quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Foi dado a largada


Esquerda ou direita? Coca ou Pepsi? Guaraná Brahma ou Antártica? A cada eleição que se aproxima, os eleitores vão tomando partido daqueles que se aproximam do discurso que deixa próximo de seu pensamento.  Aquele que quer vender tudo e transformar o país em um balcão de negócios, tem fartura oferecida pelos partidos, aqueles que querem justiça social, um país sólido já possuem pouquíssimas opções e ainda tem aquele que quer meter bala em tudo, com uma opção, mas correndo por fora. O jogo político, apesar de se apresentar faz um tempo, esquentou mesmo na semana passada, quando o dia começou com a briga de comadres entre o presidente do país e o Alckimin, e terminou com a facada no Bolsonaro. Não adianta lembrar que já houve debates na TV, que agora realmente começa a disputa. Já sabemos quem são aqueles que realmente vão disputar agora.
Por falar nas disputas pela Televisão, os debates não esquentaram. Deram visibilidade a um corpo estranho, que toda eleição temos, que foi o caso, este ano, do Cabo Daciolo. Não sabemos se continuará aparecendo, pois já amedrontado com tudo e todos, se isolou no monte, distante de qualquer debate público. Podemos lembrar de eleições passadas, onde outras figuras apareciam da mesma forma, como o exemplo do Doutor Enéias. Os debates, ao contrário da opinião de Bolsonaro, de que não acrescentam em nada, você tem oportunidade de ouvir argumentos dos dois lados, de forma ponderável e suas razões respeitáveis. Este ano, ainda não decolou, pois falta algo. Um fator definidor. Um Tchan! E não creio que Carla Perez poderá neste momento ajudar em algo.
Pode-se dizer, que tínhamos, na primeira eleição presidencial, pós golpe militar, um debate que realmente esquentava as conversas na rua. Você sempre tinha uma torcida pró-Maluf, mas que não intimidava de maneira nenhuma Brizola, que enfrentava o “filhote da ditadura”, como dizia dele e do público presente. Ou Afif Domingos com seus gingles, além de Lula ainda numa fase pós-militante das massas do ABC paulista. Alí, existia o papel preponderante do candidato, por vezes maiores do que o peso das propostas dos partidos. E nesse ponto de vista da maioria dos brasileiros que o bicho pega. Um candidato pequeno, que bem aparentado, com um discurso que pegou contra os marajás, apoiado pela grande mídia, vence a eleição contra o Lula.  Naquela época, a polarização já marcava presença, sem a força das redes sociais, pois nem celulares existiam.
Todo movimento que existiu (e ainda existe) de golpe no país, trazido das experiências da Turquia, pela primavera árabe não conseguirá ter seu capítulo final trazido para cá, onde hoje, todos os juízes que efetivaram o golpe, estão presos. Não daremos sorte de chegar a esse ponto aqui. Não pelo menos até terminarem as eleições. Retiraram da disputa legal, um ex-presidente que estaria eleito no primeiro turno e vão tirá-lo, mesmo com apelos da ONU e todos os outros filósofos, personalidades e líderes mundiais, apenas quando acabar o processo eleitoral.
Ficamos reféns de um candidato da extrema direita que irá com um candidato de centro esquerda. Será ou Haddad ou Ciro, que vem crescendo no gosto da direita/centro também, pela austeridade. Haddad, com o apoio de Lula, pode surpreender no final, se não matarem ele, como Eduardo Campos, que mesmo com os resultados da Polícia Federal, ainda tem muitas dúvidas que não foram respondidas com clareza. Outro dia, seu avião, que estava com problemas de gasolina tentou pousar à noite em um aeroporto, e apagaram as luzes de pouso da pista. Nada foi dito na imprensa. Perdemos a disputa pelos debates e agora tudo está abertamente acontecendo entre o povo nas ruas. Tudo está muito estranho e potencialmente perigoso. Risco real de distúrbios civis, inclusive com explosões de ira de partidários de Bolsonaro e enfrentamentos com esquerdistas nas ruas. Tenso demais.


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