Numa copa que ainda não engatou, os números das partidas
invictas são muito bons. Nunca tivemos um início de Copa tão bom em campo e tão
ruim em animação nas ruas. Me lembro da minha primeira Copa em que assisti
inteira, com o esquenta nas ruas. Foi na Copa de 82, com a segunda melhor
seleção de todos os tempos, na minha opinião. Além desse grupo maravilhoso, um
torneio na Espanha de grande monta, tinha o importante esquenta. Foi mais de um
mês se falando em futebol pelas ruas. Tive meu único álbum de figurinhas
completo e disputado na escola, com as famosas partidas de bafo. As ruas
estavam completamente pintadas de verde e amarelo, um orgulho nas ruas, de
falar para qualquer um:
- Agora vai!
A geração de hoje em dia, nunca saberá o que era isso.
Pintava-se poste, pintava-se chão, era uma animação sua e dos vizinhos, que
mesmo não se dando bem, se juntavam para decorar a rua. Não levamos, mas a seleção de 82 ficou no coração
de todos. Talvez a única seleção brasileira que não levou o título, mas em
qualquer história dos mundiais, será relembrada sempre. A festa como esse
período, eu não lembro de ter repetido em outros mundiais. Na verdade, até as
competições de “Qual a rua mais enfeitada”, foram minguando a cada Copa
seguinte. Hoje, em um caminho que faço todos os dias, vejo apenas duas
bandeiras em um apartamento e um enfeite que um bar (que estreou não faz um
mês) se propôs a enfeitar, pois tem seus ganhos aumentados com a transmissão de
futebol pago na TV.
O Brasileiro indo para o hospital cheio de queimaduras por
usar fogão a lenha já que não tem dinheiro para comprar gás, por isso a falta
de animação. A situação se tornou tão grave no dia-a-dia do cidadão, que a preocupação
com a seleção se torna secundária. Podemos ver um paralelo em outros regimes no
Brasil, como na conquista de 70, em pleno regime Militar. Enquanto o povo tinha a alegria com os gols, a economia
atingia o auge do “Milagre Econômico”, que beneficiou apenas a uma classe
média emergente, mostrando um país próspero e feliz para o mundo, enquanto o
povo arcava com uma recessão. Nas celas os presos eram torturados, mortos e
desaparecidos. Nas rádios o hino: “Pra frente Brasil! ”
A máquina de propaganda do regime militar se aproveitou da vitória como propaganda de seu regime, que tinha como função acobertar os arrochos salariais, favorecendo poucos capitalistas brasileiros e aos capitalistas de multinacionais. Durante o período, houve quase que um abandono do governo aos programas sociais. Lembra alguma coisa? A crise de poderia ser abafada e empurrada com a barriga até as eleições proporcionada por uma eventual vitória da seleção.
A máquina de propaganda do regime militar se aproveitou da vitória como propaganda de seu regime, que tinha como função acobertar os arrochos salariais, favorecendo poucos capitalistas brasileiros e aos capitalistas de multinacionais. Durante o período, houve quase que um abandono do governo aos programas sociais. Lembra alguma coisa? A crise de poderia ser abafada e empurrada com a barriga até as eleições proporcionada por uma eventual vitória da seleção.
Quanto a seleção de Tite, onde o
mesmo exalta o modelo da seleção de 82, a mesma da qual me referi antes como
meu modelo, você vê semelhanças com 2002, onde Tite fazia parte da comissão
técnica daquele ano. Assim como Neymar é do PSG, Ronaldo também foi naquele
mesmo ano. A armação do Brasil, tem uma
cara do Corinthians, mas com genialidade do Felipe Coutinho, Gabriel Jesus e
Neymar. A Áustria estava em
uma fase muito boa, com 11 jogos sem perder. Ganhou até da Alemanha. Zlatan Ibrahimović
nem viu a bola. O Brasil de 1956, ganhou da Áustria por 3X2, com o talento de
Evaristo de Macedo. Hoje, nossa seleção, tem cara de conjunto e uma pitada de
moleque com os garotos. Queria ver o Diego comandando o ataque, mas isso é um
luxo pessoal. No geral a convocação foi correta. Ainda torço o nariz por
Miranda, mas também é detalhe.
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