quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

FEBEAPÁ importado


Os brasileiros de classe média gostam de importar qualquer coisa para não ter a sensação de que faz parte de uma colônia, afinal ele quer se sentir pertencente a algo que ele julga bom. Só que como não tem leitura ou estudo suficiente, seu julgamento começa a ficar perdido. Foi assim quando éramos oficialmente colônia de Portugal, depois tivemos influencias europeias da França e Itália e faz um bom tempo, dos Estados Unidos. Todos acham lindo importar tudo de lá. Mas acabamos que temos que importar tudo, até o que de pior dos EUA. Para aqueles que não lembram ou nem chegaram a ser apresentados, a sigla FEBEAPÁ, foi criada pelo genial escritor e humorista Stanislaw Ponte preta (Sérgio Porto), que significa -  O Festival de Besteira que Assola o País. Uma série de 3 livros, falando sobre a insanidade que se vivenciava na época da ditadura (algo que vivenciamos nos dias de hoje novamente). Algumas pérolas:
“O General Olímpio Mourão Filho doava ao Museu Mariano Procópio, de Juiz de Fora, a espada e a farda de campanha que usava como comandante das forças que fizeram a ‘redentora’ de 1º de abril. Isso é que foi revolução; com pouco mais de dois anos já estava dando peças para museu.”
“Foi então que estreou no Teatro Municipal de São Paulo a peça clássica Electra, tendo comparecido ao local alguns agentes do DOPS para prender Sófocles, autor da peça e acusado de subversão, mas já falecido em 406 A.C..”
A ilustração que ornamenta esse texto, participou da exposição mundial chamada TRUMPISM, em Teerã. Chargistas do mundo inteiro mandaram suas impressões sobre o Trump. Minha preocupação era com a incitação a próxima guerra mundial, seja ela para pegar o petróleo Venezuelano, seja ela para vender armas em algum outro país do terceiro mundo. Outros trabalhos chamavam a atenção por trazerem à tona, de assuntos polêmicos relacionados a Trump, como o seu machismo, racismo e preconceito contra latinos, imigrantes, muçulmanos e refugiados.   Isso conseguimos importar com nosso Trump tupiniquim.
O que me surpreende é a truculência e ódio que fazem como um rolo-compressor. A idéia de construir um muro para separar os Estados Unidos e o México parecia, como alguns falavam: “loucuras e delírios inocentes de uma pessoa com sentimentos fortes. ” Agora, depois de muito desgoverno americano, temos a imposição desta idéia. Era preciso bilhões de dólares para a construção desse muro. No começo, Trump dizia que quem tinha a obrigação de construir o muro com seus recursos, seria o presidente do México, que se limitou a ridicularizar a figura, que tentou ir a órgãos internacionais para realizar isso. Depois, foi ao Congresso pedir a verba e foi negado sem discussão. Agora recorre ao Estado de emergência para pegar à força a verba. Mas essa verba que o presidente tem direito, só pode retirar realmente em casos de catástrofes, furacão, terremoto. O que não é o caso.
Minha previsão: Na fronteira EUA e México, vai acontecer um assassinato em grandes proporções e vão arranjar uma maneira de culpar os mexicanos, convenientemente na primeira gestão do Trump. Muitos vão morrer, mas ele terá apoio enfim para a construção dessa aberração. Anotem minhas palavras.
Na época de Chirac (direita) e Jospin (esquerda), teve em seu encalço, o candidato de extrema-direita -Jean-Marie Le Pen. O programa político de Le Pen é racista, xenófobo e neofascista. Ele prega a volta dos imigrantes para seus locais de origem. Tudo o que conhecemos na atualidade dos líderes que estão assumindo o poder no mundo. Entre Chirac e Jospin, sobraram beijos. Beijos agradecidos e sonoros.
Quanto aqui, que mais de ruim, do que estamos vivendo poderemos importar?
Previsão no Brasil: Bolsonaro está cada vez mais isolado pelos seus apoiadores e dificilmente terá facilidades de aprovar projetos. A imprensa cada vez exalta Mourão, como sendo um político ponderado, justo e conciliador. Bolsonaro morre de Câncer repentinamente e Mourão assume. Primeiras providencias é a terrível reforma da previdência (que está acabando com a população no Chile) e privatizar as universidades e aproveitar e colocar o Haddad na cadeia, de qualquer jeito, para acabar de vez com uma liderança forte de esquerda. E não se enganem. Ele é mais truculento que o atual.

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