quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Verdadeiro poder e glória

Já pensaram se um dia todos os seres humanos conseguissem amar uns aos outros, assim como a música Imagine, do John Lennon? Isto, é, cada um com seu bauzinho de felicidade, Netflix e panqueca de queijo? Então pensem. Você pode ficar impassível ao filme do Doutor Estranho, herói da Marvel, achando um filme apenas de herói ou no pior das hipóteses, um filme muito abstrato. Mas tem uma essência incutida no filme e que leva a outros caminhos de reflexão muito interessantes. Basta você ter sensibilidade para isso.
A Marvel resolveu investir nos heróis menos conhecidos do público em geral, criando séries muito boas e filmes para grande tela. Pelas séries temos Jéssica Jones, Demolidor, Luke Cage e Punhos de Ferro, que depois, entraram no arco juntos para a série nova: Os defensores. Não coloquei a ordem cronológica dos heróis, pois o verdadeiro fã de quadrinhos, gosta de ler a sequência certa para entender completamente a história. Sim leitor, existe sequência dos filmes e séries. Isso para o antigo (e novo) leitor de quadrinhos é importante. Ainda vai ter em 2018, o aclamado Manto e Adaga, o filme do Pantera Negra, o novo dos Vingadores e a Capitã Marvel. Estamos vivendo o melhor período de filmes de heróis.
Doutor Estranho sempre foi um personagem fantástico nos quadrinhos e difícil de digerir para leitores mais acostumados com histórias mais próximas da realidade como Homem de ferro. Mas, a Marvel já foi apresentando mundos fantásticos com os filmes do Thor e Asgard. Agora, além de planetas e seres diversos, temos a possibilidades de ver dimensões e multiversos, além da cenografia maravilhosa incitando M. C. Escher. Benedict Cumberbatch é um excelente ator e lembra muito o personagem dos gibis. Dá o tom certo também entre o místico (e sua surpresa acompanhada do público) e o humor rasgado e sarcástico dos tempos da série Sherlock. Os personagens de Tilda Swinton, Mads Mikkelsen e Chiwetel Ejiofor são os que mais diferem dos quadrinhos, mas por serem bons atores, deixam de lado essa crítica. A direção competente de Scott Derrickson (Exorcismo de Emily Rose - 2005), varia entre o lúdico e adulto. Afinal, deve ser para toda família.
Em tempos de ódio, me chama a atenção de um filme que está indo contra a maré, abordando a fé e atitudes mais benevolentes com o próximo, onde Stephen Strange, mesmo um personagem arrogante, não é confortável com a idéia de matar uma pessoa. Afinal, é um médico. Chama a tenção sua caminhada para a elevação pessoal, quando em um momento, na biblioteca ao atendente vê-lo e o cumprimenta por Dr. Estranho ele retruca dizendo: ” por favor, Apenas Stephen! ” Mesmo que a impulsão para a leitura e conhecimento do alcance espiritual tenha acontecido através de um problema pessoal, podemos perdoá-lo, imaginando que em nossas vidas também, uma tragédia ou um acontecimento pode despertar esse nosso encontro com a espiritualidade. Todas essas idéias voltadas não somente pelo misticismo, mas são subliminares para a idéia maior, de encontro com a espiritualidade e plano astral. Isso poderia muito bem ser mais abordada em um segundo filme.
Para a ciência, é muito positivo a discussão sobre Multiverso. Multiverso é um conjunto de universos possíveis, incluindo o universo em que vivemos. Esses universos possuem a totalidade do espaço, do tempo, da matéria, da energia e das leis. A vastidão de nosso universo, com trilhões de planetas e estrelas e bilhões de galáxias seria apenas um dos universos. Imagine como se fosse uma bola de gude. O multiverso seriam o conjunto de centenas de bolas de gudes. Alguns com a Terra espelhada, com realidades diferentes e tempos diferentes. Podemos imaginar os caminhos diversos de livre arbítrio acontecendo nas terras infinitas. A DC, possui por exemplo, essa realidade nos heróis da Liga da Justiça, tendo 12 Terras diferentes, com heróis com caminhos diferentes.
Mas o que chama mais atenção é a citação de vários livros reais, que envolvem caminhos espirituais. E é nesse mote que importa minha abordagem.  Tudo que envolve realmente nossa elevação espiritual, pode ser encontrada em livros. Não como o livro de Cagliostro, onde realmente existiu um Conde de Cagliostro (mago ocultista quisto por Luis XV), mas por mexerem com ocultismo, não deixaram obras conhecidas. Assim como Allester Crowley, mago ocultista mais moderno, que mexeu com forças além de sua compreensão. O que os dois magos leram em suas caminhadas, pode não ser de importância, mas a Clavícula de Salomão é um dos livros citados e encontrados na internet. Outros livros são mais elevados como os Vedas para deixar-se levar, abrir a mente e aceitar a morte como parte essencial da experiência de estar vivo. Nisso, podemos nos elevar com o filme.

Doutor Estranho é um filme sobre a segunda chance que esse tempo pode dar, para não cairmos em nossos erros diariamente, aprendermos e dar espaço ao amor. 

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