quinta-feira, 9 de abril de 2020

Diário do confinamento 3


Queridos familiares:
Semana 3 do confinamento. Estamos indo para um mês de confinamento e muita gente achando que é férias. A cada dia é preciso implantar mais e mais regras para exigir um confinamento sério. Mas como fazer se o próprio presidente é contra e influencia pelo menos os mais velhos que votaram nele e são do grupo de risco? Em um grupo de amigos do zap, sempre tentamos mandar boas vibrações para aqueles que estão sofrendo com a doença. No começo era apenas uma pessoa, hoje a lista já passa de vinte. Mais de uma pessoa precisou usar respirador.
Uma coisa que sempre gostei de fazer é de correr na orla da praia. Estou cumprindo minha quarentena à risca. Já tentei alguns exercícios em casa, sem grandes sucessos. Opto também por fazer uma semana saudável na alimentação, tentando restringir o açúcar, que é minha grande inimiga. Mas faço concessão aos fins de semana. Aproveitando, como desculpa o aniversário de minha filha, fiz aquele bolo mais recheado possível, que faria ele sem grandes intervenções em dias normais. Este ficou caprichado.  Gostaria de ter até escondido uma fatia debaixo da cama, que é pra vagabundo nenhum pegar. O Flan de baunilha já acabou. Comi cada fatia de bolo numa alegria que só o egoísmo sabe dar. O momento de gordisse foi aproveitado em cada colherada. Deus seja louvado!
Com o confinamento severo, e as medidas sendo tomadas pelo Ministro da Saúde, respeitando as orientações da OMS e não contradizendo a ciência e sua formação de médico, somos obrigados a ver as cenas lamentáveis de um presidente sentindo seu protagonismo cair, porque é contra o que o mundo todo está fazendo. Sentir ciúmes de seu próprio ministro, sendo protagonista do momento é coisa de quinta série. Fora o fato de ainda ser contrário a quarentena. Isso já desgastou tanto, que se viu no centro das atenções (que ele adorou), nos debates para ver se ele renunciava ou era impichado. Isso rendeu até um meme interessante, dentro de um duelo entre Pernalonga e Patolino. No final, entre renúncia e impeachment, aparece a guilhotina.
O que dizer do ataque do Ministro da (sem) educação, Abraham Weitraub, usou os quadrinhos da turma da Mônica para atacar a China, com cunhos racistas, o nosso maior parceiro comercial. Alinhado aos nossos “embaixadores” terraplanistas, fazem o que querem para atacar um inimigo invisível para chamar a atenção da população menos informada. Devia levar uma coelhada na própria Mônica por essa trapalhada. De onde vem os respiradores, máscaras e estratégia para conter a pandemia? Da China. A compra feita por lá, teve os EUA como interceptador do material comprado e assinado pelo Brasil. Agiram como piratas, mas a China também não ajudou, porque por aqui, ainda insistem que o país é o vilão da história. Preferem os Estados Unidos, que além de negarem o vírus (e com isso, fizeram a quarentena tarde demais), estão se apropriando de todo material possível e disponível no mundo. Agora estão até chamando médicos de frente daqui, oferecendo altos salários para combater a pandemia por lá.
Uma coisa positiva que tenho reparado, até porque a melhora do ar que respiramos não dá para visualizar, mas é a ocupação de pássaros diferentes perto da minha casa. Piados diferentes e intensos. Juro que outro dia, achei que estava ouvindo sapos e rãs. Em breve vou ver insetos a rodo e lanchar com o Tico e o Teco, mas estou feliz, pois somos o vírus da natureza e estamos dando chance dela se recuperar um pouco. O mundo está vendo essa melhora e deve sair melhor dessa quarentena.
Enquanto isso, vemos o preço que custou aos americanos na imensa prepotência negacionista impondo regras econômicas dos outros a seu favor. Quer dizer, nosso presidente fica com o lado negro da força.





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