quinta-feira, 9 de julho de 2020

Paradoxos do Brasil palpitante


“No fim, o bandido sempre é pego! ” Nem sempre. O Brasil que eu conhecia nas ruas, era amável, tolerante e avesso aos turbilhões externos. Ledo engano, de uma criança que cresceu em uma bolha e acreditou no discurso de que o Brasil não era preconceituoso. Muitos viveram acreditando na premissa, de que o Brasil era o local para se viver. Sem problemas com terremotos ou vulcões. Via de camarote países arrasados por furacões, e no final se gabava convidando quem morava no exterior a conhecer nosso país. Essa cultura foi criada justamente no regime militar, para tentar esconder nossas mazelas e criar um país ilusório tanto para quem estava no país, como no exterior. A verdade é muito pior. Podemos não ter problemas climáticos, mas temos todo tipo de gente tentando se aproveitar do outro. Fora os americanos, que sempre exerceram força para raspar o que tivéssemos por aqui.
Em 1964 como no golpe de 2016, os americanos estavam por trás, ajudando grupos a tomarem o poder. E continuaram. O IBAD financiou campanhas eleitorais de ACM, Sarney e outros da UDN. Vários filmes americanos falam de como é fácil acabar com democracias na América Latina. Um exemplo: em 28 de junho de 2009, os militares hondurenhos sequestraram o presidente Zelaya. O pronunciamento da Casa Branca não condenou o golpe e em vez disso pediu: "todos os atores políticos e sociais de Honduras" a respeitar a democracia. No golpe parlamentar do Paraguai, em 2012, que derrubou o presidente em apenas 24 horas, Washington também contribuiu para a legitimar, colocando o supremo e tudo, no balanço final.
Aqui, O Golpe de 64 foi encabeçado por militares que marcharam no Tenentismo, combateram Getúlio, lutaram na II Guerra, e tiveram apoio do Exército e Marinha americana, Igreja, classe média alta. Tudo financiado para que acabassem com a aproximação do Brasil com a China, Cuba. Tudo documentado e é notório. Tivemos nossa abertura econômica, inevitável, acontecendo por toda América do Sul. Tivemos períodos de paz. Depois que Aécio Neves perdeu a eleição, começa o interesse americano em retomar o Brasil para ele. Afinal, em 2013, Joe Biden vem ao Brasil interessado em participar da exploração do pré-sal. E Dilma, na época, falou que planejava destinar os Royalties para educação e saúde. E o que aconteceu? Mês seguinte, começaram os protestos de rua, convocados pelo Facebook. Tempos depois, descobriram os financiamentos americanos, mas foram injetados milhares de dólares para alimentar fakenews, e aumentar o clima de tensão até culminar no golpe.
Recentemente, foi pega a atuação da agente do FBI na Lava Jato. Não como venderam os cidadãos de bem na época, mas para simular juridicamente uma situação para agravar cada vez mais e justificar o golpe para a população. Moro e Dallagnol foram as ferramentas da CIA e FBI nessa construção. O Brasil estava mexendo com o poder econômico dos americanos. Queriam o Pré-Sal, queriam acabar com os BRICS e nacabaram com as multinacionais da construção, que eram americanas as empresas de rescaldo de guerra e de grandes livitações internacionais. Agora que a identidade da agente do FBI Leslie Rodrigues Backschies foi revelada e sua atuação dentro da Lava Jato, fica cada vez mais claro para o senso comum, que o único objetivo era tirar a esquerda do poder a qualquer custo. E todo espetáculo que envolveu a mídia comprometida com o golpe. Nenhum poder democrático faria um espetáculo parecido, quanto esses tempos pré-eleição. Lembro que todas as cerimônias de poder, das pompas do Vaticano até concurso de camisa molhada, são paródias da liturgia real. A função é ser o teatro das linhas de legitimidade. E agora que os americanos ganharam tudo que precisavam, sem atirar nenhuma bomba, deixam o espólio dos problemas para o governo resolver.
Para a gente restou um nó na garganta, que não adianta muita coisa se a população não acordar desse pesadelo e gritar por seus direitos. 

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