O ministro do supremo, indicado por Bolsonaro, Kassio Nunes Marques, resolveu monocraticamente e estrategicamente, neste Sábado de Aleluia, liberou missas e cultos presenciais enquanto estamos vivendo uma escalada de mortes pela COVID. Com as igrejas evangélicas sofrendo com a falta de dízimos dos fiéis, prefere apertar o ministro para liberar a todo custo as missas e rever o quinhão perdido. Mas sempre será uma bola fora, pois se morrer seu rebanho, quem poderá ser o contribuinte? A lógica de alguns empresários é apenas o lucro imediato, sem pensar no amanhã. E ainda atualmente, se coloca decisões no sábado para poder ter contestação apenas na segunda, quando estragos são feitos sem menor pudor. Advogados com isso, terão que trabalhar 24hs por dia. É aquele momento em que o jogador faz falta clara no adversário e levanta as mãos em sinal que não teve culpa de nada.
Assim como todo apoiador de Bolsonaro atende a qualquer
chamado de seu ídolo, seja falando uma barbaridade, voltando atrás e seguindo
esse fluxo, o cristão comemora a decisão de Nunes, para liberar missas que
lotaram o fim de semana. Hoje em dia, o lobby das escolas e igrejas
pentecostais é muito grande junto ao poder federal. E como não ouvimos mais a
ciência, você restringe estádios, teatros, shows, mas libera escolas e missas.
Qual a lógica? Apenas apoio político. Apenas não quer entrar em atrito com as
bancadas que mais crescem no congresso: Escolas particulares e igrejas pentecostais.
Poderia dizer que o jogo já entra com desvantagem com um time mais forte que o
outro.
Agora, só falta determinar um aumento no percentual do
dízimo para 20%, afinal, durante a pandemia, subiu o botijão de gás em 13%,
gasolina 41,3% e o diesel, 34,2%, luz 12,4%
e água 1% e ainda querem privatizar. Para os ricos, aumentos são indiferentes,
apesar da época da Dilma, os mais ricos bradavam seu ódio ao governo pela
gasolina ser R$ 2,69. Hoje, o preço da gasolina pode atingir ao patamar de R$ 6
e nada será feito. Talvez haja um temor, por parte do governo de vacinar a
população por um levante popular contra Bolsonaro nas ruas. Esse temor, já está
sendo avisado por políticos sul-americanos faz tempo. As políticas neoliberais
já são um atraso de vida para a população, que tem que lutar diariamente pela
vida, quanto mais, a política fascista empregada pelo governo. Isso é como
aquele juiz que tem preferencia por um time, ou recebeu a famosa mala branca
que no passado preocupava tantos dirigentes.
“E Jesus, vendo a multidão, moveu-se de íntima compaixão
para com eles, e curou seus enfermos”. O que juristas desconhecem é que não há
cura sem compaixão. Lotar igrejas agora é a antítese da compaixão. Estamos
vivendo a segunda onda mais forte que a primeira, com picos elevadíssimos de
contaminação e mortes, enquanto a Europa se prepara para a terceira onda. Temos
ainda uma projeção negativa da escalada no Brasil, feita pela Universidade de
Washington, dizendo que em três meses, o
Brasil deve chegar à marca de 560 mil mortes, 100 mil será só em Abril. Será
que está na hora de abrir exceção com templos e missas? A Associação Nacional
de Juristas Evangélicos se baseou em que para reabrir tudo? O Rio de Janeiro,
hoje, é um dos Estados com maior índice de mortalidade pelo COVID no Brasil,
está com baixo índice de vacinação, explodindo com festas clandestinas e
desrespeito as normas de segurança. Mas os tempos reabriram com capacidade
total. O padre Padre Julio Lancellotti: “A essencialidade da liberdade
religiosa é o testemunho.Não é ir no templo.Tem muita gente que vai no templo e
não testemunha Jesus. Vai no templo para testemunhar o cofre. Vai no templo
para testemunhar o lucro, não Jesus”. Tentar forçar a abertura dos templos é
como escalar aquele jogador de forma irregular e achar que ninguém vai
perceber.
A despeito das igrejas que precisam do dízimo, vejo que
muitos espíritas estão fazendo suas reuniões online, assim como estudos e
celebrações especiais, com adesão plena e conteúdo elogiado por todos. E as
doações também são online pelo celular, evitando contágio. O bom exemplo já
merece a vitória de 1 X 0 contra a pandemia, afinal a Primeira Epístola de
Paulo aos Coríntios, 3, 17-18: o templo de Deus é o corpo do homem. Violá-lo é
ofender a Deus.
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