terça-feira, 19 de agosto de 2014

06 perguntas para João Mattias


1) Hoje em dia, ter várias habilidades na arte é uma necessidade ou vontade de comunicar nas diversas formas?

Acredito que seja uma necessidade pessoal mesmo. Houve um tempo, quando morei na amazônia, que pintava com Açaí, Genipapo, Urucum... Fazia esculturas com troncos e cipós, tão somente pelo exercício da arte. Não mostrava para ninguém, pois ficava em sítios na floresta. Mas o exercício me fazia muito bem. Mesmo sem ninguém por perto 2) Com a falta de orgãos como jornais impressos, dando espaço para ilustração e caricaturas, como você faz para divulgar seu trabalho?

Hoje, utilizo a internet como meio de exposição. Durante as décadas de 1980, 1990 e meados da década de 2010, os salões de humor eram os lugares onde a grande maioria dos cartunistas queriam estar, para que seus trabalhos pudessem ser veiculados em catálogos e "cair nas graças" de algum editor que tivesse acesso àquele material. E aconteceu isso comigo algumas vezes... Infelizmente, por conta do corporativismo, as principais vitrines passaram a evidenciar e fazer a manutenção de quem já estava na mídia, concorrendo ali. Tornando então, os espaços cada vez menores. 3) Sua habilidade na caricatura é muito famosa. A ilustração digital acaba hoje em dia com os originais?

Sempre fui resistente à ilustração digital. Mas pela necessidade em evoluir, acabei me rendendo e hoje, ainda estou me adequando à ferramenta. Ainda há em mim, muito romantismo em relação ao tradicional.

4) Conte sobre seus trabalhos em escultura.

Devido ao virtuosismo técnico dos meus referenciais, dentre suas publicações, haviam esculturas que ilustravam matérias e capas. Àquilo despertava em mim a vontade de aprender também. Em 1995, resolvi fazer um teste, mandei ao Salão Carioca de Humor daquele ano, três esculturas. Onde, duas foram agraciadas com títulos de menção honrosa e uma intitulada "Violência Carioca" (foto abaixo) foi a grande vencedora na categoria escultura de humor. Depois disso, cheguei a publicar algumas propostas em editoras alternativas e em 2010, por conta de uma exposição individual em St. Pitthyviers, na França, criei uma identidade para 80 caricaturas, com base em elementos geométricos. Pensando em transformá-las em esculturas, posteriormente. Logo em seguida, fui convidado pelo cenógrafo Clécio Régis para fazer parte de sua equipe e, para o meu deleite, uma das linguagens trabalhadas na cenografia, uma das linguagens abordadas é a escultura, como elemento de composição..

5) Quais suas influencias?

Ique e Gil são minhas referências magnas no campo da ilustração e na cenografia Clécio Régis. Os três foram extremamente generosos, sempre que buscava dicas, eram solícitos e ainda me davam matérias, além de incentivar-me. Com o passar do tempo, tive a honra de trabalhar com o Gil (no jornal O Dia), com o Ique (no jornal Lance) e com o Clécio Régis em sua empresa. Meus referenciais se tornaram, parceiros de trabalho e grandes amigos. 6) Quais seus novos planos?

Não diria novos... mas continuar o processo evolutivo, desenhando, pintando, cenografando e instruindo, da mesma maneira como fizeram por mim. Criando novos elos na corrente. É isso!


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