quinta-feira, 22 de julho de 2021

Amazon no espaço, a fronteira final

 

A corrida privada pelo espaço teve seu segundo capítulo com a ida do bilionário Jef Bezos ao espaço por poucos minutos, tendo a nave pilotada por computadores e volta certeira a Terra. No tempo da guerra fria, havia a fronteira ideológica que instigavam países. E nessa defesa ideológica, os Estados Unidos defenderam suas posições contaminando toda América Latina tendo a política de contra insurgência que patrocinou os governos militares, treinando torturadores e “zelou” pela nossa segurança. Os americanos tiveram o apoio dos ditadores, recursos financeiros e o conluio das direitas. Tudo documentado e hoje já conhecido por todos.

A corrida vista por todos era entre a conquista dos comunistas contra o mercado livre. A União Soviética dava sinais de muita superioridade lançando a Sputnik , lançando Laika ao espaço e logo depois Iuri Gagarin foi o primeiro ser humano a viajar pelo espaço, em 12 de abril de 1961, a bordo da Vostok 1. Irritados, os americanos lançaram todas suas fichas e recursos para uma conquista maior, que pudesse se vangloriar como vencedor. Com a ajuda dos nazistas, liderado por Wernher von Braun, os americanos colocaram Neil Armstrong a ser o primeiro homem a lua. O pequeno passo para homem e um salto gigante para a humanidade foi visto pela televisão no mundo inteiro e contestado por alguns conspiradores dizendo que foi um grande golpe, afinal, tem um vídeo bomba de Stanley Kubrick falando que ele foi procurado pelo governo e filmado o pouso que vimos como vitória.

Tirando esse histórico típico de grandes filmes, você tinha uma delimitação clara das fronteiras ideológicas. Viva-se dentro de perímetros delimitado. Mesmo quando a guerra fria esfriou, os generais saíram do poder, essas geografias acabaram, mas outra invisível  estava presente: a fronteira econômica. Elas separam bairros, vizinhos, dividem cidades e ruas que você cruza diariamente. É possível sair de uma Dubai em um carro importado e passar por uma Somália em pleno sinal fechado. Com a ascensão no Brasil da extrema-direita, vemos que a violência explode ameaçando o bom Bon vivant e promovendo barbáries nas periferias.

Barack Obama, quando assumiu a Casa Branca, reduziu consideravelmente o orçamento da agência espacial americana, querendo implantar um sistema de saúde no país tal qual o SUS e tentar acertar a economia que estava caminhando para o crescimento dos sem tetos por todo país. O retrato piorou na gestão Trump, e uma lacuna foi deixada para a nova era de exploração espacial. Quem entra nesse páreo? Jeff Bezos , CEO da Amazon, Elon Musk , CEO da Tesla , e Richard Branson , fundador do grupo Virgin. Cada um com seus sonhos distintos para o público, mas com intenções capitalistas na ponta.

A Amazon pretende fazer a primeira viagem tripulada em 2024 e ser a única a dar o acesso de pessoas ao espaço sideral, através de módicos milhões de dólares. A Tesla quer colonizar Marte e ser o Colombo e Washington ao mesmo tempo, sendo dono de um planeta. A Virgin quer baratear os custos e ter o turismo de viagens orbitais, para aqueles que podem pagar. Recentemente Brad Stone, editor na Bloomberg , escreveu o livro “Amazon sem Limites” expondo que Bezos, entre vários mais endinheirados pagam zero imposto ou muito pouco. O livro mostra a selvageria capitalista que move abaixo da máscara de visionário. Os empregados de centros de distribuição não recebem aumento após três anos de trabalho e não quer que se organizem em sindicatos. Enquanto isso, seu patrimônio é que realmente em poucos anos cresceu a níveis estratosféricos.

Mas quem foi o cara, que arrematou no leilão a quarta vaga na viagem, por US$ 28.000.000,00 e no dia da viagem, disse que não poderia comparecer, por ter outros compromissos? Como vivemos em um planeta com essa realidade, enquanto a única solução dos endinheirados para os excluídos é matar? Claro que, os pobres podem decidir deixar de ser pobres e tornar-se capitalistas de uma hora para outra, como fizeram os comunistas na última grande guerra. Mas fico um pouco feliz se ele  levar um terraplanista do governo Bolsonaro por 10 minutos no espaço.

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