Setenta e seis anos se passaram desde o término da Segunda Guerra Mundial. Dos brasileiros, 450 praças foram a óbito e 12 mil feridos nos combates. Nada comparado as mais de 600 mil mortes pela COVID. É i maior responsável por mortes do que qualquer conflito armado que o Brasil esteve presente. Foram 50 mil na Guerra do Paraguai. Nem comparado aos números como os 35 mil na Gripe espanhola. Essa é a maior tragédia que o país enfrentou, desde a chegada dos Portugueses ao país. Não é pouco. E se imaginarmos que com verdadeiras políticas públicas, teríamos como salvar pelo menos 100 mil vidas, a CPI está apontando que temos um adjetivo que pode ser oficialmente aplicado: Genocídio.
O que o Tribunal de Haia considera como genocídio? Os atos e
conduções do presidente podem gerar punições? O tribunal que julga denúncias
de crimes de guerra e crimes contra a humanidade, já recebeu
mais de três pedidos contra Bolsonaro e talvez o dos povos indígenas seja mais
plausível de ter continuidade. Por lá, por exemplo, Ahmad al-Faqi al-Mahdi de um
grupo fundamentalista islâmico ligado à Al-Qaeda, esteve envolvido com a destruição de
santuários sagrados em Timbuktu, no Mali. Foi condenado a nove anos de prisão. A
denúncia que avança internacionalmente é sobre a promoção de ataques
sistemáticos contra povos indígenas Haia considera genocídio como extermínio
deliberado de um grupo étnico e por isso, o pedido de vista avança nos países
baixos.
Queria ter o poder da profecia, de vislumbrar o futuro como
as pitonisas gregas ou até um olhar apurado como do personagem do Woody Allen
(Acho que na Poderosa Afrodite), onde ele inicia um curso de pintura porque a
idade média estava acabando e iria se iniciar a renascença, para poder ver essa
imputação de genocídio acontecer. Por que é só claro os danos de crimes de
responsabilidades do presidente atingirem apenas aqueles que perderam
familiares. Os depoimentos dos atingidos são tão comoventes a ponto de comover
o intérprete de libras que tentava traduzir com lágrima nos olhos. O mínimo que
nosso presidente será indiciado sobre epidemia com resultado morte, infração de
medidas sanitárias, emprego irregular de verba pública, incitação ao crime;
falsificação de documento particular; charlatanismo; prevaricação; genocídio de
indígenas; crimes contra a humanidade; crimes de responsabilidade; e homicídio
por omissão. Isso para falar por baixo.
Falar que o presidente, que já declarou ser fã do torturador
Ulstra, do ditador Médici, adorador incondicional do filho da KKK Trump, de serem
amigos de todos os extremistas de direita na Europa e Estados Unidos, com
certeza vem da influencia do orgulho que tem de seu bisavô que lutou ao lado de
Hitler e até perdeu um braço. Dizer que ele está mais próximo de Gandhi pelos
apoiadores é até um escarnio. Mas temos essa herança da segunda guerra mundial,
onde os americanos foram os verdadeiros vitoriosos na geopolítica mundial,
introduzindo a noção de que o capitalismo era o herói e o comunismo comia criancinhas,
onde o discurso do presidente se baseia para qualquer discurso ou desculpa. O
mundo mudou e a China vem crescendo e preocupando os americanos e todos aqueles
que se baseiam nesse discurso que apenas coopta pessoas mais idosas e
apreciadores do fascismo e da política que sufoca os mais desvalidos para
locupletar os mais ricos.
Não falar em genocídio é que é um absurdo. Não é uma questão
de opinião ou semântica. Foi premeditado. Já dizia Eduardo Galeano, que o
genocídio começou quando "Eles tinham a Bíblia e nós a terra. Quando
abrimos os olhos eles tinham a terra e nós a Bíblia” e hoje, temos os mesmos
propósitos, utilizando os mesmos discursos. Só que agora, o mundo está de olho
e podemos segundo o relatório final da CPI dizer que foi com certeza genocídio.
Sem dúvida estamos em um momento tão difícil que nem
previsão em terreiro é capaz de definir qual destino de Bolsonaro daqui para
frente.
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