Como na música da banda Corona, "The Rhythm of the
Night", começamos a enfrentar a pandemia mundial no nosso país, fazendo o
certo que é termos um isolamento social total para que a curva de ascensão da
doença não tenha um pico como nos países mais afetados. A resolução do
Ministério da saúde foi corretíssima, apesar do povo brasileiro, acostumado a
abraços e beijos, a ter uma atitude mais de recolhimento. O que evidentemente
não foi levado a sério pelo presidente que ignorou as recomendações de seu
ministro, e mesmo estando ao lado de um representante da Anvisa, e de sua
comitiva ter toda testada para Corona vírus, saiu do isolamento imposto e foi
cumprimentar os poucos manifestantes na frente do palácio da Alvorada.
As crianças tiveram que doar suas férias para conter o
avanço da doença. Algumas iriam começar sua semana de provas, mas agora podem
ficar sem perspectivas imediatas de quando vão retornar e se vão conseguir
completar o ano letivo. Outros, tinham viajem marcada para o exterior, foram
pela ansiedade, estão pagando o preço tendo que ficar nos hotéis em isolamento.
De uma forma ou de outra, é preciso não só o isolamento, mas outras medidas
governamentais de enfrentamento, como incentivos fiscais para aqueles serviços
chamados não essenciais, pois duas semanas podem agravar mais a economia já
quebrada do país.
Agora curioso é o pensamento do cidadão médio, que está
encarando realmente esse período como férias. Se foi pedido isolamento e sem
contato com multidões, o povo vai à manifestação e vai à praia. Edir Macedo
fala para sua legião de seguidores que é tudo balela, criando uma situação
criminosa com seu rebanho, enquanto o Estado Islâmico pede a seus terroristas
que se afastem da Europa com medo da pandemia. Que ironia. São os mesmos que
achavam que nunca iriam se contaminar com AIDS no passado e proliferaram a
doença no país. É um momento de responsabilidade coletiva. Você não estando em
grupo de risco, não quer dizer que não será o transmissor para que é e se
tornar cumplice com a propagação da doença e a quebra em todos os setores da
economia. É momento de união para que essa curva de crescimento não aumente e
possamos voltar as atividades normais em breve. O tempo voa e o mundo gira.
Para alguns, a Terra plana capota.
Para a ala mais a extrema-direita, que expulsou os médicos
cubanos, por ideologia e viram o rombo criado na medicina aos mais necessitados
sem conseguir cobrir no próprio país, estão pensando em chama-los novamente
para se juntar ao enfrentamento do novo vírus. Como os números divulgados são
bastante baixos no momento, a população tem uma impressão errada do avanço
dessa doença. Um amigo que trabalha no Souza Aguiar relatou que estão
mascarando os números. Que os números são muito maiores. Ou não se expõe os
números reais para não gerar o caos ou não estão dando a devida importância ao
caos que pode levar o sistema de saúde da cidade. Aliás, nenhum sistema de
saúde do mundo suporta um número de infectados tão grande. Só o Rio de Janeiro
estará com mais de 24 mil infectados se não respeitarem as medidas. Niterói já
decretou estado de emergência pública.
Estamos agindo como uma espécie de Sodoma e Gomorra,
esperando que o castigo comece e atinja casos perto de cada um para começar a
respeitar as recomendações de isolamento social. A internet vai ajudar você a
não se sentir tão sozinho e ainda com operadoras de canal pago, abrindo seus
sinais para você não se sentir tão triste. Boa atitude, por sinal. A arte
estará presente para ajudar a passar por esse momento. Se não pessoalmente, mas
virtualmente.
O espírito de Bezerra de Menezes, falado através de Divaldo
Franco, relatou que foi necessária essa tomada de decisão para isolarmos as
pessoas e nos uníssemos novamente como irmãos fraternos em prol do nosso
próximo, pois caso contrário, seria uma nova guerra mundial de proporções
terríveis. Aproveitemos essa benção e tratemos o caso com devido respeito e
compaixão ao seu irmão. No mais, evite
aglomerações, lave bem as mãos frequentemente, use álcool em gel e treine sua
garganta para cantar bonito na varanda como os italianos.
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