quinta-feira, 8 de julho de 2021

Terrivelmente evangélicos e sua ascensão ao poder

A lua-de-mel entre O presidente e os evangélicos foi um projeto de poder, que começou décadas atrás. Quis o destino, que esse projeto encontrasse nesse momento o candidato que estava em ascensão naquele momento surfando na onda ultraconservadora da candidatura Bolsonaro. Existe um projeto de poder pentecostal que estava se desenhando para alçar maiores coberturas de seus domínios religiosos. Um dos pilares que ainda sustenta o presidente, mesmo com diversos crimes cometidos, mais de 130 pedidos de impeachment e pedidos até no Tribunal de Haia, é o da bancada evangélica.

Todos os fiascos do governo são extremamente embaraçosos para a ala evangélica, mas não são mortais. Já ascenderam como vereadores, deputados estaduais e federais, ministros e atualmente, o presidente da república. Aquela história de Estado Laico, já não existe mais. Esses embates negacionistas e propostas de lei baseados nas convenções pentecostais estão tomando conta das cidades e estados brasileiros. Não importa a inabilidade do governo, corrupção ou todo tipo de esquema produzido, pois o avanço da bíblia no Estado é um projeto que não está no começo, porém sem perspectivas de fim.

O governo Bolsonaro está respaldado por essa camada que detém o poder na igreja. Não teremos um The Handmaid's Tale, mas podemos ter avançado muito em um estado fundamentalista. Basta ver o projeto de política pública para adolescente que será vista em São Paulo proibindo os jovens de qualquer contato com sexo. A nação evangélica não se assusta com o olhar do Bolsonaro de Rasputin. Pode falar em matar, pode ser totalmente a favor de torturas e ser truculento, mas se aprovar leis a favor da moral conservadora, está tudo bem.

Desde 1982 para cá, os parlamentares evangélicos passou de 12 para 90. Uma ascensão mostrando uma tendência no congresso e que nas pequenas prefeituras são quase 100%, tendo inclusive sessões religiosas nas casas legisladoras. Temos o mandatário maior da igreja, Edir Macedo, que  publicou o livro “Plano de Poder”, mostra Deus como um estadista. O crescimento exagerado entre os mais pobres, que diante dos problemas da vida, e dos transtornos causados pela crise e o empobrecimento social avassalador, leva ao amparo dessas igrejas, que estão em cada canto no Brasil, a esse sofredor. Um presidente que acaba com os direitos trabalhistas, acaba com o meio ambiente e avança em um projeto de destruição, tem o suporte dos crentes que olham o presidente com uma espécie de fascínio reverencial.

E que ninguém ouse acordar esse rebanho do transe. Isso por que a lua-de-mel deles com o presidente ainda está no começo. Está como se ainda estivessem nas Barramas, livres e faceiros. Tivemos a indicação recentemente de Bolsonaro com André Mendonça ao cargo ao STF. Seria o segundo ministro terrivelmente evangélico como o presidente costuma falar. Quando se dará um comportamento contrário a essa lua-de-mel? Dá forma como esse avanço se dá no poder, nem se houver um tsunami na suíte nupcial ou um dedo acidental na tomada.  Mesmo com uma mudança radical de condução do país em 22, a bancada está estabelecida e vai avançar, pois a construção religiosa é através do afeto e nisso, o brasileiro mais necessitado dispõe das igrejas.

Será que sobrará apenas rezar um pai-nosso ou haverá um amanhecer mais glorioso para o Brasil pátria do evangelho.

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