quinta-feira, 5 de julho de 2018

Divagações II


Ainda no meio da comoção que uma Copa do Mundo provoca no planeta, fazendo com que muito do nosso dia-a-dia pare ou como no caso dos políticos avance nas reformas maldosas e interesseiras, também vejo que o universo também está em movimento nesse momento. Imaginava que nada seria mais importante que o nosso avanço rumo as finais do campeonato, do que a expansão interplanetária. O universo sempre me angustiou. Sua magnitude e grandiosidade é muito para mim. Qualquer documentário da Discovery, me deixa sentimental. Achava que nada poderia barrar aquele documentário da saga dos pinguins imperiais pela multiplicação da raça. Hoje, tivemos a notícia de que pela primeira vez, cientistas observaram diretamente um planeta recém-nascido. Nunca temos a real dimensão dessa importância nesse momento, mas a foto de divulgação, me lembra os esforços que tive durante minha vida de observar os fenômenos do universo a olho nu.
O mais bonito, foi uma observação de um meteorito entrando na atmosfera, do qual tive a sorte de ver. Se não tivesse virado a cabeça naquele momento, tudo seria perdido. A lembrança pior, foi a expectativa do cometa Haley. Tentei muito ver. Quando tive as condições, numa estrada à noite, sem interferências de iluminação de cidade e um céu limpo à provençal, um risco vermelho deu as caras ao longe no hemisfério, para a decepção dos pobres mortais. Nada daquelas gravuras medievais relatando aquela monstruosidade que poderia acabar com a raça humana e toda a vida na Terra. Agora, só nos resta a chance de ver algo melhor daqui a 76 anos.
Não tinha nada que eu pudesse exagerar para meus amigos, afinal, o risco estava lá para todos verem ou não. Não se compara quando você está viajando e tem a sorte de ter um acontecimento astronômico que se tivesse na sua cidade com tempo nublado e onde você está com o céu limpo, pode falar à vontade. Um daqueles prazeres que podem marcar sua viagem com um Plus a mais.  O cometa não era vantagem para ninguém. Nem pude falar que vi a versão integral, com a cauda mais comprida...
Nem as super luas que vi, foram emocionantes como do filme ET, quando Elliot voa com a bicicleta tendo o extraterrestre no cestinho. Lembra daquele tamanho. E com a música do John Williams no fundo. Isso tudo merece uma lágrima caindo dos olhos. O máximo que consegui numa super Lua, foi uma coriza que já estava se aproximando, ou seja, nem isso. Uma amiga foi ver o céu à noite em Atacama e as fotos são maravilhosas. Vou ter a oportunidade desse mês, de ver o céu de Pirenópolis, que dizem ser tão bonito quanto. Vocês aguardarão meu relato positivo ou negativo. Pois, da forma que meu histórico de eventos astronômicos, São Pedro deve encobrir o céu quando for lá. Aguardemos.
Posso dizer que já vi OVNIS mais de uma vez. E foi emocionante. Mas não conto com eventos astronômicos. O fato é que, devemos aprender com nossa diminuta relação com a imensidão do universo. Muitos falam que somos um grão de areia. Pode ser o planeta Terra, mas cada um de nós é menos que uma ameba. Não somos nada.
Não sei se meu ceticismo não é no fundo, falta de imaginação. As pessoas naturalmente têm necessidade dos mistérios além da existência, até porque a existência é dura, como se não bastasse justamente apenas o céu estrelado captado pela nossa retina, com ou sem fenômeno, com ou sem explicação. Devemos sim, olhar para nosso futuro que certamente está entre as estrelas, mas não podemos nos fechar nesse momento também pelas mazelas atuais do mundo, que insiste em ser medieval.

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