quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Alô, Alô, Marciano.

Se hipoteticamente tivéssemos uma visita de um Robô Curiosity vindo de Marte, mandada por cientista de lá para conhecer o Brasil, não chegariam a nenhuma conclusão confiável. Não conseguiria entender como um presidente brasileiro resolve que a resposta das questões ambientais do país, estão baseadas em fazer cocô dia sim, dia não.
Dependendo de o robô descer e tentar descobrir como em pleno século 21, o Brasil elege um presidente que solta este tipo de impropério todos os dias? Como muitos ficam felizes com a implosão avassaladora ocorrendo, sem nenhuma indignação pública relevante? Se pudessem voltar no tempo, para entender em qual momento isso pode ter influenciado esse total momento de inércia, poderiam achar a quinhentos anos atrás, que logo depois do descobrimento do Brasil, os primeiros ocupantes da nossa terrinha, foram marinheiros analfabetos, rudes ajudantes e poucos capitães mais instruídos. Logo depois, uma leva da escória de Portugal, bandidos condenados e toda pior espécie que não era bem-vinda mais nas terras patrícias. Se tornou em uma terra muito rude, preparada para devastar e conquistar à base da força. Tentaram forçar os índios a trabalhar como escravos, tentaram catequizar, mas encontraram nos escravos vindos da África, seu intento. O momento chave de melhorar nossa população, foi através de D. João, quando decide trazer a missão francesa ao Brasil e criar a primeira universidade do país. Mas, até então, tínhamos uma grande população sem menor preocupação intelectual. Poderia ser um indicativo?
Os dados poderiam ser incompletos. Se aparecesse em um centro espírita, poderiam mandar fotos de livros que afirmam que o Brasil é o coração do mundo e será a pátria do evangelho. O que é verdade. Senão vejamos, em 1857 é publicado a primeira edição do Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, e três anos depois o livro chega ao Brasil. Em uma época que as cartas e notícias demoravam mais de dois meses para chegarem, em seu movimento circular de comunicação milenar, é muito rápida essa chagada do livro aqui. A doutrina surgiu na França, mas encontrou em terras tupiniquins, o melhor local para prática e expansão dos conceitos. E na sequência, a rápida consolidação se torna impressionante. Tivemos um país, que os médicos atendiam aqueles que tinham condições sociais para tal, com essa espécie de segregação social daqueles que viviam em gerações de exploradores ignóbeis. A população mais pobre e aqueles escravos que deixaram sua condição vil e ficaram à margem da sociedade, sem apoio de governos, encontraram ajuda nas tendas de matrizes africanas, fundada por Zélio Fernandino de Moraes.
Isso daria uma idéia melhor de um padrão social que ocorre por séculos. Tivemos um momento de resgate das minorias, mas desde a derrubada do governo, não só acabamos com todos os programas sociais, voltando aos estágios de outrora, mas estamos vivenciando o agravamento das condições sociais de forma vertiginosa. O robô marciano, dependendo de onde pousar, para tirar fotos e pegar amostras, poderia encontrar disparidades gritantes, como entre uma favela e um condomínio na Barra. Parece que essas disparidades, não dariam para ajudar numa eventual conclusão sobre nosso país. Poder-se dizer, que o país seria um punhado de pontos de vista. Hoje, entre esclarecidos e bolsonaristas. Pode-se dizer que somos várias versões de nós mesmos em teoria, mas vemos que no momento estamos unidos apenas por uma língua comum e pelo açaí com granola.
 Qualquer robô tentando nos decifrar seria um erro. Frases como fazer cocô dia sim, dia não, para salvar o meio ambiente, seriam carregadas de fake News que desviariam mais e mais a interpretação mais racional de qualquer pessoa sã.
Esse robô caindo exatamente na mesa do presidente da república, estaria em maus lençóis, pois de lá sairia com pane geral, mesmo sem ter o que recolher de informações, ao passo que se caísse na mesa de qualquer trabalhador nos dias de hoje, estaria arriscado a ser vendido em algum ônibus, barcas ou em praça pública. Ou comida, o que fosse melhor.

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