terça-feira, 24 de setembro de 2013

06 perguntas para Melado


1) Uma coisa que me impressionou quando morei em Belo Horizonte era a qualidade e diversidade dos artistas mineiros. Na sua opinião, que faz parte dessa leva importante de ilustradores mineiros, o que se deve essa concentração? 

 A quantidade e diversidade dos artistas mineiros, continuo acreditando, é devido a falta de mar e ao eco produzido por suas montanhas. Os humoristas não vão a praia fazer graça pras moçoilas e sim aos butecos onde suas paródias ecoam nas montanhas e engraçam as menininhas, fazendo-as rir de puro prazer goiabada com queijo.

2) No Diário da Tarde, você publicava quadrinhos infantis. Mas seu trabalho é muito meticuloso. Quais outros trabalhos de quadrinhos adulto publicou? 

 Na verdade os quadrinhos infantis surgiram em minha vida por necessidade profissional. Comecei no Gurilândia fazendo hq's com o meu querido mestre Nilson Azevedo, na Turma do André Carvalho. Depois fiz alguns quadrinhos, se não adulto, autorais. Publiquei principalmente na revista Grafitte, em deliciosas edições comandadas por Fabiano Barroso e Piero Bagnariol. No FIQ enganchei, num truque de mágica, uma HQ no menção honrosa. O prêmio rendeu o leite por um mês.
 
3) O mercado de ilustradores editorial reduziu bastante. Quais são as opções hoje em dia? 

O mercado de quadrinho existirá sempre, mesmo diante da renovação gráfica e do advento da mídia eletrônica. Aqui em BH, por exemplo, encontra-se a Editora Nemo editada por Wellington Srbek com belos trabalhos de artistas internacionais e brasileiros contemporâneos.

4) Fale do projeto Memórias Póstumas de Brás Cubas. 

Wellignton Srbek foi o meu parceiro na edição de Memórias Póstumas de Brás Cubas, quando fez uma adaptação primorosa. Foi publicada pela Ediouro.

5) Alguns comparam seu trabalho meticuloso a Durer ou Moebius. Quais suas influencias? 

 Se alguém comparar meu trabalho a Durer ou Moebius por certo estará me gozando. Eles são geniais e inimitáveis. Gosto muito de risquinhos, como você sabe, e passava as noites a fio melindrando de traços os meus desenhos. Mas a semelhança para aí. Me influenciaram o Will Eisner, Borjalo, Carlos Estêvão, Nilson Azevedo e evidentemente aquele carinha que "influenciou" o Moebius, Jean Giraud.

6) Quais os novos planos? 

Os meus planos futuros passam por ilustrações de livros infantis e juvenis, artes plásticas de forma geral e principalmente finalizar o projeto: O Avesso do Soluço, história em quadrinho que conta a vida de Im Dalem. Aliás, que história!


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