Está decretado: A cultura no Brasil está sofrendo de
Coronavírus faz tempo! Regina Duarte que era o trunfo do presidente para que a
classe artística esquecesse ele por um tempo, teve suas intenções frustradas
logo com a nomeação e breve entrevista. Se não bastasse as irmãs Cajazeiras (a ministra da Mulher, Família e Direitos
Humanos, Damares Alves, Michelle Bolsonaro e Regina Duarte) vestidas de bolinhas, o seu discurso
foi o mais do mesmo deste governo, tirando a frase infeliz: “Cultura é
aquele pum produzido com talco espirrando do traseiro do palhaço”. Triste
ver o destino que é dado a cultura. Afinal, o que esse povo toma para falar
essas barbaridades?
A cultura está com Coronavírus. Em um primeiro momento, você
não sabe que está com a doença, que fica incubada no corpo e ela se distribui
com muita facilidade a outros corpos. A cultura foi extirpada do status de
ministério. Passou para comando do Ministério do Turismo. Teve Henrique Pires
que se demitiu por não conseguir implementar um edital LGBT, Ricardo Braga
exonerado, Ricardo Alvim demitido por apologia ao nazismo e agora, Regina
Duarte. Não é surpresa que o presidente queira extinguir de vez a cultura no
país. Tentou. Mas a pressão popular foi mais forte. Mas Regina Duarte aceitou o
convite e já existe a hastag #Fora Regina, sendo que o mais impressionante é
ter a maior parte de descontentes do próprio governo.
A cultura está com Coronavírus. O vírus pode causar
síndromes respiratórias leves como a gripe, e uma febre alta. Estamos todos
sofrendo com uma inexistência de política pública na área de cultura. Lembrando
a ligação do cargo a administração pública como afirmou Ana Paula Paes de paula:
“A história da administração pública brasileira foi marcada
pelo autoritarismo e por três tipos de patrimonialismo: o tradicional; o
burocrático e o político. Vale ressaltar que os dois últimos moldaram a
tecnocracia brasileira do regime militar, que sofisticou o uso patrimonial dos
cargos públicos e reforçou o caráter centralizador do Estado. ” (Paula. 2005.p.
107).
Até o final da década de 1970 (período de idolatria do
presidente) temos o paradigma do que era público como estatal, ou seja, o
Estado se tornou o “dono” das questões públicas, o que contribui de serem atendidos
os interesses dos grupos que dominam o Estado, como o que acontece neste governo.
Política pública não é uma brincadeira, não é um cargo para ocupar, não é
holofote. Política pública só ganham corpo através de planos, programas e ações.
A cultura está com Coronavírus. Ela precisa de contensão das
autoridades para não espalhar e se tornar uma pandemia. Estamos assim na
cultura. O governo federal que deveria governar para todos, já admitiu, com
Regina Duarte que minorias não terão voz. Quer pacificar o setor, mas quem vai
querer se associar atualmente com fascistas? A prática de condenar livros,
determinar o que é arte degenerada, culpar artistas, foram utilizadas na
Alemanha fascista. Os heróis dessa nova
cultura da qual querem exaltar, foram os mesmos ideais tratados naquela época.
Em nome do “terceiro império romano”, pedia-se que a cultura fosse formada
junto com as ideias fascistas. Em troca, o regime ofereceria, trabalho,
instituições para controlar, solicitações de obras públicas para os arquitetos,
lugares de exposição para os artistas e etc.. Enfim, o famoso toma lá, dá cá!
Hoje, ainda não chegamos a esse ponto, por enquanto, porque nada consegue se
sustentar na secretaria. Mas a despeito de tratar tudo como se fosse um circo,
colocando humorista representando o presidente para falar com jornalistas, não
estamos dando vozes ao fascismo tupiniquim e sim dando holofote ao circo dos
horrores. A nova secretária defende a censura e quer diálogo. Muitos Querem
acreditar nas pontes, mas os muros estão cada dia mais altos. Pausa para você
pensar.
A cultura está com Coronavírus. O importante é saber que a
doença passa e quando passar, precisamos primeiro descobrir se estamos vivos e
tomar providências para não morrer de novo.
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