A gente se lamenta de como chegamos nessa situação de que se
encontra a educação neste país. Dá para entender, que nunca se importaram como
esse ministério, apenas para a verba que ela recebe. Por isso o interesse pela
pasta. Apenas isso. O sucateamento é proposital. Se temos seres pensantes, não
votariam no governo que entrou, mas como temos problemas crônicos nesse
quesito, acabamos contraindo mais esse vírus. Tentam criminalizar as
universidades, sucateando mais e mais. Apesar disso, são as melhores da América
latina. A educação pública, já foi considerada uma educação de ponta e hoje
estamos à mercê das escolas particulares. Já tivemos uma curva de retomada, mas
novamente temos o declínio com gestão liberal.
Começamos mal. A educação começou em 1549, focada
exclusivamente na catequização. Só aí, percebemos o quanto temos uma dívida
desde a formação do nosso país. Logo depois, na era colonial, temos uma
metodologia, que servia apenas aos mais abastados. As regras familiares, vinda dos
portugueses, era que o primogênito seria herdeiro das propriedades da família;
o segundo filho estudaria na Europa e o terceiro seria padre. Lembrando que a
educação era direcionada aos homens. As mulheres não tinham acesso aos
colégios. Somente com a chegada da família real em 1808 é que temos os
primeiros ensaios de uma educação pública. Continuava sem investimentos reais e
os mais ricos continuavam seus estudos na Europa. Somente em 1827, as meninas
podiam frequentar as aulas, graças ao artigo nº1 da lei de educação: Em todas
as cidades, vilas e lugares mais populosos, haverão as escolas de primeiras
letras que forem necessárias. A tentativa de mudar essa realidade, só foi
acontecer a partir da década de 1920, onde se preocupou em democratizar a
educação de qualidade para todos. Os modelos foram melhorando, verbas
aumentando, até chegarmos ao regime militar. Aí, temos uma descendência até os
dias de hoje. Queremos voltar a tradição jesuítica novamente, para um melhor
controle da população.
Nesse sentido, chegamos ao golpe contra Dilma. Mendonça
Filho, foi o ministro na época. Herdeiro de agroindústrias. A posição
ideológica de calar o pensamento começou a ser instaurado começando justamente
em atingir a liberdade de expressão, mas de maneira sutil. Acabando pelas
beiradas. Incitando aos poucos que o melhor é o ensino privado. Mas ao menos
havia o diálogo, debates e funcionamento da instituição, no que diz respeito
aos calendários e orçamentos da pasta.
Com a extrema-direita entrando poder, na gestão Bolsonaro,
temos a evolução da deterioração da pasta em ritmo galopante. Em um ano e
pouco, vimos três Ministros assumirem a pasta da educação. O que vimos como
apresentação de currículo foi um festival de mestrados e doutorados imaginários
e plágios.
Ricardo Vélez Rodriguez, o primeiro ministro, errou 22 vezes
em seu currículo e esqueceu de acrescentar coautores de seus textos, como no
livro “Formação e Perspectivas da Social-democracia”. No ministério, os poucos
meses em que ficou, não fez nada em relação a educação, mas nomeou figuras
nazistas, incoerentes para o cargo, tentando aparelhar ideologicamente, além de
suas falas incomodarem toda sociedade acadêmica.
Abraham Weintraub, seu substituto, mostrou que o que era
ruim, pode piorar. Além de inconsistências em seu currículo, falhas em
instituições, praticava o autoplágio em artigos publicados, prática abominada
na comunidade cientifica. Com mais tempo no cargo, também se preocupou apenas
em agir para financiar ataques ideológicos em qualquer meio, deixando o que
interessava, a educação, de lado. Agora, é foragido do Brasil, sendo um dos
piores ministros da história desse país.
Carlos Alberto Decotelli, entra como terceiro ministro.
Entrou com um anuncio que apaziguou no primeiro momento, falando em ouvir e
conversar e ser apenas técnico. Podia ser um alívio, mas já surgiram os
primeiros problemas mesmo antes de assumir.
Estava no meio do imbróglio o FNDE com problemas graves na licitação e
compra de laptops. Quanto ao seu currículo: Indícios de plágio no mestrado, a
Universidade Argentina nega que ele tenha concluído doutorado e a Universidade
alemã onde diz ter feito pós-doutorado afirma que ele não recebeu título algum.
Ou seja, provavelmente, entramos em outra canoa furada.
Não dá mais para lamentar essa pouca vergonha, essa ronha,
esse carnaval de argumentações. Queremos de imediato que os prazos não se
percam, que o ENEM seja justo para todos e que a educação seja prioridade para
nosso futuro, com salários justos aos professores e ensino gratuito de
qualidade. Nada menos importa!
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