quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Perigo à vista


Ninguém nunca explicou por que o Chile, com o qual os Neoliberais sonham sorrindo, não privatizou sua estatal do cobre. O Chile é um caso isolado? Ok, mas ignorar as diferenças quando se quer usá-lo como exemplo e invoca-los quando o exemplo não serve, não vale. Principalmente, não Vale do Rio Doce. O caso do governo federal agora que querer privatizar os Museus públicos, perto das eleições, mostra, a correria para tentar privatizar, vender e tentar aprovar todas as pautas negativas a população e de interesse de poucos. É ver que países como Alemanha dá universidade gratuita para todos. A água que o Rio de Janeiro quer privatizar, a França e Alemanha reestatizaram.  A esse caminhar, o presidente poderá botar no seu currículo, que foi mais longe do que o Pinochet.
O perigo à vista são de não só continuarmos a destruir o país, mas ter uma continuidade do desmonte, com agravante de um novo AI-5 voltar a todo vapor. Lembrando que em 64, os movimentos que antecederam ao golpe, tinham após a renúncia de Jânio (alegando “forças ocultas”), um Goulart que teve a iniciativa de reformas sociais urgentes, como a agrária. Goulart assina dois decretos: o primeiro nacionalizava todas as refinarias de petróleo particulares e desapropriava propriedades rurais numa faixa de 10 km à margem de rodovias ou ferrovias federais. Com isso irritou o capital nacional e internacional. Logo após, milhares de pessoas participam da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, organizada por várias entidades conservadoras, entre elas a SRB (Sociedade Rural Brasileira) e a UCF (União Cívica Feminina). Todas bancadas pelos setores privados. Alguma semelhança com que vimos e vemos nos dias atuais?
Mas um fenômeno é mais grave, ao meu ver. O crescimento do fascismo no Brasil e no mundo. Reli o livro de Christian Delacampagne, que fala sobre os pensamentos de Sartre, Heidegger e Wittgestein, sobre o ponto de vista deles na época da segunda guerra. E é possível, sem sombra de dúvidas, afirmar que é um discurso de ódio de imperativos nazistas sim, e não associar a intolerância, de idéias diferentes a esse sistema. O que me deixa de queixo caído, são a admiração que não é mais velada pelos ideais. Como o livro Mein Kampf, que fala sobre Hitler, ser uma edição esgotada e altamente procurada na Feira do livro em Lisboa. Estão de volta, os ideais defendendo a tortura, a ditadura, o racismo, o sexismo, a homofobia, o criacionismo e o fundamentalismo religioso. Não é possível, que os interesses de uma elite egoísta, que clama por direitos de sangue, se sobreponham aos direitos individuais, a Liberdade e a Democracia. Um regime que não apenas odeia, como despreza uma classe social, ou sexo oposto ou sua diversidade, uma raça e com intolerância religiosa, mas é capaz de qualquer coisa, principalmente pela força, impor suas metas.
Um traço comum se viu, na organização popular na internet das mulheres contra “Ele”. A estratégia, poderia ser, se aproximar das mulheres, abrir pauta de discussão ou até arregimentar aquelas que são pró candidato, mas a resposta veio da forma como sabem fazer: Atacando, usando fake News, hackeando e ameaçando a vida das organizadoras. Como nada é feito, como uma censura a candidatura, ou pelo STE ou por órgãos que fiscalizam as condutas eleitorais, tudo é permitido. Como por tempos, foram proferidos absurdos nas frases do candidato e nada foi feito, existe a anuência de todos com o que foi falado. Se uma parte da população, aprova o discurso de ódio, o mesmo não se pode falar das leis eleitorais que deveriam reprovar qualquer tipo de ofensa discriminatória, vinda principalmente de agentes públicos.
Pergunte quais são suas verdadeiras propostas e se seu passado como parlamentar conseguiu algum progresso social ou de alguma serventia a população em 25 anos de atuação. De qualquer maneira, está totalmente ausente as discussões reais acerca das propostas dos candidatos. Ou porque acham que é irrelevante ou porque acham que é relevante e incômodo demais. É mais importante atacar e odiar nesse momento. Que os Deuses não nos tragam uma terceira guerra mundial.

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