quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Dias de rock, bebê!


Absolutamente, o brasileiro não é perfeito. Nunca está satisfeito com nada e quando tem algo de nível mundial, também aparecem aqueles que vão contra. Concordo plenamente com o fantástico jornalista Jamari França, sobre sempre defender o Rock in Rio. Ele é um evento importantíssimo em vários pontos. Evidentemente, devemos rever questões como preço de ingresso, acesso melhor e um line-up mais ousado, trazendo o que está realmente acontecendo de incrível na música mundial e não ficar repetindo atrações eternamente. Não atende ao momento da música. Tanto de velhas atrações quanto aos mais novos movimentos. Eu, por exemplo, queria me despedir de bandas que estão fazendo shows de despedida, como Black Sabbath, Deep Purple, Kiss e etc. Ao mesmo tempo, gostaria de ver Prophets of Rage, Rival Sons, Fontaines D.C., Pistol Fire, Highly Suspect, White Reaper e Graveyard.
Também concordo com as ponderações da jornalista e amiga do coração, Chistina Fuscaldo, quando vai além e fala que o povo consumidor do festival, poderia também ajudar a manter a cultura da cidade viva, frequentando casas de shows no Rio de Janeiro, pagando e incentivando artistas que hoje estão sem ter onde e para quem tocar. O rio é essa contradição, onde se contaminou com a febre de apenas tocar sertanejo, funk ou pagode. Além de faltar mais de Gal, Gil, Caetano e etc na programação. Afinal, o festival não é feito só para rock. A Roberta Medina, realizadora do festival, pode repensar futuramente essas questões, pois afinal quando experimentaram o Palco Sunset, com o formato atual, foi paixão à primeira vista de todos e em muitos momentos, acaba superando as atrações principais.
Entender a escalação do Rock in Rio nunca é fácil. Repete demais atrações porque lota, é venda certa e lucro imediato, logo nuca vão arriscar.  Poderiam olhar mais para festivais como Glastonbury ou o Download Festival, que estão muito atentas ao que acontecem no universo musical mundial.
Nesse período, tivemos bons momentos como Bebe Rexha, cantora das adolescentes que traz uma mensagem muito boa sobre aceitação pessoal, que esbanjou simpatia e deixou o maquiador mineiro Gustavo Fiuza roubar a cena fazendo seu melhor no palco. Fã sempre é isso. Outra que roubou a cena foi Xenia França no show de Seal. Segura, a música na ponta da língua e dando show de interpretação. O que dizer de Júnior Goovador no show de Tenacious D? Groovador já era conhecido pelo seu jeitinho no palco e sempre muito animado. Já falei algumas vezes que já toquei com muitos músicos virtuosos, mas às vezes, aquele músico que se diverte no palco, te transmite mais energia para estar da mesma forma que ele. Ainda posso mencionar Plutão Já Foi Planeta e Mahmundi, a ousada Ana Cañas no show dos Titãns e apesar da voz destruída pelo tempo, mas não menos importante, Whistesnake e sua alegria em retornar ao festival depois de 34 anos.
Mas apesar da recomendação do festival em não ter menções sobre política, nada pode parar o público que sempre mencionou o presidente com palavras de ordem, de forma negativa. Não se confunda, assim como fez Tico Santa Cruz. Tivemos o Pavilhão 9 metendo colocando na lata a repressão nas favelas. Tivemos a Dama do Passinho, Lelê, que homenageou Marielle e o que dizer da Dama suprema da música, Elza Soares que soltou, entre outras: “Precisamos aprender a votar”. “Precisamos ir para as ruas”. Chupa essa!
O Drake não autorizou a transmissão ao vivo de seu show. Uma decisão inédita e que não se perdeu nada. Se fosse uma histórica apresentação ou alguma surpresa, poderia até entender, mas foi apenas Drake sendo Drake. E para isso, o canla oficial de transmissão do festival, resolveu passar o show da Rihanna no lugar. Uma bela resposta, da relação conturbada dos dois e mostrar que aqui não se cria.
No mais, o festival pode olhar mais para atrações que possam explodir e ter seu nome associado ao lançamento desses músicos, como por exemplo: Dois Varguinhas, Zanna, Mamuth, Zero Nove Zero, Nauzia, Pinaud, GilberT, Luísa Lacerda, Aline Peixoto, Bow Bow Cogumelo, Trappo Fino, Daíra e André Barroso e banda. E tenho dito!



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