Sabemos que o presidente iria exportar a demência antes o evento da ONU, durante o evento e provavelmente continuará fazendo após o evento. Já chegando aos EUA, colecionou problemas atrás de problemas, como insistir em não usar máscara, minimizar a pandemia mundial, desafiou as regras da cidade e se achando um grande líder mundial. Porém, na contramão do resto do mundo, seu discurso na Assembleia Geral da ONU, diante das mentiras, afirmações econômicas fake, deixa o país diante da maior vergonha de sua história.
Temos um presidente com uma atuação diante do mundo parecida
com Muamar Kadafi, que são figurantes dentro da seriedade dada aos temas
relevantes. Bolsonaro só não é um párea completo neste cenário, porque a
extrema direita se atrai. Foi o caso do encontro com o presidente da Polônia, Andrzej
Duda. Isso sim, me preocupa mais. A intensificação de grupos neonazistas
internacionais, as conversas com grupos de extrema direita ligada a Trump nos
EUA e fascistas ao redor do mundo.
O que antes éramos vistos, como o país de ambições a
participar dos destinos na humanidade, caiu por terra nos anos Bolsonaro. Mesmo
na era Collor, que tinha posturas liberais, seu discurso foi sobre os Direitos
humanos que não eram prioridade no regime militar e, no processo de
redemocratização, teriam valores melhores. Com FHC, o Brasil começava a
demonstrar capacidade de ser protagonista no mundo na busca de uma globalização
"com justiça". Com Lula chegamos ao ápice como exemplo de
desenvolvimento social, com a adoção de programas como o Bolsa Família,
retirada do país do mapa da fome e pagamento da dívida externa.
Não consigo parar de pensar que conquistamos o protagonismo
na era Lula, com papéis importantes como um Rei Lear, de William Shakespeare e
hoje somos o bobo da corte do rei da Grã-Bretanha. Ou talvez nem isso, pois
existe certo holofote no bobo. Talvez estejamos como figurantes que aparecem
apenas no final da peça como de feirante, mendigo ou prostituta. Isso, com todo
desprezo pelo povo que a nobreza inglesa possuía. Mesmo se o papel fosse dentro
de alguma revolução libertária, não conseguiríamos um papel melhor do que a
infantaria ou até mesmo de turba.
Demoramos quase 30 anos para a posição de coadjuvante até
nos tornarmos verdadeiros protagonistas. Quem não se lembra do ápice da festa
na ONU com o show do ministro da cultura Gilberto Gil tendo Kofi Annan, secretário-geral
das Nações Unidas na época no bongo, fechando um período de grande alegria no
mundo. O retrato atual é de desânimo. Somos páreas para o mundo. Não existe
mais o mundo para Bolsonaro e sim seu cercadinho. Apenas que esse cercadinho,
ganha adeptos perigosos pelo mundo. Correntes da extrema direita internacional
se aproximam do clã do presidente.
O presidente se sentiu a salvo em outro país. Que seu
discurso usando dados falsos, do qual defende o uso indiscriminado por qualquer
um, inverdades e práticas demodeé, refletem esse nosso atraso político,
saudosista da Casa Grande & Senzala. Temos um retardo histórico, pós-revolução
industrial, onde não fizemos nossa revolução burguesa. Um país que tem com o
lema de ser laico, mas a todo o momento se fala em nome de Deus para justificar
os atos contrários ao povo.
Enquanto isso, o povo Brasileiro, essa figura paciente,
figurante da própria história, apenas espera sua sorte mudar.
E espera sentado...
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