itaipu. Ela está presente nas manifestações em aopoio a Lagoa, com cartazes, posts, camisetas e afins. Muito legal a força desse grupo.

Viver não é preciso

Antes de mais nada, é necessário que o leitor tenha estômago forte e desejo real de mudança. Os tempos turbulentos impostos pelo sistema, vem como trator empurrando velhos conceitos, tirando direitos e vindo com violência não importa quem esteja na mira. O conceito de felicidade vai mudando dentro de todos nós, à medida que o tempo vai passando, ainda mais quando a vida vai ficando mais difícil de desfrutar as amizades, as paisagens e a liberdade. O homem se sente completamente feliz quando não se preocupa com as relações com o vil metal, o amor não correspondido e suas fantasias dentro da sociedade. Quando consegue abstrair ao ponto de desfrutarmos dessa felicidade, muito bom, mas viver com essa habilidade e saber que outras pessoas não tem a mesma felicidade, também traz angústia. Principalmente aquelas que estão muito à margem da sociedade.
Ministério do Trabalho publicou a portaria nº 1129/2017 que inviabiliza o enfrentamento a escravidão no Brasil. Tudo para poder ter apoio para se livrar do processo, o presidente faz acordo com a base agrária, que conta com opositores descontentes, que essa reforma que beneficia seus negócios não tenha entrado ainda em discussão. Se estão acabando com os direitos trabalhistas na área urbana, por que não na agrária? Por que não acabar com a floresta para pasto, sem se preocupar? Por que não perdoar dívidas milionárias com o governo? Por que não voltar aos tempos dos barões? Por que não voltar a escravidão? Um país em que a escravidão foi vigente durante 350 anos, e mesmo após a abolição forçada para entrada definitiva do capitalismo, os mesmos negros e seus descendentes não conseguiram ter seus direitos assegurados e ainda foram excluídos socialmente. Quando começou um trabalho para incluí-los através de cotas e maior acesso, agora temos esse retrocesso avalizado em troca de votos.
“Trabalhar o suficiente para não ter que trabalhar”. Ouvimos sempre essa frase, em um contexto onde o patrão aperta o empregado, usando o emprego como moeda de troca. Libertar-se das convenções, ainda que anticonvencional, está sendo a saída para muitos. Perceber, mesmo que tardiamente, que sua saúde, não vale um carro do ano na garagem. A frase, só faz sentido para os herdeiros de grandes marcas, enquanto a grande parte da população é oprimida, chegando ao fim do período de trabalho de uma vida, não ter nada com que comemorar. Aliás, foi revogado até o direito a aposentar no tempo justo...
Um famoso grupo de moda, foi recentemente condenado pela justiça do trabalho, por constatar que mulheres que ganhava um salário de R$ 550; eram submetidas a metas como a colocação de 500 elásticos em calças por hora, sem condições propícias e sem direitos ou apoios médicos. O que dizer das empregadas domésticas, que são submetidas a tempos exaustivos e a todo e qualquer pedido? Só faltam os grilhões.
Precisamos ter a consciência leve, ao ponto de nem sentirmos consciência. Se vender tão caro que não haja preço para pagar.
O governo se caracteriza pela destruição de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento e com violações de direitos humanos. Rasga compromissos internacionais e despreza a Constituição Federal. Temos uma dívida com a escravidão e cada um é responsável por não existir mais esse mal, assim como qualquer opressão direta a qualquer pessoa. Estamos deixando que esse mal seja alimentado e que à força seja estabelecido. Onde ficou sua indignação? Onde ficou os movimentos nas ruas?
Temos que desejar o contrário. Comer maçã na hora que dá vontade. Mesmo lembrando que a maçã é um símbolo. Coma o símbolo. Jogue fora os relógios, apague os alarmes, deixe de lado seu celular por algum momento. Não seja empregado nem patrão. Não limite seu ir e vir. Navegar é preciso, mesmo não tendo o barco. A verdadeira felicidade é a paz dentro de sua casa. Recomendaria duas ou três casas, mas tendo uma já é um começo.

Venda sua chácara em estado de sítio. Se você concorda com o trabalho escravo, você ainda precisará de muito tempo para sua elevação espiritual, e paz não será seu objetivo, mas de qualquer forma, faça sua parte começando uma nova história e mostre sua indignação de alguma forma. Se você é contrário, ajude nas pequenas ações e lute sempre. Sempre.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Chores por mim

Nada contra as grandes reportagens de atentados que dizimam dezenas de pessoas, como no caso do atirador solitário nos Estados Unidos. Mas não posso deixar de pensar o quanto a sociedade é seletiva e somos obrigados a sentir pena, apenas de nossos colonizadores e seus aliados. Essa mesma sociedade que escolhe quem se comover ou não. Me vem a imagem nesse momento do filme Laranja mecânica, de Stanley Kubrick. Nele, é apresentado a tentativa de reabilitação através do condicionamento psicológico. E agora, imagino uma grande turba, sendo recondicionada a ver e concordar com apenas com o que está sendo vendida para eles.
Esse preambulo todo para dizer o quanto quase 300 mortos na Somália, não mereceu nota em algum jornal, transmissões ao vivo, discussão com especialistas ou espaço para discussão sobre os rumos da explosão de violência por grupos terroristas e seus desdobramentos. Nada. Você percebe o quanto você nem se importa com isso, desde que não seja em Londres ou Paris? Na época dos milhares de imigrantes invadindo a Europa fugindo das guerras e como foram tratados e estão sendo nesse momento, não levou a lágrimas sequer da imprensa ocidental. Não nos movemos nem ao mesmo em apoio pessoal nas redes sociais, mostrando não só essa seleção, mas no mínimo, empatia com a tragédia por outros seres humanos. Nada.
Muitos até podem muito bem dizer que atentado na África é todos os dias, com fome, pobreza extrema, guerra civil, extermínio entre outros interesses econômicos, daí seu desinteresse por parte da imprensa no país. África não dá audiência nem gera comoção. Ela sofre em silêncio sempre! Que tipo de seres que dizemos ser que pede ajuda ao próximo e se diz religioso, quando não abraça qualquer irmão sem ver raça ou credo? A cada ser humano morto corresponde uma biografia, uma história. Ao contrário do atentado nos EUA, que morreram dezenas de pessoas porque o caçador acertou o tiro em uma população branca, a razão para não se emocionarem com a população afro parece complicada, mas é simples: Seletividade.
Até o momento, a única demonstração de solidariedade internacional foi de Paris, onde a Torre Eiffel foi desligada em respeito ao acontecido. É o bastante? Está longe. Muito longe. Precisamos de Je Suis Mogadishu! Meu coração se parte e nenhuma celebridade internacional fala sobre isso, nenhuma nota é divulgada e não é possível ter a notícia comentada nas redes sociais. Daí você entende por que a extrema direita está crescendo pelo mundo, com sua intolerância e por vezes não se importando com a dor dos mais fracos e oprimidos, pelo contrário até querendo que dizimem todos do continente. Não se esqueçam: Toda vida é importante.
Por outro lado, é preciso coragem e sangue frio para abater a pobreza no país. A Somália está envolta em uma crise política sem precedentes, com a milícia Al Shabaab, um grupo islâmico ligado à rede terrorista Al Qaeda, que costuma escolher seus alvos em Mogadíscio, está envolvida no atentado e em guerra direta aos grupos que tentam controlar o poder, onde desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi destituído e deixou o país sem governo. As secas agravam a fome neste local que já foi considerado o país mais pobres do mundo. Porque tanto interesse em dizimar um país e que ele não apareça nas grandes mídias? Itália, França e Reino Unido sempre disputaram o pais pela sua importância estratégica e comercial. O porto mais próximo da Índia e parte da Ásia. Haviam Sultões e era um país próspero, mas os interesses comerciais estavam acima da população, que sempre resistiu com levantes constantes a usurpação de suas riquezas e dominação. Atualmente a guerra civil para o controle do país está dizimando o que resta da já castigada nação.   
Por um mundo onde possamos realmente conviver com o próximo, com amor no coração, respeitando o ser humano é que eu peço nesse momento:

Solidariedade às vítimas na Somália.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Encontro Biblio Idéias: Como viver de arte - palestra de André Barroso





Momentos do encontro no Biblio Idéias, na palestra: Como viver de arte - com André Barroso

Catalães, uni-vos

Séculos e séculos, mostram lutas apogeus e decadência da Catalunha. Já se passaram, primeiros-ministros, presidentes, ditadores e reis. Obviamente, como diria o mestre Millôr, os donos de comunicação, duram mais tempo. Recentemente, tivemos uma crise sem precedentes no país, que estava levando toda a Espanha a bancarrota, assim como estava acontecendo com Portugal e varreu a Grécia numa crise inimaginável. A Espanha tem essa atmosfera interessante. Estudei nos Pirineus, em Navarra, ao Norte. Era necessário realmente a presença da língua espanhola nas placas e indicações do mobiliário urbano. Eles possuíam uma língua própria que eu jamais poderia aprender naquele momento, além de hábitos diferentes. O que mais gostei foi de estar na balada e um certo momento ter o momento de música Flamenca. Foi lindo! Mas voltando ao foco, o mesmo acontecia nesta região de Barcelona. Língua própria e hábitos diferenciados. Falavam normalmente em espanhol com todos e quando havia necessidade de um comentário por trás dos panos, recorriam a língua Catalã. Uma proteção devido a séculos de dominação espanhola.
"Não passarão!" "Não passarão!", "Não passarão!" O slogan antifascista da Guerra Civil espanhola foi repetido em todo momento. O Espanhol sempre fala mal de seus compatriotas, mas em sua história, a ocupação foi sempre muito sofrida. Podemos lembrar a ocupação mais antiga registrada foram pelos Gregos e Cartagineses que logo depois reivindicada pelos Romanos na Segunda Guerra Púnica. Logo após o declínio romano, as terras, que foram anexadas a Terraco, sofreu sua degradação e esquecimento. Já na Idade Média, os Visigodos invadiram os espaços demarcados anteriormente descrita e foram dominados até o século VIII. Somente no final do século seguinte, Carlos, "o Calvo", nomeou Vifredo, o Veloso Conde de Barcelona e Gerunda, dentro da reação carolíngia. A Catalunha feudal foi estabelecida. Com o casamento do conde Raimundo Berengário IV de Barcelona com Petronila de Aragão formou-se como confederação a Coroa de Aragão, de que Raimundo se torna Príncipe-Regente e mais tarde como o Principado da Catalunha. O caldo começa a curar com a decadência do reino após 1469, quando as regras atribuídas aos reinos não se encaixavam aos mesmos de toda Europa. Envolveram-se num conflito, a Guerra dos Segadores, de 1640 até 1652, contra a presença de tropas de Castela durante a guerra dos trinta anos. Tudo começa a piorar, quando durante a Guerra de Sucessão Espanhola, a Catalunha apoiou o pretendente austríaco no Tratado de Utrecht, deixando os catalães abandonados. Mesmo assim, no século XIX a Catalunha representa a força industrial da Espanha. É a primeira na industrialização. Já com a proclamação da II República Espanhola, em 1931, reconheceu-se a autonomia da Catalunha, que foi perdida logo em seguida Com a derrota dos Republicanos na Guerra Civil (1936-1939). O caldo realmente desandou com a ditadura de Franco.

O resumo da ópera: Um país dentro de outro país. Mais rico, dominado e com uma grande história própria. Muitos catalães viram como um insulto que o Tribunal Constitucional tenha anulado o Estatuto de autonomia da Catalunha, que dava à região a categoria de "nação". E aí vemos a entrada da imprensa, que citei no começo do texto. Os meios de imprensa aliadas as escolas, precisaram de alguns anos de atividade para atingir os jovens que estavam precisando de uma nação. E se aparece na imprensa fica como estopim para que todos possam redirecionar suas atenções. Lembrando que a imprensa manda na economia, manda nos rumos de decisões políticas, mandam no surgimento da nova namoradinha do país e de como você deve se comportar. Nosso grande irmão ainda é intocável. Ele está apoiando o referendo, mesmo o país não estando. O pedido é justo? Claro que sim e apoiado por 99% da população. Não sabemos ainda o interesse da mídia pelo lado certo das reivindicações, há de se esperar. Mas o interessante nisso é como sempre é dado um aspecto maniqueísta da questão. Vimos pela mídia a truculência dada pelos policiais espanhóis em cima do referendo de independência, que serve para nos emocionarmos com os velhos espancados e jovens presos e o mundo apoiar os Catalães. E nada melhor do que colocar a Espanha na parede por ações impositivas através da violência. Esse é um recado do mundo contra os governantes atuais, movidos pelo capital: Não passarão!