terça-feira, 3 de junho de 2014

06 perguntas para Gilmar


A 1) uns 20 anos, o mercado tinha páginas de tirinhas nos jornais e revistas, tinha salões e exposições. Hoje essa retração de um mercado se deve a o que?

Acho que o mercado sempre esteve em crise de uma maneira ou de outra, são mudanças naturais, pior para um lado, menos pior para outro, depois inverte e assim por diante é a adequação aos tempos, hoje os jornais estão perdendo o sentido de existir pelo dinamismo das notícias online, naturalmente diminuem os espaços para tiras, ilustrações...  Os salões de humor foram engolidos pelos eventos de quadrinhos que é a vedete da vez, enfim logo o vento muda para outro lado e por aí vai...

22)     Onde está o mercado atualmente de quadrinhos?

Estamos experimentando mudanças, depois das compras governamentais de quadrinhos, editoras resolveram investir um pouco nesse mercado, mas numa linguagem conservadora de adaptações literárias, quer dizer, não pelos quadrinhos mas pelo olho nas eventuais vendas, são capazes até de repetir vária vezes, por vária editoras num mesmo clássico literário com objetivo de venda para governo.. O material autoral só existe em eventos e para uma quantia limitada de no mááááximo mil leitores, observamos agora a tentativa de publicar e vender quadrinhos para esse novos formatos de leitura digital.

33)     Você não depende de um personagem único para seu trabalho ter uma boa fluência. A temática sempre é o carro chefe. Fale sobre seu método de trabalho.

Eu nunca tive talento para desenvolver um personagem, acho muito limitado e entediante, não consigo entender como um autor mantém um personagem por anos com a mesma cara e mesma piada no final, isso para personagens de tiras de humor, mas o público gosta, então...Claro que falo isso no meu mundinho de pequeno cartunista, nada relacionado ao mercado que vai com os pés no peito com multimídias, cinema, televisão, etc...Prefiro abordar temas cotidianos que são recorrentes enquanto existir o homem.



44)     Você publicou vários livros, entre eles, o exelente Ócios do ofício e Pau pra toda obra (que parece um título biográfico). Acha que o trabalho de editar uma coletânia de tiras e desenhos, é reforçar e divulgar?

Acho que publicar uma coletânea e para colocar um ponto final numa determinada série de tiras, durante um tempo trabalho num determinado traço e tema, quando dá no saco, faço uma coletânea e sigo para outra coisa afim estimular uma nova produção. Fiz duas coletâneas que teve compra governamental mas isso é coisa rara com tiras, tem que ter uma boa editora para dar a sustança, caso contrario, um livro de tiras não existe.

55)     A internet tem interessado você em que instancia? Mesmo mantendo um blog famoso, deve-se pensar na rede em qual limite?


Acho que todos nós que trabalhamos com imagem, artes gráficas é fundamental acompanhar a evolução, metamorfose dos meios de comunicação, a internet está aí numa transformação maluca com as rredes sócias, duro é conseguir acompanhar tudo e ainda ser inédito  num trabalho que aborda o cotidiano que exige a criatividade num país em que a piadas e a crítica já nasce pronta.

66)     Quais os seus novos planos?


Trabalhar menos.


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