quinta-feira, 7 de março de 2013

CONSIDERAÇÕES DE OURO



Sempre é muito difícil prever quem vai ser o grande vencedor de melhor filme, diretor, ator e atriz no Oscar. Por mais que exista uma torcida
por preferencia ou mesmo por merecimento, o voto na Academia está dividida em 16 seções, sendo a maior delas a dos atores
(1251 membros votantes). No Brasil pelo menos 4 eleitores votam, mas não muda a decisão da maioria americana. Nesse ano, a disputa mais
acirrada, ficou por conta de melhor filme e diretor. Argo veio crescendo por fora, ganhando alguns premios pré-oscar importantes, entre eles o Bafta.
Mesmo assim, nem entrou na categoria de melhor diretor. Houve uma distribuição interessante entre Lincol, Argo, Aventuras de Pi e Les Miserables. Minhas considerações:
O curta de animação Paperman, da Disney, levou o prêmio. A história mostra um funcionário de escritório que encontra em um avião de papel a melhor
forma de chamar a atenção da garota por quem está apaixonado. Dirigido por John Kars e roteirizado por Clio Chiang e Kendelle Hoyer, o filme
pode ser visto no Youtube.
Uma boa surpresa foi o vencedor de melhor curta documentário com Inocente. Um filme sobre a abnegada artista plástica, moradora de rua, que tenta uma virada de vida através da arte. O mais interessante ainda é que o filme dirigido por Sean Fine e Andrea Nix Fine, foi financiado por meio do site de investimento colaborativo (Crowdfunding) recebeu 294 doações, que totalizaram 52.527 mil dólares.
Barbada também para Adele, com a música tema do filme do 007, Skyfall, que não parou de tocar nas rádios pelo mundo. Apesar disso, merecida conquista, com a composição fina de Thomas Newman que sempre caracteriza bem os filmes do agente secreto. Mas no final, cadê o glamour? Ang Lee e Adele celebram vitória no Oscar com hamburguer...
Outro Oscar merecido, foi para o ator Daniel Day-Lewis, que fez o papel principal de Lincol. Um dos meus atores preferidos e agora o maior recordista de Oscar numa mesma categoria. A imersão do personagem é tão grande que você esquece do profissional e acredita firmemente que seja realmente o político preferido dos americanos. a figura mítica de Lincol liderou o país durante a Guerra Civil Americana, preservando a União e abolindo a escravidão. Spielberg mostrou realmente não uma figura adorada, mas um homem de contradições, real. A luta pela eliminação da escravidão (que em quase todo mundo estava caindo, para a entrada do capitalismo) usando todos os subterfúgios possíveis. Ou seja, Lincol era mensaleiro! No livro de Gore Vidal sobre Abraham Lincoln, o presidente pede a seu secretário de estado que invente pretextos para prender os editores de jornais de Nova York e Washington que lhe faziam oposição.
No mais, prêmio de melhor atriz foi uma previsível injustiça. "A sociedade exige transparência". Onde? No vestido que Anne Hathaway usou! A festa enfim, foi a mesmice de sempre conservadora da academia, mas a gente sempre torce por justiça nas escolhas. Ninguém lembra, que nunca reconheceram Kubrick e Chaplin...
Quanto a Michelle Obama ter entregue o Oscar de melhor filme, me faz pensar:
Queria ter visto a Dona Marisa Leticia apresentando o Troféu Imprensa. Agora com a Dilma não tem um primeiro damo...vamos deixar esse pensamento para lá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário