terça-feira, 13 de agosto de 2013

Mídia Ninja

Estamos próximos de ver uma novo estilo de jornalismo pela internet. Todos sabemos que estamos vivenciando uma
terceira onda (não a de Alvin Toffler) na grande rede. Tivemos a informação, o compartilhamento e agora a interação.
Mas a terceira onda está mudando o contexto social de uma forma brutal. Geralmente, pensamos que esta interação
está baseada em um conteúdo que pode ser interagido de várias formas. Mas esse potencial está desdobrado. Com o advento
do smartphone e smartTV, cade vez mais isso é aglutinado no dia-a-dia se tornando outra forma de consumir informação.
Mais interessante ainda, quando fomentadores de informação, fora da Massmidia, estão mostrando que a velha fórmula
de jornalismo (a apuração de pauta e demonstração do fato com isenção) pode ser renovada. Talvez toda repercussão
do trabalho do Mídia Ninja tenha se dado, pela cobertura das manifestações e a forma como desmascarou inverdades que
a grande imprensa noticiava, tanto de uma cobertura pautada na violência nua e crua, como tentando expor e enfraquecer
o movimento. A mídia Ninja foi uma das poucas que trabalhou a favor de mostrar as verdadeiras condições de um movimento
livre e espontâneo popular. Alguns grandes jornais tentaram explicar e desqualificar o trabalho jornalístico do grupo.
o texto da Folha, por exemplo, demonstra que o jornal não entendeu ou não admite a possibilidade de se construir uma mídia
sem dono e com uma diversidade tão grande de lideranças tornando difícil classificá-la segundo os parâmetros tradicionais.
No último Roda-Viva, da TV Cultura, o tradicional programa longevo de entrevistas de grandes nomes da sociedade, entrevistou
Bruno Torturra e Pablo Capilé, onde foram provocados por alguns dos entrevistadores. Mas responderam com segurança e clareza.
Esse jornalismo ativista das redes sociais tem intrigado aqueles mais experientes que torcem o nariz para esse trabalho, mas
tem pautado ultimamente seus trabalhos por eles. Me lembra um pouco a dialética entre liberdade e coerção, descrita muitas vezes
por Hegel. O ambiente da “massa de mídias” foi amplamente explicado e mostrou que A imprensa clássica que conhecemos também é midiatista,
mas seu engajamento não está necessariamente a serviço da sociedade e sim do grande capital que financia o próprio veículo
de comunicação. Foi o choque entre dois mundos. De um lado, jornalistas experientes, num misto de curiosidade, ceticismo e ciúme.
De outro, os protagonistas de uma experiência nova de jornalismo, que tenta fazer uma mídia inclusiva numa experiência de debates.
Agora, após a repercussão positiva, a pergunta que está pairando, já que mesmo as publicações de esquerda precisam de verba para
publicação, salários e tudo que uma empresa necessita é: De onde vem a grana do Midia Ninja? dinheiro público.
Me entusiasmei com o romantismo de jovens com um celular na mão e ideais na cabeça, mas Até mesmo os impolutos devem comer.

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