Queridos familiares:
Semana 3 do confinamento. Estamos indo para um mês de
confinamento e muita gente achando que é férias. A cada dia é preciso implantar
mais e mais regras para exigir um confinamento sério. Mas como fazer se o
próprio presidente é contra e influencia pelo menos os mais velhos que votaram
nele e são do grupo de risco? Em um grupo de amigos do zap, sempre tentamos
mandar boas vibrações para aqueles que estão sofrendo com a doença. No começo
era apenas uma pessoa, hoje a lista já passa de vinte. Mais de uma pessoa
precisou usar respirador.
Uma coisa que sempre gostei de fazer é de correr na orla da
praia. Estou cumprindo minha quarentena à risca. Já tentei alguns exercícios em
casa, sem grandes sucessos. Opto também por fazer uma semana saudável na
alimentação, tentando restringir o açúcar, que é minha grande inimiga. Mas faço
concessão aos fins de semana. Aproveitando, como desculpa o aniversário de
minha filha, fiz aquele bolo mais recheado possível, que faria ele sem grandes
intervenções em dias normais. Este ficou caprichado. Gostaria de ter até escondido uma fatia debaixo
da cama, que é pra vagabundo nenhum pegar. O Flan de baunilha já acabou. Comi
cada fatia de bolo numa alegria que só o egoísmo sabe dar. O momento de
gordisse foi aproveitado em cada colherada. Deus seja louvado!
Com o confinamento severo, e as medidas sendo tomadas pelo
Ministro da Saúde, respeitando as orientações da OMS e não contradizendo a
ciência e sua formação de médico, somos obrigados a ver as cenas lamentáveis de
um presidente sentindo seu protagonismo cair, porque é contra o que o mundo
todo está fazendo. Sentir ciúmes de seu próprio ministro, sendo protagonista do
momento é coisa de quinta série. Fora o fato de ainda ser contrário a
quarentena. Isso já desgastou tanto, que se viu no centro das atenções (que ele
adorou), nos debates para ver se ele renunciava ou era impichado. Isso rendeu
até um meme interessante, dentro de um duelo entre Pernalonga e Patolino. No
final, entre renúncia e impeachment, aparece a guilhotina.
O que dizer do ataque do Ministro da (sem) educação, Abraham
Weitraub, usou os quadrinhos da turma da Mônica para atacar a China, com cunhos
racistas, o nosso maior parceiro comercial. Alinhado aos nossos “embaixadores”
terraplanistas, fazem o que querem para atacar um inimigo invisível para chamar
a atenção da população menos informada. Devia levar uma coelhada na própria
Mônica por essa trapalhada. De onde vem os respiradores, máscaras e estratégia
para conter a pandemia? Da China. A compra feita por lá, teve os EUA como
interceptador do material comprado e assinado pelo Brasil. Agiram como piratas,
mas a China também não ajudou, porque por aqui, ainda insistem que o país é o
vilão da história. Preferem os Estados Unidos, que além de negarem o vírus (e
com isso, fizeram a quarentena tarde demais), estão se apropriando de todo
material possível e disponível no mundo. Agora estão até chamando médicos de
frente daqui, oferecendo altos salários para combater a pandemia por lá.
Uma coisa positiva que tenho reparado, até porque a melhora do ar que
respiramos não dá para visualizar, mas é a ocupação de pássaros diferentes
perto da minha casa. Piados diferentes e intensos. Juro que outro dia, achei
que estava ouvindo sapos e rãs. Em breve vou ver insetos a rodo e lanchar com o
Tico e o Teco, mas estou feliz, pois somos o vírus da natureza e estamos dando
chance dela se recuperar um pouco. O mundo está vendo essa melhora e deve sair
melhor dessa quarentena.
Enquanto isso, vemos o preço que custou aos americanos na imensa
prepotência negacionista impondo regras econômicas dos outros a seu favor. Quer
dizer, nosso presidente fica com o lado negro da força.
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