Sempre estou ligado nessa data. Dia 13 de julho. É celebrado
o Dia Mundial do Rock. Nessa mesma data, em 1985, foi realizado um dos
melhores concertos beneficentes: O Live Aid, que ocorreu simultaneamente nos
estádios Wembley, em Londres, e John F. Kennedy, na Filadélfia. Para quem não
viu Woodstock ou Knebworth Festival de 1975 (onde Pink Floyd tocou na íntegra
The Dark Side of The Moon, com Roger Waters), teve a chance de ver um
superconcerto, mesmo que na televisão. O rock estava em alta, dominado e
impulsionado pela MTV e seus clipes que aproximavam cada vez mais o público
mais novo.
Imagine quem admirava grandes bandas dos anos 70 e tiveram a
oportunidade de ver a reunião do Led Zeppelin (Mesmo com Phil Collins na
bateria)? Ou do Black Sabbath? O Deep Purple também iria se reunir
para o evento, mas Blackmore se recusou. Crosby, Stills, Nash & Young,
o grandioso show do Queen retratado no filme Bohemian
Rhapsod, U2 no auge da carreira, The Who, Sade, Sting, Bryan Ferry com David
Gilmour na guitarra, Dire Straits, Judas Priest, The Beach Boys, David Bowie e
Mick Jagger, Santana e Pat Metheny, Madonna no começo da carreira, Inxs e Men at
Work, foram por baixo algumas atrações.
Tivemos o prazer, no mesmo ano de ter o primeiro Rock in
Rio. Este histórico e recheado de atrações, me deu oportunidade de ver em um
mesmo dia Whitesnake, Iron Maiden e Queen, em seus melhores CDs. Ainda tivemos AC/DC, Scorpions, Ozzy
Osbourn, Yes e The B-52s. Esse ano do Rock in Rio foi uma jóia rara. Mas
com o advento da MTV entrando firme na música nos EUA e posteriormente no
Brasil, os meios de comunicação prestaram bastante atenção ao rock, tendo
revistas especializadas em notícias, revistas biográficas colecionáveis,
colunas em jornais e até rádios especializadas, entre elas a marcante
Fluminense FM, responsável por lançar grande parte das bandas dos anos 80.
Hoje lembrando aquilo, penso que tivemos um grande momento
da música. Muitas gravadoras investiram em bandas de rock, mesmo
recém-formadas. Era uma febre. Mas se formos analisar racionalmente desde o
desdobramento do rock a partir do Blues no sul dos EUA, especificamente no
Delta do Mississipi, o rock sempre esteve em ascensão. A força do Blues estava
concentrada na comunidade negra americana e os resquícios da escravidão. Desde
o termo cunhado por uma professora negra, até a religião era exclusivamente
fechado. Mesmo algumas tentativas do country se aproximando da cultura do blues
não popularizou. Bastou um branco bonitão dom capacidade vocal e irreverente
perceber o potencial desta música, que com sua inteligência levou o ritmo para
os brancos e conseguir alavancar mundialmente a música que é nossa paixão até
hoje. Tudo mérito dos negros americanos.
Elvis foi um fenômeno e se tornou rei. Logo depois, tivemos
os Beatles, que se tornaram, segundo Lennon, mais famosos que Deus. Os anos 70
foram uma explosão de criatividade e bandas maravilhosas. Como não deixar de
falar de RollingStones que são a superbanda até hoje com mais de 50 anos de
estrada. Temos que falar de Jim Morrison, Janis Joplin e a majestade retomada
do Rei por Jimi Hendrix. Tivemos uma década de muito fervor e criatividade por
todo lado em todo planeta. Muito da sua capacidade, de força, se dá pela
simplicidade de acordes na construção de uma música. O movimento punk, se
aproveitou para falar seus poemas e sua indignação através da música, mesmo que
com integrantes que ainda não sabiam tocar. A história do Heavy Metal vai se
tornando cada vez mais potente através das décadas e nunca dependeram de meios
de comunicação tradicionais, se tornando um dos poucos sobreviventes que não
sentiram o baque comercialmente. Dos avôs Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep
Purple, passando por Iron Maiden, Kiss, o Hair Metal, o soft metal, indo ao
Trash metal, esse segmento tem ardorosos admiradores até hoje. Mas, como os
empresários retomaram as rédeas das mãos dos músicos, investiram em outros
segmentos. No Brasil o Axé foi o primeiro investimento deles. Mas o rock teve
força com o movimento Grunge e mesmo no período de acústicos. A força do
capital, retirou o rock dos holofotes, mas não do imaginário de cada músico que
surge no mundo. Todos começam montando sua banda em garagens, flertando com um
dia subirem ao palco. O rock é emocionante até hoje. Nunca vai morrer de uma
forma ou de outra. Já podíamos pensar em uma retomada do rock aos holofotes
novamente, para o bem dos ouvidos humanos.
Nota de pé de página: Convido a todos para dar um salve no
meu trabalho e ajudar o coleguinha a escrever uma nova página na música também:
https://www.youtube.com/watch?v=K-IggCs6FBg
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