Ainda no meio da comoção que uma Copa do Mundo provoca no
planeta, fazendo com que muito do nosso dia-a-dia pare ou como no caso dos
políticos avance nas reformas maldosas e interesseiras, também vejo que o
universo também está em movimento nesse momento. Imaginava que nada seria mais
importante que o nosso avanço rumo as finais do campeonato, do que a expansão
interplanetária. O universo sempre me angustiou. Sua magnitude e grandiosidade
é muito para mim. Qualquer documentário da Discovery, me deixa sentimental.
Achava que nada poderia barrar aquele documentário da saga dos pinguins
imperiais pela multiplicação da raça. Hoje, tivemos a notícia de que pela
primeira vez, cientistas observaram diretamente um planeta recém-nascido. Nunca
temos a real dimensão dessa importância nesse momento, mas a foto de
divulgação, me lembra os esforços que tive durante minha vida de observar os
fenômenos do universo a olho nu.
O mais bonito, foi uma observação de um meteorito entrando
na atmosfera, do qual tive a sorte de ver. Se não tivesse virado a cabeça
naquele momento, tudo seria perdido. A lembrança pior, foi a expectativa do
cometa Haley. Tentei muito ver. Quando tive as condições, numa estrada à noite,
sem interferências de iluminação de cidade e um céu limpo à provençal, um risco
vermelho deu as caras ao longe no hemisfério, para a decepção dos pobres
mortais. Nada daquelas gravuras medievais relatando aquela monstruosidade que
poderia acabar com a raça humana e toda a vida na Terra. Agora, só nos resta a
chance de ver algo melhor daqui a 76 anos.
Não tinha nada que eu pudesse exagerar para meus amigos,
afinal, o risco estava lá para todos verem ou não. Não se compara quando você
está viajando e tem a sorte de ter um acontecimento astronômico que se tivesse
na sua cidade com tempo nublado e onde você está com o céu limpo, pode falar à
vontade. Um daqueles prazeres que podem marcar sua viagem com um Plus a mais. O cometa não era vantagem para ninguém. Nem
pude falar que vi a versão integral, com a cauda mais comprida...
Nem as super luas que vi, foram emocionantes como do filme
ET, quando Elliot voa com a bicicleta tendo o extraterrestre no cestinho.
Lembra daquele tamanho. E com a música do John Williams no fundo. Isso tudo
merece uma lágrima caindo dos olhos. O máximo que consegui numa super Lua, foi
uma coriza que já estava se aproximando, ou seja, nem isso. Uma amiga foi ver o
céu à noite em Atacama e as fotos são maravilhosas. Vou ter a oportunidade
desse mês, de ver o céu de Pirenópolis, que dizem ser tão bonito quanto. Vocês
aguardarão meu relato positivo ou negativo. Pois, da forma que meu histórico de
eventos astronômicos, São Pedro deve encobrir o céu quando for lá. Aguardemos.
Posso dizer que já vi OVNIS mais de uma vez. E foi
emocionante. Mas não conto com eventos astronômicos. O fato é que, devemos
aprender com nossa diminuta relação com a imensidão do universo. Muitos falam
que somos um grão de areia. Pode ser o planeta Terra, mas cada um de nós é
menos que uma ameba. Não somos nada.
Não sei se meu ceticismo não é no fundo, falta de
imaginação. As pessoas naturalmente têm necessidade dos mistérios além da
existência, até porque a existência é dura, como se não bastasse justamente
apenas o céu estrelado captado pela nossa retina, com ou sem fenômeno, com ou
sem explicação. Devemos sim, olhar para nosso futuro que certamente está entre
as estrelas, mas não podemos nos fechar nesse momento também pelas mazelas
atuais do mundo, que insiste em ser medieval.
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