Quem é você no rolê do feriadão? Estamos na pior fase da pandemia e se um lockdown, por mais que seja a melhor situação para aplacar a disseminação, optamos pelo feriadão. Mas um feriadão com restrições. A ideia seria parar de circular, passar esses 10 dias em casa e baixar as internações e mortes pelo país, especialmente no Rio de Janeiro que no momento está em franco aumento de casos. Você pode até entender que o voo das borboletas na China pode acabar provocando um furacão no Caribe, mas não entende que a aglomeração nas ruas pode provocar mais mortes por COVID. Por isso, você pode tentar se identificar de quem é você no rolê do feriadão.
O perverso - Para Psicanálise, o perverso é aquele que
possui um modo de funcionamento psíquico baseado na perversão. Freud irá
abordar como um desvio sexual, mas se identifica como aquele que
deliberadamente quebra regras ao seu bel prazer e que prejudica uma ou muitas
pessoas. Faz por maldade. Inconsequente. 10 dias de feriado, tendo os índices
de temperatura aumentando, as praias proibidas sujeitas a multas para quem
descumprir ficando na areia ou no mar e o que se vê é desrespeito geral. Nem os
carros da polícia estacionados, barreiras e fiscalização na faixa de areia,
impedem a pessoa de entender o momento por qual passamos atualmente. Muitos desse
grupo, não acreditam que isso resolverá o problema da doença, então viajarão. E
essa aglomeração contribuirá para o aumento do índice de infecção.
O sádico - consiste em violência, em exercício de poder
contra outra pessoa tomada como objeto. Muitos empresários que forçam a volta
ao trabalho de todos os setores, enquanto fazem seu período de recesso em suas
casas de campo ou de praia. Pensam no lucro e em si próprio, mesmo com a
pandemia nos indicando que devemos nos unir para vacinar e ter medidas de
distanciamento social adotadas a todo custo. O empresário do setor de ônibus
reduz o transporte público e a maioria das empresas não param durante esses 10
dias. O mesmo acontece com aqueles que deliberadamente se aproveitam para
praticarem as festas clandestinas, churrascos, shows sem pensarem o quanto
estão disseminando mais e mais uma doença que está se transformando em uma
doença pior. No domingo, fiscais interromperam uma festa clandestina com 150
pessoas em Botafogo. Para ocultar o endereço, o evento oferecia até transporte.
O incauto – É aquele que até faz a quarentena de maneira
condizente. Se fizer uma visita a um parente, é o que faria de diferente da
quarentena total. Mas mesmo com cuidados quase perfeitos, é pego fazendo o que
não deveria com tratamentos preliminares, baseado em crença ao presidente e não
na ciência. Acaba tomando Cloroquina, Ivermectina e outras medicações que
acabam tendo efeitos colaterais mais fortes e prejudiciais, levando a alguns
casos a morte. Muitos são pessoas boas, alguns não têm condições financeiras,
mas que foram mal orientadas pelo governo federal que incentiva o uso de
medicamentos que não são eficazes e acabam por levar mais pessoas aos hospitais
que já estão no seu limite máximo de atendimento.
O certinho – Esta categoria, do qual pertenço, que acata as
determinações, faz o essencial nas ruas como mercado e farmácia, são
ridicularizados pelos anteriores. O certo é visto como o errado. Aquele que
quer a volta do normal o mais rápido possível, que não quer a morte de
inocentes, que chora o sofrimento de outrem nos CTIs, acabam sofrendo pela
irresponsabilidade dos outros.
Nesse contexto, iremos demorar a solucionar esse problema e
ainda conviver com pessoas defendendo a economia até o fim da vida. Ser
neoliberal é nunca ter que pedir perdão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário