terça-feira, 20 de agosto de 2013

Walter

Muitas vezes, você assiste a algum esporte na TV e fica tão empolgado com o embate das equipes, que passa despercebido
as condições individuais de cada atleta. Até porque o que te interessa é a macro situação, ou seja, A equipe, vitória
e o empenho para chegar a vitória. E acaba que a gente não se dá conta, de qual condição está cada atleta para aquela
partida, quais seus desejos, se sua relação familiar está conturbada ou não. Basta lembrar a nossa derrota na copa de
1998, onde foi, talvez, a mais estranha de todas as finais de Copa já realizadas. Ronaldo estava com problemas. Falaram
possibilidade de convulsões, cansaço ou até mesmo uma má atuação proposital. O Brasil foi goleado pela França de
Zidane por 3 a 0. Dei para pensar nisso durante a partida entre Flamengo e Goiás, onde o artilheiro do verdão, chamado
Walter, além de um golaço, teve a melhor atuação no primeiro tempo. E foi motivo de atenção constantemente devido a
sua forma rotunda. O que me chama a atenção é porque um craque não pode ser craque porque está com sua forma diferente
dos padrões estabelecidos? Foi recusado (Ele iniciou sua carreira no Internacional e também passou por Cruzeiro e Porto-POR)
apenas por sua boludes em vários clubes por onde passou e quase não jogaria no atual clube que teve resistência
também pela forma física. Mas como ir de encontro ao que vemos? Maior artilheiro do clube no ano, responsável pela
subida do clube para série A, Melhor assistência e dribles em campo. É bullying? Mas para ser artilheiro tem que ser fominha, oras!
Não tem como negar, é grande o talento dele. Muito maior que suas dimensões adiposas. Não são as estéticas que vão dizer isso. Antes corredores de alta performance
não tinham que ser apenas musculosos? Quando apareceu Usain Bolt, com um físico diferente, alto e magro foi questionado.
Mas bastou 9,58 segundos para tudo mudar. Isso me interessa também! Como um atleta enfrenta duas dificuldades: Uma a
conquista do objetivo esportivo e a outra enfrentar os preconceitos iniciais. E como a maioria dos grandes atletas que
tiveram o fardo dobrado, entra para história, posso lembrar com carinho de Roger Milla, da seleção dos Camarões, que
com 42 anos ainda jogava. Hoje, essa realidade passa desapercebida, afinal muitos dos melhores jogares de clubes, tem mais
de 30 anos. Quem hoje deixaria Mané Garrincha ou Héctor Castro jogarem com problemas físicos aparentes? Hoje é possível
um duplo amputado correr nas mesmas condições de corredores profissionais. às vezes, o preconceito pode ser apenas por
raça, credo ou gênero. Como o atleta norte-americano negro Jesse Owens que venceu nas olimpíadas em que Hitler dizia
que a raça negra era inferior aos arianos. Hoje temos uma superioridade clara, tendo Pelé como rei do futebol. Então,
digo que antes de reclamarmos de algo como idade, aparência, credo, cor...vejamos como ela se sai no que precisa fazer,
pois não resta a menor dúvida de que Walter veio para encher de alegria o futebol tão força e pouco habilidade, tsc!

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