terça-feira, 29 de outubro de 2013

06 perguntas para Allan Sieber



1) Deus é pai se tornou um clássico. O tipo de humor mais rasgado e sem papas na língua, está com os dias acabados graças as restrições que parte da sociedade está fazendo ao politicamente incorreto. Estamos apenas passando uma fase reacionária ou estamos caminhando para uma nova caracterização do riso? Afinal, até na idade média, o riso, segundo Joachim Suchomski, era o que diferenciava o homem de Deus.

 - Acho que tudo é cíclico. Há momentos mais tolerantes e outros menos tolerantes. Um dado interessante é  que "A vida de Brian", filme de 1979 do Monty Phyton, jamais conseguiria dinheiro para ser feito hoje, 40 anos depois. É possível que tenha havido um retrocesso. Por outro lado temos aí South Park e outras coisas bastante desafiadoras. O outro lado da moeda é que tem aquele "ataque" infantil estilo Rafinha Bastos ou Seth MacFarlane, que acho muito amador.
 
2) Revistas de quadrinhos e humor fazem falta nas bancas. Existe chance da F. voltar? Ou até em forma de site?
 - F voltará em site e em app. Com cartuns, quadrinhos e fotonovelas. Além da tradicional entrevista que sempre fazíamos. Quem tá tocando isso é a Cynthia B, Chiquinha e Pablo Carranza. Na banca, sem chance. A banca não tem espaço pra mais nada. Deve ter uns 100 títulos sobre depilação de cu, sei lá.
 
3) Você está sempre lançando algum livro de cartuns. Nos EUA, cartunistas como Bill Plympton, vivem fazendo livros, filmes autorais e vivem dessa venda com conforto. (eu mesmo já liguei para falar com Plympton, aliás, muito simpático). Por que esse tipo de labor não é para todos? Por que os ilustradores sofrem tanto no seu dia-a-dia?
 - Grande parte sofre porque quer, porque não vai atrás com afinco. Eu nunca esperei nada de ninguém. Tudo - TUDO mesmo - que consegui fui eu que propus. Em humor gráfico ou animação. Ninguém nunca bateu na minha porta.


 
4) Vida de estagiário migrou dos quadrinhos para a TV. Essa migração foi muito dolorida? Quais as dificuldades que encontrou para tornar o personagem real?
 - Eu só trabalhei no roteiro do piloto. Acho que eu tinha certas dificuldades em adaptar para a ficção porque era o criador do personagem, não sei. Mas no geral gostei bastante do resultado, tem uma cara própria, nem de sitcom americano  nem de coisa mambembe nas coxas.
 
5) Como está o andamento do filme sobre o Peréio?
 - Prefiro não falar sobre isso.
 
6) Quais os novos planos?
 - A série em animação "Mar de Paixão", com roteiro de André Dahmer e Arnaldo Branco. Fizemos o piloto esse ano através de um edital da Riofilme. Pro ano que vem quero fazer mais um livro com meu pai e comecei a rodar um doc no budget sobre Fausto Wolff junto com meu amigo Terencio Porto, da Carambola Filmes.





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