quinta-feira, 28 de março de 2019

E toma lá, dá cá!


Brasília, a cada semana se supera. Nunca esteve tão surrealista como semana que passou e a sensação geral é que a cada momento vai surgir algo que supere a notícia anterior. É claro que algumas coisas são cortinas de fumaça, mas outras, são habilidades ou inabilidades de seus ocupantes. Enquanto a esplanada tenta se superar, fico imaginando sua equipe reunida para pensar em que confusão vão envolver:
¨ Vamos falar mal do desempregado ou falar mal da educação?
¨ Epa. Tem que falar dos imigrantes, aqueles vagabundos! Você pode falar sobre a pseudo-reforma agrária...
¨ Por falar nisso, alguém quer falar sobre os benefícios dos agrotóxicos proibidos no mundo todo? Falar do jogo do Brasil...melhor não....
Esse clima de insurreição permanente, provocante stress, medo e ódio é não só proposital, como caso de índole. A pauta da direita mundial é tirar os benefícios da população na previdência e oferecer a previdência paga. Tem muitos que apoiam integramente os termos oferecidos pelo governo. Essa pauta, que é uma das poucas que tem felizmente resistência em todos os setores, está na câmara e deve ser votada, sabendo que recursos como de Temer para impedir o fracasso do voto foi a intervenção militar no Rio de Janeiro, que trouxe apenas ônus, não haverá outra chance. As fichas de aposta é que a força truculenta de Bolsonaro acabou na Câmara. O centro não está mais com ele. E isso pode ser preocupante, vendo sob um olhar de binóculo. O que vai tirar da manga para aprovar?
Enquanto você tem uma população que acha tudo normal, toda misoginia, preconceito, truculência, que na verdade se identifica com esses valores, você pode se recordar que sempre tivemos uma burguesia conservadora e uma população sem estudos. Lembra muito o livro de Lima Barreto, O triste fim de Policarpo Quaresma, que narra o triste fim de um sujeito tomado pelo patriotismo ingênuo. Isso em 1915. Enquanto essa população não for apenas marcada e feliz, como vida de gado, não haverá uma democracia e sim, o que temos um corporativismo!
Os bastidores de toda essa luta política, acabamos sabendo tempos depois do fato se concretizar, isso quando existe interesse de usar a informação como moeda de troca. As recentes brigas de Rodrigo Maia com Moro, mostraram a verdadeira face para aqueles Bolsonaristas ainda resistentes. O que sonhavam ingenuamente com uma nova política, cada vez mais mostra ao contrário. E de forma quase que infantil. Quando o ministro Moro tenta forçar que seu pacote anticrime seja votado de todas as formas e irrita o presidente da câmara, que trocam farpas publicamente, o fazem como no tempo de FHC. Você é isso e você é aquilo!
¨ Você não vai votar meu programa? Já viu como está seu sogro ultimamente?
 Maia que representa toda essa força de interesses, da forma como dizem, antiga, tem o apoio da maioria. O único a conseguir peitar problemas mais truculentos. É claro, que é difícil falar isso, de alguém com o passado dele, mas o cerne da questão não é isso, e sim como são feitas as moedas de troca neste governo. Todos queríamos ver o presidente Temer atrás das grades. Não nessa circunstância, como moeda de troca. Alguém, com o currículo dele, de 40 anos trabalhando como chefe do crime organizado, só foi pego para forçar uma troca. Foi criado uma situação circense para a população apoiar, só que em vão. Parece até que irei ouvir, de tanto escândalo atrás do outro a frase absurda:
¨ Queremos os escândalos da compra de votos, do favorecimento de grupos financeiros, de doações da Vale, da ausência de políticas de desenvolvimento e do clientelismo descarado...ou não vai ter mais acordo!

quinta-feira, 21 de março de 2019

Novo trabalho de imersão


Novo trabalho artístico de imersão, chamado Apnéia diária

Não quero outra Columbine aqui!


 Há os que não entendem nada de nada e há aqueles que não entendem nada de tudo. As duas categorias assolando o nosso país nos dias de hoje. Relutei de falar sobre esse tema, pois me chocou bastante a violência sofrida em Suzano. Fiquei muito triste com o ocorrido. Não deu nem tempo de suspirar e você logo depois, teve um ataque de proporções maiores na indonésia, outro armado com faca em outra escola no Brasil e na segunda um ataque na Holanda. Como se não bastasse, as quedas dos aviões da Boeing pelo mundo, com uma falha estrutural clara e não resolvida de forma contundente a tempo. Relutei em escrever, mas ouvindo coleguinhas defendendo governos que estimulam mais e mais a violência, com armas para todos, todo tipo de preconceito e uma radicalização clara, resolvi falar sobre o assunto.
No meio destes apoiadores, que defendem o estado atual de nossa sociedade, existe a violência e desvalorização do que é falado, utilização de frases feitas e a não intensão de debater com clareza, pois tem um discurso raso para tal. Então, falar sobre um assunto doloroso como esse fica restrito para especialistas ou destemidos. Evidentemente que o governo atual não tem relação direta com o caso. Mas sua postura em relação ao acontecido sim. Romper com o ciclo de violência é um compromisso que os governos têm que assumir. Armas nas mãos das pessoas não resolvem e nunca resolveram. Enquanto aqui, no ano passado, tivemos, sem a liberação de armas de fogo, um número de 50 mil mortes, no Japão sem armas, tivemos no mesmo período 3 mortes. A crença que a arma deixa o cidadão mais seguro é uma falácia. Teremos a curto e médio prazo, uma instabilidade gerada jamais vista. Enquanto isso, sem querer discutir uma real política de segurança, quem está rindo à toa, é a indústria armamentista americana, que finalmente vai lucrar no país.
Um discurso como do presidente é a raiz do problema. Os aliados querem falar que o atentado estava sendo planejada a mais tempo. Ora, aquelas pessoas que já possuem este instinto mais sombrio, estão adormecidas, apenas se alimentando desta violência em grupos de ódio em que se sentem representadas. Basta um gatilho, como de um presidente que na sua fala diz que quer metralhar os comunistas e despeja todo tipo de ódio, que é liberado essa carga. Dormir ao lado de uma arma, não faz ninguém mais seguro.
Columbine vai completar 20 anos no próximo mês. Devíamos lembrar dessa data, como um alerta de que nunca mais deveria existir tamanha atrocidade. Mas o que parece estar acontecendo é o inverso. Columbine, foi tão marcado, que virou filme. Entre eles, os premiados Tiros em Columbine, de Michael Moore e Elefante, de Gus Van Sant. Muitos alunos da escola americana, pedem o banimento das armas. Um massacre em uma escola escocesa levou a Grã-Bretanha a proibir armas em 1997. Ataques a tiros em mesquitas na Nova Zelândia, logo depois, onde de Suzano, onde deixam 49 mortos, levou o governo local a repensar sua política armamentista. Mais um 7 X 1 no Brasil. Existe sim, responsabilidade política!
Massacre de Realengo, Suzano, Nova Zelândia. O que esses atiradores tem em comum? Todos ligados à grupos de extrema direita. Com a crescente onda de valorização doentia, daqueles que passam por fóruns virtuais de ódio e se sacrificam para serem exaltados na mídia, esses que se denominam Chans no Brasil, tentam cultivar armas e com elas, fazer justiça e logo depois a morte. Querem estabelecer uma supremacia. Eles são culpados sim, mas os mandantes, aqueles que incitam o ódio também são. Os Kamikazes tiravam sua vida em nome da glória, os homens bomba árabes tiram para um encontro com suas 72 virgens, mas por traz desses atos, estão pessoas que dirigem essas pessoas para o ato final. Aqui, quando Bolsonaro cria o cultivo às armas, essas comunidades ficam excitadas. A morte de Marielle é exaltada não pela morte em si, onde nem se importam com a figura representativa dela, mas pela forma aventuresca com que foi morta.
Fazer arminha PODE ter consequências graves, sim!

quinta-feira, 14 de março de 2019

O Ziriguidum não para!



Há algo no ar além dos aviões de carreira, já dizia o Barão de Itararé. Um cheiro de carne fritando, com uma fumaça impregnando o ar. De fato, o caso Queiroz vai derrubar o governo mais tarde ou mais cedo, depende da aprovação das agendas da direita internacional. A depender do sentimento no ar, ninguém aguenta esses cinquenta dias de pura confusão e tendo um índice de insanidade tão alto de seus ministros. Você sente no ar essa decepção de quem acreditava numa mudança ou daqueles que achavam que iria liberar toda pauta conservadora. Um som suspeito estava sempre presente em todos, eu disse, todos os blocos pelo Brasil. Palavras de ordem contra o presidente. A vitória da Mangueira mostra bem o tom de indignação social para o mundo ver. Todas as láureas para a composição de Deivid Domênico em parceria com Tomaz Miranda, Mama, Marcio Bola, Ronie Oliveira e Danilo Firmino. Um brinde com cerveja artesanal.
A queda é iminente e mesmo com todas idas e vindas, não consegue deixar de arrumar tretas com todos e até com seus aliados. Nesse período, foram a Imprensa, LGBTs, Católicos, Carnavalescos, Aposentados, Feministas, Venezuelanos, Produtores rurais, Sindicatos de Movimentos Sociais. Realmente nesse caso conseguiu unir o país. Todos contra ele. Fakenews. Muitos usam esse termo para apoiar ou desmentir um fato. Em cinquenta dias, foi a única coisa que funcionou a todo vapor. Os poucos que ainda acreditam no governo (menos de 40%, sendo bonzinho), são seu melhor disseminador de notícias falsas. E como não verificam a veracidade, apenas propagam, quando a grande imprensa vai verificar a autenticidade, já fez o estrago. Já perdi as contas de quantas vezes o Bolsonaro foi desmentido publicamente! Além de ser repulsivo, é compulsivo!
A arte serve como não só como alívio de tensões como provocadora de tensões. Tudo aquilo que é desconfortável. Que é difícil de conversar, a arte expõe abertamente e propõe o diálogo. Aquela sensação de esmagamento, aperto, uma verdadeira geléia de sentimentos, deve ser mostrada pela arte. A vitória da Mangueira, mostrou o que deixaram fazer com nosso país. Uma verdadeira veia aberta de nossa atual mazela. Marielle continua forte e incomodando aqueles se utilizam da força para impor uma realidade que não é nossa! O que antes conseguiram através de ódio no whatsapp, separar famílias, destruir amizades no facebook, agora estão recompondo através do amor. Do amor para lutar contra um governo desgovernado. É preciso acabar com esse governo via Twitter, o tempo de eles acharem que isso é possível acabou. Não somos mais um país tropical da letra de Jorge Bem Jor.
Você mora em um país que lutou pelas diretas, batalhou contra a ditadura, não dá agora para achar que o país pode ser governado por qualquer pessoa que te comprou por um aplicativo. Por isso que terraplanistas estão crescendo. Desinformação. Bolsonaro é o reflexo de seus eleitores: só lê a manchete, não tem freio moral quando compartilha algo na internet, tem problemas de cognição e resume toda discussão complexa à uma briga ideológica partidária. É triste você querer andar para frente, mas no máximo você apenas consegue patinar nessa imensa sopa de letrinhas partidária. Os últimos ataques à repórter Constança Rezende foi algo muito grave. Foi lançando uma onda de ódio contra ela. Toda solidariedade a Constança Rezende!
Não trema como gelatina neste caleidoscópio de confusões. As águas vão rolar. Se não rolar criam limo, like a RollingStones. E lembre-se que água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Honk Tonk Woman, o seu cabelo não nega mulata, Allah-La Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô, respira fundo, prepare as cadeiras, estufe o peito, rebole a pélvis como Elvis, pois Let’s Dance vai rolar! Esquenta o pandeiro e tamborim, coloque as palavras de ordem na ponta da língua e caminhe com seu amigo e chame outros amigos para cantar em uníssono:
Força, fé, foco!