Esquerda ou direita? Coca ou Pepsi? Guaraná Brahma ou
Antártica? A cada eleição que se aproxima, os eleitores vão tomando partido
daqueles que se aproximam do discurso que deixa próximo de seu pensamento. Aquele que quer vender tudo e transformar o
país em um balcão de negócios, tem fartura oferecida pelos partidos, aqueles
que querem justiça social, um país sólido já possuem pouquíssimas opções e
ainda tem aquele que quer meter bala em tudo, com uma opção, mas correndo por
fora. O jogo político, apesar de se apresentar faz um tempo, esquentou mesmo na
semana passada, quando o dia começou com a briga de comadres entre o presidente
do país e o Alckimin, e terminou com a facada no Bolsonaro. Não adianta lembrar
que já houve debates na TV, que agora realmente começa a disputa. Já sabemos
quem são aqueles que realmente vão disputar agora.
Por falar nas disputas pela Televisão, os debates não
esquentaram. Deram visibilidade a um corpo estranho, que toda eleição temos,
que foi o caso, este ano, do Cabo Daciolo. Não sabemos se continuará
aparecendo, pois já amedrontado com tudo e todos, se isolou no monte, distante
de qualquer debate público. Podemos lembrar de eleições passadas, onde outras
figuras apareciam da mesma forma, como o exemplo do Doutor Enéias. Os debates,
ao contrário da opinião de Bolsonaro, de que não acrescentam em nada, você tem
oportunidade de ouvir argumentos dos dois lados, de forma ponderável e suas
razões respeitáveis. Este ano, ainda não decolou, pois falta algo. Um fator
definidor. Um Tchan! E não creio que Carla Perez poderá neste momento ajudar em
algo.
Pode-se dizer, que tínhamos, na primeira eleição
presidencial, pós golpe militar, um debate que realmente esquentava as
conversas na rua. Você sempre tinha uma torcida pró-Maluf, mas que não
intimidava de maneira nenhuma Brizola, que enfrentava o “filhote da ditadura”,
como dizia dele e do público presente. Ou Afif Domingos com seus gingles, além
de Lula ainda numa fase pós-militante das massas do ABC paulista. Alí, existia
o papel preponderante do candidato, por vezes maiores do que o peso das
propostas dos partidos. E nesse ponto de vista da maioria dos brasileiros que o
bicho pega. Um candidato pequeno, que bem aparentado, com um discurso que pegou
contra os marajás, apoiado pela grande mídia, vence a eleição contra o Lula. Naquela época, a polarização já marcava
presença, sem a força das redes sociais, pois nem celulares existiam.
Todo movimento que existiu (e ainda existe) de golpe no
país, trazido das experiências da Turquia, pela primavera árabe não conseguirá
ter seu capítulo final trazido para cá, onde hoje, todos os juízes que
efetivaram o golpe, estão presos. Não daremos sorte de chegar a esse ponto
aqui. Não pelo menos até terminarem as eleições. Retiraram da disputa legal, um
ex-presidente que estaria eleito no primeiro turno e vão tirá-lo, mesmo com
apelos da ONU e todos os outros filósofos, personalidades e líderes mundiais,
apenas quando acabar o processo eleitoral.
Ficamos reféns de um candidato da extrema direita que irá
com um candidato de centro esquerda. Será ou Haddad ou Ciro, que vem crescendo
no gosto da direita/centro também, pela austeridade. Haddad, com o apoio de
Lula, pode surpreender no final, se não matarem ele, como Eduardo Campos, que
mesmo com os resultados da Polícia Federal, ainda tem muitas dúvidas que não
foram respondidas com clareza. Outro dia, seu avião, que estava com problemas
de gasolina tentou pousar à noite em um aeroporto, e apagaram as luzes de pouso
da pista. Nada foi dito na imprensa. Perdemos a disputa pelos debates e agora
tudo está abertamente acontecendo entre o povo nas ruas. Tudo está muito
estranho e potencialmente perigoso. Risco real de distúrbios civis, inclusive
com explosões de ira de partidários de Bolsonaro e enfrentamentos com
esquerdistas nas ruas. Tenso demais.
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