quinta-feira, 16 de dezembro de 2021
quinta-feira, 9 de dezembro de 2021
Lançamentos de dezembro
quinta-feira, 2 de dezembro de 2021
De noiva do Aristides a filiação ao PL. O que muda?
A Nau sem rumo chamada Brasil, ataca novamente. De noiva do Aristides como trend nas redes sociais a filiação ao PL. O que muda para o dia-a-dia de quem é assalariado? A resposta é um retumbante: Nada! A história que bombou a internet sobre o Aristides, começou com o nosso presidente na beira da estrada acenando aos carros que passavam na estrada. Diante de xingamentos diversos, Bolsonaro, que deveria estar ocupado tentando resolver a fome do país, a variante ômicron, economia em colapso; estava tal qual um poste até que uma mulher levantou essa questão e foi presa por esse assunto. Logo, viralizou a informação do que se tratava o nome em questão. Ou seja, Genocida pode, mas noivinha do Aristides não!
A verdade é que o assunto sobre a sexualidade do presidente
não é importante para ninguém, apenas a ele mesmo. A irritação de Bolsonaro com
o caso, a ponto de mandar prender é a verdadeira notícia. Desde o início do
mandato, o presidente já tentou calar, prender ou processar pela União todos
aqueles que são contrários ao seu governo. E isso tem nome: Ditadura. As
verdades secretas são inconvenientes, mas dizem respeito ao próprio presidente.
O sargento Aristides era instrutor de judô na AMAN, no tempo em que Bolsonaro
foi cadete. Assim como Hitler, Bolsonaro tem verdadeira antipatia pela
homossexualidade, o que demonstra que seu governo nunca foi inclusivo com os
GLBTQI+, mulheres, negros ou índios.
É bem verdade, que Walter Langer, psicanalista americano ,
escreveu uma análise sobre Hitler, falando que ele era um homem com tendências homossexuais reprimidas
e opinou que era um coprofílico. Porque isso era importante ser mencionado? O
regime de Hitler perseguiu os homossexuais; 15 mil foram enviados aos campos de
concentração. Hitler descreveu a homossexualidade como imoral e corrupta. Nesse
ponto, a sexualidade pode ser influente em uma política de Estado. Referindo-se
ao contexto político e acadêmico brasileiro, Fry e MacRae escreveram em 1983:
Até mais ou menos 1975, os partidos políticos de oposição consideraram que os
movimentos feminista, negro e homossexual eram irrelevantes à luta geral, ou
seja, a questão das desigualdades entre classes sociais. O que marca os anos
mais recentes destas áreas ditas minoritárias é o fato de elas terem chegado a
ser reconhecidas também como “políticas”, a partir de uma visão da sociedade
que enxerga o poder não apenas no Estado, mas também na rua, no escritório, no
hospital, dentro de casa e na cama [...]. (Fry e MacRae, 1983:117).
Logo depois, Bolsonaro se refere a sua filiação ao PL como
um casamento. Mais uma vez, até na expressão, resolve se apropriar de expressão
ligada a conjunção carnal, mesmo que seja uma relação fria. O que na campanha
sempre falava mal do Centrão, agora para garantir governabilidade e uma
possível reeleição, se alia junto com seus filhos ao Centrão. Numa filiação de
interesses, se aliando a Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão, Condenado
a prisão e multa de R$ 1,6 milhão, investigado em esquema de fraudes de pareceres
de agências reguladoras, delatado na Lava Jato e ainda renunciou ao mandato de
deputado para não ser cassado, bradando em seu discurso sobre renovação. E o
que significa renovação? Tudo que falou antes da eleição de 2018, fez ao contrário.
Renovação só no sentido religioso. No sentido populista. Seria apenas renovação
de quadros, para ter um cenário mais seguro para um possível segundo mandato,
se houver.
Nessa Nau sem rumo chamado Brasil, resta-nos anunciar:
Recolher a traquineta! Cuidado com a sanfona de Abelardo! Cruzar a Spínola!
Domar a espátula! Montar a sirigaita! Senão afundamos de vez e o pior é que
nesse caso, o capitão-presidente é o primeiro a deixar o navio!
Notícias do Spotify
Lançamento do livro sobre o Campo de São Bento
No dia 22 de novembro, data do aniversário de 448 anos da cidade de Niterói, às 15h, será lançado, no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, o livro “Campo de São Bento – trajetórias e memórias do Parque Prefeito Ferraz”. A publicação, realizada pela Fundação de Arte de Niterói, por meio da Niterói Livros, foi feita também com o esforço de uma equipe de profissionais muito dedicada, além de apaixonados pelo Campo que enviaram fotos e depoimentos para o livro, quando convidados, por meio de consulta pública, realizada pelas redes sociais da Prefeitura.
Para o prefeito de Niterói, Axel Grael, os espaços de convivência são fundamentais para as relações humanas e para a identidade de uma cidade: “Niterói é uma cidade que se orgulha de suas praias de beleza exuberante, fortes e fortaleza de tirar o fôlego, patrimônio arquitetônico internacionalmente reconhecido e parques naturais preservados. Apesar da variedade de opções, quando a questão é escolher lugares da cidade que mais tocam o coração, o Campo de São Bento é praticamente uma unanimidade entre os niteroienses. São muitas as lembranças das brincadeiras de infância, dos namoros, dos passeios em família por aquele imenso jardim. Quem não sente saudades das aventuras no carrinho bate-bate e da diversão naquele carrossel? Assim como milhares de niteroienses, tenho recordações muito especiais do Parque Prefeito Ferraz, como é oficialmente chamado. Ainda hoje, me traz muita alegria caminhar no entorno do lago, admirar o chafariz e passear na feirinha de artesanato com a Christa, minha esposa”.
Na ocasião do lançamento, estará presente a mãe do ator Paulo Gustavo, Dea Lúcia Amaral, a quem o livro é dedicado. A obra foi dividida em quatro seções. Intitulada ‘O Campo, a cidade e a vida – notas sobre o Campo de São Bento’, a primeira traz um texto da historiadora Andréa Telo da Corte que situa o parque na história da formação de Niterói, permeado por imagens antigas da cidade. A segunda, ilustrada pelo infográfico do responsável pelo projeto gráfico do livro, André Barroso, e por um belíssimo ensaio fotográfico de Paulinho Muniz e Leo Zulluh, “Você está aqui” oferece ao leitor informações completas sobre a geografia do Campo de São Bento.
Assinada pelo jornalista e historiador Carlos Eduardo Lima, a terceira se chama ‘O Campo de São Bento como guardião da identidade de Niterói’ e remonta a história contemporânea dessa bela área verde da cidade. O melhor dessa parte – considerada o pulmão do livro – são as fotos e depoimentos enviados por niteroienses ou forasteiros apaixonados. Nela, constam fotos e citação às gravações dos filmes da série ‘Minha mãe é uma peça’, de Paulo Gustavo, todos eles com cenas vividas pela personagem principal, Dona Hermínia, no Campo. ‘A revitalização do Campo de São Bento: 2018-2020’ encerra o conteúdo apresentando os resultados da reforma do espaço, que recebeu melhorias após sugestões coletadas em uma consulta pública, com imagens das obras registradas pelo biólogo Alexandre Moraes, biólogo fiscal da implantação do novo paisagismo do Campo de São Bento.
“Minha história com o Campo de São Bento começou ainda no Jardim de Infância, no Julia Cortines. Conheci minha mulher e um banco próximo ao recém-inaugurado Centro Cultural Paschoal Carlos Magno era nosso lugar preferido. Em 1980, casamos e fomos morar no Edifício Versalhes, construído no terreno onde fora demolido o Cine São Bento. Foi no Campo também que por muitas vezes resolvi as melodias que surgiam em minha cabeça. Foi lá que fiz, em 1982, a foto da capa do meu primeiro LP, ‘Reluz’. Essas são algumas passagens da minha vida pelo Campo de São Bento”, conta Marcos Sabino, Presidente da Fundação de Arte de Niterói, em texto de abertura.
Com esse apelido tão bonitinho – surgido após a área passar aos monges beneditinos em 1697 – o Parque Prefeito Ferraz foi eleito, em uma pesquisa realizada em 2006, o local da cidade que melhor define o sentimento de pertencimento dos seus moradores. E isso está claro na fala de todos que foram entrevistados quando foi reconstruída esta história em forma de texto e imagens. Ao conhecer outras histórias do Campo de São Bento, o leitor pode reviver as suas próprias memórias desse patrimônio.
“O convite para realizar esse sonho do presidente da Fundação de Arte de Niterói, em acordo com o prefeito de Niterói, Axel Grael, outro apaixonado pelo Campo de São Bento, permitiu com que eu começasse minha jornada na Niterói Livros respirando um ar puro e renovado. O Campo ganhou uma bela revitalização, e o selo também entrou no mesmo processo. Esse livro é o mais colorido de todo o acervo acumulado nesses 28 anos do selo”, adianta Chris Fuscaldo, diretora da Niterói Livros.
O livro estará disponível para consulta e leitura na Sala dos Selos, na Biblioteca Parque de Niterói, a partir do dia 24 de novembro, e também no formato de eBook no Aplicativo Niterói Livros, em 2022. Quem participou do processo de produção do livro terá direito a um exemplar e o selo promoverá ações em suas redes sociais para presentear outros niteroienses com a produção.
Crédito foto: Paulo Lima é o autor da foto que estampa a capa diagramada pelo designer André Barroso.
quinta-feira, 18 de novembro de 2021
A flagrante diferença entre um líder e um inepto
Dois personagens estão no exterior. E esses mesmos personagens mostram claramente suas diferenças em como são recebidos, como expõe suas ideias e como são sua capacidade de modificar uma realidade ou não. No mesmo momento, me surge a imagem de um antigo desenho animado dos estúdios DePatie-Freleng Enterprises, chamado Roland and Rattfink , que no Brasil se chamava Bom-bom e Mau-mau. Um oposto do outro. Um bondoso, gentil e educado e o outro, invejoso e armando confusão o tempo inteiro. Bom-bom por vezes até ajuda seu oponente a encontrar o caminho da luz, às vezes perdoa suas atitudes, porém Mau-mau sempre está as voltas em prejudicar e fazer vilanias.
Não há como não comparar a viagem de Lula a Europa e de Bolsonaro
a Dubai. Apesar de o presidente ter destaque em toda imprensa nacional e Lula,
apesar do sucesso, não ter uma linha ou então, uma cobertura pífia, podemos
evidenciar muitas coisas. Um ex-presidente do Brasil, tendo variadas reuniões
importantes com líderes europeus, discursando e sendo aclamado deveria ser
manchete em qualquer país que tivesse um político tão respeitado
internacionalmente. Uma figura que é uma das mais citadas entre personalidades
brasileiras em todos os tempos. O Instituto de Estudos Políticos de Paris
(Sciences Po, onde estudaram Macron, François Hollande, Jacques Chirac,
Mitterrand, entre outros presidentes e intelectuais), onde fez palestra, marcam
os dez anos do título de Doutor Honoris Causa concedido pela instituição.
Lula foi aplaudido de pé no Parlamento Europeu. Ainda falou
em alianças com a direita para unir novamente o Brasil, falou sobre proteção da
Amazônia, sobre a preocupação de uma nova guerra fria e sobre a volta do país
no mapa da fome. Isso são falas de estadistas verdadeiros. Isso teve grande
destaque na imprensa internacional como na Bloomberg que destacou a recepção
calorosa de Lula na Europa. Lula teve encontro com o prêmio Nobel de economia Joseph
Stiglitz e o provável sucessor de Angela Merkel. Um caminho de ladrilhos
dourados por onde percorre Lula na Europa e Bolsonaristas travam, diante de
suas invejas, uma forma de fazer protestos fakes ou tripudiar e compartilhar
ódio pelas redes sociais.
Enquanto isso, Bolsonaro
em Dubai, ataca com seus discursos falsos, carregadas de inverdades,
tentando atrair investidores ao país, que estão fugindo a rodo da Bolsa de
Valores. Sem falar na comitiva que levou, entre outros seus filhos, amigos,
ministros e pasmem, o Desembargador responsável pelo caso de Flávio Bolsonaro. Estourando
de vez o cartão corporativo, com suíte a R$ 76 mil a diária, gastando a rodo e depois provavelmente irá colocar como
gastos secretos por 100 anos. Não conseguiu firmar grandes interesses para
investimentos e não teve nenhum encontro para pensar soluções para a fome,
inflação galopante e a crise de saúde no país. Apenas férias com os amigos. E
pensar que uma tapioca causou indignação no cartão corporativo, certa vez.
Uma das diferenças que sempre lembro são as mãos. Mãos são
emblemáticas. Desconsiderando eventuais unhas sujas de ambos, dedinho levantado
ao tomar chá, temos de um lado uma mão conciliadora, que está sempre pronta a
apertar outra mão que tenha soluções ou ideias inovadoras, seja de um grande
pensador internacional ou no simples gesto de agradecimento de um universitário
que pode estudar na Europa. Do outro lado, temos a mão que faz arminha, provoca
o ódio, que esperava que fosse implacável contra uma ideologia dos anos 60 e
que apenas encontra o novo mundo dizendo: Stop!
Ainda estamos longe de unirmos o país, ou de termos
novamente um país forte e adorado no exterior, mas já podemos nos contentar em
mostrar que existem diferenças claras entre os dois em todos os sentidos e que
não dependêssemos de qualquer superlativo ou ver uma moral facultativa.
quinta-feira, 11 de novembro de 2021
Cartas na mesa
Terça-feira quente em todos os sentidos. A atenção do governo está na votação doa PEC dos precatórios, com quórum cheio, STF não autorizando o orçamento secreto, justiça livrando Flávio Bolsonaro dos crimes de rachadinhas e a crise na cultura com a vinculação de proibição de passaporte da vacina para aqueles que estão com verbas atreladas a Secretaria de cultura do Governo Federal. Recebo uma enxurrada de e-mails falando do quanto cada um, não suportando as pressões do dia de hoje, precisou ir ao SUS medir pressão. Gente que está desesperada com a bolsa de valores, gente que está preocupada em sobreviver e está com crise de pânico vendo que visando à reeleição, Bolsonaro se filia ao PL. Do outro lado, Moro e Dallagnol também se preparam para a disputa eleitora, sendo um para presidente.
A gravidade da situação não daria para nem para o médico Euryclides
de Jesus Zerbini poder ajudar a cuidar dos corações mais fragilizados dos
brasileiros preocupados com o desmonte do país. Muitos querem a saída do
aeroporto já que alguns países autorizaram receber brasileiros em seu solo,
desde que com passaporte de vacinação e testes de COVID em dia. A PEC dos
precatórios tem a luta das lutas. Enquanto o governo tenta levar o maior número
possível de votantes a favor a base de Tornozeleira eletrônica , a oposição
conseguiu reverter a situação com alguns partidos encaminhando votos contrários
com unidade partidária.
Arrebentar o teto de gastos é o fim dos tempos. A alteração
no texto constitucional traz Emenda de relator, sem menor controle e
transparência, sem saber destinos de orçamentos, mostra a cara do governo
federal. Uma prática para o vale tudo, sem menor ética. Liberdade para se
endividar sem aval do Congresso. Liberar geral. Furar o Teto de Gastos traz
mais instabilidade ao país, criando problemas que impactam no nosso dia a dia, como
o aumento do Dólar, inflação descontrolada e rápida precarização da população. Habilitar
o calote, colocando uma ajuda aos mais necessitados como pano de fundo de
passar o vale tudo das verbas orçamentárias, visando às eleições do ano que
vem, é no mínimo imoral, pois não há uma menção de garantias para isso na
emenda, assim como não há destinação garantida para a educação.
A bandalha do orçamento secreto teve o capítulo final neste
dia, suspendendo essas emendas. Tudo começou com a eleição comprada de Lira,
para apoiar o governo em suas maracutaias. Lembram quando o governo criou
orçamento paralelo e distribuiu R$ 3 bi para comprar tratores com sobrepreço?
Pois bem, deputados e senadores bolsonaristas e aliados aplicaram bilhões de reais, segundo critérios pessoais,
e não técnicos, ocultando seus nomes, passando por cima de leis orçamentárias e
a transparência pública. O chamado tratoraço enriqueceu apenas parlamentares e
seus interesses pessoais. Um retrocesso que querem reafirmar novamente, mas o
STF conseguiu uma vitória de antemão para o lado da democracia.
Mas por outro lado, maioria dos
ministros do STJ decidiu anular todas as decisões contra Flávio Bolsonaro
tomadas pela Justiça do Rio no caso das “rachadinhas”. Para eles, o juiz Flávio
Itabaiana não tinha competência para julgar o filho do presidente. Nesse
aspecto, o presidente conseguiu sua vitória, afinal, ao invés de trabalhar pelo
país, estão às voltas para livrar a si próprio e os filhos do laço. Nesse ponto,
consegue articular com todas as forças e resolver seus problemas particulares
com empenho, coisa da qual não faz pelo país.
É o Governo tentando passar no crédito e no débito.
Depoimento para a Revista A Fonte
quinta-feira, 4 de novembro de 2021
Despudor: A política da morte rechaçada no mundo
Bolsonaro hoje é o homem mais rechaçado no mundo, sem sombra de dúvidas. Só tem apoio do cercadinho no Brasil e de grupos Neonazistas espalhados pelo planeta. Sempre, na história, vemos figuras como Hitler, Mussolini, Catarina II, José II da Áustria, Frederico II da Prússia, Marquês de Pombal, que eram déspotas que tinham certo apoio popular em seus países e odiado pela humanidade. Tivemos governos militares odiosos e fanáticos civis, porém nunca tivemos um governo tão mal visto e odiado quanto Bolsonaro. Ele admite que tenha muita gente faria melhor que ele. Certamente objetos inanimados fariam mais do que o presidente. Mas déspotas tem o poder concentrado em apenas um governante, de maneira isolada e geralmente arbitrária. O déspota é um governante que utiliza de seu poder para tiranizar e oprimir os que são contrários aos seus desejos. Esse é Jair Bolsonaro.
Em um momento onde o mundo tenta achar soluções através da
ciência e políticas de proteção ambiental para salvar os avanços da degradação
do planeta, nosso presidente, com sua política agressiva de desmatamento da
Amazônia e Pantanal, conseguiu devastar de modo criminoso a biodiversidade,
colocando Estados brasileiros com climas de tempestades de areias típicas de
desertos como o Saara, e tem a pachorra de ir a reunião do G20 sobre proteção
ambiental do mundo. Evidentemente, nosso presidente não participou de nada, não
foi chamado para nada, se reservando a conversar com garçons e fazer turismo a
custas do brasileiro. Nem a prima italiana, Giannina Bolzonaro, quis almoçar
com ele.
O isolamento de Bolsonaro é fruto de sua atitude belicosa e
destruidora do meio ambiente a favor do genocídio indígena e devastação de
terras pelo garimpo. Quem se sentiria à vontade com um líder desses? Um
verdadeiro líder brasileiro veria o potencial ecológico do ecossistema e faria
políticas públicas de preservação, para potencializar no futuro sua moeda
verde. Mais as tretas internacionais colaboraram com esse escárnio ao nosso
líder. Bolsonaro disse que tinha um estudo oficial britânico que associar
vacinas e AIDS, que foi desmistificado em Westminster. Segue apegado a Donald
Trump. Bolsonaro ofendeu a primeira dama francesa, fora os ataques à França em
debates sobre meio ambiente. Angela Merkel foi criticada pelo presidente. Sua
postura contra máscaras e o uso de vacinas é mal visto no exterior. Sua
presença no evento foi apenas para trazer o caos nas ruas e indignação por toda
parte.
A cultura do ócio, não é a mesma falada por Domenico De
Masi, que através da frase de Francis Bacon, “Conhecimento é poder”, concebeu
uma ênfase na importância da ciência que foi reconhecida no resgate tardio das
tradições árabes e da alta idade média. Evidentemente, Bolsonaro, que não segue
a ciência, tem cultura suficiente para refletir, estava produzindo algo, mas
sim fazendo absolutamente nada. Talvez nada, seria perjúrio, pois conseguiu
provocar ódio por onde passava. Atacaram covardemente os jornalistas que
cobriam seu turismo e ainda provocaram tumulto com a polícia local, brigando
com os aqueles que protestavam contra sua estada em um local que iria
homenagear sua presença. Anguillara Veneta é um vilarejo cuja prefeitura é
comandada pela extrema direita.
Um peixe fora d’água. Afinal, Bolsonaro apenas consegue nadar
em águas turvas tais quais outros peixes fascistas. Além do vilarejo
extremista, Bolsonaro apenas conversou com Recep Tayyip Erdogan, líder Islâmico
que comanda a Turquia há 15 anos, com muita corrupção decaindo sob seus ombros e
extremamente conservador.
Resultado final do encontro na Itália: A única colaboração
de Bolsonaro com o Brasil nesse encontro, será trazer uma nova variante da
COVID pra cá.
quinta-feira, 28 de outubro de 2021
Último capítulo ou Chez Mãe Joana
Chez é a preposição que significa “Em casa de”. E mãe Joana
(Perdoe todas as verdadeiras mães Joanas), significa um lugar onde vale tudo;
sem ordem; balburdia. Essa é a verdadeira face do Brasil de Bolsonaro. E vimos isso
com muita claridade e farto material comprobatório, pois a CPI concluiu seus
trabalhos, identificando todo tipo de crimes do presidente e todos que rodeiam
o planalto. Vai desde disseminação de fakenews até genocídio culposo. Mesmo que
os governistas tenham tentado tirar a responsabilidade do presidente, não há
como negar sua influencia negativa perante a sociedade. Hoje, um colega
cartunista da Paraíba, Laílson de Holanda, faleceu de COVID porque não tinha
tomado as duas doses, sentindo-se orientado pelas falas do senhor Jair.
Mãe Joana na França eram os bordéis de Avignon no século 14.
Surgiu quando Joana, rainha de Nápoles, se refugiou lá depois de se
envolver em na conspiração para a morte do marido. Logo, cada prostíbulo passou
a ser chamada de Paço da Mãe Joana. O que também pode combinar com este
governo, que negociou vacinas para obter lucros de maneira mórbida, com
sofrimento alheio. O governo de vida fácil abriu as portas para todo tipo de
negociata, desde que seja para os seus apenas. Essa promiscuidade dos
negacionistas colaborou com a ampliação da morte de muitos brasileiros e uma
entrada muito tardia da vacinação no país.
Em 1382, Joana foi assassinada por seu sobrinho e herdeiro,
Carlos de Anjou. Por aqui não haverá esse tipo de desfecho, mas se depender dos
tribunais internacionais é possível que tenhamos o primeiro investigado
brasileiro em Haia e pela ONU. Mas periga, com o nosso país com parte dos
bolsonaristas, que estão em cargos importantes, consigam livrar Bolsonaro da
maioria dos crimes. Com as lisuras dos governos Lula e Dilma, tiveram que
apelar para fakenews que hoje se desmontam essas narrativas. Se houvessem tido
1/16 de umdos crimes atribuídos a Bolsonaro, o escândalo seria imenso. Não é
surpresa o presidente se envolver em todo tipo de confusão, mas transformar o
país na casa da mão Joana e mesmo com milhares de processos em seu lombo
continua a ser belicista.
CPI aprova pedido para banimento de Bolsonaro das redes
sociais. O que já era sem tempo, pois mesmo com Facebook e Youtube fazendo essa
punição, por violar códigos de condutas, ninguém conseguia barrar suas falas
mortais contra o povo brasileiro. O que pode até ser bom para o Centrão, que
quer colocar o trator para aprovar as reformas o quanto antes e com o
presidente calado, fica mais fácil ter o caminho livre. Mas, Bolsonaro vai
reagir, mesmo que entre em redes sociais conservadoras como fez Trump, também
expulso das mesmas redes sociais. Ele continuaria falando para seu público,
porém, com alcance muito menor. A surpresa no relatório final foi a inclusão do
Senador Luiz Carlos Heinze por divulgar mentiras sobre a pandemia durante as
sessões. O senador que lia seus textos negacionistas até no dia da votação
final da CPI no mesmo tom de voz, passou de figura cômica para figura perigosa.
Mesmo com a retirada de seu nome antes de votar o relatório final, continua
sendo uma figura a ser observada futuramente.
A proposta de regulamentação de crime de genocídio na
legislação brasileira, do senador Randolfe Rodrigues, eleito o melhor senador
do ano, também foi acolhida pela CPI. Dificilmente outro presidente fará o
mesmo ou pior que Bolsonaro, mas isso vai ajudar quando houver o próximo golpe
de direita no país e elegerem outra figura absurda. Afinal, elegemos Collor,
por que não Bolsonaro? O pior é saber que não existe um aprendizado da
população, enquanto não houver uma consciência de classe. Com isso, existe sim
uma possibilidade de entrarmos novamente nesse buraco no futuro e para isso,
estamos protegidos com essa nova regulamentação.
Estamos vivendo um capítulo de virada de consciência. Todo o
histórico de Bolsonaro foi posto ao mundo inteiro para ver o quão criminoso e
como tripudiou cada uma das mais de 600 mil mortes. O mundo realmente dá voltas
e pode dar respostas a essas famílias daqui por diante, indiciando o presidente
e todos os 80 indicados pela CPI. Somente depois, poderemos deixar de estar na
Casa da mãe Joana e ter orgulho de estar no Brasil.
Ah, essa vida cosmopolita.
quinta-feira, 21 de outubro de 2021
Conclusão: Genocídio!
Setenta e seis anos se passaram desde o término da Segunda Guerra Mundial. Dos brasileiros, 450 praças foram a óbito e 12 mil feridos nos combates. Nada comparado as mais de 600 mil mortes pela COVID. É i maior responsável por mortes do que qualquer conflito armado que o Brasil esteve presente. Foram 50 mil na Guerra do Paraguai. Nem comparado aos números como os 35 mil na Gripe espanhola. Essa é a maior tragédia que o país enfrentou, desde a chegada dos Portugueses ao país. Não é pouco. E se imaginarmos que com verdadeiras políticas públicas, teríamos como salvar pelo menos 100 mil vidas, a CPI está apontando que temos um adjetivo que pode ser oficialmente aplicado: Genocídio.
O que o Tribunal de Haia considera como genocídio? Os atos e
conduções do presidente podem gerar punições? O tribunal que julga denúncias
de crimes de guerra e crimes contra a humanidade, já recebeu
mais de três pedidos contra Bolsonaro e talvez o dos povos indígenas seja mais
plausível de ter continuidade. Por lá, por exemplo, Ahmad al-Faqi al-Mahdi de um
grupo fundamentalista islâmico ligado à Al-Qaeda, esteve envolvido com a destruição de
santuários sagrados em Timbuktu, no Mali. Foi condenado a nove anos de prisão. A
denúncia que avança internacionalmente é sobre a promoção de ataques
sistemáticos contra povos indígenas Haia considera genocídio como extermínio
deliberado de um grupo étnico e por isso, o pedido de vista avança nos países
baixos.
Queria ter o poder da profecia, de vislumbrar o futuro como
as pitonisas gregas ou até um olhar apurado como do personagem do Woody Allen
(Acho que na Poderosa Afrodite), onde ele inicia um curso de pintura porque a
idade média estava acabando e iria se iniciar a renascença, para poder ver essa
imputação de genocídio acontecer. Por que é só claro os danos de crimes de
responsabilidades do presidente atingirem apenas aqueles que perderam
familiares. Os depoimentos dos atingidos são tão comoventes a ponto de comover
o intérprete de libras que tentava traduzir com lágrima nos olhos. O mínimo que
nosso presidente será indiciado sobre epidemia com resultado morte, infração de
medidas sanitárias, emprego irregular de verba pública, incitação ao crime;
falsificação de documento particular; charlatanismo; prevaricação; genocídio de
indígenas; crimes contra a humanidade; crimes de responsabilidade; e homicídio
por omissão. Isso para falar por baixo.
Falar que o presidente, que já declarou ser fã do torturador
Ulstra, do ditador Médici, adorador incondicional do filho da KKK Trump, de serem
amigos de todos os extremistas de direita na Europa e Estados Unidos, com
certeza vem da influencia do orgulho que tem de seu bisavô que lutou ao lado de
Hitler e até perdeu um braço. Dizer que ele está mais próximo de Gandhi pelos
apoiadores é até um escarnio. Mas temos essa herança da segunda guerra mundial,
onde os americanos foram os verdadeiros vitoriosos na geopolítica mundial,
introduzindo a noção de que o capitalismo era o herói e o comunismo comia criancinhas,
onde o discurso do presidente se baseia para qualquer discurso ou desculpa. O
mundo mudou e a China vem crescendo e preocupando os americanos e todos aqueles
que se baseiam nesse discurso que apenas coopta pessoas mais idosas e
apreciadores do fascismo e da política que sufoca os mais desvalidos para
locupletar os mais ricos.
Não falar em genocídio é que é um absurdo. Não é uma questão
de opinião ou semântica. Foi premeditado. Já dizia Eduardo Galeano, que o
genocídio começou quando "Eles tinham a Bíblia e nós a terra. Quando
abrimos os olhos eles tinham a terra e nós a Bíblia” e hoje, temos os mesmos
propósitos, utilizando os mesmos discursos. Só que agora, o mundo está de olho
e podemos segundo o relatório final da CPI dizer que foi com certeza genocídio.
Sem dúvida estamos em um momento tão difícil que nem
previsão em terreiro é capaz de definir qual destino de Bolsonaro daqui para
frente.
quinta-feira, 30 de setembro de 2021
Mil dias de pesadelo
Mil dias da gestão do presidente Jair Bolsonaro. Como conseguimos chegar vivos até aqui? Quais promessas conseguiu cumprir? Como está a situação econômica do país hoje e como estava? E qual a nossa percepção de tudo isso? A semana abre com a entrevista que o presidente deu a revista Veja. A vergonha acontecida na ONU, continua na entrevista a revista, com a tônica de um Bolsonaro paz e amor. Nunca pensou em golpe, respeita os direitos humanos e respeitará as eleições. O país das maravilhas que vendeu na ONU, agora na versão tupiniquim. A revista Veja que antes estava mostrando todos os perfis violentos, ataques ao STF, todos os problemas de corrupção do Ministério da Saúde, agora mostra um presidente calmo e sereno. Por quê? A resposta está na dívida milionária que a editora Abril tinha com a união e foi perdoada.
O fato que recuperar a aprovação do governo, depois de mil
dias desastrosos, não será fácil e a corrida para a presidência cada vez fica
mais distante para o atual presidente. A aprovação hoje do presidente só é
maior que a do Collor. Isso por enquanto. Hoje a avaliação de ruim/péssimo de
Bolsonaro é 56%, enquanto Collor foi de 68%. A percepção foi que houve
precariedade em todas as áreas de atividades econômicas, ambientais, direitos
humanos, educação, saúde e cultura no país todo. Dentre as promessas de
campanha, apenas na economia conseguiu cumprir alguns termos. Os números fatais
desses 1.000 dias vão de 19,1 milhões de famintos, 14,7 milhões na extrema
pobreza, 14,4 milhões de desempregados e quase 600 mil mortos por covid-19.
Bolsonaro pensa em comemorar seus 1.000 dias de governo para
recuperar o prejuízo da popularidade. Mas comemorar o que na sua cabeça? Apenas
seu ideal que queria combater o comunismo no país, pois não existe o que
comemorar. O que antes, éramos um país respeitado e deixando de ser emergente,
agora o Brasil deixou de ser emergente. Agora é submergente. Foram 1.000 dias
de desmatamento da Amazônia e do Pantanal, acabando em um escândalo mundial com
o ministro do meio ambiente investigado pelos americanos por tráfego de
madeiras e o mais cruel, o escândalo da vacina, que levou a todo tipo de
maldade com o brasileiro como lutar contra a vacina e usar humanos em
experimentos com implicações que vão levar anos de tratamento e alguns casos a
morte, tudo apenas por dinheiro.
Das promessas de campanha que conseguiu cumprir, está a
aprovação da reforma da previdência, que colocou todos os novos idosos em um
novo sarrafo, tendo que trabalhar mais ou pagar empresas de previdência privada
para descansar e ampliar as privatizações, do qual jornalistas bolsonaristas
apoiaram falando dos problemas das
empresas públicas e agora estão sofrendo com apagões sem soluções de mais de
12hs sem energia e agora lutam ao contrário. Ainda na área econômica, prometeu
crescimento da economia e inflação baixa. Com 14,4 milhões de desempregados,
pandemia descontrolada a inflação em 12 meses chegou em 10%, combustível subiu
41%, energia subiu 21% e a comida subiu 16%, colocando os mais pobres cada vez
mais para baixo na linha de pobreza. Não é atoa que voltamos para o mapa da
fome no mundo.
Além dos problemas na vida do brasileiro, Bolsonaro promoveu
mais de 100 crises institucionais e seu governo teve 19 ministros que saíram do
governo, representando uma mudança a cada 52 dias. Temos ainda ataques a democracia,
armamentismo, a pesquisa científica à míngua, entre tantos e tantos problemas
em cada área humana que deixam o brasileiro de volta ao século 15.
Em 1.000 dias de governo Bolsonaro a única coisa que melhorou
no Brasil foram os memes.
quinta-feira, 23 de setembro de 2021
Exportação da demência
Sabemos que o presidente iria exportar a demência antes o evento da ONU, durante o evento e provavelmente continuará fazendo após o evento. Já chegando aos EUA, colecionou problemas atrás de problemas, como insistir em não usar máscara, minimizar a pandemia mundial, desafiou as regras da cidade e se achando um grande líder mundial. Porém, na contramão do resto do mundo, seu discurso na Assembleia Geral da ONU, diante das mentiras, afirmações econômicas fake, deixa o país diante da maior vergonha de sua história.
Temos um presidente com uma atuação diante do mundo parecida
com Muamar Kadafi, que são figurantes dentro da seriedade dada aos temas
relevantes. Bolsonaro só não é um párea completo neste cenário, porque a
extrema direita se atrai. Foi o caso do encontro com o presidente da Polônia, Andrzej
Duda. Isso sim, me preocupa mais. A intensificação de grupos neonazistas
internacionais, as conversas com grupos de extrema direita ligada a Trump nos
EUA e fascistas ao redor do mundo.
O que antes éramos vistos, como o país de ambições a
participar dos destinos na humanidade, caiu por terra nos anos Bolsonaro. Mesmo
na era Collor, que tinha posturas liberais, seu discurso foi sobre os Direitos
humanos que não eram prioridade no regime militar e, no processo de
redemocratização, teriam valores melhores. Com FHC, o Brasil começava a
demonstrar capacidade de ser protagonista no mundo na busca de uma globalização
"com justiça". Com Lula chegamos ao ápice como exemplo de
desenvolvimento social, com a adoção de programas como o Bolsa Família,
retirada do país do mapa da fome e pagamento da dívida externa.
Não consigo parar de pensar que conquistamos o protagonismo
na era Lula, com papéis importantes como um Rei Lear, de William Shakespeare e
hoje somos o bobo da corte do rei da Grã-Bretanha. Ou talvez nem isso, pois
existe certo holofote no bobo. Talvez estejamos como figurantes que aparecem
apenas no final da peça como de feirante, mendigo ou prostituta. Isso, com todo
desprezo pelo povo que a nobreza inglesa possuía. Mesmo se o papel fosse dentro
de alguma revolução libertária, não conseguiríamos um papel melhor do que a
infantaria ou até mesmo de turba.
Demoramos quase 30 anos para a posição de coadjuvante até
nos tornarmos verdadeiros protagonistas. Quem não se lembra do ápice da festa
na ONU com o show do ministro da cultura Gilberto Gil tendo Kofi Annan, secretário-geral
das Nações Unidas na época no bongo, fechando um período de grande alegria no
mundo. O retrato atual é de desânimo. Somos páreas para o mundo. Não existe
mais o mundo para Bolsonaro e sim seu cercadinho. Apenas que esse cercadinho,
ganha adeptos perigosos pelo mundo. Correntes da extrema direita internacional
se aproximam do clã do presidente.
O presidente se sentiu a salvo em outro país. Que seu
discurso usando dados falsos, do qual defende o uso indiscriminado por qualquer
um, inverdades e práticas demodeé, refletem esse nosso atraso político,
saudosista da Casa Grande & Senzala. Temos um retardo histórico, pós-revolução
industrial, onde não fizemos nossa revolução burguesa. Um país que tem com o
lema de ser laico, mas a todo o momento se fala em nome de Deus para justificar
os atos contrários ao povo.
Enquanto isso, o povo Brasileiro, essa figura paciente,
figurante da própria história, apenas espera sua sorte mudar.
E espera sentado...
Lançamento de coletiva de escritores da Proverbo
No dia 25 de setembro, às 16:00h, no GAM, frente ao lindo cenário da Lagoa de Araçatiba, acontecerá o lançamento da coletânea “Proverbo: porque todos têm o direito de dizer sua própria palavra”, edição comemorativa que marca os 50 títulos publicados pela Editora Proverbo, de Maricá, em seus 2 anos de vida. Organizado pelo casal Marcia Fernandes e Vilson Ferreira, sócios da Proverbo, a coletânea apresenta 50 textos entre crônicas, pequenos contos, artigos e poesias, de 33 autores da casa.
Esta coletânea tem sabor de celebração, sonho realizado e conquistas. Afinal, a editora nasceu com a missão de ser uma aliada de autores iniciantes, de jovens autores e de autores independentes. E se considerarmos que a maioria das obras publicadas foram a primeira de vários autores, podemos dizer que essa missão está sendo cumprida com êxito.
Nascida bem no início da pandemia, em 2020, a Editora Proverbo foi criada para ser uma ponte entre os autores e seu sonho de ver seus livros publicados. E o que poderia ser mais um projeto frustrado, pelo cenário ímpar de incertezas que tomou conta do mundo a partir de março de 2020, transformou-se em uma linda história de encontros, aprendizados e muitas histórias pra contar. De lá pra cá, a Proverbo se orgulha não apenas desse número simbólico de publicações – que enquanto essas palavras são escritas já passa de oitenta –, mas principalmente das histórias e pessoas envolvidas em cada livro publicado.
Além das coletâneas, a editora publica, ainda, livros de poesias, romances, biografias, crônicas, contos, livros evangélicos, acadêmicos e infantis. Um desses infantis é motivo de orgulho para nós. Trata-se de “A menina do chapéu amarelo”, da nossa sócia e parceira Marcia Fernandes Ferreira, que ganhou o Prêmio Ecos da Literatura como o melhor livro infantil de 2020.
quinta-feira, 16 de setembro de 2021
Na mesa, vieiras com parma e para o povo brioches
O retrato da nossa sociedade foi filmado no famigerado jantar casa de Naji Nahas em homenagem a Michel Temer. O teste definitivo para você saber se é realmente o retrato da sociedade é comparar com a pintura The end of dinner de Jules Alexandre Grun, de 1913. O sentimento que traz olhando os verdadeiros mandatários do país se refastelando com comidas caras, falando mal do presidente e da sociedade, enquanto a inflação descontrolada impede que muitos brasileiros possam ao menos comer. Lembra os momentos finais de Maria Antonieta que comia tartelettes sucrées e éclairs. Essa decadência doce foi imortalizada na frase: – Se não têm pão, que comam brioches! Logo depois, veio à guilhotina. Em terras tupiniquins acabará em pizza.
Se antes tínhamos essas cenas retratadas em pinturas ou em
cenas de filmes de vilões endinheirados tramando algum golpe, agora temos o
registro de celular, que na visão deles foi um registro inocente, mas para o
olhar da sociedade, são a elite se refastelando do povo. empresário André
Marinho; filho do ex-aliado de Jair Bolsonaro, o presidente nacional do PSD,
Gilberto Kassab, o presidente do Grupo Bandeirantes, Johnny Saad e o jornalista
Roberto D’Ávila, são alguns dos nomes envolvidos na casa do investidor Naji
Nahas, preso em 2008 na operação Satiagraha, velho conhecido na política por
conta de golpes no sistema financeiro, que quebrou a bolsa do Rio de Janeiro.
Também foi responsável pelo despejo dos moradores do Pinheirinho, mostrando seu
total desprezo pelos mais pobres.
A diferença entre o vídeo viralizado e a pintura, é que
temos a presença de mulheres. Mas podemos lembrar-nos de como os antigos barões
endinheirados faziam, que foi até retratado no filme Titanic. Quando acaba o
jantar, as mulheres vão tricotar e fofocar, enquanto os homens vão fumar; tomar
conhaque e falar sobre política. Mostra exatamente essa cena, um comportamento
do século passado, que essa mesma elite precisa reproduzir com saudades do
tempo da escravidão. Os acordos para salvar um presidente acossado e seus
filhos com a corda no pescoço, foram discutidas por lá. Será que teremos um
grande acordo nacional, com STF com tudo, parte dois?
A verdade é que o jantar de Temer, se parece mais com o
jantar que o Senhor Montgomery Burns, Krusty, o texano rico (que é membro do
alto senado), drácula, Rainer Wolfcastle (ator rico) e outros políticos
participam para tramar um plano maligno. Uma cena que demonstra o pior de nossa
sociedade, com desprezo do povo, e enxugam seus lábios sujos de comida cara com
o suor do trabalhador brasileiro. Bolsonaro tentar se descolar dessa elite, mas
seus arroubos e fascismos o levam de volta ao cabresto destes mesmos mandantes
do país. Um dos motivos de mesmo com clamor popular, pressão internacional, não
teremos tão cedo um impeachment. Afinal, até Carluxo estava presente.
O jornalismo gastronômico investigativo nos declara que o
cardápio fora de comida árabe. Adequado para uma concentração de poderosos da
elite branca. Outro elemento não reparado pela imprensa foi à ausência de
espelhos na sala de jantar. Foi de bom tom. Afinal, sabemos quem não reflete na
frente de espelhos. Enquanto isso, a expectativa de crescimento do PIB em 2022 vai
de 1,5% para 0,5%; taxa de desemprego subirá para 12,1. Estamos com problemas
em todos os setores, área da saúde agravado pela pandemia, vacinação ínfima,
tragédias por todo lado, gás, gasolina, água em falta, crise energética...
Hoje estão ruborizados por conta da viralização do vídeo e
seus desdobramentos e talvez estejam com saudades do tempo da secretária
eletrônica, em que os únicos registros vocais eram com a própria máquina, mesmo
a despedida. O que poderia ser algo até romântico e inocente, como aproveitar e
gravar um bolero no fim da gravação. Nada na gravação do vídeo do jantar foi
sensato. Aguardamos um vídeo do presidente revidando.
quinta-feira, 9 de setembro de 2021
Lembre-se: Cão que ladra, não morde
Vivemos estas ultimas semanas com as previsões de confusões, de invasão das instituições, fechamento das estradas e participação de um milhão de pessoas, que acabou inviabilização de algumas viagens intermunicipais. Nada se concretizou. E apesar da pouca adesão na esplanada dos poderes, com placas antidemocráticas na multidão, Bolsonaro discursou falando que o STF tinha que se ajustar ou iria sair à força. Está certo que quando estava no exército, foi citado por Ernesto Geisel como “um mau militar” e tinha um plano de explodir bombas em unidades militares do Rio, por isso era considerado perigoso pelos militares, pois não se sabia a suas reações. Com isso, sempre que há uma possibilidade de ladrar e não saber qual vai ser a expectativa final. Tudo pode acontecer.
Será uma questão de criação? Tarzan foi criado pelos
macacos, mas lutou contra os facínoras caçadores de macacos em prol do bem
comum do bando. Rômulo e Remo foram criados por uma loba e foram os fundadores
de Roma. Todos os seus quatro filhos estão implicados e com possibilidades de
irem presos por criação do pai, Jair. Mas e o próprio Jair? Geraldo e Olinda Bolsonaro
eram muito humildes e o pequeno Jair tinha que ajudar no sustento pescando
peixe e catando maracujá. Geraldo ainda foi fichado pela ditadura por ter se
filiado ao MDB da época. O que poderia ser um motivo de virada de vida se
transformou em raiva, quando via a diferença de estilo de vida entre ele e
Rubens Paiva, rica e próspera em sua cidade. Alimentado por isso foi para o
exército. Com sua inclinação contra Lamarca, teve sua formação com literatura
(que não era seu forte) de extrema direita.
O fato é que como foi falado, se esperava um milhão em
Brasília e dois milhões em São Paulo. Deram pouco mais de 100 mil. No bojo, a
multidão se deu entre velhos recalcados e saudosistas da ditadura militar,
ruralistas que estão ganhando com a crise no Brasil e financiou parte da ida
aos manifestantes em Brasília, cristãos a favor de armas, todos aqueles que nem
fazem ideia do que estão fazendo naquele local e conservadores de todo tipo. A Empresa
que apoiou os protestos está na lista de maiores devedores da União, mas alugou
seis ônibus e ainda deu R$ 100 para manifestantes pró-Bolsonaro. As
instituições parecem fortes e não sofreram com os gritos antidemocráticos.
Caminhoneiros avisaram que não iriam aderir, assim como militares da ativa. A
tentativa de golpe foi mais um atentando ao nosso psicológico que uma realidade
por se consumir. Mas atrapalhou meus planos de viagem.
Bolsonaro participou da manifestação em Brasília e em São
Paulo, gastando as borras em dinheiro público. Na cidade paulista falou: "nunca
serei preso". Ato falho? Já sabe que está na berlinda e que os processos
estão chegando a ele e seus filhos? O presidente ainda vai se encontrar com o Conselho
da República, que não dará a resposta que ele pretendia. O Conselho República
tem objetivos estabelecidos pelo artigo 89 da Constituição Federal e vão conter
a perspectiva dos arroubos de Bolsonaro. Cada vez mais, esse público do
cercadinho, diminui cada vez mais.
A camisa da seleção que foi sequestrada pelos bolsonaristas
e que hoje temos vergonha de usar são lembranças como as comemorações do Sete
de setembro. Apesar da data também ser um sequestro da direita, porque houveram
guerras da independência pelo Brasil como na Bahia, não são estudados por causa
da nossa longa raiz autoritária das elites.
O fiasco de hoje vai definir a postura do presidente amanhã.
Não sou Nostradamus, mas prevejo 12 meses desses eventos para estragarem todos
os feriados.
quinta-feira, 2 de setembro de 2021
Sete de setembro. O que esperar?
Goethe disse certa vez que preferia a injustiça à desordem. Enfrentou uma fase depressiva diante da invasão Napoleônica a Weimar e mudou de ideia diante da Revolução Francesa. Surge o romance Die Wahlverwandschaften e talvez uma obra pouco conhecida, mas muito importante para mim, o livro Teoria das cores. Posteriormente foi aclamado pelos nazistas no segundo Reich que o abandoaram logo na consolidação do regime achando suas ideias muito humanistas demais. Goya foi outro que mudou seu pensamento. Era admirador de Napoleão e quando viu o sofrimento do povo na guerra de Espanha, mudou sua linguagem na pintura, tornando-se um ácido combativo dos ideais de liberdade, começando com suas série de gravuras Los desastres da guerra evoluindo para as pinturas negras.
Parte da população, diante do derretimento do Presidente da
República, percebe o buraco em que está metido mudando de ideia quanto sua
opção eleitoral. Muitos desembarcaram tardiamente dessa nau sem rumo, mas na tentativa
de conduzir esse barco chamado Brasil, Bolsonaro tenta sua cartada na
manifestação de Sete de Setembro. Todas as investigações chegam a seus filhos,
como a quebra de sigilo bancário do 01, até a CPI. Mas qual a radiografia dessa
manifestação? Quem estará presente? Será que podemos viajar em paz? Diante
desses questionamentos, vamos ao perfil de alguns participantes.
Velhos – Grupos de velhos saudosistas do golpe de 1964.
Lunáticos que na sua infância passaram pela segunda guerra e tem apreço pelo nazismo
e fascismo. Durante a vida tentaram influenciar o mais novos dizendo que
antigamente é que era bom, mas não passam de água com açúcar.
Ruralistas – Grupo formado por defensores das armas que
estão ganhando com o dólar alto e exportando carnes, pouco se importando com as
condições do povo e querem saber apenas de seus umbigos. Angustiados que estão
vendo a queda do presidente se aproximando e financiam todo e qualquer plano
por mais criminoso e esdrúxulo que seja para perpetuar seus status quo.
Cristãos a favor de armas – Grupo sem fã-clube, mas que
possuem grande adesão. Foram cooptados pela extrema-direita para seu projeto de
poder, por pastores que pregam o ódio, preconceito, homofobia e intolerância de
toda sorte. Uma massa de manobra que se deixar sai quebrando o que precisar. Ao
contrário do que prega Jesus, são manipulados para a luta se precisar.
O tosco em política – Geralmente da camada mais rica do
país, que odeia história, não se importa com estudos, pois terá seu emprego
garantido quando crescer e prefere fazer dancinha de verde-amarelo para tirar
uma selfie na multidão, sem saber exatamente o que está fazendo ali.
Conservadores – Aqueles que são influenciados por frases
feitas, de que o comunismo vai se instalar no país. Monarquistas que querem a
volta do regime escravocrata, Liberais que acham que o plano Guedes é perfeito
e aqueles que são anti-PT e querem a intervenção militar e a volta do AI-5,
mesmo sendo um crime.
É um grupo muito deprimente, possivelmente uma adesão não
tão expressiva, principalmente sendo feriado, mas sendo defensores das armas,
basta um para fazer um estrago. Por isso, o grupo grande da população que
contribuiu para que Bolsonaro tomasse o poder, não podem agora desfrutar de
lamentações. Devem contribuir na luta do coletivo.
Quanto a viajar, pelo sim pelo não, fiz uma programação da
Netflix bem intensa.
quinta-feira, 19 de agosto de 2021
Talebã de lá e o talebã daqui
A retomada do poder do Talebã no Afeganistão, depois de 20 anos de ocupação dos Estados Unidos e a imagem dos helicópteros militares evacuando seu povo para os aeroportos de Cabul lembrando a saída vergonhosa de Saigon na guerra do Vietnam, deixa claro que a invasão do país nunca foi para instalar a democracia. A invasão americana a alguns países estratégicos na época, não via viabilidade que justificasse a entrada americana. A extrema-direita forçou como pode para ter apoio internacional no seu intento. Acusaram países de terem bombas de destruição em massa, que no final não existia nada. No final, depredaram países, surrupiaram petróleo, levaram riquezas museológicas, prenderam inocentes e todo tipo de problemas, além do revés de militares mortos.
Todo mundo reduz a entrada americana nos conflitos a queda
das torres gêmeas em 2001, que tenho meus argumentos sobre uma possível auto
bombardeio ao Word Trade Center, mas são décadas e décadas anteriores. Desde a
Guerra Fria entre americanos e Russos, onde a União Soviética ocupa o
Afeganistão que já tinha problemas e conflitos diversos, inclusive étnicos, com
a queda da monarquia. Os americanos começam a financiar um grupo contrário a
essa ocupação chamado Murad. Era um grupo fundamentalista religioso. Reagan chega
a se reunir com esse grupo na casa Branca. Com isso, o grupo de fortaleceu,
nomes como Bin Laden, parceiros dos americanos crescem e os Russos se retiram
do país, deixando um vazio no poder. Em 1994 surge o Talebã com a dissidência
de pessoas chaves do Murad e finalmente em 1996 eles ocupam Cabul, com a
maioria étnica do país. Para completar, o Talebã estreita laços com a Al-qaeda.
É importante lembrar novamente que são grupos de
extrema-direita que combateram o “comunismo”, renegando a ciência, cultura,
educação, persegue minorias, tiram direitos das mulheres. Lembra de alguém na
atualidade que também tem seu ideário em Deus, Pátria, família e armas? O
tamanho do problema na época de Bush filho foi enorme. Vilipendiar o país
apenas, sem planejamento e organização, levou ao aumento geométrico do ódio aos
Estados Unidos. Quando os americanos encenaram a organização do poder no país,
esqueceu que conciliar um governo viável com todas as etnias do Afeganistão, é
só pensar em divergências. O mesmo ocorre aqui no Bolsonarofegaristão, entre as
etnias Luis Miranda, que se opõe a etnia Ricardo Barros, que procura buracos na
etnia CPI. Enquanto isso, a etnia Bolsonaro bombardeia tudo e todos que
encontra na frente.
A ocupação americana só fez fortalecer os grupos milicianos
do ópio, que em 20 anos mostrou o fracasso do projeto, gastando mais de um
trilhão e matando centenas de cidadãos americanos. Agora, Rússia e China foram
os únicos países que reconheceram o novo governo do país. Bolsonarista
criadores do lema que nazismo é de esquerda, dizem agora que o talibã é
comunista. Só que o talibã é de extrema-direita tal qual o nosso governo. Na
estrutura geopolítica, Rússia e China estão muito próximos do Afeganistão.
China com interesse na rota da seda e a Rússia com aliados comerciais que
mantém relações com o país. Será que teremos algum sucesso entre esses países,
diferente do fracasso americano?
Os americanos prometeram proteção dos direitos das mulheres
afegãs na época da ocupação, porém, agora, temos a volta da burca. Mas a
notícia que mais aproxima as duas extremas-direitas do Afeganistão e Brasil é
de que o diretor de saúde da província de Paktia informou que o Talibã fechou
os postos de vacinação e proibiu a aplicação de doses da vacina contra a
Covid-19. Os governos fundamentalistas não acreditam na vacinação.
Mais que nunca o poder de mobilização nas ruas se faz
necessário. Tanto no Afeganistão quanto no Brasilquistão.
quinta-feira, 12 de agosto de 2021
Vergonha impressa
Aqui estão agora os volantes mais birutas do mundo para
realizar mais uma Corrida Maluca, numa disputa pelo título de volante mais
biruta do mundo. Aí estão eles se alinhando: A tanqueciata. A nova modalidade
de tentar abarcar apoio popular através do desfile militar de seu poderio na
frente do Congresso Nacional, no dia em que forçaram a votação do voto
impresso, contou com Tanque M113 de 1960, Astros II de 1983, M114 de 1942, EE-9
cascavel de 1974, M60 Patton de 1961 e Leopard I de 1956. Alguns deles exibindo
problemas no motor, que lembrava o alto-falante ligado falando: "Pamonhaaa,
olha a Pamonhaaa fresquinha na sua porta!”.
A grande ideia que apoiadores dizem que foi coincidência de
datas, pois todos os anos, são feitos exercícios entre as Forças armadas em
várias capitais, com o objetivo de integrar os comandos entre as tropas, porém,
o desvio para a esplanada, no dia da votação da PEC do voto impresso, com
intuito de intimidar os parlamentares, foi uma das formas encontradas para essa
finalidade. O que antes poderia ser uma ideia de demonstração de que as forças
armadas estão apoiando o governo, se traduziu em um fiasco na concepção e na
adesão dos espectadores. Ainda colocaram pentecostais para ligarem aos
parlamentares para forçarem uma virada de intenção, mas em vão.
Por que essa experiência foi bizarra? Por que claramente a
ideia estapafúrdia de implantação do voto impresso defendida pelo presidente
para tentar controlar o sistema eleitoral, descontrola totalmente as ações de
Bolsonaro e suas pautas ideológicas, que apenas conversam com seus apoiadores. Torna
um caos o país com discursos e postagens na internet durante meses. Uma
comissão rejeita a pauta do voto impresso, forçam a ida da votação em plenário,
que mais uma vez derruba a questão. Para 2022, não existe mais chance de
mudança de regra. Bolsonaro irá acatar essa decisão? Ele não tem mais chances
legais para isso, apenas através de golpe.
Poder-se-ia pensar em um plano como a Máquina do Mal com o
seu volante malicioso e cheio de más intenções... Dick Vigarista e o seu
ajudante Mutley, sempre prontos a aplicar um golpe sujo. Tumultuar até 2022 vai
continuar até o dia das eleições. Ledo engano daqueles que acham que essa pauta
irá terminar aqui. Mesmo sabendo que o golpe armado hoje em dia é mal visto no
exterior, que investidores irão fugir, parceiros comerciais irão desfazer seu
apoio e dessa forma, apressaremos nosso título de República das Bananas
afetando absolutamente em tudo em relação ao funcionamento do país.
Penso que defenestrando a extrema direita do país em 22,
levaremos, pelo menos, mais 10 anos de reconstrução do país para que esse
quadro instalado possa voltar ao eixo. No momento, a pergunta que fica: Qual Regime
que tem gente exilada, preso político, queima de arquivos, universidade
sucateada, arte censurada, militares no poder, professores perseguidos e tanque
nas ruas. Ditadura militar? Não, Brasil de Bolsonaro, 2021. O tumulto que temos
diariamente seja pelo voto impresso, seja pela abolição das máscaras, seja a
imposição da Lei de Segurança Nacional, temos um presidente que, sem apoio
popular ou sem base no congresso, que se acha o Pinochet da cocada preta.
Enquanto isso, o povo sofre sem vacinas, sem emprego, sem ciência e sem
democracia.
A verdade é que deviam pintar o Palácio do Planalto. Seria
mais barato, já que nos coloriram desde o golpe de 2016, cobrindo nosso rosto
de branco, pintando sobrancelhas e olheiras exageradas, com uma grande boca vermelha
cômica e uma bola vermelha no nariz. Isso porque no final, para ficarmos
palhaços perfeitos, ainda falta um cenário combinandinho.
Toy arte
quinta-feira, 5 de agosto de 2021
A olimpíada dos fármacos e excluídos
Fármacos. Foi a palavra que me ocorreu com o caso da ginasta
Simone Biles. Sempre olhamos os atletas e seus feitos incríveis e superação das
dificuldades com olhar de admiração, outros com olhar de impossibilidade e até
de inspiração para futuras gerações, mas esquecemos de ter um olhar
misericordioso com esses semideuses e seus momentos de glorificação eterna.
Ficamos com o olhar viciados vendo apenas as histórias dos vencedores. E de
como chegaram até ali, mostrando que é possível qualquer um chegar até ali ou
não. Mas os holofotes dos píncaros da glória, também pode ser aquilo que tem o
poder de transladar as impurezas.
Simone Biles foi holofote não por um pequeno momento de
sucesso do que se esperava, dentro do olhar do mundo moderno, mas por ser
NEURODIVERGENTE.A cena em que ela tenta dar sua decisão, com várias câmeras se comprimindo
perto dela, para pegar talvez um momento como uma lágrima caindo, mostra o
estado de saúde precário não da ginasta, mas nossas mesmo. Isso porque a
decisão de Biles é uma decisão humana. Simone não ensinou sobre cuidado.
Ensinou sobre aceitação de si. Coisa que a sociedade cada vez mais dependente
de vencedores adolescentes robóticos. Enquanto nos preocupamos com esses
detalhes, aumentando nossos problemas psicológicos, Bile se preocupou em curtir
as apresentações. A imagem dela torcendo pela Rebeca Andrade foi o motivo da
minha crença que essa geração tem possibilidades de reabilitar a humanidade no
futuro.
Simone Biles nunca precisou reafirmar o quanto é vencedora.
Na evolução do solo feminino da ginástica, de Ágnes Keleti a Simone Biles,
nunca houve alguém com essa capacidade. Nem a minha favorita de todos os
tempos, Nadia Comăneci. A maior nota desta final de solo era da Jade Carey:
6.300. Todas com 5.900. Biles teve 6.700 de dificuldade no primeiro dia de
competições. E são essas atitudes pessoais que realmente deveriam influenciar
positivamente os jovens. O quanto à busca pela perfeição, por momentos de
glória, por um falso ideal narcísico contamina o mundo em que vivemos. O quanto
isso ocultamente leva a sintomas graves de depressão, levando a jovens a não se
aceitarem como indivíduos, piorando secretamente sintomas em que quando vemos,
pode ser tarde demais para ajudar.
Os Jogos Olímpicos de Tóquio já entram para a história, não
como a única no meio da pandemia, mas como "a Olimpíada da diversidade e
de defesa de igualdade de gênero".
Com 160 atletas assumidamente LGBTQIA+, histórias de superação
econômica, manifestações a favor das pessoas oprimidas, além de religião, pele,
cultura, imaginários e escolhas políticas. A história de Vitoria Rosa, que após
a eliminação na prova dos 200mrasos, resolve desabafar o quanto foi uma ida
solitária ao campeonato mais importante da vida de um atleta, sofreu como
muitos, a falta de patrocínio e o salário reduzido. Um país economicamente
forte tem esporte forte. Tivemos esse momento com diversos programas de
políticas públicas, mas agora amarguramos um governo que eliminou o status de
ministério e cortou todos os programas de incentivo ao esporte, levando a
conquistas minguadas, que podiam estar recheadas de momentos mais felizes.
Vivemos um momento de apagão político e de futuro incerto na
nossa sociedade, por isso a cada vitória é comemorada como um pódio pessoal.
Parece que tentamos empurrar cada um daqueles que estão lá por conta própria ou
aqueles que superaram tudo que a vida atual impõe.
Mas a imagem que me impressionou este fim de semana foi a de
Sifan Hassan. Na classificatória dos 1500m feminino, a holandesa caiu na última
volta após se chocar com outra atleta. Eu iria parar por aí. Mas ela não. Ela
se levantou e ainda venceu a bateria. Nunca torci tanto numa corrida de 1500.
Superação. Existe outra palavra.
quinta-feira, 29 de julho de 2021
Politização no esporte
As olimpíadas estão aí. O importante não é vencer, mas
competir. E com dignidade. O lema do Barão de Coubertin, não sobrevive em um
país dividido. Sabemos que Bolsonaro acabou como Ministério dos Esportes. Sabemos
também, que um país forte, é aquele que em todos os seguimentos, tem resultados
a altura de seus investimentos públicos. Políticas públicas são importantes,
pois a ascensão de nomes como Ítalo, Rayssa, Kelvin, Daniel e Fernando, vindos
de situação humilde, tendo que muitas vezes arcar com seus projetos, seria multiplicado
aos milhares com incentivo Municipal, Estadual e Federal.
Ao longo da historia no Brasil, geralmente as ações
apresentadas são prestações de serviços ao público, voltadas para o
oferecimento de atividades para preenchimento do tempo ocioso de garotos da
periferia. Na verdade, políticas públicas pensam no bem estar populacional e
trabalhar esportes diversos com programas de incentivo financeiro, que devem
ser ditadas e sancionadas pelo órgão Federal para os municípios. Fica evidente
a comparação neste campo. Tivemos no período de Lula O Estatuto do torcedor,
Bolsa-atleta, MP do futebol, Lei de incentivo ao esporte, trazendo para o
Brasil o resultado de, somente neste governo: 18 ouros, 17 pratas e 29 bronzes.
Feito que não será repetido neste governo Bolsonaro.
Estamos vivenciando um momento muito rude no Brasil, onde
vemos antes em quem votou o atleta para torcer a favor ou contra. É bem
verdade, que os resultados estão vindos daqueles que são exemplos de humildade,
ganhando ou perdendo. Isso leva a questão moral implicada em todos os jogos. Se
ganhar, sonha em visitar o palácio do planalto e se perder, foi roubado. O
exemplo mais claro disso foi no surf. Medina, o queridinho e franco favorito,
perdeu a chance de medalhas olímpicas e logo choveu uma horda Bolsonarista
falando nas redes sociais do suposto roubo. Tudo incentivado pela Yasmin Brunet
que não satisfeita com a derrota, pediu o cancelamento do Comitê Olímpico
Brasileiro (COB) e a Confederação Brasileira de Surfe (CBSurf).
Medina sendo bolsonarista declarado levou os torcedores a
não se importarem se perderia. Podia ser de 0,01 pontos. E isso, leva a uma
categoria completamente nova para torcedores: Brasil Bolsonarista e Brasil
real. O Brasil real seria aquele em que ganhando ou perdendo, haveria uma
grande torcida com ele, pois está representando nosso país. Mas essa realidade,
tão cedo não vai acabar. Vibramos com a vitória do Ítalo Ferreira pelo Ouro e
mesmo sendo despolitizado, foi abraçado por todos por sua luta, história de
vida e valores morais das quais possui. Isso traz identificação. Traz carisma
real.
A única que conseguiu unir os brasileiros foi Rayssa, que
não tem idade para votar. Provavelmente muitos ficaram acordados para assistir
a conquista da prata da pequena Rayssa Leal, a fadinha, de apenas 13 anos, em
Tóquio. Ela sempre parecia estar alegre e se divertindo, enquanto do outro
lado, milhares de pessoas roíam os dentes. Girls just wanna have fun! A vitória
não foi só particular da menina, mas também do empodeiramento feminino. As
meninas do skate estão de parabéns por romperem o estigma de que é um esporte
masculino, como levaram a força feminina aos jogos. Aquilo que nos acostumamos
de ver, a imagem de um garoto com roupas longas e estilo próprio, estão sendo
mudadas pelo upgrade feminino. Quando falam que a origem da humanidade é
somente através de Darwin, eu falo que tem meio-termo na história. Tem dedo de
Deus na criação da mulher. Exemplo lindo de diversão, leveza, competição, técnica
e boas práticas no esporte. Rayssa, quando soube do resultado, nem se preocupou
de curtir a vitória, mas se preocupou de dar os parabéns a adversária que
ganhou a medalha de ouro com um abraço. A japonesa Momiji Nishiya se sentiu
constrangida, pois esse tipo de afeto não é comum, ainda mais vinda de uma
adversária.
A diferença, no final das contas, será sempre política. O
constrangimento e vergonha alheia podem ser contornados com verdadeiros
incentivos no esporte, e educação. O que hoje não significa absolvição.
Evento online no sábado, para o Dia C
quinta-feira, 22 de julho de 2021
Amazon no espaço, a fronteira final
A corrida privada pelo espaço teve seu segundo capítulo com a ida do bilionário Jef Bezos ao espaço por poucos minutos, tendo a nave pilotada por computadores e volta certeira a Terra. No tempo da guerra fria, havia a fronteira ideológica que instigavam países. E nessa defesa ideológica, os Estados Unidos defenderam suas posições contaminando toda América Latina tendo a política de contra insurgência que patrocinou os governos militares, treinando torturadores e “zelou” pela nossa segurança. Os americanos tiveram o apoio dos ditadores, recursos financeiros e o conluio das direitas. Tudo documentado e hoje já conhecido por todos.
A corrida vista por todos era entre a conquista dos
comunistas contra o mercado livre. A União Soviética dava sinais de muita
superioridade lançando a Sputnik , lançando Laika ao espaço e logo depois
Iuri Gagarin foi o primeiro ser humano a viajar pelo espaço, em 12 de abril de
1961, a bordo da Vostok 1. Irritados, os americanos lançaram todas suas fichas
e recursos para uma conquista maior, que pudesse se vangloriar como vencedor.
Com a ajuda dos nazistas, liderado por Wernher von Braun, os americanos
colocaram Neil Armstrong a ser o primeiro homem a lua. O pequeno passo para homem
e um salto gigante para a humanidade foi visto pela televisão no mundo inteiro
e contestado por alguns conspiradores dizendo que foi um grande golpe, afinal,
tem um vídeo bomba de Stanley Kubrick falando que ele foi procurado pelo
governo e filmado o pouso que vimos como vitória.
Tirando esse histórico típico de grandes filmes, você tinha
uma delimitação clara das fronteiras ideológicas. Viva-se dentro de perímetros
delimitado. Mesmo quando a guerra fria esfriou, os generais saíram do poder,
essas geografias acabaram, mas outra invisível
estava presente: a fronteira econômica. Elas separam bairros, vizinhos,
dividem cidades e ruas que você cruza diariamente. É possível sair de uma Dubai
em um carro importado e passar por uma Somália em pleno sinal fechado. Com a
ascensão no Brasil da extrema-direita, vemos que a violência explode ameaçando
o bom Bon vivant e promovendo barbáries nas periferias.
Barack Obama, quando assumiu a Casa Branca, reduziu consideravelmente
o orçamento da agência espacial americana, querendo implantar um sistema de
saúde no país tal qual o SUS e tentar acertar a economia que estava caminhando
para o crescimento dos sem tetos por todo país. O retrato piorou na gestão
Trump, e uma lacuna foi deixada para a nova era de exploração espacial. Quem
entra nesse páreo? Jeff Bezos , CEO da Amazon, Elon Musk , CEO
da Tesla , e Richard Branson , fundador do
grupo Virgin. Cada um com seus sonhos distintos para o público, mas com
intenções capitalistas na ponta.
A Amazon pretende fazer a primeira viagem tripulada em 2024
e ser a única a dar o acesso de pessoas ao espaço sideral, através de módicos
milhões de dólares. A Tesla quer colonizar Marte e ser o Colombo e Washington
ao mesmo tempo, sendo dono de um planeta. A Virgin quer baratear os custos e
ter o turismo de viagens orbitais, para aqueles que podem pagar. Recentemente Brad
Stone, editor na Bloomberg , escreveu o livro “Amazon sem Limites” expondo que
Bezos, entre vários mais endinheirados pagam zero imposto ou muito pouco. O
livro mostra a selvageria capitalista que move abaixo da máscara de visionário.
Os empregados de centros de distribuição não recebem aumento após três anos de
trabalho e não quer que se organizem em sindicatos. Enquanto isso, seu
patrimônio é que realmente em poucos anos cresceu a níveis estratosféricos.
Mas quem foi o cara, que arrematou no leilão a quarta vaga
na viagem, por US$ 28.000.000,00 e no dia da viagem, disse que não poderia
comparecer, por ter outros compromissos? Como vivemos em um planeta com essa
realidade, enquanto a única solução dos endinheirados para os excluídos é
matar? Claro que, os pobres podem decidir deixar de ser pobres e tornar-se
capitalistas de uma hora para outra, como fizeram os comunistas na última
grande guerra. Mas fico um pouco feliz se ele levar um terraplanista do governo Bolsonaro
por 10 minutos no espaço.