Quando nasci, um anjo torto, talvez o mesmo de Drummond, me
disse: Você será um polímata! Sim, sou polímata. Está no dicionário. Mas não é
algo incomum. Aliás, é mais comum do que se imagina e sempre que dou uma
entrevista e se espantam com o fato de fazer vários tipos de artes diferentes,
música, conservação de patrimônio histórico e escrever. Lembro sempre de uma
figura, onde todos também conhecem, tanto no interior de Minas, quanto nas
grandes cidades: Leonardo da Vinci. Este sim era o maior dos polímatas. Alguém
que dominava tudo em que apegava. A grande referência para arte, como para
outras habilidades humanas como engenharia, medicina, construção civil, guerra,
robôs e etc. por isso que se comemora seus 500 anos de nascimento. Poucos
ficarão na história por tanto tempo e ainda seguirá sendo referência para todo
sempre. Eu irei ao esquecimento, Leonardo será eterno.
Até hoje, 500 anos depois, encontramos novidades sobre essa
figura tão extraordinária. E na sua comemoração, nas homenagens, com direito a chefes
de Estado, foi revelado que “o maior gênio do mundo era ambidestro”. Depois
dessa revelação não vou nem conseguir dormir, pois o que falta descobrir de
quanto era um gênio completo. Essa divulgação conseguiu abafar todos os
noticiários sobre a política e economia no Brasil e mundo. Só mesmo Leonardo
para tal. Enquanto grandes pintores estão restritos a países ou a entendidos de
pintura, Leonardo consegue extrapolar essa barreira e ser reverenciado por
qualquer pessoa de níveis sociais diferentes. Uma unanimidade.
Pensando em pintura, Leonardo não teve uma produção tão
grande. Aliás, mínima. Menos de 20 conhecidos trabalhos, sem contar os inúmeros
desenhos. Mas além de dominar a pintura, foi capaz de ser o melhor, criando
técnicas como o esfumaço, isso sem ser um pintor de profissão. Você pode notar
o trabalho de figuração D’A Santa Ceia retábulo de soluções inovadoras, de
impacto visual tremendo e a grande referência da cena para os dias atuais.
Maravilhou até Napoleão, que queria levar a obra com ele, mas foi persuadido
por um monge a não fazer. Foi escultor
promissor, com trabalhos simples como a Anunciação até o monumento Trizulvio.
Fez retratos como de Ginevra de Benci, mas a sua obra prima, Mona Lisa é uma
das obras, senão a obra mais importante de todos os tempos. Quem não fica
hipnotizado, conseguindo ver no meio de um mar de japoneses, esse quadro
icônico. Um quadro que deu o que falar na literatura, com teorias tanto na
capacidade pictórica, de inovação, de ser seu alter ego, tanto quanto por teorias
de inclusão escondida de referências e até de medidas astronômicas com erros de
milésimos. É a encarnação da beleza feminina na época, e que fez até Rafael
pintar uma quase cópia com sua Maddalena Doni, de cerca de 1505/06. Gosto muito
de uma cópia que está no museu do Prado, com mais cores e mais clara.
Recentemente, foi descoberto um quadro de sua autoria. Um autorretrato. Foi
descoberto na pequena vila de Acerenza, no sul da Itália.
Suas contribuições para aeronáutica, militares, construção
civil, engenharia e medicina são incalculáveis. Dissecava mortos para estudar a
dinâmica do corpo humano e para seus segredos não serem expostos, ainda
conseguia escrever de trás para frente. Não deu certo apenas quando abriu um
restaurante com Botticelli, pois mesmo que os pratos tenham sido feitos para
uma nota 10 se estivesse no masterchef Brasil, os menus escritos ao contrário
não fizeram sucesso.
Alguns atribuem seu sucesso a alguma viagem no tempo ou
visões do futuro, por conta de alguma mediunidade. Leonardo passava algum tempo
em cavernas na região e voltava com ideias prodigiosas como o presente ao Rei
que fez de um leão mecânico robotizado, algo que na época tomou um terror na
corte por ser tão real.
Parabéns Leonardo da Vinci. Esse ano faço aniversário de nem
1/9 de sua glória, nem um pingo de seu oceano, nem maturidade, mas vou admirar
sua existência enquanto estiver nesse planeta.
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