quinta-feira, 28 de junho de 2018

Pense nas crianças


Muitas vezes o me encanta nos Estados Unidos também é o que me assusta. Como não se empolgar com a vitalidade do país, a possibilidade de seu projeto acontecer sem problemas orçamentários, o cinema sempre se superando, a capacidade de buscar a ponta científica, assim como é impossível o que ela custa ao mundo e a nós. O que o modo de vida em função apenas do dinheiro faz a um país com fome de usurpar. Não é preciso ressuscitar chavões anti-imperialistas, para se sentir nas entranhas do monstro.
Não dá para defender em nenhum momento a política contra imigração americano, que beira a loucura nazista. A postura de tolerância zero para qualquer imigrante, traz à tona muitas distorções e cada vez mais, uma faceta aterrorizante de uma direita ultraconservadora americana, tendo um presidente que foi filho de um membro da KKK. Para quem viu a série sobre o Trump, que dá golpe até no irmão, tudo pode acontecer. Eu confesso que não consegui assistir a tudo, pois o meu sistema gástrico me ajudou a não terminar e tive que conversar com cellite bocão. Outro dia, uma corredora estava fazendo seu treino na praia e quando passou a linha imaginária de fronteira, foi presa sem recursos...em que tempos estamos vivendo?
Não há como não ficar chocado com a separação de crianças de seus pais. Não tem justificativa plausível para isso acontecer. Apenas ditaduras que não precisam se justificar perante ao país e ao mundo. Por que não existe algum tipo de intervenção contra um ato bárbaro como esse? Crianças imigrantes arrancadas de seus pais e enviadas para centros de detenção separados, trancadas em gaiolas, sem nenhuma idéia de quando eles vão se reunir com suas famílias. Uma catástrofe dos direitos humanos.
Se pensarmos, na formação americana, encontraremos, assim como no Brasil, a formação de uma elite que pretende dominar os mais fracos pela força, através da institucionalização de seus ideais. A escravidão nos EUA, por exemplo, durou 250 anos e era uma atividade legal. O Holocausto era legal. A escravidão era legal. A segregação era legal. A legalidade não é um guia para a moralidade. Não só as crianças escravizadas eram rotineiramente separadas de suas famílias, mas do final do século XIX até a década de 1970, as crianças eram enviadas para as bárbaras “escolas indígenas”, onde seus cabelos eram cortados e seus nomes e cultura eram arrancados. Muitos deles nunca viram suas famílias novamente. Por isso, é fácil entender por que essa atitude do governo tem apoio do Congresso. Na raiz da atual crise de direitos humanos nas fronteiras americanas está a supremacia e a intolerância branca.
Afinal de que lado você está? Separar crianças de seus pais, pondo-as em gaiolas, é demonstração de ódio à humanidade por parte dos EUA. E nesse caso, você consegue se levantar contra seu dominador? Contra aquele que explora seu país e você diz amém?
Os EUA anunciaram sua saída do Conselho de Direitos Humanos. O problema são os direitos humanos ou uma política belicista sem precedentes que estamos vendo renascer? A cultura do ódio disseminada como política, destruindo como um trator tudo o que eles pregam como tendo justificativa na Bíblia. 
Mas agora, com o mundo fazendo críticas ostensivas, Trump volta atrás e revoga a lei.
Mas o que vem depois?

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