quinta-feira, 26 de julho de 2018

Prêmio


Em setembro, recebo o prêmio de cultura, pelo meu trabalho cultural, no Teatro Café pequeno

Toalha de mesa


Saiu esta semana, a toalha de mesa que ilustrei para o Museu de Arqueologia de Itaipu, para restaurantes da Região Oceânica de Niterói, onde enquanto espera a comida, pode ver os pontos turísticos da região e ainda de quebra, seu filho pintar e se divertir

Capa de caderno


Chegou os cadernos do qual fiz a capa. O resultado geral ficou muito bom para o planner da Biblio Idéias para uma turma de gestores. 

Infografia Violência


Posteridade


A posteridade nunca foi um lugar seguro, por mais que todos queiram alcança-la. Já foi o tempo em que o pior de se esperar de um merecedor de homenagem pública, fosse o desrespeito de um passarinho ao seu monumento em uma praça. Hoje com a velocidade da internet e os áudios e vídeos, podemos ver o que aquela figura pública está pensando sobre um determinado assunto. O que espanta, é que mesmo sabendo disso tudo, uma pessoa seja capaz de demonstrar toda sua incapacidade e não se importar nem um pouco com o que os outros vão pensar. Isso na melhor das hipóteses. Eu, no meu caso, iria pensar e repensar antes de qualquer declaração. Quantos vão ler ou ouvir um testemunho que pode ser decisivo na vida delas? Penso que é sério isso. Aqueles que decidem não vacinar seus filhos, por decisão própria, sem menor conceito científico e ainda influenciam outros pais a fazer o mesmo é uma barbaridade. Pode levar seus primogênitos a morte e contaminar uma sociedade inteira. Sem justificativa!
Um tempo atrás, meu editor pediu que eu fizesse uma charge falando sobre a péssima influência do Neymar pai não só sobre seu filho, mas em toda delegação. Todos tínhamos uma vaga idéia do que estava acontecendo, por histórico dessa forma de agir no passado, mas não conseguia matutar nada que o público mundial pudesse compreender em uma imagem. Optei, por uma mensagem icônica de Neymar e seus tombos que o levaram a ter a grande imagem arranhada e tornando-se a maior chacota não só no período da Copa, mas estende-se até os dias de hoje. Acabei, sem opções, poupando Neymar pai. Mas ele não ajuda. Mas uma vez vemos ele envolvido em mandos e desmandos, festas, intromissão e desrespeito. Isso por baixo.
Antigamente, esperávamos encontrar estórias com um grande escândalo sexual, afinal não é raro, na biografia moderna, que um nome público que não tenha seu nome envolvido em alguma cena de incesto, travestismo, bestialismo, ou alguma outra prova que era uma figura com desejos reprimidos, guardando seus segredos em pastas de seu computador pessoal. Hoje, ninguém sente perigo de ser hackeado e ter seus nudes roubados por um outro mal-intencionado.
Talvez isso não importe mais. O que dizer por exemplo, de um candidato, que está em segundo na disputa à presidência da república que não se importa em falar mal das minorias, de proferir barbaridades e incitar o ódio entre todos? Nada acontece. Então, vemos que você não tem mais limite. A escola Trump está fazendo seus discípulos pelo mundo e como não bastasse, assina em baixo suas declarações. Sem medo de ser pego pelas câmeras. Aliás, em um possível segundo turno entre Bolsonaro e o Pai do Neymar, em quem você votaria?
Temos um problema muito grande pela frente. Um problema de formação que é difícil de tratar a curto prazo. Serão várias e várias gerações para consertar o dano feito em muito pouco tempo. E essas pessoas, apenas esperam seu momento para despejar seus problemas pessoais na sociedade, afinal, dá muito ibope aquela pessoa que fala loucuras, do que a que semeia a paz. 
Neymar pai é um desses problemas que vão influenciar o nosso futebol e no exterior. Por aqui, foi o único que se hospedou com a seleção e imagina os impropérios que devia falar diariamente na cabeça dos dirigentes. Promoveu festas e quando perguntado por uma repórter, sobre a questão, respondeu como de se esperar de uma figura, que pensa ser o dono de tudo e que pode comprar tudo. Você pode compreender, as atitudes do filho dentro e fora do campo, observando seu pai. Já está na hora de mudar tudo nesse momento, se realmente queremos voltar a ser respeitados no futebol, sem medo de exagerar, querendo o melhor.
Hoje em dia não há nada pior para uma figura pública do que a vida pública.

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Ligue para Márcia


Preciso falar com a Márcia que estou com problemas de colesterol alto. Sei que ela estava marcando operações de catarata apenas para os que participam de sua igreja, a despeito dele falar em campanha que iria cuidar das pessoas. Sim, das pessoas que são evangélicas. Essa situação é emblemática, pois está mostrando que todo esse modelo de centro-direita não se sustenta a longo prazo. Apesar de todo um discurso vazio, contra um discurso intelectual no período de campanha, ganhou quem? Aquele que tem um rebanho, que se posiciona ao centro, aquele que pode negociar com o poder vigente a décadas, sem ser incomodado por ninguém. Ledo engando. O projeto de poder evangélico se diferencia do católico, na medida que além de utilizar as velhas práticas, incomoda ao poder midiático, com facilitações apenas para sua igreja. E isso, o poder dominante não aceita.
Preciso falar com a Márcia que esses reflexos não são novos. Antes, apenas ficávamos sabendo se desse na imprensa alternativa ou rodas de conversa. Preciso falar com a Márcia que o desemprego e arrochos é típico desse período e estamos revivendo novamente. Podemos lembrar da campanha de Chirac, que mostrava a mão, representando que iria cuidar da educação, saúde, etc. Podemos hoje e olhar para trás e ver seu fracasso, o desmonte da área social (alguma similaridade?) E ainda mostrando sua face bruta do neoliberalismo. Helmut Kohl, que era o chanceler alemão, que normalmente mostra uma estabilidade, marca da pátria alemão perante a Europa, também sofreu com problemas e protestos. Nem precisa falar de Thatcher na Inglaterra, que sofreu com milhares de protestos intermináveis dirigindo com mão-de-ferro, onde bandas punks, que representavam a anarquia ao poder, juntaram suas vozes em uníssono contra as medidas extremas da dama de ferro.
Preciso falar com a Márcia que até a nação mais poderosa, também teve o revés com a era Reagan, onde a recessão foi chegando a níveis insuportáveis e que adiante iria culminar na bolha imobiliária. Teve que pensar em planos mais ousados, colocando seu tentáculo pelo mundo. O inimigo era mentira. Os neoliberais levaram um susto e tanto.
Preciso falar com a Márcia que depois do sucesso das economias emergentes, que estavam até emprestando dinheiro a outros países, foram um a um levando os golpes mais bem preparados da história, legitimados pela justiça. Falando isso antes, poderiam apontar o dedo e falar que era conspiração alienígena ou algo do gênero.
Preciso falar com a Márcia que agora as pessoas começaram a ver de outra forma a justiça. Compreendem que existe partidarismo. Ficou evidente no caso do Habeas Corpus de domingo do Lula. A farsa de ontem provou a parcialidade de Sérgio Moro contra Lula. A luta de um juiz que está de férias, que diz que não tem tempo de abrir inquérito contra o Richa, em um processo em que não tem mais jurisdição, obrigou a Polícia Federal a desacatar a ordem até ter tempo de continuar a perseguição. Você não precisa gostar de um partido ou outro, mas precisa ver como uma ditadura usando as mídias pode fazer em um país. Lula já é considerado oficialmente no exterior, um preso político.
Preciso falar com a Márcia que tudo isso ainda vai piorar. O caminho que vai acontecer, não posso falar porque não tenho bola de cristal, e isso é coisa de religiões afro, e se eu falar que sigo essa linha religiosa, não vou poder ter nenhum privilégio no Rio de Janeiro, mesmo que a função exija respeito à diversidade de credos e à laicidade do Estado. Uso privado do poder. Procure no dicionário a diferença entre corporativismo e democracia.
Preciso falar com a Márcia que está tudo muito complicado. Bem fez o Brasil que optou pelo despotismo esclarecido e não tem nenhum desses problemas.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Infografia


Infografia para o portal Eu,Rio!

Divagações II


Ainda no meio da comoção que uma Copa do Mundo provoca no planeta, fazendo com que muito do nosso dia-a-dia pare ou como no caso dos políticos avance nas reformas maldosas e interesseiras, também vejo que o universo também está em movimento nesse momento. Imaginava que nada seria mais importante que o nosso avanço rumo as finais do campeonato, do que a expansão interplanetária. O universo sempre me angustiou. Sua magnitude e grandiosidade é muito para mim. Qualquer documentário da Discovery, me deixa sentimental. Achava que nada poderia barrar aquele documentário da saga dos pinguins imperiais pela multiplicação da raça. Hoje, tivemos a notícia de que pela primeira vez, cientistas observaram diretamente um planeta recém-nascido. Nunca temos a real dimensão dessa importância nesse momento, mas a foto de divulgação, me lembra os esforços que tive durante minha vida de observar os fenômenos do universo a olho nu.
O mais bonito, foi uma observação de um meteorito entrando na atmosfera, do qual tive a sorte de ver. Se não tivesse virado a cabeça naquele momento, tudo seria perdido. A lembrança pior, foi a expectativa do cometa Haley. Tentei muito ver. Quando tive as condições, numa estrada à noite, sem interferências de iluminação de cidade e um céu limpo à provençal, um risco vermelho deu as caras ao longe no hemisfério, para a decepção dos pobres mortais. Nada daquelas gravuras medievais relatando aquela monstruosidade que poderia acabar com a raça humana e toda a vida na Terra. Agora, só nos resta a chance de ver algo melhor daqui a 76 anos.
Não tinha nada que eu pudesse exagerar para meus amigos, afinal, o risco estava lá para todos verem ou não. Não se compara quando você está viajando e tem a sorte de ter um acontecimento astronômico que se tivesse na sua cidade com tempo nublado e onde você está com o céu limpo, pode falar à vontade. Um daqueles prazeres que podem marcar sua viagem com um Plus a mais.  O cometa não era vantagem para ninguém. Nem pude falar que vi a versão integral, com a cauda mais comprida...
Nem as super luas que vi, foram emocionantes como do filme ET, quando Elliot voa com a bicicleta tendo o extraterrestre no cestinho. Lembra daquele tamanho. E com a música do John Williams no fundo. Isso tudo merece uma lágrima caindo dos olhos. O máximo que consegui numa super Lua, foi uma coriza que já estava se aproximando, ou seja, nem isso. Uma amiga foi ver o céu à noite em Atacama e as fotos são maravilhosas. Vou ter a oportunidade desse mês, de ver o céu de Pirenópolis, que dizem ser tão bonito quanto. Vocês aguardarão meu relato positivo ou negativo. Pois, da forma que meu histórico de eventos astronômicos, São Pedro deve encobrir o céu quando for lá. Aguardemos.
Posso dizer que já vi OVNIS mais de uma vez. E foi emocionante. Mas não conto com eventos astronômicos. O fato é que, devemos aprender com nossa diminuta relação com a imensidão do universo. Muitos falam que somos um grão de areia. Pode ser o planeta Terra, mas cada um de nós é menos que uma ameba. Não somos nada.
Não sei se meu ceticismo não é no fundo, falta de imaginação. As pessoas naturalmente têm necessidade dos mistérios além da existência, até porque a existência é dura, como se não bastasse justamente apenas o céu estrelado captado pela nossa retina, com ou sem fenômeno, com ou sem explicação. Devemos sim, olhar para nosso futuro que certamente está entre as estrelas, mas não podemos nos fechar nesse momento também pelas mazelas atuais do mundo, que insiste em ser medieval.