quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Linha da vida

Seguindo as trilhas do chão, Niemeyer traçou sua trajetória com segurança. Foi firme no seu estilo e compromisso com o moderno. Sempre foi amante da vida e tratava seus trabalhos com a tranquilidade de quem mostrava que um Brasil moderno, precisava de monumentos modernos. Talvez a última fase de um movimento legítimo de tantas áreas culturais. Em toda e qualquer estação, andam deitadas e curvas, as linhas horizontais de seus projetos marcantes no Brasil e no mundo. A princesi
nha de seus olhos: Pampulha, o MAC de Niterói, Obra do berço, Brasília (que por si só já seria um trabalho de uma vida), Sambódromo, Terminal Rodoviário de Londrina, Auditório Ibirapuera, entre projetos e desenhos. Um legado para a história da arquitetura brasileira e mundial. Galgando os céus, pelos ares, vão-se as linhas verticais. Tive a oportunidade de ver palestras e bate-papos com grandes arquitetos, entre eles, Lúcio Costa, Lina Bo Bardi, Cláudio Bernardes e entre eles o Niemeyer. A firmeza das idéias pela linha sempre me admirava nele. Um grande artista plástico. Quanto às linhas paralelas, nunca dançam, pobre delas! Bem sabemos de antemão,
que jamais se cruzarão! Esse era o nosso problema. Divergia muito de Niemeyer. E não escondia minhas opiniões acerca de trabalhos e da escolha apenas deste arquiteto como solução das cidades. Gostaria que o pós-modernismo pudesse vingar no Brasil, assim como qualquer idéia e tendencia. Sempre tínhamos um Niemeyer para dar firmeza a monumentos da uma cidade e dar statuas ao prefeito. Não era contra ele, tinha divergencias técnicas com alguns trabalhos e pelo fato de só haver sempre uma opção. Admiro sua obra. Admiro seu empenho no trabalho. Admiro sua alegria em viver. Acaba um legado e um mito na arquitetura, assim como a simplicidade do traço e a preferência pelo concreto armado e o desenvolvimento das inúmeras possibilidades fornecidas pelo mesmo. Fim da linha

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