Em qualquer cultura do mundo, o casamento é o momento de
celebração mais aguardado por muitos. Muitos paramentados, outros simples, mas
todos importantes para quem está assinando esse compromisso religioso, tendo
familiares e amigos prestigiando. O único de tempos em tempos que recebe
atenção do mundo todo e movimenta milhões de dólares é o da família real
britânica. Um evento que movimenta toda a cidade, que recebem turistas e
corrobora para manter a tradição da monarquia ainda atuante no país e em alguns
outros países. É claro que a pompa é a tônica mais importante. Todas as classes
sociais ficam vidradas nesse evento, fazendo com que, em alguns casos, não só
acordem cedo para ver na televisão, mas se vista a caráter para ocasião. Você
acorda ás oito da manhã e vê sua mãe elegante e pintada na frente da TV. Um
desejo incontido de alguns por terem o mesmo tratamento algum dia, mas é bom
sempre lembrar, que a diferença que ele é herdeiro de uma coroa real e o resto
do mundo não é. Tal qual o juiz inglês usa peruca e toga, para diferenciar do
réu.
Outro fator interessante é mostrar para seus súditos o quanto
é uma pessoa sóbria. Afinal, o respeito pela casta, é importante para que a
população aceite que uma família deve ser custeada por todos ad infinito. A
circunspecção é o seu parâmetro, é o que os distingue de nós plebeus. Não se
abalar com a opulência e regras. Eles entendem da substancia vital para todos
no planeta, que é o dinheiro e nós não. A quebra de protocolo mais assombrosa,
foi pedida pelo próprio príncipe, que foi usar barba no casamento, o que deixou
mais sério e foi um gol dentro dele.
Eu sou a favor sempre da humanidade. Para mim todos são
iguais. Eu até poderia sugerir que todos ao redor do casamento poderiam estar
vestidos normalmente e os noivos nus. Tal qual a fábula do Rei nu, traria uma
certa humanidade e uma proximidade com o resto da humanidade. Você poderia
reparar na noiva e dizer:
- Ela também tem aquele ossinho perto do quadril...
Nus estariam, realmente, perante a Deus, pedindo a benção.
Não haveria a relação que muitos veem da corte imperialista, que comandam o
dinheiro e que a tirania que sofrem durante séculos não deve ser celebrada.
Partem do princípio básico que vivemos numa Matrix. O valor do dinheiro e sua
relação com o mundo é uma mentira impressa (que leva muitos coliformes fecais),
a qual são acrescentadas abstrações como os juros. Mas isso é uma conversa para
depois.
Dois fatores interessantes que me chamou a atenção:
Primeiro, as sucessivas quebras de regras. Príncipes devem
se casar com princesas de origem nobre. Isso é uma tradição importante, pois o
casamento real nunca foi por amor, e sim por interesse econômico, interesse por
terras, enfim, negócios. O príncipe Charles, foi o primeiro a quebrar essa
tradição, se casando com uma plebeia, segundo ele, por amor. Por isso, ela
nunca teve o título de princesa. Ela ganhou da Rainha Mãe, um outro título: A
princesa de Gales. Assim como ela, as outras princesas também ganharam seus
próprios títulos. Uma tendência? Saiu o interesse, para assumir o amor real
(sem trocadilhos)? Outra coisa interessante, do qual nosso príncipe brasileiro
não tolerou, foi um casamento interacial. Isso foi muito moderno e muito
bonito. Foram quase 300 anos de escravidão promovida pela coroa britânica, com
histórias muito tristes e no início do século 21, temos a união e o início de
um perdão velado a esse passado. Nisso, eles ganharam meu respeito.
Mas muito foi dito pelo vestido de noiva. Dei a sugestão de
casamento nu, mas mesmo que estivessem vestidos de arlequim e colombina, não
perderiam o valor nem a autoridade para mim. Afinal, eles continuariam mandando
no dinheiro, sem se preocupar com a existência dele, independente disso, mas
pelo menos reconheceriam que todos nós participamos da mesma burla consentida.
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