quinta-feira, 18 de novembro de 2021

A flagrante diferença entre um líder e um inepto

Dois personagens estão no exterior. E esses mesmos personagens mostram claramente suas diferenças em como são recebidos, como expõe suas ideias e como são sua capacidade de modificar uma realidade ou não. No mesmo momento, me surge a imagem de um antigo desenho animado dos estúdios DePatie-Freleng Enterprises, chamado Roland and Rattfink , que no Brasil se chamava Bom-bom e Mau-mau. Um oposto do outro. Um bondoso, gentil e educado e o outro, invejoso e armando confusão o tempo inteiro. Bom-bom por vezes até ajuda seu oponente a encontrar o caminho da luz, às vezes perdoa suas atitudes, porém Mau-mau sempre está as voltas em prejudicar e fazer vilanias.

Não há como não comparar a viagem de Lula a Europa e de Bolsonaro a Dubai. Apesar de o presidente ter destaque em toda imprensa nacional e Lula, apesar do sucesso, não ter uma linha ou então, uma cobertura pífia, podemos evidenciar muitas coisas. Um ex-presidente do Brasil, tendo variadas reuniões importantes com líderes europeus, discursando e sendo aclamado deveria ser manchete em qualquer país que tivesse um político tão respeitado internacionalmente. Uma figura que é uma das mais citadas entre personalidades brasileiras em todos os tempos. O Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po, onde estudaram Macron, François Hollande, Jacques Chirac, Mitterrand, entre outros presidentes e intelectuais), onde fez palestra, marcam os dez anos do título de Doutor Honoris Causa concedido pela instituição.

Lula foi aplaudido de pé no Parlamento Europeu. Ainda falou em alianças com a direita para unir novamente o Brasil, falou sobre proteção da Amazônia, sobre a preocupação de uma nova guerra fria e sobre a volta do país no mapa da fome. Isso são falas de estadistas verdadeiros. Isso teve grande destaque na imprensa internacional como na Bloomberg que destacou a recepção calorosa de Lula na Europa. Lula teve encontro com o prêmio Nobel de economia Joseph Stiglitz e o provável sucessor de Angela Merkel. Um caminho de ladrilhos dourados por onde percorre Lula na Europa e Bolsonaristas travam, diante de suas invejas, uma forma de fazer protestos fakes ou tripudiar e compartilhar ódio pelas redes sociais.

Enquanto isso, Bolsonaro  em Dubai, ataca com seus discursos falsos, carregadas de inverdades, tentando atrair investidores ao país, que estão fugindo a rodo da Bolsa de Valores. Sem falar na comitiva que levou, entre outros seus filhos, amigos, ministros e pasmem, o Desembargador responsável pelo caso de Flávio Bolsonaro. Estourando de vez o cartão corporativo, com suíte a R$ 76 mil a diária, gastando a rodo e depois provavelmente irá colocar como gastos secretos por 100 anos. Não conseguiu firmar grandes interesses para investimentos e não teve nenhum encontro para pensar soluções para a fome, inflação galopante e a crise de saúde no país. Apenas férias com os amigos. E pensar que uma tapioca causou indignação no cartão corporativo, certa vez.

Uma das diferenças que sempre lembro são as mãos. Mãos são emblemáticas. Desconsiderando eventuais unhas sujas de ambos, dedinho levantado ao tomar chá, temos de um lado uma mão conciliadora, que está sempre pronta a apertar outra mão que tenha soluções ou ideias inovadoras, seja de um grande pensador internacional ou no simples gesto de agradecimento de um universitário que pode estudar na Europa. Do outro lado, temos a mão que faz arminha, provoca o ódio, que esperava que fosse implacável contra uma ideologia dos anos 60 e que apenas encontra o novo mundo dizendo: Stop!

Ainda estamos longe de unirmos o país, ou de termos novamente um país forte e adorado no exterior, mas já podemos nos contentar em mostrar que existem diferenças claras entre os dois em todos os sentidos e que não dependêssemos de qualquer superlativo ou ver uma moral facultativa.

Livro sobre o Campo de São Bento no Globo-Niterói

 


Reportagem do Livro sobre o Campo de São Bento no Globo-Niterói 

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Cartas na mesa

Terça-feira quente em todos os sentidos. A atenção do governo está na votação doa PEC dos precatórios, com quórum cheio, STF não autorizando o orçamento secreto, justiça livrando Flávio Bolsonaro dos crimes de rachadinhas e a crise na cultura com a vinculação de proibição de passaporte da vacina para aqueles que estão com verbas atreladas a Secretaria de cultura do Governo Federal. Recebo uma enxurrada de e-mails falando do quanto cada um, não suportando as pressões do dia de hoje, precisou ir ao SUS medir pressão. Gente que está desesperada com a bolsa de valores, gente que está preocupada em sobreviver e está com crise de pânico vendo que visando à reeleição, Bolsonaro se filia ao PL. Do outro lado, Moro e Dallagnol também se preparam para a disputa eleitora, sendo um para presidente.

A gravidade da situação não daria para nem para o médico Euryclides de Jesus Zerbini poder ajudar a cuidar dos corações mais fragilizados dos brasileiros preocupados com o desmonte do país. Muitos querem a saída do aeroporto já que alguns países autorizaram receber brasileiros em seu solo, desde que com passaporte de vacinação e testes de COVID em dia. A PEC dos precatórios tem a luta das lutas. Enquanto o governo tenta levar o maior número possível de votantes a favor a base de Tornozeleira eletrônica , a oposição conseguiu reverter a situação com alguns partidos encaminhando votos contrários com unidade partidária.

Arrebentar o teto de gastos é o fim dos tempos. A alteração no texto constitucional traz Emenda de relator, sem menor controle e transparência, sem saber destinos de orçamentos, mostra a cara do governo federal. Uma prática para o vale tudo, sem menor ética. Liberdade para se endividar sem aval do Congresso. Liberar geral. Furar o Teto de Gastos traz mais instabilidade ao país, criando problemas que impactam no nosso dia a dia, como o aumento do Dólar, inflação descontrolada e rápida precarização da população. Habilitar o calote, colocando uma ajuda aos mais necessitados como pano de fundo de passar o vale tudo das verbas orçamentárias, visando às eleições do ano que vem, é no mínimo imoral, pois não há uma menção de garantias para isso na emenda, assim como não há destinação garantida para a educação.

A bandalha do orçamento secreto teve o capítulo final neste dia, suspendendo essas emendas. Tudo começou com a eleição comprada de Lira, para apoiar o governo em suas maracutaias. Lembram quando o governo criou orçamento paralelo e distribuiu R$ 3 bi para comprar tratores com sobrepreço? Pois bem, deputados e senadores bolsonaristas e aliados aplicaram  bilhões de reais, segundo critérios pessoais, e não técnicos, ocultando seus nomes, passando por cima de leis orçamentárias e a transparência pública. O chamado tratoraço enriqueceu apenas parlamentares e seus interesses pessoais. Um retrocesso que querem reafirmar novamente, mas o STF conseguiu uma vitória de antemão para o lado da democracia.

Mas por outro lado, maioria dos ministros do STJ decidiu anular todas as decisões contra Flávio Bolsonaro tomadas pela Justiça do Rio no caso das “rachadinhas”. Para eles, o juiz Flávio Itabaiana não tinha competência para julgar o filho do presidente. Nesse aspecto, o presidente conseguiu sua vitória, afinal, ao invés de trabalhar pelo país, estão às voltas para livrar a si próprio e os filhos do laço. Nesse ponto, consegue articular com todas as forças e resolver seus problemas particulares com empenho, coisa da qual não faz pelo país.

É o Governo tentando passar no crédito e no débito.

Depoimento para a Revista A Fonte

 


A Revista A Fonte, montou esse vídeo com meu depoimento sobre meu trabalho. Ficou uma edição bem caprochada 

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Despudor: A política da morte rechaçada no mundo

Bolsonaro hoje é o homem mais rechaçado no mundo, sem sombra de dúvidas. Só tem apoio do cercadinho no Brasil e de grupos Neonazistas espalhados pelo planeta. Sempre, na história, vemos figuras como Hitler, Mussolini, Catarina II, José II da Áustria, Frederico II da Prússia, Marquês de Pombal, que eram déspotas que tinham certo apoio popular em seus países e odiado pela humanidade. Tivemos governos militares odiosos e fanáticos civis, porém nunca tivemos um governo tão mal visto e odiado quanto Bolsonaro. Ele admite que tenha muita gente faria melhor que ele. Certamente objetos inanimados fariam mais do que o presidente. Mas déspotas tem o poder concentrado em apenas um governante, de maneira isolada e geralmente arbitrária. O déspota é um governante que utiliza de seu poder para tiranizar e oprimir os que são contrários aos seus desejos. Esse é Jair Bolsonaro.

Em um momento onde o mundo tenta achar soluções através da ciência e políticas de proteção ambiental para salvar os avanços da degradação do planeta, nosso presidente, com sua política agressiva de desmatamento da Amazônia e Pantanal, conseguiu devastar de modo criminoso a biodiversidade, colocando Estados brasileiros com climas de tempestades de areias típicas de desertos como o Saara, e tem a pachorra de ir a reunião do G20 sobre proteção ambiental do mundo. Evidentemente, nosso presidente não participou de nada, não foi chamado para nada, se reservando a conversar com garçons e fazer turismo a custas do brasileiro. Nem a prima italiana, Giannina Bolzonaro, quis almoçar com ele.

O isolamento de Bolsonaro é fruto de sua atitude belicosa e destruidora do meio ambiente a favor do genocídio indígena e devastação de terras pelo garimpo. Quem se sentiria à vontade com um líder desses? Um verdadeiro líder brasileiro veria o potencial ecológico do ecossistema e faria políticas públicas de preservação, para potencializar no futuro sua moeda verde. Mais as tretas internacionais colaboraram com esse escárnio ao nosso líder. Bolsonaro disse que tinha um estudo oficial britânico que associar vacinas e AIDS, que foi desmistificado em Westminster. Segue apegado a Donald Trump. Bolsonaro ofendeu a primeira dama francesa, fora os ataques à França em debates sobre meio ambiente. Angela Merkel foi criticada pelo presidente. Sua postura contra máscaras e o uso de vacinas é mal visto no exterior. Sua presença no evento foi apenas para trazer o caos nas ruas e indignação por toda parte.

A cultura do ócio, não é a mesma falada por Domenico De Masi, que através da frase de Francis Bacon, “Conhecimento é poder”, concebeu uma ênfase na importância da ciência que foi reconhecida no resgate tardio das tradições árabes e da alta idade média. Evidentemente, Bolsonaro, que não segue a ciência, tem cultura suficiente para refletir, estava produzindo algo, mas sim fazendo absolutamente nada. Talvez nada, seria perjúrio, pois conseguiu provocar ódio por onde passava. Atacaram covardemente os jornalistas que cobriam seu turismo e ainda provocaram tumulto com a polícia local, brigando com os aqueles que protestavam contra sua estada em um local que iria homenagear sua presença. Anguillara Veneta é um vilarejo cuja prefeitura é comandada pela extrema direita.

Um peixe fora d’água. Afinal, Bolsonaro apenas consegue nadar em águas turvas tais quais outros peixes fascistas. Além do vilarejo extremista, Bolsonaro apenas conversou com Recep Tayyip Erdogan, líder Islâmico que comanda a Turquia há 15 anos, com muita corrupção decaindo sob seus ombros e extremamente conservador.

Resultado final do encontro na Itália: A única colaboração de Bolsonaro com o Brasil nesse encontro, será trazer uma nova variante da COVID pra cá.

Livros ilustrados na Bienal de Maricá

 


Livros que ilustrei que estão participando da Bienal de Livros de Maricá, pela editora Proverbo