Alguns possuem desejos muito simples. Eu por exemplo,
gostaria de poder ver a Paixão de Joana d’Arc, de Carl Dreyer, com a lendária
interpretação de Falconetti, munido de um shake de chocolate tipo big coke. Ainda
me contento, nesse momento, em ver o filme Os desajustados, de John Huston, mas
incluindo o que seria o primeiro nu no cinema, com Marlyn Monroe, recém
descoberto a cena filmada pelo escritor Charles Casillo. São desejos simples.
Muitos desejam algo mais complexo, como um país com justiça social, sem
corrupção e desenvolvimento social. A outros, porém, que querem a verdade sobre
a URSAL.
O cabo Daciolo, que fez fama em se tornar o meme do momento,
com acusações direta ao candidato Ciro Gomes, tem a certeza de sua acusação.
Ciro foi o criador da URSAL. Um meme que rende até hoje. De uma criação irônica
da socióloga Maria Lucia Victor Barbosa, criticando um encontro do Foro de São
Paulo em Havana, passou a ser utilizada por outros disseminadores e influenciadores
e se tornou algo utilizado por conservadores a partir de um artigo do ultradireitista
Olavo de carvalho.
Segundo a representação do Cabo Daciolo, seria a união das
Américas latinas em um único país, sendo o primeiro passo para a
internacionalização do comunismo, da qual Ciro Gomes não sabia nem do que se
tratava. Quero contribuir com o pensamento, dizendo que poderíamos unir todos
os continentes, nesse intento, até podendo usar tecnologias chinesas para mover
as placas tectônicas e formar. Aí sim, um único continente comunista. Daria o
nome de PANGEIA.
Dependendo do Brasil, não teríamos a ajuda da China, afinal,
o embaixador americano está no Brasil para traçar planos para impedir o avanço
de domínio comercial que o país oriental exerce faz tempo, com negócios da
China de baixo custo. Para muitos, URSAL seria um novo tipo de Sal do Himalaia,
para outros um novo herói da Marvel. A verdade é que faz tempo o palanque
político não atraia a atenção da população. Desde os históricos debates a
presidente de 1989, não tínhamos visto algo tão chamativo e com cenários tão
diversos. Mas isso é positivo? A verdade é que não. O que poderia ser alguma
coisa para promover o entendimento ou se discutir com seriedade, está sendo
posto de lado para acirrar ainda mais a disputa entre classes no Brasil. Isso
se torna preocupante, no momento em que estamos a poucos meses da eleição.
O discurso do nosso cenário político está totalmente falido.
Mostra claramente de temos que separar os casos de ideologia dos de psiquiatria.
Tivemos o debate alternativo, no youtube, negado pela grande imprensa, de
Haddad e Manoela D’ávila, que trouxe o debate de idéias dos temas feitos na
Band com muita seriedade. Enquanto grande parte da população estava
concentrada, apegada ao debate das grandes corporações, o debate alternativo,
trouxe muita reflexão. Uma mágoa, estarmos aprisionados a uma ditadura
camuflada de democracia para vermos um debate vazio, onde o ponto alto foi o
cabo Daciolo falando da URSAL. Por mais que Ciro tenha se aproximado do centro,
ainda é visto pela direita com desconfiança e teve poucas oportunidades de
soltar sua verborragia ilimitada para aqueles que querem vencer sem propostas,
mas sim com verba.
Tenho lembranças daquele primeiro debate presidencial de 89,
com muita fala e gesticulação. Como não lembrar de Brizola falando para Maluf:
- Seu filho da ditadura!
Aliás, os vídeos desse período, estão voltando à tona nesse
período cibernético. Boa lembrança dos tempos de debate raiz.
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